O SUSTENTO DA IGREJA

MSG 688 = 24/03/2020

A maioria das igrejas cristãs misturam os mandamentos da era da graça com as tradições do tempo da Lei. Suas lideranças se propõem ensinar o evangelho do reino, mas logo descobrem que ele é essencialmente gratuito. Surge então a preocupação de como se fazer para manter o custo financeiro da igreja. Essa questão as faz apelar para as tradições da Lei de Moisés, onde a contribuição financeira era exigida quase obrigatoriamente. Porém, o simples fato de fazer isso já caracteriza negligência que Jesus mandou, pois se recebemos tudo sem nada pagar, devemos também assim oferecer. Veja o que disse Jesus:

“Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt. 10: 8).

Isso deixa claro que os costumes adotados no tempo da Lei e dos Profetas foram aperfeiçoados e evoluíram para algo novo, ou seja, para o reino de Deus, anunciado por intermédio do evangelho de Jesus (Mc. 1: 14-15). Assim, enquanto no regime da Lei havia mandamentos detalhando minuciosamente sobre o tabernáculo e sobre a conduta daqueles que pertenciam à comunidade judaica; no evangelho da graça é tudo realizado voluntariamente, pelo sentimento de fé e esperança que alcança o coração de cada um (I Pe. 5: 2).

Mas é aí que surge o desafio da fé, pois Jesus não estabeleceu um mandamento como fonte de renda para edificar sua igreja, e Deus determinou que quem quiser ser considerado justo terá de viver pela fé (Hb. 10: 38). Talvez por isso que o apóstolo Paulo nunca vislumbrou qualquer tipo de compromisso financeiro com aqueles para quem levou o evangelho. Mesmo passando por imensas dificuldades, ele esperava o Senhor mover o coração dos convertidos para reconhecer a magnitude do propósito da edificação da igreja, e se convencer de que ela precisava do dinheiro para ser mantida. Veja o que ele disse aos filipenses, cujos corações foram tocados nesse sentido. Eis o texto:

“... quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós ...; porque ... mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. ... E o meu Deus, ... há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp. 4: 15 a 19).

Aqui ficou claro que a igreja de Jesus é mantida financeiramente por aqueles, cujos corações foram tocados para ofertar, ou fazer propósito de ajuda financeira permanente. Paulo mostra que nem todos reconhecem a necessidade de sustentar a obra de Deus. Mas aqueles que o fazem são amplamente recompensados (Fp. 4: 15 e Mt. 10: 42).

Portanto, o caminho para alcançar os recursos financeiros na igreja do Senhor é o ensino do evangelho, levando as pessoas a reconhecer a importância de se agradar a Deus, através dos propósitos financeiros, e se tornar participante do projeto divino que visa a inscrever a vontade de Deus no coração das pessoas (Jr. 31: 33). Aqueles que fazem isso, pregam a fé e dão o exemplo de viver por ela, conforme mandou o Senhor, pois buscam a riqueza espiritual e não material (Hb. 10: 38 e Ap. 3: 16-17).

Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.

Natanael de Souza