Multiplicação de Alimentos

                 “Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?” (Jo. 6: 9).

       Afastando Jesus com os discípulos para local isolado, a multidão o acompanhava sem se preocupar com qualquer tipo de provisão que pudesse ser necessária para aquela jornada. Parece que a fome espiritual falava mais alto, e ninguém lembrava que poderia faltar comida ou bebida.  Os milagres feitos pelo Senhor influenciava poderosamente a maioria das pessoas, levando-as ao desejo de permanecer em sua presença. No episódio da multiplicação dos pães, o povo estava a três dias reunidos com o Senhor (Mc. 8: 2). Isso dá uma ideia da fome que as pessoas têm do poder de Deus, e confirma que somos imagem e semelhança do Criador.

       O versículo transcrito acima reproduz a resposta de um dos discípulos, quando Jesus, olhando a multidão, pediu para que providenciassem pão para alimentá-la. Em nossa visão natural não havia possibilidade de comprar pão para tanta gente. Mas Deus havia planejado um milagre ali a fim de que fosse demonstrado, mais uma vez, que o Senhor pode nos prover de alimentos, chamando à existência o que não existe (Rm. 4: 17). Por isso, Jesus demonstrou que a multiplicação de alimentos não era coisa do passado; apresentou a Deus cinco pães e dois peixes, e os mesmos se multiplicaram, podendo alimentar todo o povo que ali estava (Jo. 6: 11-12-13). Esse milagre foi uma confirmação de que os tempos passam, mas Deus não muda. No passado já havia acontecido fato semelhante quando Eliseu multiplicou o azeite da viúva (II Re. 4: 2 a 7).

        Um dos fatores importantes observado na realização do milagre da multiplicação dos pães foi a atitude de solidariedade do rapaz que abriu mão da única ração que tinha para se alimentar. Mesmo sabendo que estava num deserto e que naquele lugar não havia possibilidade de nova aquisição, ele concordou em doar o pouco que tinha numa indicação de que acreditava no poder de Deus para operar milagres. Por isso, viu a glória do Senhor se manifestar a partir de sua atitude, usando sua pequena provisão para alimentar milhares de pessoas. Cumpriu-se então a Palavra do Senhor onde declara que quem crê vê a glória de Deus (Jo. 11: 40). Deus opera milagres importantes em ambientes onde existe a manifestação de solidariedade entre as pessoas. Veja o que ocorreu na igreja primitiva após uma pregação do apóstolo Pedro.  Eis o texto:

       “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.” (At. 2: 41-42-43).

          
       Nos dias atuais precisamos insistir em ensinar esse tipo de manifestação do poder de Deus às novas gerações. O mundo caminha para o tempo da grande tribulação, e virão dias em que milagres dessa natureza poderão ser extremamente importantes para matar a fome de muitos cristãos (Ap. 13: 16-17) Por isso, é obrigação de cada um destacar esses princípios e atitudes, a partir dos quais Deus fez realizar milagres no passado e pode fazer no futuro.

     
       As recomendações de Deus, mesmo dadas em tempo remoto, devem ser observadas com fidelidade, pois elas sempre irão iluminar nosso caminho (Sl. 119: 105). Essa é a razão pela qual Deus manda esforçar para passarmos sua Palavra a nossos filhos. Veja o que Ele ordenou a Moisés dizer ao povo de Israel logo após os judeus serem libertos da escravidão do Egito. Eis o texto:

       “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas..” (Dt. 6: 7-8-9).

       Na perspectiva espiritual os cristãos de hoje estão em situação semelhante ao povo que Deus libertou da escravidão do Egito. Eles caminhavam para uma pátria terrena, e nós caminhamos para a vida eterna. Mas o Deus que os tirou da mão do Faraó, é o mesmo que tira nosso espírito do cativeiro do diabo.

       Amigo, a única exigência que Deus faz para realizar milagres e nos suprir do que nós precisamos, é que venhamos a crer (Hb. 11: 6). Portanto, é importante deixar um legado de fé para nossos filhos a fim de que eles possam crer e ver a glória de Deus (Pv. 22: 6).

       O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e te dê a paz.