Apocalipse
Procuramos oferecer uma visão simples do Apocalipse, abordando todos os capítulos. O trabalho está dividido em cinco módulos, cada um deles comentando uma parte do livro, e contendo vários títulos, obedecendo a seqüência dos textos bíblicos. O conteúdo dos títulos referente o índice abaixo, será colocado parcialmente à disposição de nossos visitantes, e ficará armazenado para downloads.
Introdução
       Perguntado sobre como seriam os sinais de Sua segunda vinda, e o fim dos tempos, Jesus respondeu:
       “Acautelai-vos que ninguém vos engane, pois muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos” (Mt. 24:4-5).
       Ele tinha a exata consciência de tudo o que viria acontecer ao mundo após Sua ascensão. Respondendo aos seus discípulos, deu algumas informações que transcrevemos a seguir:
       “Ouvireis de guerras e rumores de guerras, mas cuidado para não vos alarmardes. Tais coisas devem acontecer, mas ainda não é o fim” (Mt. 24:6).
       Explica aqui os acontecimentos que haveriam de surgir entre as nações, tais como guerras e outras mudanças, advertindo, entretanto, que isso não caracteriza o fim dos tempos, e que portanto os discípulos não deviam se alarmar, pensando que já era a Sua segunda vinda. Nas palavras seguintes o Senhor revela detalhes expressivos dos tempos que se seguiriam, dizendo:
       “.....e haverá fomes, pestes e terremotos em vários lugares.” (Mt. 24:7).
       Ele estava nos dizendo que a partir de Sua saída dessa terra, estaria começando um novo tempo, caracterizado por muitas dores, ou seja, por muitos sofrimentos para os povos na terra. Em outra oportunidade, Jesus já havia declarado o perfil desses acontecimentos, como podemos verificar nos versículos abaixo:
       “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada” (Mt. 10: 34).
       Entretanto, Ele adverte logo a seguir, no versículo 8 do capítulo 24, que: “Todas essas coisas, porém, são o princípio das dores”.
       Em outros termos, a perseguição e morte de centenas de cristãos que ocorreram após a ascensão de Jesus, tendo como causa o testemunho dos Seus ensinamentos, e ainda tudo o que tem ocorrido, em termos de guerra, fome, peste e morticínios, no decorrer desses dois mil anos de cristianismo, podem ser considerados apenas como um princípio dos sofrimentos pelos quais a humanidade tem de passar, antes da chegada da grande tribulação.
       Algumas dezenas de anos após Sua saída da terra, Jesus mostra em visões ao apóstolo João, o conteúdo dos planos de Deus existente no mundo espiritual. Esses planos começaram a se cumprir, desde o envio do Senhor em Sua primeira vinda. Eles fazem parte da memória do Criador, a que damos o nome de livro do Apocalipse. Nele é revelado tudo - em linhas gerais - o que vai acontecer com a terra, até o final de sua existência, quando será substituída por uma nova terra (Ap. 21).
       As revelações desse livro fecham com chave de ouro o Novo Testamento, e mostram, em linhas gerais, tudo o que está determinado para acontecer na terra. O conhecimento desses registros traz a nós cristãos um maior avivamento das responsabilidades que passamos a ter quando somos chamados à conversão; um maior estímulo na luta para se atingir a vida eterna. O Senhor Jesus apresenta a trajetória da humanidade, a partir de Sua primeira vinda, em três etapas diferentes, como sendo:
       O Princípio das dores;
       A Grande tribulação;
       O milênio bíblico.
       O Principio das dores teve início logo depois da ascensão do Senhor, quando o mundo descobriu que Jesus saiu da terra, mas Seus ensinos continuavam vivos e prosperando na mente dos homens. Nesse tempo começou a perseguição aos que seguem a Cristo.
       A Grande tribulação, está prestes a começar. Como se pode deduzir da profecia de Daniel (Dn. 9:24), será um tempo de curtíssima duração, porém, com os sofrimentos mais dolorosos pelos quais o mundo jamais passou.
       O milênio bíblico iniciará com a segunda vinda de Jesus, após o grande julgamento relatado em Mateus 25: 31 a 46, e confirmado em Apocalipse 19: 11 a 21. A partir daí nascerá uma sociedade diferente, onde a comunhão com Deus será muito intensa, e o mundo não será mais o mesmo.
       A respeito do próximo tempo - a grande tribulação - os registros mostram acontecimentos que afetam o mundo inteiro, e que num estágio mais avançado irão devastar a natureza, tornando a vida na terra praticamente insuportável nos últimos dias. Estão previstos guerra, fome, terremoto, peste, homicídio em escala ascendente, e outros eventos que danificarão os elementos da natureza. Mas há também a promessa de gozo, paz e alegria para os que perseverarem com fidelidade até o fim.
       Podemos considerar que o livro do Apocalipse é a verdadeira revelação do plano de Deus, descrevendo o passado, o presente, e o futuro. Ele é, com certeza, uma parte importante da memória do Criador.
A memória de Deus
       Visando o nosso julgamento, Deus tem a memória de tudo o que fazemos. Veja as Escrituras:
      “Eis que está escrito diante de mim: não me calarei; mas eu pagarei, sim, deitar-lhes-ei a recompensa no seu seio:... E produzirei descendência a Jacó, e a Judá um herdeiro, que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão ali..”... (Is. 65: 6-9). No livro de Malaquias o Senhor declara:
      “Então aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro; e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor, e para os que se lembram do seu nome. (Ml. 3: 16 ).
      Vários relatos bíblicos mostram a memória de Deus em tudo que fazemos. Mas, o mais importante deles é o Apocalipse, onde Jesus revela as condições em que Deus O enviou a terra, e os eventos que levarão o planeta a ser assolado, por causa de nossos pecados. Deus promete, em Isaías 6: 9 a 13, assolar a terra, e em Daniel 9: 26 o anjo Gabriel confirma essa promessa.
      O Apocalipse mostra os detalhes de como ocorrerá essa assolação.
      Quando o Cordeiro abre os selos do livro no trono de Deus, o registro que eles contém revelam os seguintes aspectos:
      No primeiro selo, são mostradas as características principais da primeira vinda de Jesus.
      No segundo é mostrada a reação do diabo, quando o Espírito Santo tira as almas de sua mão, para colocá-las como candidatas à vida eterna.
      No terceiro é mostrado o princípio da justiça de Deus que se abate sobre os povos.
      No quarto é mostrada a ação dos quatro maus juízos de Deus (Ez. 14: 21), enviados à terra após a ascensão de Jesus, conforme foi predito em Mateus 24: 6-7-8.
      Os eventos mostrados nesses selos estão se cumprindo desde a primeira vinda de Jesus. Os outros, referidos em mais três selos, ainda não estão ocorrendo. Eles relatam o que ainda está para acontecer no tempo da grande tribulação.
O Apocalipse
       “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer. Ele as enviou pelo seu anjo, e as notificou ao seu servo João, o qual testificou da palavra de Deus, do testemunho de Jesus Cristo, de tudo o que viu. Bem-aventurados aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo”(Ap.1: 1-2-3).
       Em Mateus 24: 15 a 44, o Senhor Jesus declarou, em linhas gerais, as características dos principais eventos previstos para os tempos chamados de “princípio das dores” e de “grande tribulação”. Isso mostra que Ele tinha pleno conhecimento do plano de Deus a que chamamos de Apocalipse, onde se registra em detalhes a maneira pela qual Deus entrou em juízo com os povos da terra. O juízo, ainda antes de ser revelado, foi posto em prática com a primeira vinda de Jesus.
       Veja o que declara João Batista: “O machado já está posto à raiz das árvores, e toda a árvore que não der bom fruto, é cortada e lançada no fogo” (Lc 3:9). Em outras palavras, João Batista estava advertindo de que Deus já havia posto em prática a cobrança de nossos erros.
      Anos após, já glorificado, o Senhor Jesus revela ao apóstolo João (evangelista) os detalhes do juízo de Deus, conforme veremos daqui para frente.
      Essa revelação só é dada àqueles a quem o Senhor chamou, ou seja, aos servos. Por isso, quem não tiver, de fato e de verdade, o chamado de Deus, jamais entenderá essa profecia. João declara bem-aventurados aqueles que lêem e guardam as palavras aqui descritas. Entretanto, é de se lamentar que muitos cristãos as evitam, evidenciando medo de conhecer verdade. Esse medo é o tipo de sentimento que o cristão não deveria aceitar. Veja a advertência: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos medrosos, ......... a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap. 21: 7-8).
      O medo da verdade pode impedir a salvação de muita gente. Todas as palavras do Senhor devem ser consideradas de grande importância. Nenhuma delas pode ser negligenciada, pois um dia nossas atitudes serão exibidas na hora do julgamento. É bom não esquecer, que todo o nosso comportamento está na memória de Deus para esse fim.
Saudações do apóstolo João
       O apóstolo inicia a narração saudando as sete igrejas da Ásia, conforme vemos na transcrição a seguir:
      “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono, e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reino e sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele seja glória e poder para todo o sempre. Amem. (Ap. 1: 4-5-6).
      Sobre os sete espíritos vistos no trono de Deus, vamos falar mais adiante, em Apocalipse 4:5. Um detalhe importante é notado na saudação do apóstolo: Ele declara que Jesus já “nos lavou” de nossos pecados. Isto quer dizer que o Senhor já pagou por nós através do Seu sangue. É um fato consumado. Por isso, aquele que entrega a vida ao Senhor, tem seus pecados pagos, bastando para tal que se permaneça, de coração, nos Seus ensinos (Veja Jo. 8:3l-32). Dessa forma, quando morremos em fidelidade ao Senhor, o saldo de nosso pecado é liquidado através do sacrifício de Jesus (Veja Lc. 23:39 a 43). Ele declara também que o Senhor nos fez reis e sacerdotes para Deus. O estudo da Bíblia, leva à conclusão de que, nos tempos vindouros, a humanidade terá três categorias sociais: Sacerdotes, os judeus fiéis; reis, os cristãos perseverantes e vencedores; e cidadãos comuns, aqueles que o Senhor Jesus julgar dignos de viver na era do milênio bíblico.
      Ainda nessa saudação, o apóstolo confirma a profecia já existente, referente à volta do Senhor, quando diz:
      “Vede, ele vem com as nuvens e todo o olho o verá , até mesmo os que o trespassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Amém” (Ap. 1: 7).
Em resposta a essa exclamação, o Senhor Jesus – em Espírito - declara a seguir:
      “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap. 1:8).
      O Evangelho registra que: “No princípio era o verbo e o verbo era Deus: e o verbo estava com Deus” (Jo. 1: 1). Esse verbo é o Senhor Jesus. A criação do Senhor – em Espírito – se deu pela primeira palavra pronunciada por Deus em Gênesis 1:3. Assim, Jesus é o princípio da criação .Ele mesmo afirma: “Ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fie l e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Essa afirmação leva a entender que Ele é realmente o primeiro, e também o último, visto que sua existência não tem fim.
      O apóstolo João estava na ilha de Pátmos quando recebeu as revelações do Apocalipse. A Bíblia indica, que ele fora levado para lá, por causa da pregação do evangelho.
      O confinamento de João na ilha, demonstra que satanás estava tentando impedir a revelação dos planos de Deus, através da profecia apocalíptica que estava a caminho. Era importante o evento que Deus tinha para transmitir ao mundo, através de João, qual seja, a revelação de que a glória de Deus, um dia há de descer a terra. Com certeza, foi na tentativa de impedir a realização desse evento, que o diabo atuou nas autoridades da época para confinar o apóstolo numa ilha. Na verdade, ele não conseguiu deter a benção de Deus, posto que, mesmo João estando numa ilha, o Senhor revelou aquilo que estava determinado, conforme vemos na transcrição a seguir.
      “Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia (Ap. 1: 9-10-11).
      A revelação foi dada ao apóstolo, mais ou menos no ano 90 depois de Cristo. Nessa época a Igreja do Senhor já havia se desenvolvido em várias regiões. Existiam portanto, muitas outras igrejas além dessa região da Ásia. Entretanto, vemos no versículo acima que Jesus ordenou para que os escritos do livro fossem enviados às igrejas da Ásia. Ao que tudo indica, o motivo especial para aquela região receber, em primeiro lugar, o conteúdo do Apocalipse, foi a idolatria que reinava lá naquela época.
      A Bíblia mostra, a partir do capítulo 19 do livro de Atos, que um judeu chamado Apólo, havia iniciado ali a pregação do evangelho antes de Paulo. Ele ensinou sobre o batismo nas águas, sem ministrar o batismo no Espírito Santo. O texto diz que Apolo era instruído nos ensinos da palavra de Jesus, pregava com grande veemência, e fez isto por algum tempo sem que ninguém o obstasse.
      Entretanto, quando o apóstolo Paulo começou a ensinar sobre o batismo no Espírito Santo, houve grande reação de muitas pessoas contrárias ao evangelho. O motivo foi o fato de que o povo, ao conhecer a verdade , passou a abandonar a idolatria. Eles adoravam a deusa Diana. Veja o registro:
      “Nesse esse tempo houve não pequeno alvoroço acerca do Caminho. Certo ourives, de nome Demétrio, que fazia de prata miniaturas do templo de Diana, dava não pouco lucro aos artífices. Ele os ajuntou, bem como os oficiais de obras semelhantes, e disse: Senhores, vós bem sabeis que desta indústria vem a vossa prosperidade. E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. Não somente há perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo venera. Ouvindo isto, se encheram de ira, e clamaram: Grande é a Diana dos efésios. Logo, toda a cidade se encheu de confusão ....”(At. 19: 23 a 29).
      Esses versículos mostram que o evangelho começou a ser perseguido pelos idólatras, a partir do momento em que o povo foi batizado no Espirito Santo, e conseqüentemente passou a desfrutar de uma verdadeira conversão. Isto é uma indicação de que o diabo só se levanta quando sente que o cristão tem a unção de Deus
Podemos agora compreender o motivo pelo qual o Senhor Jesus determinou que a profecia do Apocalipse fosse entregue às igrejas da Ásia. Aquela região era a mais idólatra da época. Na verdade, a deusa Diana continua sendo adorada até hoje com outras denominações. Ainda se fazem com os cristãos fiéis o mesmo tumulto que fizeram com o apóstolo Paulo por causa da deusa Diana. O mais importante porém, é compreender que naquela época o Senhor Jesus já nos advertia sobre as perseguições por causa da idolatria. Continuando o relato, declara o apóstolo João:
      “E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro, e no meio dos sete candeeiros alguém semelhante ao filho do homem, vestido com vestes talhares, e cingido a altura do peito com um cinto de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como a lã, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo. Os seus pés eram semelhantes a latão reluzentes, como que refinado numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força. “(Ap. 1: 12-13-14–15 e16).
      Nas visões espirituais, o Senhor Jesus aparece como o Filho do Homem – em figura humana – quando o fato a ser mostrado se relaciona com a igreja; e como Cordeiro – figura do animal de sacrifício – quando o fato relata algo ligado à conquista do Senhor através do seu próprio sangue para a nossa salvação. No velho testamento, quando Deus instituiu a festa da páscoa, o cordeiro era o animal que cada família deveria sacrificar ao Senhor (Ex. 12: 1 a 14). Na instituição desse sacrifício, o sangue do cordeiro pascal foi colocado nas ombreiras das portas, e todas as famílias que cumpriram esse mandamento foram poupadas da praga que o Senhor mandou sobre o Egito, para matar os primogênitos – primeiro filho – de cada família.
      Paralelamente, o Senhor Jesus é semelhante ao cordeiro, por ter sido sacrificado para adquirir o direito de nos resgatar da condenação do pecado. Esta é a razão pela qual Ele se apresenta como Cordeiro, quando o fato se relaciona com Seu sacrifício. (Veja Is. 53:4-5-6)
      Suas vestes talhares, indicam a posição de supremo sacerdote. Elas foram instituídas desde os mandamentos da Lei de Moisés, conforme se registra em Êxodo 28: 1 a 15. Os cabelos brancos indicam a condição de ancião, ou seja, a supremacia em experiência e sabedoria. No tempo do velho testamento, os anciãos eram respeitados e assumiam a função de conselheiros das comunidades. Veja a importância do ancião ainda num tempo futuro, em Daniel 7: 9.
      A voz de muitas águas indica a Palavra de Deus levada a muitos povos nações e línguas. Os pés reluzentes podem indicar caminhos iluminados. Essa mesma visão de Jesus, foi dada ao profeta Daniel . (Veja Dn. 10: 4 a 6). O seu rosto, como sol, representa a luz espiritual do evangelho que Ele trouxe ao mundo (Veja Jo.1:4). Esta é a visão de Jesus glorificado. O apóstolo João havia convivido com Jesus, mas mesmo assim, ao vê-Lo glorificado sentiu aquele temor que todos os profetas sentem quando se deparam com grandes visões celestiais. Observe o que ele registra:
      “Quando o vi, caí a seus pés como morto. Ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas. Eu sou o primeiro e o último. Eu sou o que vivo; fui morto, mas estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap. 1: 17-18).
      O Senhor Jesus foi o primeiro a ser criado em estado espiritual (Jo. 8:12 e Ap. 3:14); e também será o último, visto que Sua existência tem caráter eterno. A expressão “fui morto, mas estou vivo para todo o sempre,” confirma a ressurreição para a vida eterna.
      O Senhor declara que tem as chaves da morte e do inferno. Muitos confundem esta expressão, alegando que Ele foi num certo lugar, tomou as chaves da porta, e está com ela na mão. Ter as chaves da morte e do inferno, significa afirmar que Ele tem poder sobre a morte e o inferno. A palavra chaves aqui quer dizer domínio. Veja o que ensina o apóstolo Paulo:
      “Oro também para que sejam iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o assentar-se à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. Ele sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche tudo em todos.” (Ef. 1: 18 a 23).
      Essas explicações esclarecem sobre a autoridade e domínios de Jesus. O apóstolo João registra:
      “Escreve, pois, as coisas que tem visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer. O mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita, e os sete candeeiros de ouro é este: As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap. 1:19-20).
      O Senhor chama de anjos da igreja, aqueles que a dirigem. Sabemos que anjo é um ser humano sem pecados. À primeira vista todos os seres humanos do mundo têm pecados (Rm. 3:23). No entanto, quando fazemos aliança com o Senhor, através de nossa conversão, passam a vigorar dois aspectos significativos em nossa vida. Primeiro: Ao se concretizar nossa aliança espiritual com Jesus, por meio do batismo nas águas, e depois pelo batismo no Espírito Santo, estamos implicitamente prometendo que vamos aplicar o máximo de nossas forças a fim de evitarmos a prática de novos pecados, cumprindo o que Ele ensina na Sua palavra. Por isso, Ele chama de anjos aos Seus servos, por que espera deles o fiel cumprimento dessa aliança. Segundo: Se assim procedermos com fidelidade, os pecados que nos restarem, na hora de nossa morte serão resgatados pelo sacrifício do Senhor na cruz.
      Portanto, quando o Senhor considera como anjo quem O serve, é porque Ele espera a nossa fidelidade no cumprimento da divina aliança. Vamos notar mais adiante que o Senhor só promete benção aos vencedores.
      Em Apocalipse 22:8-9, quando o anjo estava terminando a entrega da profecia, João prostrou-se aos seus pés. O anjo, recusando-se, disse: “Olha, não faça isto! Sou conservo teu e de teus irmãos os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”. Em outras palavras, o anjo estava dizendo para João que era também servo como ele. Essas passagens levam a crer que quando alguém se entrega de fato e de verdade ao Senhor Jesus, ele é – em princípio – considerado como anjo diante de Deus, enquanto permanecer no cumprimento da palavra do Senhor (Veja Jo.8:3l-32.).
      Quanto às sete igrejas da Ásia, prefiguradas nos sete candeeiros, são assim consideradas porque elas representam a luz espiritual entre os povos idólatras e incrédulos.

Advertência às igrejas da Ásia
       Esta é uma das partes mais bela da Palavra de Deus. São sete cartas diferentes, uma para cada líder das sete igrejas, vindas diretamente da parte do Senhor Jesus. Como já comentamos, essa região era a mais idólatra daquela época.
      Observando o conteúdo das cartas podemos admitir que, por mais santificados que possamos estar, sempre cometemos algum tipo de erro contra os mandamentos do Senhor. Podemos também aprender que a consciência do pecado e o arrependimento de tê-lo cometido, é o procedimento chave para que não venhamos a cair da presença de Deus. Eis as cartas:
                                                                           Primeira Carta:
      “Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na mão direita as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que dizem apóstolos e não são, e os achaste mentirosos. Tens perseverança, e por causa do meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém ,contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste ! arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te arrependeres, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus”(Ap. 2:1-2-3-4-5–6 e 7).
      Duas vezes o Senhor observou a perseverança do líder da igreja de Éfeso, ressaltando sua insistência, não só na propagação do evangelho, mas também no suportar o sofrimento advindo por causa do Seu nome. O Senhor agradou da maneira íntegra com que ele combatia os homens maus, e da atitude severa em relação aos falsos cristãos que atuavam na igreja, tentando enganar os cristãos verdadeiros através da idolatria e culto a deuses pagãos.
      Não deixou, porém, de admoestá-lo severamente quanto ao desânimo e esfriamento que nele fora encontrado. A instrução dada foi de voltar atras, ver onde tudo começou, e adotar as práticas do primeiro amor, isto é, as mesmas atitudes que ele tinha quando se converteu.. Esta sábia maneira de proceder, não só permite que nós mesmos percebamos nossas falhas, como também proporciona experiência para evitar outros erros. O esfriamento no dirigente da igreja de Éfeso, talvez tenha ocorrido, devido à intensidade das lutas e perseguições contra a igreja.
      Mas, ainda assim, o Senhor exigiu dele a correção. Se voltarmos ao velho testamento, descobrimos que também Moisés pecou diante de Deus, no episódio das águas de Meribá. Deus havia mandado que ele reunisse o povo e ordenasse a rocha para dar água. Moisés, com o coração magoado, feriu a rocha com a vara ao invés de apenas falar. (Nm. 20: 1 a 12). Foi o suficiente para que Moisés não entrasse na terra prometida antes de sua morte.
      Assim, pode-se concluir que a advertência do Senhor ao dirigente da igreja de Éfeso, foi uma providência para evitar um mal maior no futuro.
                                                                           Segunda Carta:
      A Segunda carta foi dirigida ao anjo da igreja de Esmirna. Eis a íntegra do texto:
      “Ao anjo da igreja de Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, o que foi morto e reviveu: Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são sinagoga de satanás. Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda morte (Ap. 2:8–9–10 e 11).
      Essa igreja deveria ser a mais pobre daquela região.
      Entretanto, seu dirigente era rico de espírito. Possivelmente, a pobreza material contribuía para intensificar a perseguição à igreja de Esmirna, e por isso ela era oprimida pelos falsos judeus, que blasfemavam da Palavra, e foram considerados pelo Senhor como sinagoga de satanás.
      Apesar da riqueza espiritual de seu dirigente, ficou evidenciada a influência da perseguição, quando o Senhor adiantou que satanás iria lançá-los na prisão. Mas o Senhor adverte de que, mesmo diante da provação, eles deveriam manter a fé. A fidelidade aos princípios da palavra de Jesus deveria permanecer, mesmo diante da morte, para que eles tivessem a coroa da vida.
      Todo o cristão deve observar essa advertência. Aqueles que viverem nos últimos dias, vão precisar muito desse tipo de fé para enfrentar as opressões da besta. Nunca devemos esquecer de que as batalhas não são vencidas através das nossas forças, mas da providência do alto. Isso acontecerá sempre que estivermos corretos diante do Senhor Jesus.
                                                                           Terceira Carta:
      “Ao anjo da igreja de Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes. Sei onde habitas, que é onde está o trono de satanás. Contudo, reténs o meu nome , e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha fiel, o qual foi morto entre vós, onde satanás habita. Todavia, tenho algumas coisas contra ti: Tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, levando-os a comer das coisas sacrificadas aos ídolos, e praticar a prostituição. Assim, tens também alguns dos que seguem a doutrina dos nicolaítas. Arrepende-te, pois! Se não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.” (Ap. 2:12-13–14–15–16 e 17).
      A igreja de Pérgamo estava localizada em um lugar onde foi erguido um templo para cultuar o imperador de Roma. Pérgamo também se tornara o centro das religiões pagãs. Com toda a certeza, foi por esse motivo que o Senhor Jesus chamou aquele lugar de habitação de satanás. Ao que tudo indica, Antipas, a quem o Senhor se refere no versículo acima, teria sido morto em virtude de perseguições aos cristãos. O anjo da igreja de Pérgamo era fiel, retendo o nome do Senhor. Contudo, tolerava a existência de cristãos idólatras e prostituídos, e também de nicolaítas dentro da igreja. A advertência foi a mesma, ou seja, o arrependimento, a ser pregado aos cristãos falhos, pois se assim não fosse feito, o Senhor iria cortar-lhes daquela comunidade cristã.
                                                                           Quarta Carta:
      “Ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente: Conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço e a tua fé, e a tua perseverança, e sei que as tuas ultimas obras são mais numerosas do que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetiza. Com o seu ensino ela engana os meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade, mas ela não quer se arrepender. Portanto, lançá-la-ei num leito de dores, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Ferirei de morte a seus filhos. Então todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações, e darei a cada um de vós segundo as vossas obras. Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não tem essa doutrina, e não conhecem, como dizem, as profundezas de satanás, que outra carga não porei sobre vós. O que tendes retenha até que eu venha. Ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro; assim como também recebi autoridade de meu Pai. Também lhe darei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas “(Ap. 2:18-19-20-21-22-23-24-25-26-27-28 e 29).
      O Senhor ressalta a dedicação do anjo da igreja de Tiatira. Ele fala do amor, da fé, da perseverança do líder, e declara que suas obras são mais numerosas do que as primeiras, numa demonstração de que a igreja crescia em virtude da determinação daquele dirigente. Entretanto, Ele o repreende pelo fato de tolerar na igreja, determinada mulher, que se dizendo profetiza, enganava o povo, fazendo-o prostituir.
      Compara essa mulher a Jezabel, ligando o seu comportamento à mulher do rei Acabe, cuja história se registra no velho testamento. Trata-se de pessoa idólatra,adoradora de deuses estranhos, e que não excitava em mandar matar quem quer que fosse, se assim o diabo a intuísse para atingir seus macabros objetivos. Sua história se registra, principalmente, nos capítulos 19 e 21 do primeiro livro de Reis. Essa comparação que o Senhor faz da profetiza de Tiatira com Jezabel, nos leva à conclusão de que se tratava da própria esposa do dirigente daquela igreja, que, apesar de gozar de certa posição dentro da comunidade, não tinha uma verdadeira conversão.
      Na verdade, quando o diabo não consegue vencer alguém, devido à firmeza de fé, ele tenta manobrar a mente do membro da família mais próximo, e entra na primeira brecha que encontrar no coração do nosso familiar. É por isso, que Deus inclui no plano de salvação, a família de todo aquele que se converte.
     A repreensão do Senhor foi severa, mostrando que a tal profetiza não queria se arrepender, e que se assim ela não fizesse, o Senhor feriria de morte a seus filhos. Um importante detalhe está na promessa do Senhor, ao anjo da igreja: aquele que vencer, receberá autoridade sobre as nações, para regê-as com vara de ferro. Essa promessa se refere à posição que os cristãos assumirão quando Deus estabelecer na terra a Nova Jerusalém (Veja Ap. 21: 14 a 26).
                                                                           Quinta Carta:
      “Ao anjo da igreja de Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus. E as sete estrelas. Conheço as suas obras; tens nome de que vives, mas estás morto. Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer, pois não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus. Lembra-te, pois, do que recebeste e ouviste, e guarda-o , e arrepende-te. Mas se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes, e comigo andarão vestidas de branco, pois são dignas. O que vencer, será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap.3:1-2-3-4-5 e 6).
      Para Jesus, a vida do ser humano tem um sentido mais amplo. Ela inclui a parte física, e a espiritual. Essa última poderá ser eterna; ou poderá também ser limitada, se não formos aprovados no julgamento de Deus. Será levado em conta o que todas as pessoas fizeram quando passou pela vida terrena.
      Quando o Senhor diz que o anjo da igreja de Sardes tem nome de que vive, mas está morto, significa que, apesar de estar fazendo a obra de Deus, ele não tinha a certeza de sua própria salvação. Poderia até acreditar na salvação, mas no fundo do seu coração havia dúvidas ou medo, que viria, a qualquer tempo, interromper sua caminhada espiritual.
     Existem milhões de cristãos sofrendo desse mal. Querem se entregar ao Senhor, mas não tem coragem para faze-lo. Essas pessoas não são confirmadas pelo Espírito Santo. Estão chamadas, mas a coragem de ser cristã ainda é pouca, e por isso, as coisas do mundo passam a ser mais importante na sua vida.
                                                                           Sexta Carta:
      “Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi. O que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre: Conheço as tuas obras. Diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar. Sei que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. Farei aos da sinagoga de satanás , aos que se dizem judeus e não o são, mas mentem, farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu ti amo. Visto que guardaste a palavra da minha perseverança, também eu ti guardarei da hora da tribulação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna do templo de meu Deus, de onde jamais sairá. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap. 3:7-8-9-10-11-12-e 13).
      Esta é a mais bonita das sete cartas. A chave de Davi representa o domínio de um reino eterno prometido a Davi, conforme consta em II Samuel 7:16. Jesus vem da linhagem de Davi, é o cumprimento dessa promessa, e o Seu reino é eterno. Veja no versículo adiante transcrito: “Foi-lhe dado o domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído” (Dn. 7:l4).
      Observe que o Senhor Jesus aprovou as obras do líder da igreja de Filadélfia. O registro indica que esse homem não era rico (materialmente), e também não deveria desfrutar de grande prestígio na sociedade, pois o Senhor declara que ele tinha pouca força. Entretanto, sua perseverança e fidelidade foram bem vistas, e Jesus pôs diante dele uma porta aberta que ninguém poderia fechar. Veja que o Senhor honrou a sua fé, e deu a vitória. Tem-se aí o cumprimento da promessa que diz: “.todo aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus (Mt. 10:32).
      Esse exemplo do anjo da igreja de Filadélfia deve ser seguido por todos nós. Ter como princípio não negar a Jesus em qualquer situação, será uma atitude de grande importância nos dias da grande tribulação. Assim, é muito necessário que venhamos a guardar a palavra do Senhor, como fez o líder da igreja de Filadélfia. Sua fé foi honrada, e os inimigos se curvaram aos seus pés.
                                                                           Sétima Carta:
      Passamos a sétima e última carta, ou seja, a da igreja de Laodicéia. Eis a transcrição do versículo: “Ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosse frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego e nu. Aconselho-te que me compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas , para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo . Portanto, sê zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, dar-lhe-ei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”(Ap. 3:14-15-16-17-18-19-20-21-22).
      Que diferença! Observe esses dois últimos líderes.Perante os homens, aqui na terra, os dois estavam em níveis iguais. Esse último – de Laodicéia – talvez fosse até mais honrado perante os homens, pois ele mesmo se achava rico. No entanto, tinha perante a Deus, uma lamentável diferença. Enquanto o de Filadélfia era bem visto aos olhos do Senhor, o de Laodicéia nada tinha que pudesse ser justificado diante de Deus.
      O caráter daqueles dirigentes representa o perfil dos líderes nas igrejas de hoje. O Senhor nos ensinou a maneira de distinguí-los, quando advertiu: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vem até vós disfarçados de ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Do mesmo modo, toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má produz frutos maus. Toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelo seu fruto os conhecereis” (Mt. 7: 15-16-17-19-20).
      Mesmo declarando a fraqueza espiritual do dirigente de Laodicéia, Jesus continuou oferecendo-lhe oportunidade de melhorar seus frutos, mediante arrependimento. O Senhor nos considera como a seara de Deus, e sabe que neste mundo existe o joio no meio do trigo. Por isso, compete a cada um de nós observar se estamos agindo como trigo ou como joio.


A visão do trono de Deus
       Continuando seu relato, o apóstolo João nos declara:
       “Depois destas coisas, olhei, e vi que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvi, como de som de trombeta falando comigo, disse: Sobe para aqui, e te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer. Imediatamente fui arrebatado em espírito, e um trono estava posto no céu, e alguém assentado sobre o trono.” (Ap. 4:1-2).
       Na primeira visão – a das sete cartas - João diz que seu espírito foi arrebatado, mas não diz que ele subiu aos céus. Isto significa que até aí a visão espiritual era de coisas que estavam acontecendo aqui na terra. Mas agora o seu espírito subiu ao trono de Deus. Ele vê alguém sentado no trono, mas não vê formas. Apenas cores, como relata nos versículos a seguir:
       “E o que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e de sardônio, e ao redor do trono havia um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda. Ao redor do trono também havia vinte e quatro tronos, e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro”(Ap. 4:3-4).
       João vê o Espírito de Deus na aparência de pedras preciosas, e em forma de luzes coloridas. Pedras preciosas sempre apareceram no trono de Deus. A Bíblia diz que no Éden havia ouro, bdélio, e onix (Gn. 2: 11-12). Isso mostra que antes de pecar contra o criador, o homem andava no meio das pedras preciosas. Veja no texto a seguir:
       “Estavas no Éden, jardim de Deus; cobria-te de toda pedra preciosa: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o onix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda. Os teus engastes e ornamentos eram feitos de ouro; no dia em que foste criado foram eles preparados“ (Ez. 28: l3).
       Não era o diabo que andava sobre essa riqueza, mas o homem, o elemento mais importante que Deus criou depois de Seu Filho Jesus. O plano de Deus mostra que o homem obediente voltará a viver no brilho das pedras. (Veja Ap. 21: 11). Podemos afirmar que o diabo fica cheio de felicidade quando alguém acredita que ele andava no brilho das pedras. O trono de Deus era, é, e sempre será cheio de pedras preciosas, pois Deus é o dono de toda a riqueza; e nós quando nos colocamos como filhos de Deus, adquirimos o direito de participar dessa herança.
       O arco-íris que o apóstolo viu, é a aliança de Deus com todos os seres viventes (Gn.9: 12-13). Os vinte e quatro tronos, ocupados por vinte e quatro anciãos, sugerem os doze patriarcas das tribos de Israel, e os doze apóstolos do Senhor Jesus, representando uma unidade dos salvos. Eles formam a santa assembléia, descrita no Salmo 89:7.
       Levantam louvores glorificando a Deus e ao Cordeiro, em cada vitória que se concretiza ao longo da história. Os anciãos sempre formaram conselhos para tratar das coisas de Deus. Podemos ver isto em Êxodo 24: 9-10-11. O versículo seguinte diz:
       “Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões! Diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus. Também havia diante do trono como que um mar de , vidro semelhante ao cristal, e ao redor do trono , um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos adiante e atrás. O primeiro era semelhante ao leão, o segundo semelhante a um touro, o terceiro tinha o rosto como de homem, e o quatro era semelhante a uma águia. Os quatro seres viventes tinham cada um, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos. Não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo poderoso, aquele que era, e que é, e que a de vir (Ap. 4:5-6-7-8).”
       Trovões e relâmpagos são a linguagem da natureza, e têm sido mostrados na Bíblia como expressão do poder de Deus. Com esse sinal, Deus desceu ao monte Sinai para dar a Moisés os dez mandamentos (Ex.l9: 16), e o povo de Israel ficou atemorizado. Pediram para que Deus não manifestasse mais daquela forma, pois eles temiam ser destruídos. A partir desse pedido, Deus prometeu enviar o Seu Filho para transmitir a Sua vontade (veja Dt. 18: 15 a 19).
       As sete lâmpadas, que são os sete espíritos de Deus, foram representadas naquele tempo pelo candelabro que Deus mandou Moisés fazer e colocar no primeiro tabernáculo erguido no meio do povo de Israel (Ex. 37: 17 a 24).
O mar de vidro, simboliza as águas perante o trono de Deus. As águas se constituem no elemento predominante no universo, como se constata em Gênesis 1:2.
       Os quatros seres viventes representam a aliança que o Senhor firmou com Noé, prometendo que o mundo nunca mais acabaria em águas (Gn. 9: 13 a 15).
       Nos capítulos seguintes, quando o Cordeiro começa a abrir o livro, os quatros seres viventes vão mostrar as potestades espirituais do bem e do mal, isto é, os quatro cavaleiros, vulgarmente conhecidos como os cavaleiros do Apocalipse. Eles são enviados para assolarem a terra. Isso faz parte do plano de Deus. Temos de passar por assolações para chegarmos ao tempo do milênio bíblico (Veja em Dn. 9: 26, no final do versículo).
       Os efeitos dessas potestades espirituais, estão descritos em cada selo que o Cordeiro abre. Os selos, abertos ordenadamente de um a sete, revelam detalhes do plano de Deus para salvar a humanidade. Quando João recebeu a revelação do Apocalipse, essa parte do plano já estava em andamento. Ela começou com a primeira vinda de Jesus, e terminará com a descida da nova Jerusalém, consolidando a salvação dos que forem chamados e escolhidos. Quando nos referimos a potestades, estamos falando de poder, tanto do bem como do mal. No caso presente existem os dois.
       Como participantes do trono de Deus, os quatros seres viventes glorificam ao Senhor, numa demonstração de que fomos criados para glorificar a Deus. Veja a seguir:
       “Quando os seres viventes davam glória, honra e ações de graça ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive para todo o sempre, e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso, e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, pois tu criaste todas as coisas, e pela tua vontade existem e foram criadas” (Ap. 4:9-10 e 11).
A visão do livro de Deus
       No trono de Deus, onde o criador recebe honras e glórias, está o livro no qual consta tudo o que tem acontecido, está acontecendo, e o que vai acontecer aqui na terra. Eis a descrição do apóstolo:
       “Vi na mão direita do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. “ (Ap. 5:1).
       O selo representa garantia de segurança. Não uma segurança daquela que somos obrigados a respeitar por não dispormos de forças suficiente para rompê-la, mas uma segurança calcada nos princípios morais de respeitar a autoridade de quem selou. Quando mandamos um objeto postado através dos correios, por exemplo, a primeira coisa que se faz é selar. Tendo esse selo, o objeto vai passar por várias pessoas que irão conduzi-lo até chegar ao destino, mas, respeitando a lei, elas não irão abrir para ver o seu conteúdo.
       Assim estava o livro que João viu no trono de Deus. Lacrado, para que ninguém soubesse do seu conteúdo sem ordem daquele que o escreveu, que no caso, foi o próprio Deus. Se ele estava selado, é porque continha algo importante, pois caso contrário não precisaria de selos. Note que essa importância foi atribuída por Deus. A única razão lógica para a existência dessa divisão em sete selos, é a característica e o tempo em que deverão se cumprir para acontecer o que está escrito em cada uma dessas sete seções. Portanto, os sete selos fechando o livro indicam que ele contém diversas características em seus registros, e que os acontecimentos ocorrerão em épocas diferentes. Continua o apóstolo, dizendo:
       “Vi também um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e de lhe romper os selos? E ninguém no céu, nem na terra , nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro nem de o ler, nem de olhar para ele.” (Ap.5:2-3 e 4).
       No decorrer da caminhada da humanidade, Deus revelou muitas coisas através dos profetas levantados por Ele, inclusive de Seu Filho Jesus, como homem aqui na terra. Porque então o Criador não usou da mesma forma para revelar os planos contidos nesse livro?
       Vamos parar e pensar.Todos aqueles que já trabalharam em lugares importantes, sabem que existem certos planos e projetos que não são revelados ao conhecimento do público. São de caráter contencioso e reservado, devido à sua importância. Por isso, só serão levados ao público em caráter especial, e por alguém especial. Foi essa consideração que Deus deu aos planos descritos no livro do Apocalipse.
       Quando o apóstolo diz que ninguém no mundo foi achado digno, de abrir o livro e nem de olhar para ele, isso significa que não se achou no mundo nenhum ser humano que desfrutasse de um determinado grau de prestígio e confiança diante de Deus para que pudesse ser confiada essa divina tarefa.
       Isso fez João chorar, porque ficou claro que todos os homens que passaram pelo mundo até aquele momento tinham cometido algum tipo de erro diante do Criador. Mas Deus mostrou Sua misericórdia, e o consolo do apóstolo vem a seguir. Logo no primeiro selo são vistas as características da vinda do Seu Filho, que não pecou, e conquistou o direito de nosso retorno à Sua presença. Veja abaixo:
       “Todavia um dos anciãos me disse: Não chores! Olha, o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então vi, no meio do trono e dos quatros seres viventes, e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra.” (Ap. 5:5-6).
       O Senhor Jesus é chamado de Leão da tribo de Judá, quando referimos à Sua genealogia em relação às doze tribos de Israel. Quando referimos ao sacrifício que Ele fez, para que pudéssemos ser salvos, O vemos então como o Cordeiro de Deus. Assim, quando o apóstolo tem a visão de um Cordeiro, isso se refere aos méritos de Cristo crucificado.
       O versículo seguinte relata:
       “Ele veio e tomou o livro da mão direita do que estava assentado no trono. Logo que tomou o livro, os quatros seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles uma arpa e taças de ouro cheias de incenso, que são a oração dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua e povo e nação. Para nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes, e eles reinarão sobre a terra. (Ap. 5:7-8-9-10).
       O relato desse acontecimento mostra que o Senhor Jesus, naquele momento, foi consagrado como o único homem que viveu na terra sem pecar, e por isso, proclamado, como aquele que pode nos dar o direito de retornarmos à presença de Deus. Esta é a razão pela qual Ele nos declarou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Ninguém vem ao pai senão por mim.” (Jo. 14: 6).
       A partir desse momento, ficou registrada nos céus a promessa de que os vencedores em Cristo serão reis e sacerdotes e reinarão sobre a terra. Isto quer dizer que, virá um tempo em que os cristãos ainda vivos na terra assumirão essas posições, pelo fato de terem vencido como cristãos. É lamentável que milhões de pessoas ainda não conhecem essas promessas, ou se conhecem não acreditaram nelas, e continuam pecando por não darem crédito às palavras do Senhor.
       Mais adiante diz o apóstolo:
       “Então olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; o número deles era milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando com grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria e força, e honra, e glória e louvor. Então ouvi a toda a criatura que está no céu e na terra, e debaixo da terra e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder para todo o sempre. E os quatros seres viventes diziam: Amém. E os anciãos prostraram-se e adoraram” (Ap. 5:11-12-13 e 14).
       O Senhor recebeu essa glorificação porque como homem na terra, venceu todas as artimanhas de satanás, não para seu próprio interesse, mas para o interesse de todos os seres humanos que vivem no caminho do pecado.
Portanto nada pode ser mais injusto no homem do que a rejeição aos ensinamentos de Jesus
Entretanto, milhões desses humanos não lograrão sucesso na salvação, simplesmente por não haverem dado crédito ao sacrifício do Senhor.

A abertura do livro selado
       O apóstolo declara que, ao abrir o livro, o Cordeiro desatou um selo de cada vez. Isso indica que os acontecimentos registrados têm características diferenciadas, e ocorrerão também em tempos diferentes. A ordem cronológica de abertura dos selos, é um sinal de que os eventos ocorrerão em tempos previamente determinados. Portanto, cada selo corresponde a uma ação do poder de Deus.
       Os quatro primeiros selos divergem totalmente dos três últimos. Os eventos que eles representam estão se cumprindo desde o início do cristianismo, e irão até a grande tribulação. Pelo espírito que se levanta, ao abrir cada selo, podemos formar uma idéia genérica dos eventos que a eles correspondem, em relação aos acontecimentos que já houve, que está havendo, e que há de haver aqui na terra.
       Os eventos provocados pelos quatro primeiros selos divergem dos três últimos. Os primeiros vêm indicados por representações espirituais de quatro seres viventes que são vistos no trono de Deus, e atingem apenas o comportamento dos seres humanos. Os três últimos registram catástrofes que danificarão a terra.
       Observando o perfil de comportamento dos povos no mundo, vê-se que os efeitos dos quatro primeiros selos estão em plena atividade nos ares do planeta.
       O quinto selo, o próximo a se concretizar, acontecerá somente no mundo espiritual. Ele se restringe a descrever o clamor de justiça que será levado a efeito diante de Deus, pelas almas dos que morreram por causa da fé (Veja Ap. 6: 9 a 11).
       O sexto selo é a resposta a esse clamor, e provocará catástrofes, mudanças políticas, e guerras na terra. O Senhor Jesus dá o nome de grande tribulação ao tempo que aí se inicia. Será um período de curta duração, e grandes sofrimentos.


Os quatro primeiros selos
                                                                            O PRIMEIRO
       “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo como se fosse voz de trovão: Vem. Vi, então e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer”(Ap. 6:1-2)
       Esse selo diz respeito à primeira vinda de Jesus. A coroa indica o Seu reinado, que começou depois de consumado o sacrifício do calvário (Jo. 19: 30) e será totalmente integralizado após o julgamento que Ele levará a efeito no fim da guerra do Armagedon. Esse reinado será diferente de todos os outros. Ele não terá fim. (Lc. 1: 32-33).
       O arco representa a aliança que o Senhor oferece a todos os seres humanos, visando à vida eterna, para aqueles que aceitarem, e permanecerem nos Seus mandamentos. A conversão ao cristianismo é uma aliança, onde, de um lado, o Senhor Jesus promete a vida eterna, e de outro lado o convertido promete a viver de acordo com o evangelho. Além da salvação, Ele promete vida com abundância, condicionada à medida da nossa fé. Entretanto, a parte mais importante da aliança, vista pelos olhos do Senhor, é a salvação (Mt. 6: 33).
       A expressão “ele saiu vencendo e para vencer”, está mostrando que a vitória de Jesus foi predeterminada. Ao enviá-lo a terra, o Supremo Criador decidiu que Ele jamais perderá a batalha. Por isso, Ele foi, é, e será sempre o vencedor. Essa determinação conferiu ao Senhor o direito de afirmar: Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário terá a luz da vida (Jo. 8: 12).
       A vitória predeterminada, diz respeito a uma promessa de Deus, feita no princípio da criação, quando Ele afirmou que o descendente da mulher haveria de ferir na cabeça o descendente da serpente (Gn. 3: 14-15).

                                                                            O SEGUNDO
       “E havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal dizendo: Vem e vê. E vi sair outro cavalo vermelho. Ao seu cavalheiro foi dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros. Também foi-lhe dada uma grande espada” (Ap. 6:3-4).
       Enquanto o primeiro selo mostra as características principais do reinado de Jesus, o segundo mostra um lado dos efeitos decorrentes da integralização desse reinado, ou seja, a guerra gerada pela reação do diabo ao perder as almas para o reino de Jesus. O Senhor nos fez cientes disso, quando declarou: “Não cuideis que vim trazer paz a terra; não vim trazer paz, mas espada”. Porque eu vim por em dissensão o homem contra o seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra a sogra; e assim, os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” (Mt.10: 34-35-36).
       A propagação do evangelho ocasiona reações que confirmam a profecia, onde Daniel declara que depois do Senhor Jesus haveria guerra até o fim. Isso tem acontecido no mundo inteiro. Quando a palavra de Deus é pregada, e os corações são atingidos no seu sentido mais profundo, o comportamento das pessoas muda, porque o Espírito Santo as convence da verdade. Por isso, satanás reage usando a mente das pessoas que não aceitam a palavra de Deus, ou simplesmente não a conhecem, para se levantarem contra os que pregam a verdade. A partir daí a guerra está formada.
       O diabo sabe que antes da primeira vinda de Jesus, o domínio do reino espiritual da terra era exclusivamente seu, e que ele passou a perder esse domínio para o Espírito Santo depois da vinda do Senhor. Assim, reage para impedir que as pessoas creiam na palavra de Deus.
       É a reação de satanás contra o poder de Deus, que gera a guerra citada na abertura do segundo selo. Tirar a paz da terra, representa a luta que passou a existir entre o reino de Deus e o reino das trevas. Essa batalha prosseguirá, cada vez mais intensa, até a prisão de satanás, no final da grande tribulação (Ap.20:1-2).

                                                                            O TERCEIRO
       “Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: Vem! Olhei, e vi um cavalo preto. O seu cavaleiro tinha uma balança na mão. E ouvi como que voz no meio dos quatro seres viventes, que dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário, e não danifiques o azeite e o vinho” (Ap. 6:5-6).
       A balança simboliza julgamento. Na mão do cavaleiro, ela indica que a justiça divina está auferindo nossas obras. O mundo tem desobedecido a Deus constantemente, e nossas obras têm sido más perante o Criador. Por isso, a era do cristianismo oferece a salvação, mas também traz as dores da guerra, da fome e da peste. Veja as palavras do Senhor: “Estas coisas vos têm dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).
       Essa cobrança de Deus com relação às nossas obras, iniciou com a vinda de Jesus. João Batista, a profetizou antes de Jesus. Veja o registro: “Dizia João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? O machado está posto à raiz das árvores, e toda a árvore que não der bom fruto, é cortada e lançada no fogo”(Lc. 3: 7 e 9).
       João Batista estava declarando que Deus ia entrar em juízo com o povo, e que os frutos de suas ações seriam julgadas. Em Lucas 3:16 e 17, João Batista deixa claro que a vinda de Jesus, próxima a se concretizar, estabeleceria um conceito diferente da justiça de Deus, até então desconhecida na terra.
       Assim, a balança vista na abertura do terceiro selo, é uma indicação mais do que segura de que a partir dos ensinos de Jesus, Deus passou a considerar nossos atos com maior rigor de justiça, mesmo porque através de Jesus nós passamos a ter um conhecimento muito maior da vontade divina. Jesus confirmou isso quando declarou: “Pois eu vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt. 5:20).
       Observemos que a expressão seguinte vem dizendo: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.
       A primeira parte desta última expressão, faz uma referência direta ao desequilíbrio social que tem predominado no mundo inteiro, e tende a se agravar cada vez mais. Em quase todos os países do mundo, umas poucas pessoas acumulam grandes fortunas, enquanto a maioria padece na extrema pobreza.
       Esse quadro de fome, em contraste com as riquezas, - lembrado, aliás, por Jesus na parábola que fala sobre o rico e o mendigo - levará o mundo a ser assolado por guerras, levantes e contendas, até o início dos dias da grande tribulação.
       Nessa época, satanás instalará o regime da besta, com o pretexto de fazer justiça social entre os homens. Através desse pretexto, ele tentará dominar o mundo inteiro (Veja Dn. 9: 26; e Mt. 24: 6 a 12).
       Entretanto, uma ordem importantíssima finaliza as determinações contidas no terceiro selo. É a parte que diz: “...e não danifiques o azeite e o vinho”. No tempo do velho testamento, Deus mandava ungir com azeite aos Seus escolhidos, e a partir dessa unção o poder do Espírito Santo os guiava (Veja I. Sm. 16: 3). Temos então que o azeite é a representação do Espírito de Deus na vida daqueles que foram selados (Ef. 1: 13) O vinho representa o sangue do Senhor Jesus, firmado na nova aliança de salvação, quando O aceitamos como nosso único e exclusivo salvador (Mt. 26: 27 a 29).
       Portanto, o símbolo da justiça mostrado na balança, representa o começo do acerto de Deus com o mundo, seguido pelo desequilíbrio da justiça social, o que, traduzido em termos de acontecimentos atuais, atormenta o mundo inteiro. Mas, a potestade que tem esse poder, não pode, porém, danificar aquele que fez aliança com o Senhor Jesus (conversão), e que foi selado com o batismo no Espírito Santo.
       Essa é a razão pela qual as igrejas de hoje estão cada vez mais cheias de testemunhos de pessoas, que estavam com a vida destruída, e foram reedificadas após aceitarem ao Senhor Jesus, e passarem a viver pela fé. Na verdade, a potestade – ou força espiritual – que está posta sobre o ar da terra com o objetivo de desequilibrar a sociedade, não tem poder para intervir na obra realizada pelo Espírito Santo.
       Assim, a balança do terceiro selo, representa o julgamento daqueles que não derem ouvidos à Palavra de Deus, recusando a viver através dos princípios do evangelho. Também se inclui os que aceitam o Senhor, e não perseveram no Seu caminho. Está escrito que o cristão fiel e perseverante passa da morte para a vida e não entrará em julgamento (Jo. 5: 24).
                                                                             O QUARTO
       “Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente, que dizia: Vem. Olhei e vi um cavalo amarelo. O seu cavaleiro chama-se morte, e o inferno o seguia. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra para matar com a espada, com a fome com a peste, e com as feras da terra”(Ap. 6:7-8).
       O animal que se levanta para mostrar o cavalo amarelo, na abertura desse selo, é uma águia (Ap. 4:7). Ela chama o espírito da morte. O espírito da morte, que ronda a terra, tem a mesma voracidade da águia, cujas características se encontram descritas em Jó 39: 28 a 30.
       Ele é altamente veloz e determinado na procura de sua presa, que no caso são vidas humanas. O inferno o acompanha. Isto quer dizer que a cada vez que morre uma pessoa o diabo está perto. Ele é o parceiro da morte (Veja em Gn.2:16-17 e 3:4). Mas, se somos lavados no sangue de Jesus, ele não pode se apossar de nossa alma. Veja o registro sagrado: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda Aquele que nasceu de Deus, e o maligno não lhe toca”( I Jo. 5:18).
       A essa potestade foi dado o poder para matar a quarta parte da terra, usando a espada, a fome, a peste, e as feras do campo. É inegável a atuação desse espírito em toda a terra. Ele trabalha continuamente, provocando guerra entre as nações. Por isso, em todos os tempos, sempre existe algum país em guerra.
       A fome, sua segunda ferramenta de ação, atua cada vez mais no mundo, e tem duas fortes aliadas: a guerra, e a injustiça social. Como sabemos, é o noticiário mais comum nos veículos de comunicação dos dias atuais.
       A terceira ferramenta do espírito da morte, é a peste. São as doenças que surgem em todos os pontos do planeta, dizimando milhões de vidas. As epidemias de vírus mortal ceifam milhares de pessoas, às vezes durando vários anos sem que haja meios de cura.
       A ferramenta mais curiosa entre as quatro, é a que se refere às feras do campo. Se voltarmos ao passado, vemos que o homem foi criado para dominar a terra. Assim, de maneira covarde, ele tem usado esse poder que o Criador lhe outorgou para extinguir os animais ferozes. Porém, na medida em que acaba com as feras, seu comportamento vai mudando, se tornando cada vez bárbaro, e ele próprio vai assumindo a personalidade dos animais que matou. Dessa forma, as feras do campo hoje são os seres humanos.
       Essa é a razão do alto índice de crescimento da escalada de homicídios, existindo hoje um grande número de pessoas para quem a prática de matar se tornou uma banalidade. Da mesma forma que um leão devora um homem, por exemplo, essas pessoas matam os seus semelhantes, sem nenhum sentimento humano. Seu instinto se tornou, mais perverso do que o do animal do campo. Existe ainda um outro detalhe importante sobre o espírito da morte. É o poder que lhe foi dado, de matar até um quarto da população da terra. Quando ele atingir essa marca, deverá estar havendo grandes mudanças, e já aproximando o tempo da abertura do quinto selo.
       Todos os sinais relatados na abertura dos quatro primeiros selos conferem perfeitamente com os acontecimentos do mundo atual. Não podemos dizer o mesmo quando analisamos as ocorrências relatadas na visão dos três últimos selos. Eles têm características mais profundas, mais devastadoras, e de ação mais rápida. Por esse motivo, podemos afirmar com bastante lógica, que na cronologia dos tempos, prevista no Apocalipse ainda não atingimos a fase referente aos eventos narrados a partir do quinto selo.
       Muitos detalhes contidos nas profecias bíblicas, indicam que os eventos previstos no quinto, sexto e sétimo selos, não demorarão acontecer. Um deles está no segundo livro do apóstolo Pedro, reafirmando o que já se encontrava nos Salmos, dizendo: “Há, todavia, uma coisa amados, que não deveis esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (Salm.90:4, e II Pe. 3: 8).
       A história do povo judeu, vista através da Bíblia, mostra que de Adão até a chamada de Abraão decorreram pouco mais de dois mil anos; de Abraão até a primeira vinda do Senhor Jesus, decorreram também, aproximadamente, dois mil anos; e de Jesus até os dias atuais, estamos novamente passando de dois mil.
       Assim, poderemos estar no final do sexto dia, se considerarmos mil anos para cada dia. Falta, portanto, mil anos para completar a semana que Deus gastou na criação do mundo. Esses mil anos correspondem ao último dia da criação, que foi o sábado, consagrado como o dia do descanso. Ele corresponde ao tempo em que satanás ficará preso (Ap. 20: 2). A Bíblia prevê que nesse período haverá verdadeira paz, e restauração das coisas que Deus criou.
       Ao considerarmos a profecia de Pedro, notamos que estamos na sexta-feira à tarde, ou seja, muito perto de grandes mudanças nos destinos do mundo. Por isso, se quisermos entrar no descanso de Deus – a era do milênio bíblico – não devemos descuidar das palavras do Senhor Jesus. Veja a advertência: “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se sobrecarreguem de glutonaria, de embriagues, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc. 21: 34).
       Ao que tudo indica, estamos findando o princípio das dores, e próximo ao início da grande tribulação. Não podemos prever datas de acontecimento das coisas futuras. Entretanto, falando do começo da grande tribulação, o Senhor: Jesus nos advertiu com as seguintes palavras:
       “Olhai para a figueira, e para todas as árvores. Quando vedes que as suas folhas começam a brotar, sabeis por vós mesmos que o verão está próximo. Assim também, quando virdes estas coisas acontecer, sabei que o reino de Deus está perto” (Lc. 21: 29-30).
       Tudo o que Ele falou está acontecendo, diante de todos os que tem olhos para ver. Por isso, afirmamos que estamos perto de grandes mudanças. Veja no título seguinte um resumo das predições do Senhor Jesus.


Predições do Senhor Jesus
      Nas profecias que o Senhor entregou antes de Sua ascensão, o tempo do cristianismo foi relatado basicamente em duas partes:

1 – O princípio das dores: (Mt. 24: 4 a 14)
      Começou logo após a ascensão do Senhor (At. 1: 9 a 11). Abrange quase todo o tempo do cristianismo e terminará quando eclodir a Grande Tribulação (Veja Lc. 13: 25 + Ap. 8: 1). Nessa fase, Jesus está oferecendo a todos os povos a aliança de salvação. É uma fase longa, e representa quase uma Era em relação ao tempo estabelecido para expiar a iniqüidade dos povos. Ela é apenas um princípio em relação aos sofrimentos que acontecerão no tempo da grande tribulação. No princípio das dores os quatro maus juízos de Deus definidos em Ezequiel 14:21, como sendo guerra, peste, fome, e homicídios, se propagam até um ponto quase insuportável, quando inicia a grande tribulação.
2 – A grande tribulação: (Mt. 24: 15 a 28)
      Começará com a eclosão de um terremoto de grandes proporções, que atingirá a terra de maneira nunca vista. Nesse tempo, Deus estará atendendo ao clamor das almas daqueles que morreram pela causa do evangelho (Ap. 6: 9 a 11).
      A partir daí, voltaremos aos eventos semelhantes ao antigo testamento. Esse tempo terá a duração de sete anos, e corresponde à septuagésima (70a.) semana prevista na profecia de Daniel, que ainda não terminou de se cumprir.
      Ele precederá à entrada de uma nova ordem social justa e pacífica, com a duração de mil anos (Veja Dn. 9: 24 a 27; Ex. 23: 10 a 12; Is. 65: 16-17 e Is. 20: 25).


Os últimos dias
     

     Os últimos dias da Era cristã, também chamados de “Grande Tribulação”, compreendem um período de sete anos. O Senhor os chamou de Grande Tribulação, porque esse tempo, apesar de representar uma pequena parte dentro do cristianismo, é o período em que antecede a segunda vinda de Jesus, e o mais doloroso tempo pelo qual passará a humanidade.
     Jesus profetizou os acontecimentos desse tempo em Mateus 24:15, mas é no livro de Apocalipse que temos maiores detalhes de tudo o que vai acontecer. Na verdade, o Senhor não vai voltar aqui enquanto não acontecer tudo o que está profetizado.
     Nesse tempo, o acerto de contas que Deus está promovendo estará chegando ao fim, e uma nova sociedade mais justa será estabelecida.
     Os acontecimentos dos últimos dias serão semelhantes aos que ocorriam na época do velho testamento. Eles completam o que falta para findar aquela época.
Na profecia de Daniel (Dn. 9: 22 a 27), Deus promete estabelecer uma nova sociedade, onde haverá a justiça eterna, a extinção dos pecados, surgindo um mundo justo e pacífico, num prazo de 70 semanas de sete anos cada uma. Do total desse tempo previsto, só transcorreram até agora 69 semanas. A contagem foi interrompida com a primeira vinda do Senhor Jesus.
     Os sete anos de grande tribulação representam a peça que falta para fechar a profecia. O próprio nome sugere uma idéia do que vai acontecer. Os detalhes da grande tribulação são revelados a partir do quinto selo do Apocalipse, começando no capítulo 6:9 e terminando em 20: 6. Veja a seguir.


                                                                           O QUINTO SELO


     “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo:Até quando, ó verdadeiro e santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas, e foi-lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número de seus conservo e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram”.(Ap. 6:9-10-11).
     Esse selo mostra um clamor que será levado a efeito pelas as almas daqueles que, em todos os tempos, morreram por causa da palavra de Deus. E devem ser muitas almas, já que tanto no tempo do velho, como do novo testamento, muitos foram mortos por testemunharem de suas verdadeiras convicções a respeito da palavra de Deus. Vemos também no último versículo acima (no 11), que antes de começar a grande tribulação, ainda haverá mortes por causa do testemunho do Senhor.
     Observemos ainda que Deus tem um número certo da quantidade de pessoas que deverão morrer por causa da Sua Palavra. Quando completar esse número, o Senhor deverá estar atendendo ao clamor daquelas almas. Esse atendimento é descrito no evento do selo seguinte, conforme mostra o próximo versículo, e marca o começo da grande tribulação.


                                                                           O SEXTO SELO


     “Olhei enquanto ele abria o sexto selo. Houve um ande terremoto. O sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. As estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes. O céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola, e todos os montes e ilhas foram movidos de seus lugares. Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os poderosos e todo o escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir? (Ap.6:12-13-14-15-16-17).
     Esses versículos registram um terremoto de proporções nunca vistas, abrangendo todo o planeta, com interferências no sol, na lua e nas estrelas. As estrelas cairão, no sentido literal da palavra. Ele tem caráter generalizado, e não é apenas problema regional como acontece atualmente em uma ou outra parte da terra. Veja a seguir as profecias que falam:
     “Terror, cova e laço vem sobre ti, ó morador da terra. E será que aquele que fugir da voz do terror cairá na cova, e se sair da cova o laço o prenderá; porque as represas do alto se abrem, e tremem os fundamentos da terra. A terra está de todo quebrantada, ela totalmente se rompe, a terra violentamente se move. A terra cambaleia como um bêbado, e balanceia como rede de dormir; a sua transgressão pesa sobre ela, ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia o Senhor castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra. Serão ajuntados como presos numa masmorra, e encerrados num cárcere, e serão castigados depois de muitos dias. A lua se envergonhará e o sol se confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte de Sião...” (Is. 24: 17 a 23).
     “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc. 21: 24-26).
     “... Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estreptoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (II Pe. 3: 10).

     Esse evento foi profetizado quatro vezes, inclusive pelo Senhor Jesus, e por isso é mais do que óbvio que ele vai acontecer. Ele marcará o início do tempo da grande tribulação.
     Os eventos revelados no livro do Apocalipse são relatados de forma completa, ou seja, na dimensão do mundo espiritual, no momento em que sai a decisão de Deus; e na dimensão do mundo físico, quando se cumpre aqui o que Deus determinou. Eles abrangem a história da humanidade desde o início do cristianismo, até o tempo em que Deus retornará Sua habitação para junto do homem, através da descida da cidade santa, chamada de Nova Jerusalém.
     Assim, o início dos sete anos da grande tribulação, será marcado por acontecimentos catastróficos, como se mostra na abertura do sexto selo. Ele é um aviso de Deus para que os homens se arrependam de seus pecados.
     Observe a parábola de Jesus em Lucas 14:16 a 23. Ela mostra que nós estamos transcorrendo o tempo do convite de Deus para a Sua grande ceia. Mostra também que os que rejeitarem o convite, Deus os obrigará a aceita-lo no final dos tempos. Esse gesto do Criador será expresso através dos eventos que acontecerão no tempo da grande tribulação. A abertura do sexto selo mostra três grandes eventos, logo no começo, como sendo:

a) O grande terremoto:


     Afetará a terra, abalando até as estruturas dos corpos celestes. As referências bíblicas a esse respeito são: Is. 24: 17 a 23; Lc. 21: 25-26; II Pe. 3: 10 e Ap. 6:12 a 17.

b) Os 144.000 judeus selados p/ o sacerdócio:


     Eles serão separados para o Senhor Jesus, através da conversão, sendo escolhidos 12.000 de cada tribo.
Isto acontecerá pouco antes de começar as maldições que estão previstas para abater sobre o planeta. Esses judeus serão considerados como as primícias da colheita de Deus, e comporão o primeiro arrebatamento. Eis o registro:
     “Depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. Vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do Deus vivo.Ele clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos que foram selados, e eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá doze mil foram selados, da tribo de Rubem doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão; doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo de Zebulon, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil”(Ap.7:1-2-3-4-5-6-7-8)

c) A visão dos mártires na glória:


     Essa visão mostra a resposta de Deus ao clamor das almas, relatadas no quinto selo. Ela fala das almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus. Eles estarão diante do Cordeiro, e no trono de Deus, como se vê nos versículos abaixo:
     “Depois destas coisas olhei, e vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e perante o Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos. Clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. Todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono, sobre seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Amém. Louvor, e glória e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém. Então um dos anciãos me perguntou: Estes que estão vestidos de branco, quem são eles e de onde vieram? Respondi-lhe: Senhor, tu o sabes. Disse-me ele: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede. Nem sol nem calor algum cairá sobre eles. Pois o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap. 7:9-10-11-12-13-14-15-16-17).
     Esses mártires que vemos aqui são aqueles que o Senhor mandou aguardar, quando clamaram, antes do começo da grande tribulação.

A assolação da terra
     
                                                                           O SETIMO SELO
     O sétimo selo mostra o início das piores tribulações, pelas quais a terra irá passar. A respeito desse tempo, disse Jesus “Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais. Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mt. 24: 21-22).
     As vezes passamos pelas palavras do Senhor sem meditar na profundidade do seu sentido. Os versículos acima dão a idéia geral da extensão de como será o mundo na grande tribulação. Nem no dilúvio houve tantas aflições. Como sabemos, no dilúvio as águas subiram, e em pouco tempo todos os seres viventes estavam mortos.
     Na grande tribulação, a morte virá pelo fogo e atingirá o mundo gradualmente, eliminando os elementos da natureza, e reduzindo as condições de vida, à medida que as catástrofes vão acontecendo. O sétimo selo divide-se em sete trombetas, e ao toque de cada uma acontecerá algo em relação à natureza, diminuindo irreversivelmente as condições de sobrevivência.
     Esses acontecimentos seguem a mesma ordem que se viu na abertura dos sete selos, ou seja, os quatros primeiros produzem efeitos mais brandos, e os três últimos efeitos devastadores.
     Como vamos ver mais adiante, antes de abrir o sétimo selo haverá um silêncio no céu por meia hora. Esse silêncio marcará o fim da Era da graça. A partir daí Deus estará enviando castigos em forma de eventos danosos sobre o planeta. Assim, a oportunidade de arrepender de nossos pecados, que o Senhor nos tem dado há dois mil anos, estará encerrando naquele momento. Jesus nos advertiu disso, declarando: “Quando o pai de família se levantar e cerrar aporta, e do lado de fora começardes a bater, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos, ele responderá: Não sei donde sois” (Lc. 13: 25).
     Fechar a porta, significa encerrar a oferta de salvação. É por essa razão, que o evangelho terá de ser oferecido a todas as nações, para depois começar a grande tribulação (Veja Mt. 23:14). A respeito da abertura do sétimo selo, o apóstolo João nos relata:
     “Vi quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, e houve silêncio no céu por cerca de meia hora. Então vi os sete anjos que se acham em pé diante do trono de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. Veio outro anjo e ficou em pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e lhe foi dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à presença de Deus o fumo do incenso, com as ações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o tirou a terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos. Então os sete anjos que tinham as sete trombetas preparam-se para tocar”(Ap.8:1-2-3-4-5-6).
     Deus estará atendendo o clamor do Seu povo. Quem busca a verdade, sabe que a partir desse tempo a terra estará sendo devastada por sucessivos eventos estranhos, que ocorrerão em forma de fogo. Começa aí o toque das sete trombetas. Haverá um tipo de devastação diferente para cada trombeta tocada. Os recursos naturais criados para dar vida ao homem, tais como: as águas, as plantas, e até mesmo o ar que respiramos, serão destruídos ou contaminados, levando o mundo a difíceis condições de vida.

                                                                           A PRIMEIRA TROMBETA
     “O primeiro anjo tocou a primeira trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra. Foi queimadas a terça parte da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde” (Ap. 8:7).
     Observe que Isso acontecerá logo após dois grandes terremotos que balançarão a terra de maneira generalizada, deixando um rastro de pânico em todas as pessoas (Ap.6: 12 a 16 e 8:5).
     O primeiro terremoto marcará o início da sucessão de eventos da grande tribulação, e o segundo, o começo do castigo de Deus que se abaterá sobre aqueles que rejeitaram a aliança de salvação. É mostrado nesse versículo que será queimado um terço de toda aterra, envolvendo as árvores e as ervas verdes. Através desse evento, Deus estará tirando da humanidade aquilo que lhe foi dado para sua sobrevivência.
     O elemento físico provocador desse dano, será algo da natureza, ligado ao fogo, e por isso podemos imaginar que será um gigantesco relâmpago. Deus já havia prometido esse evento (Veja em Ez. 38: 22).
     Ele será semelhante à sétima praga que o Senhor mandou sobre o Egito, quando Faraó negou a permissão para que o povo de Israel saísse. Confere em Êxodo 9: 23 a 25. A diferença é que aquele ocorreu apenas no Egito, enquanto esse acontecerá sobre toda a terra.
                                                                       A SEGUNDA TROMBETA
     “O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e se tornou em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios”(Ap. 8:8-9).
     Aqui, o elemento destruidor será algo estranho (um asteróide?). Seu poder de destruição está ligado ao fogo, e contaminará as águas do mar, matando os animais marinhos e destruindo as embarcações marítimas. Esse castigo foi também profetizado por Amós, aproximadamente no ano 780 a. C.. Ele disse: “Assim me mostrou o Senhor Deus: O Senhor Deus ordenava que por meio do fogo se decidisse o pleito; o fogo consumiu o grande abismo e também queria consumir a terra” (Am. 7: 4).
                                                                        A TERCEIRA TROMBETA
     ”O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas; o nome da estrela era Absinto. A terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas que se tornaram amargas” (Ap. 8: 10-11).
     Nesse tempo, as águas do mar já estão contaminadas. Vem agora, a contaminação das fontes das águas doces. Esse evento se dará exatamente ao contrário do que houve no passado, quando, no deserto. o povo de Israel encontrou um poço de águas amargas, e Deus purificou aquelas águas, mandando Moisés lançar uma árvore sobre elas.
     Ao obedecer, Moisés a ordem do Senhor, as águas se tornaram dóceis (Veja Ex. 15: 23 a 27). È notório observar que muitos eventos que vão acontecer na grande tribulação, são semelhantes aos que já aconteceram no passado, e que foram contornados por meio da obediência e da fé. Portanto, as pessoas que estiverem vivendo nesse tempo, se tiverem fé e conhecimento da Palavra de Deus, certamente terão como se livrar, usando as experiências do passado registrado na Bíblia Sagrada. Muitas pessoas tentam disfarçar o sentido desse versículo, por não acreditarem que uma estrela possa cair do céu. Mas, não é só aqui que a Bíblia prevê esse tipo de evento. O apóstolo Pedro declara que: “Os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo se desfarão, e a terra e as obras que nela há, serão descobertas” (II Pe. 3: 10). Jesus também afirmou: “Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do firmamento, e os corpos celestes serão abalados“(Mt.24: 29).
                                                                           A QUARTA TROMBETA
     “O quarto anjo tocou a trombeta, e foi feridas a terça parte do sol, a terça parte da lua e a terça parte das estrelas, de modo que a terça parte deles escureceu. A terça parte do dia não brilhou e semelhantemente a da noite” (Ap. 8:12).
     Deus criou os liminares com o propósito de fazer separação entre a luz e as trevas, visto que, havia trevas sobre a face do abismo (Gn. 1: 2-17-18). Essa foi uma das primeiras providências do criador, para dar condições de vida aos seres viventes. A desobediência dos homens ocasionará que nos últimos dias – quando soar a quarta trombeta – essas condições de sobrevivência estejam sendo tiradas. Deus estará mostrando um gesto de quem está demolindo a obra que construiu.
     Todos esses castigos aqui enumerados sobrevirão à humanidade, por causa da maldade humana. Por falta de conhecimento do evangelho, a maioria das pessoas acha que Deus a criou, e por isso está obrigado a dar de tudo o que elas querem, seja qual for a atitude para com Ele. Não é bem assim. Quem conhece as Escrituras, sabe que são considerados filhos de Deus apenas os que fazem a Sua vontade. Essa é a causa, pela qual os eventos virão em forma de destruição gradativa dos meios de vida do planeta. As Escrituras trazem várias advertências para aqueles que não obedecem ao Criador. Uma delas declara: “Os olhos do homem arrogante serão abatidos, e o orgulho dos homens será humilhado; só o Senhor será exaltado naquele dia” (Is. 2: 11).
     A grande tribulação se dará num pequeno período de tempo. São os sete anos que faltam para completar a profecia de Daniel (Dn. 9: 22 a 27); e transcorrerão nos moldes de acontecimentos registrados no Velho Testamento (Veja Ap.10:11 e 11:19). Por isso, o espaço de tempo entre um e outro evento que acontecerão ao soar das trombetas, será muito curto, não havendo tempo de se reparar os danos.
     Ao toque das três últimas trombetas a devastação será mais dolorosa. Existe apenas uma diferença: no que se refere aos selos, não foi explicado que os últimos eventos seriam mais dolorosos. Nas trombetas essa situação ficou bem esclarecida. Veja no versículo abaixo transcrito:
     “Enquanto eu olhava, ouvi uma águia que, voando pelo meio dos céus, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que ainda vão tocar”(Ap. 8:13).
     A águia é o quarto animal que aparece no trono de Deus, na visão do apóstolo (Ap. 4:7). Apesar de fazer parte da grande assembléia do trono do Criador, ela traz o prenúncio da morte (Veja em Ap. 6:7-8).
     Assim, quando vemos agora esse animal voando sobre a terra, e anunciando sofrimentos, sabemos que muitas mortes ainda virão com o toque das três últimas trombetas. Veja o que deverá acontecer quando elas começarem a tocar.
                                                                        A QUINTA TROMBETA
     “O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo” (Ap. 9:1)
     O toque dessa trombeta não provocará a caída de uma estrela do espaço, conforme pode parecer a uma leitura desatenta. A estrela aqui já estava na terra, e por isso, trata-se de uma figuração simbólica. Ao que tudo indica, a figura de um líder que tem o poder de domínio de alguma coisa. Se considerarmos que o ser humano veio de Deus, tem a herança de Deus, e decaiu da Sua presença devido aos seus pecados, podemos então compreender que essa estrela é um espírito humano, que, sem salvação, vive sobre a terra.
     Ela abrirá o poço do abismo. Na parábola de Jesus, mostrando o destino do rico e do mendigo após a morte (Lc.16: 19 a 31), é notado, no diálogo entre os dois, que o rico tinha a consciência de estar vivendo, porém, se achava preso após a morte. Se somarmos essa observação às declarações dos apóstolos Pedro e Judas (II Pe. 2: 4 e Judas 6), podemos concluir que existem prisões no mundo espiritual, para aqueles que são rebeldes. A Bíblia diz que essas prisões são cadeias de escuridão, e que a passagem de quem está nelas, para o mundo da luz e vice-versa é impossível (Veja Lc. 16: 26 + II Pe. 2: 4 + Judas 6).
.      Por isso, a abertura do poço do abismo pode significar a atuação de um espírito decaído, componente dessas prisões, que, uma vez solto, influenciará altos dirigentes de grandes nações, provocando a ativação de arsenais nucleares, e contaminando o ar da terra com irradiações mortíferas. Ao descrever os efeitos danosos provocados pela estrela caída, a Bíblia declara:
     “E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar. E da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra, e foi-lhes dado poder, como o que tem os escorpiões da terra.” (Ap. 9:2-3).
     Os escorpiões normais, têm o poder de picar o ser humano e transmitir o veneno, tendo como alimento natural ervas verdes. Os que vão aparecer, quando o poço do abismo for aberto, se alimentarão apenas de sangue humano, das pessoas que não forem ungidas pelo Espírito de Deus. Veja o que registra o texto:
     “Foi-lhes dito que não causassem danos à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não tem nas suas testas o selo de Deus.” (Ap. 9: 4).
     Esta será uma praga enviada para atingir somente as pessoas incrédulas. Ela será bastante pior que a praga de gafanhotos que Deus mandou sobre o Faraó do Egito (Ex. 10:1 a 20). Naquela, os gafanhotos cobriram a terra, e comiam todas as ervas verdes. Nesta, eles comerão apenas o sangue das pessoas incrédulas. Isso mostra que os castigos desse tempo para os desobedientes da palavra de Deus, serão idênticos àqueles que já houveram no passado, porém, de maneira mais forte. Estes terão uma duração de cinco meses, como se vê no texto:
     “Foi-lhes permitido, que não os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles” (Ap. 9:5-6)
     Os incrédulos pensarão que podem escapar da ira de Deus. Não compreenderão que ninguém pode fugir dos castigos do Senhor, nem mesmo depois da morte. A Bíblia diz que a aparência dos gafanhotos será diferente dos que hoje nós conhecemos. Veja a transcrição:
     “A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra. Sobre suas cabeças havia como que umas coroas semelhantes ao ouro, e os seus rostos eram como rostos de homens. Tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como os de leões. Tinham couraças como couraças de ferro, e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate. Tinham caudas e aguilhões semelhantes às dos escorpiões, e nas suas caudas tinham poder para danificar os homens por cinco meses. Tinham sobre si, como rei, o anjo do abismo cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom. Passado é já um ai; depois disso em ainda dois ais.” (Ap.9:7-8-9-10-11-12).
     Como se vê, é algo estranho ao nosso conhecimento normal. Não podemos, porém, duvidar, pois o Senhor afirma que estas profecias são fiéis e verdadeiras (Ap. 22:18).
     Essa praga é monitorada pelo anjo do abismo. Deus permitirá que o inferno mande esse tipo de praga, para atingir os incrédulos. Esses gafanhotos terão a aparência e o instinto de cavalos de guerra. Isso representa o poder de Deus sendo mostrado de maneira clara, para que, mesmo aqueles que não acreditam, possam ter a oportunidade de temer a Deus. É clara, aqui, a insistência de Deus, para que se arrependam. Mas, ainda assim, muitos não reconhecerão o poder de Deus, posto que além desse, ainda estão previstos mais dois castigos semelhantes.


A guerra o Oriente Médio
     
                                                                     A SEXTA TROMBETA

     “O sexto anjo tocou a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, a qual dizia ao sexto anjo que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão preparados junto ao grande rio Eufrates. E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para aquela hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens” (Ap. 9:13-14-15).
     O agente danoso aqui, também não caiu do céu. Como vemos, eles são quatro anjos que já estão na terra, “amarrados” e localizados junto ao rio Eufrates. Eles já existem, e tem data e hora certas para serem soltos, e entrar em ação. Está determinado, que quando chegar o tempo marcado, a missão deles é matar um terço dos homens. A partir daí, resta-nos saber quem são esses anjos. Quais suas origens?. Eles provocarão uma guerra com muitos componentes. Veja a seguir:
     “E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e vi que a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e da sua boca saía fogo, e fumaça e enxofre. Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca. Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua calda, porquanto a sua calda é semelhante à serpentes e tem cabeça, e com ela danificam.”(Ap. 9:16-17-18-19).
     Em Esdras 4:1 a 10 diz que nas proximidades do rio Eufrates os inimigos do povo de Israel se levantaram para impedir a reconstrução do templo de Jerusalém, que fora destruído pelo rei de Babilônia.
     Esse espírito de inimizade que se estabeleceu entre os povos antigos na região do Eufrates e o povo judeu, teve início mais ou menos em 440 a.C., e permanece até os dias atuais. Naquele tempo eram os homens de Trípoli, da Pérsia, de Ereque e da Babilônia (Ed. 4:9). Hoje, o Iraque e outros países mulçumanos são herdeiros daqueles povos, e a rivalidade continua. Conclui-se, então, que os quatro anjos junto ao rio Eufrates, aguardando a hora para guerrear, são os ancestrais dos povos daqueles países, que irão atuar nos homens de hoje, provocando uma guerra característica dos tempos modernos. Os cavalos se referem a modernos aviões de guerra que dispararão suas armas, produzindo fogo e fumaça, e espalhando substâncias químicas mortais.
     Portanto, essa guerra não será ainda a guerra do Armagedon, mas um conflito deflagrado apenas na região do Oriente Médio. Esse será, mais um castigo que Deus mandará sobre aquele povo que rejeitou o Seu Filho. Mas, ainda assim, eles não se converterão. Veja o texto seguinte:
     “E os outros homens que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, de prata e de bronze, e de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram de seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces.” (Ap. 9:20-21).
     Nesse tempo a oferta de salvação não estará mais à nossa disposição. Entretanto, Deus continuará a dar oportunidade para que os homens se arrependam. Ele estará mostrando que os mesmos milagres que foram feitos no passado, ainda podem ser feitos hoje, mesmo porque os sete anos imediatamente anteriores à segunda vinda do Senhor Jesus, transcorrerão como se estivéssemos vivendo nos tempos do velho testamento. Como já dissemos, esse tempo será uma pequena parte do tempo da lei que ainda falta para cumprir.
Eventos semelhantes ao tempo antigo
                                                  

     O apóstolo descreve: “Vi outro anjo forte descendo do céu, vestido de uma nuvem. Por cima da sua cabeça estava o arco-íris, o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo, e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra, e clamou com grande voz, como quando brama o leão; e, havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes. E, sendo ouvidas dos sete trovões as suas vozes, eu ia escrevê-las, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram e não o escrevas. E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a mão ao céu, e jurou por aquele que vive para o todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora.”(Ap.10:1-2-3-:4-5-6).
     O arco-íris é o símbolo da aliança que Deus estabeleceu com todos os seres viventes. Veja a transcrição abaixo:
     “Este é o sinal que ponho entre mim e vós, e entre todos os seres viventes que estão convosco, por gerações perpétuas: O meu arco tenho posto sobre as nuvens, e ele será por sinal de haver uma aliança entre mim, e a terra. Sempre que eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens, eu me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne. As águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir tudo o que tem vida”( Gn. 9: 12 a 15).
     Se observarmos o sentido das duas transcrições acima – dos livros de Apocalipse e de Gênesis – vemos que esses anjos representam a aliança que Deus firmou com os seres viventes logo após o dilúvio. Seus pés como colunas de fogo, dizem respeito à maneira pela qual Deus estará castigando a terra, isto é, por meio do fogo e não mais das águas. O livro na mão é o registro das promessas de Deus, e seu fiel cumprimento. A fim de que não haja dúvidas, ele jura que o acerto entre Deus e os seres humanos está às portas.
     São muitos os sinais que identificam esse tempo com o tempo do velho testamento. Os versículos que adiante transcrevemos, fazem parte também das revelações desse anjo. Eis os textos:
     “Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.” (Ap. 10:7).
     Esse segredo refere-se à visão do profeta Zacarias. A Bíblia registra que Zacarias viu um castiçal de ouro e um vaso de azeite com sete lâmpadas. Junto ao vaso, dois raminhos de oliveira, um à direita e outro à esquerda.
     O profeta perguntou ao anjo que lhe passava a visão, qual era o significado daqueles ramos. O anjo respondeu: “estes são os dois ungidos que assistem diante do Senhor de toda a terra” (Zc. 4: 11-14). Vamos ver mais adiante, que esses dois ramos vistos por Zacarias há vários séculos, são dois poderosos profetas que virão no tempo da grande tribulação. Diz o relato de João:
     “E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo e disse: Vai e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra. E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele me disse: Toma-o e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como o mel. E eu tomei o livrinho da mão do anjo e comi-o; e na minha boca era doce como o mel; e havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo. E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.” (Ap.10:8-9-10-11).
     A partir daqui os acontecimentos se identificam com o tempo da lei e dos profetas. O fato do anjo mandar o apóstolo comer um livro, deixa uma clara indicação de que Deus está tratando com o seu povo conforme tratava nos tempos da lei. Em Lucas 16: 16, o Senhor Jesus declara que a Lei e os Profetas duraram até João (João Batista), e que a partir de então é anunciado o reino de Deus, devendo todo o homem se esforçar para conquistá-lo. Mas em Mateus 5: 17, Ele declara também que não veio para revogar, mas para cumprir a Lei. Adverte ainda - em Mt. 5: 18 - que tudo o que consta da Lei jamais deixará de se cumprir.
     Como vemos, em Daniel 9: 27 a profecia diz que o Messias – Senhor Jesus – firmará um concerto com muitos, por uma semana. Essa semana, estabelecida em Levítico 25: 3-4, tem duração de sete anos. Das setenta semanas que foram profetizadas por Daniel, para vir um reino de justiça e paz, sessenta e nove foram cumpridas, e falta apenas uma. Portanto, os sete anos que transcorrerão nos termos da Lei, imediatamente anteriores à segunda vinda de Jesus, fecharão a contagem profética. Como já vimos, o cristianismo encerrará com o evento da abertura do sétimo selo.
     Assim, torna-se evidente que essa ordem de profetizar acontecerá dentro do tempo de cumprimento da última etapa da Era da Lei. Os registros continuam identificando os acontecimentos característicos do tempo antigo: Veja o relato:
     “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Deixa o átrio que está fora do templo e não o meça; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses” (Ap.11:1 -2).
     Essa entrega do templo às nações, por quarenta e dois meses, refere-se aos três anos e meio em que os domínios do sistema da besta prevalecerão sobre o povo de Deus.

Os dois profetas

       Como já mostramos, Deus tem preparado dois profetas para virem à terra nos dias da grande tribulação. Sobre eles falou Zacarias a mais de 400 anos a. C., na prefiguração de dois raminhos de oliveira. A esse respeito, foi declarado ao apóstolo João:?????
       E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra. Se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos. Se alguém lhes quiser causar mal, importa que assim seja morto. Estes homens têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para converte-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, quantas vezes quiserem.” (Ap. 11: 3-4-5-6).
       Sinais semelhantes a esses foram feitos no passado por Elias e Eliseu. Apesar de poderosos, esses profetas do tempo vindouro terão um ministério de duração muito curta. Através deles, Deus estará mostrando que Ele é o mesmo ontem, hoje e será sempre, e que os milagres feitos nos tempos antigos foram reais e não são lendas. Por outro lado, também, Deus poderá estar mostrando que esse tempo é parte dos tempos do velho testamento. Examine o versículo seguinte e veja o relato bíblico.
       “E quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará. E os seus corpos jazerão mortos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. Homens de vários povos, tribos, línguas e nações verão os seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados. Os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros, porque estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. (Ap.11:7-8-9-10).
       Esses versículos mostram que a sociedade mundial nunca evoluiu no aspecto da fé. Da mesma maneira que a milhares de anos os judeus matavam os profetas, unicamente porque eles falavam a verdade vinda de Deus, o mundo de hoje faz a mesma coisa. Censurando os escribas e fariseus, por perseguirem aos que pregavam a verdade, falou o Senhor Jesus: “...vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mt. 23: 32).
       Alguns anos depois de Jesus, Estevão declarou a respeito do mesmo assunto: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim vós sois como vossos pais! A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas.” (At. 7: 51-52).
       Ao terminar esse discurso Estevão foi apedrejado e morto. Fatos semelhantes, aconteceram ao longo do cristianismo, Incluindo-se entre estes a chamada inquisição levada a efeito pela igreja, que queimou muitos servos de Deus em praça pública, inclusive o Frade Girolando Savonorola, precursor da reforma protestante, por ter profetizado contra o catolicismo, em 1498.
       A verdade é que o mundo foi, tem sido, e sempre será perseguidor dos que pregam a Palavra de Deus. E isto ocorre, porque desde o primeiro pecado do homem, o mundo jaz no maligno. Enquanto o reino desta terra não estiver totalmente nos domínios do Senhor Jesus, o diabo haverá de se levantar todas as vezes que a verdade for pregada.
       Por esse motivo, mataram os profetas, crucificaram o Senhor Jesus, e depois Dele, mais um grande número de cristãos, como da mesma forma irão matar os dois profetas que Deus enviará nos últimos dias. Entretanto, os detentores do poder do mundo, nessa época vindoura, não terão sucesso na morte desses dois profetas. Eles fazem parte do plano da grande ceifa de Deus, e correspondem aos dois pães asmos que os judeus ofereciam no dia do pentecostes(Lv. 23: 17). Por essa razão, eles serão ressuscitados, e imediatamente arrebatados ao trono de Deus. Veja o que mostra o registro sagrado:
       “E depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se de pé, e caiu grande temor sobre os que os viram. Então ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem, e os seus inimigos os viram. Naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade. No terremoto foram mortos sete mil homens, e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu. É passado o segundo ai; o terceiro ai cedo virá.” (Ap.11:12-13-14).

A posse integral do reino

                                                                 A SÉTIMA TROMBETA
       “O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre os seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Graça te damos, Senhor Deus Todo poderoso, que és, e que eras, porque tomaste o teu grande poder, e reinaste” (Ap.11:15-16-17).
       O soar da última trombeta marca a época em que o reino espiritual da terra será passado, em sua totalidade, para o Senhor Jesus. O fato é comemorado no trono de Deus, antes de acontecer aqui na terra, numa indicação de que tudo já foi determinado nos céus.
       A última trombeta só será tocada, quando o evangelho de Jesus – que nós pregamos – tiver sido levado a todos os povos, quer tenham ou não estes aceitado. O que importa em primeiro lugar é o convite de salvação a todos. O soar dessa trombeta marcará, também, o tempo, a partir do qual começará a ser aplicada a sentença de satanás.
       Observe que mesmo já estando determinada a posse integral do reino do Senhor aqui, satanás ainda tentará impedir a ordem de Deus. Aliás, ao longo de todos os tempos, ele tem adotado esse procedimento. Quando pressente que há uma benção, ele faz o possível para impedir. Veja:
       “Iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva.” (Ap.11:18-19).
       As nações ficarão iradas com o poder de Deus. A ira das nações estará sendo provocada pela grande evolução da igreja do Senhor nesse tempo. Mas a igreja também estará muito fortalecida. Devido aos eventos de caráter espiritual, sem explicação científica, os governos censurarão o exercício da fé e estabelecerão leis proibindo a expressão religiosa. A perseguição estará muito intensa, mas também a resistência do povo de Deus estará mais forte do hoje. Glórias a Deus, porque nossa fé não será em vão. Até lá, ainda vamos formar milhares de soldados valentes para essa batalha. Lembre das palavras do Senhor Jesus:
       “Deveis estar de sobreaviso. Sereis entregues aos tribunais, e sereis açoitados nas sinagogas. Sereis levados à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas primeiro o evangelho deve ser pregado a todas as nações” (Mc. 13: 9-10).
       No quinto selo, as almas dos que foram mortos por causa da Palavra de Deus, clamaram a vingança do seu sangue em relação aos que habitam na terra (Ap. 6:10); e foi mandado que elas repousassem, até que completasse o número dos que haveriam de ser mortos como também eles o foram (Ap. 6:11).
       Assim, deduzimos que no período compreendido entre o quinto e o sétimo selo, muitas pessoas deverão morrer por causa da fé, mesmo porque, a partir do último selo, o juízo de Deus estará mais severo com os rebeldes. A partir daí, Deus começará a destruí-los. A arca da aliança vista nos céus, representa um sinal de que o Senhor estará em guerra contra seus inimigos.
       Como no tempo da Lei, ela simboliza a presença de Deus no meio do seu povo, quando este batalha contra seus inimigos (Veja Js. 3: 3 e 6: 8). O sinal da arca será um testemunho de que Deus não muda, e que Ele venceu guerras no passado, e vencerá no futuro.

A unificação da igreja

                                                                

       O Senhor Jesus prevê a unificação do povo de Deus em um só rebanho, dirigido por um só pastor. Podemos admitir que mais hoje ou mais amanhã essa previsão se cumprirá. Ainda não estamos vivendo esse tempo, posto que nos dias atuais existe grande diversidade de denominações cristãs, dando interpretações divergentes aos princípios do evangelho.
      A divergência de interpretação da palavra do Senhor é algo discutível, quando consideramos, à luz da Bíblia, que o entendimento das coisas de Deus é dado pelo Espírito Santo (Veja I Jo. 2: 27). O Espírito Santo é um só, e não pode dar visões diferentes em um mesmo princípio. Portanto, somos forçados a admitir que muitos não estão vendo a palavra do Senhor através da legítima unção do Espírito, mas sim pela ótica sutil e enganosa de outro espírito. Em I aos Coríntios 3: 10 a 14) o apóstolo Paulo adverte a esse respeito. É bom também atentarmos para o pedido de Jesus na última oração do Monte das Oliveiras, quando se dirige a Deus pedindo a unidade entre seus seguidores.
      Eis o texto das palavras do Senhor, que voltando para Deus, disse: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou,... Não peço que os tires do mundo, mas que os guarde do mal. Eu não rogo somente por estes, mas por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti. Que eles também sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo. 17: 14-15-20-21).
      Não se pode fugir da realidade. Vai chegar um dia em que os verdadeiros cristãos sentirão a necessidade de se organizar, sem divergências, em torno de objetivos comuns. Isso acontecerá com toda a comunidade do povo de Deus, que tem a palavra de Jesus – a Bíblia – como o registro principal da verdade para o aprendizado da fé.
      Entretanto, nenhuma comunidade cristã do tempo atual, pode reivindicar para si a liderança desse evento, visto que segundo o tempo determinado por Deus, ele só se dará após o soar da última trombeta. Em sentido figurado, o livro do apocalipse revela, para esse tempo, o aparecimento de uma única igreja (ou comunidade religiosa). Revela também o desaparecimento de outra igreja já existente, por não aceitar o princípio da unidade. Ambas estão caracterizadas na figura de duas mulheres. A primeira – a que vai surgir – é vista como uma organização forte, pura, e resplandecente, que vencerá todas as perseguições da época. A Segunda – que já existe e vai desaparecer – é descrita como rica, bem vestida, e portadora de um passado abominável.
      Esta, antes de seu desaparecimento, compactuará com o anticristo. A respeito da primeira, declara a palavra de Deus:
      “Viu-se grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentas para dar à luz” (Ap. 12: 1-2).
      A igreja é comparada com a figura da mulher, ora como noiva, ora como esposa. Diz o apóstolo Paulo que: “O marido é cabeça da mulher, assim como também Cristo é cabeça igreja ..”.(Ef. 5: 13). Falando igreja de Coríntios, faz idêntica declaração, dizendo: “Tenho-vos preparado para vos apresentar como uma virgem para um marido ...”(II Co. 11: 2).O anjo de Deus ao mostrar para João a Nova Jerusalém, disse: “Vem, mostrar-te-ei a esposa do Cordeiro”(Ap.21:9).E isto, depois do apóstolo haver dito que viu a santa cidade descendo do céu como uma noiva para o seu noivo (Ap.21: 2)
      Com base nessas e outras afirmações bíblicas, podemos prever que a mulher relatada em Apocalipse 12 é a igreja unificada do final dos tempos. Há uma tendência geral de agrupamento das organizações sociais do mesmo gênero, em torno de objetivos comuns, visando a um maior fortalecimento de suas atividades. Assim, pode-se dizer que os versículos acima dizem respeito ao surgimento de uma congregação universal de todos os cristãos.
      A expressão vestida de sol representa o símbolo do cristianismo. O Senhor Jesus é a luz do mundo, conforme Ele mesmo assim declara em João 8: 12. Seu nascimento foi profetizado por Isaías nas seguintes palavras: “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz” (Is. 9: 2). Ainda se referindo ao Senhor, como luz espiritual, disse o apóstolo João: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram sobre ela. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo. 1: 4-5).
      Dessa forma, se conclui que o sol resplandecente no grande sinal dos céus, refere-se ao poder espiritual do cristianismo. Representa, na verdade, a grande luz que o Senhor Jesus trouxe para oferecer a todos os que O aceitam. O detalhe seguinte refere-se à luz menor, ou seja, à luz da lua. O versículo descreve que o grande sinal da mulher resplandecente tem a lua sob os pés. A lua é o luminar menor (Gn. 1: 16). Na era da Lei, a visão espiritual do mundo era, realmente, muito menor. Ninguém havia ainda desfrutado do privilégio de ser ensinado pelo próprio Filho de Deus. Uma amostra disso foi o caso de Nicodemos, que mesmo sendo mestre em Israel, não tinha noções da necessidade de haver uma transformação espiritual para atingirmos a salvação (Veja em João 3: 1 a 12).
      Outra coisa que identifica a inferioridade espiritual daquela época, é o registro mostrando que legiões de demônios assolavam a vida das pessoas, sem que alguém pudesse expulsá-los (Veja em Marcos 5: 1 a 20). Quando o Senhor Jesus foi tentado no deserto, satanás declarou que o reino espiritual deste mundo fora entregue em suas mãos (Lc. 4: 5-6). Todos esses relatos, e outros mais, atestam que o diabo reinava absoluto.
      Portanto, naquele tempo, os judeus já conheciam boa parte da vontade de Deus, mas não tinham condições de vencer o inimigo. Por isso, conclui-se que o tempo da Lei representa a luz da lua, que aparece embaixo dos pés da mulher figurativa da igreja no tempo futuro.
      Temos ainda outro sinal importante. É a coroa de doze estrelas que a mulher traz na cabeça. Sabemos que foi através de aliança feita com Abraão, que Deus começou a dar conhecimento de Sua vontade aos povos. Abraão era homem que tratava com Deus em obediência, e o Senhor prometeu que através dele abençoaria os povos, visando à salvação para todos os seres humanos (Gn. 12: 1-2-3).
      Para cumprir esse desígnio do Criador, era necessário que Abraão tivesse filhos, e deixasse descendência. Mas, sua mulher era estéril. Mesmo assim, o Senhor lhes deu um filho já na velhice, ao qual se chamou Isaque. Isaque casou, e sua mulher também não dava filhos. Ele orou a esse respeito, e Deus fez nascer dele dois filhos, sendo um deles chamado Jacó. Com Jacó, o Senhor confirmou a aliança, conforme vemos em Gênesis 28: 13 a 15. Ele foi pai de doze filhos, que biblicamente é chamado de as doze tribos de Israel. A promessa de Deus a Jacó, confirmando a aliança feita com Abraão, dizia o seguinte: “A tua descendência será como o pó da terra; estender-se-á ao ocidente e ao oriente, ao norte e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra” (Gn. 28: 14).
      Assim, a partir das doze tribos de Israel, o mundo inteiro tomou conhecimento dos planos de Deus, contidos no Velho e no Novo Testamento. O princípio das doze tribos tem estado presente em toda a história bíblica, e em vários aspectos da obra que Deus tem para ser revelada nos tempos futuros.
      Portanto, a coroa da mulher a que se refere o capítulo 12: 1 do Apocalipse, representa o reinado do povo de Deus na terra, e as doze estrelas mostram que o Senhor estará dando cumprimento à promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó.
      É bem verdade que o sinal da mulher resplandecente, surgindo no céu após o toque da sétima trombeta, é um símbolo espiritual. Mas, seu significado, em termos de ocorrência entre nós, representa a reestruturação da igreja do Senhor em bases mais sólidas, e unida sob uma só liderança.
      Esse será o aspecto humano com vistas a acompanhar a evolução do mundo, e se fortalecer para enfrentar as perseguições dos dias vindouros.
      Ela será a igreja da Era do milênio bíblico, e conduzirá o povo até a descida da Nova Jerusalém.
      Consta no registro bíblico, que a mulher estava grávida e gritava com dores de parto, sofrendo para dar à luz. A função da maternidade é o privilégio mais sublime que Deus outorgou à mulher. Esse poder de gerar outra vida é de tamanha importância, que o Senhor o usou até mesmo para enviar o Seu Filho à terra. Veja que para a primeira vinda de Jesus não foi necessário ter um pai carnal, mas foi necessária uma mãe.
      A maternidade sempre foi demandada pelo diabo, quando se trata de um nascimento importante. Ele sabe que a vida começa no ventre materno, e por isso, sua demanda também começa com o início da vida, tentando impedir a realização do nascimento.
      Podemos notar um fato, no mínimo curioso, no desenvolvimento do plano de Deus para a salvação. Deus havia escolhido Abraão, para através dele, abençoar todas as famílias da terra (Gn.12: 2). Mas, Sara mulher de Abraão era estéril, e juntamente com seu marido envileceu sem ter filhos. Abraão colocou suas razões diante de Deus, e o Criador lhe concedeu um filho já na velhice, a que se deu o nome de Isaque.
      Isaque casou com Rabeca, que também se tornou estéril (Gn. 25: 21). Esse também orou, e de sua mulher nasceram-lhe dois filhos, que foram Esaú e Jacó. Isaque abençoou a Jacó, para que sobre ele se cumprisse a promessa de Deus (Gn.27: 29), e Jacó foi obrigado a se casar com duas mulheres, sendo o nome de uma Lia, e de outra Raquel. Raquel, a que Jacó mais amava, também ficou estéril (Gn. 30: 1-2).
      Durante três gerações, a esterilidade foi um fato constante sobre as mulheres que tinham por missão gerar famílias para dar início a uma nação escolhida por Deus, com o propósito de expressar a vontade do Criador para todo o mundo.
      No entanto, após as mulheres de Jacó se humilharem, permitindo que ele gerasse filhos nas suas servas (Gn. 30: 3 e 18), a família se completou, e o Senhor a confirmou como a raiz do povo de Israel (Gn.35: 9-10).
Vemos, assim, pela história do povo de Deus, que a dádiva concedida à mulher para gerar filhos, é algo divino, porém, extremamente perseguido por satanás.
      Da mesma forma, a gestação tratada em Apocalipse 12:2, apesar de ser um nascimento espiritual, não será diferente.
      Veja que o nascimento espiritual é tão importante – talvez até mais – quanto ao nascimento físico. Lembremos que, ensinando a Nicodemos, o Senhor disse que para chegarmos ao reino de Deus, é necessário que tenhamos dois tipos de nascimento: Um na parte física, e outro na parte espiritual (Jo. 3: 5-6).
      Esse nascimento, apresentado em sentido figurado no Apocalipse, indica a conversão de um alguém que será de grande importância para as nações no tempo do milênio. Ele será o homem escolhido por Deus para liderar a igreja unificada no mundo. Em Apocalipse 12: 5, a Bíblia diz que:
      “ Ela deu à luz um filho que há de reger todas as nações com vara de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”
      Ele será representante da palavra de Deus aqui na terra. Uma espécie de Papa do tempo atual, porém, com domínio sobre as nações. A seu respeito, diz a profecia: “Nos últimos dias se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se engrandecerá por cima dos outeiros; concorrerão a ele todas as nações. Virão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte da casa do Senhor, à casa do Deus de Jacó. Ele nos ensinará no que concerne aos seus caminhos, para que andemos nas suas veredas. De Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor” (Is. 2: 2-3).
      Aqui se faz referência a um grande, vivo, e eficaz domínio espiritual sobre todos os povos da terra. Isso acontecerá na época do milênio bíblico, quando satanás vai estar preso por mil anos. Nesse tempo todos os povos do mundo estarão voltados para o mandamento da lei de Deus, tendo em vista os acontecimentos precedentes, ou seja, os grandes sinais e milagres, que já terá ocorrido por ocasião da grande tribulação.
      Vale lembrar que através de grandes eventos, que acontecem fora do controle humano, de tempos em tempos Deus tem mudado a história da humanidade, acrescentando conhecimentos espirituais.
      Assim, do tempo de Adão até Abraão, pouquíssimo ou quase nenhum conhecimento tínhamos sobre a vontade de Deus para nós. Esse foi o primeiro estágio de existência do domínio espiritual satânico.
      No tempo que vai da chamada de Abraão até a primeira vinda de Jesus, o conhecimento espiritual evoluiu, com o advento da Lei e dos profetas; e Deus levantou uma nação predestinada a ministrar Seus mandamentos (Veja Ex. 19: 6). Esse foi o segundo estágio, mediante o qual, o homem já tinha por escrito a vontade de Deus. Com o advento do cristianismo, foi proporcionado um grande avanço nas relações entre Deus e o homem, revelando importantes detalhes do mundo espiritual, e mostrando tudo o que deverá ocorrer até o retorno do ser humano ao seu Criador. Esse foi o terceiro estágio, onde o mundo aperfeiçoou muito mais no conhecimento da vontade de Deus.
      A Bíblia prevê ainda um quarto e último estágio na caminhada da humanidade, mostrando que ele terá uma duração muito menor que os outros, porém, com muito mais conhecimento das coisas de Deus. Será os mil anos de paz, quando o espírito satânico, apesar de continuar existindo, estará preso.
      Nesse tempo a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar (Is. 11: 9) . Por essa e outras razões, é fácil concluir que após a grande tribulação, o mundo se guiará pela obediência à palavra de Deus, e esta será ministrada a partir de Jerusalém pelos poucos judeus que restarem. Eles terão autoridade espiritual sobre toda a terra, conforme se pode verificar do registro em Miquéias 4: 2.
      Assim, conclui-se que o filho varão que nasce da mulher resplandecente (Ap. 12: 5), significa um alguém ungido e enviado por Deus, que se converterá no âmbito da igreja do Senhor – já unificada – em cujo ministério estará a responsabilidade de levar o povo de Deus à vitória no tempo da grande tribulação.
      Ele ministrará também depois do grande julgamento, conduzindo a igreja no tempo do milênio.
      Mais adiante, vamos verificar que satanás daria tudo para devorá-lo. Por isso, com toda a certeza, trata-se de um líder, cuja incumbência será a coordenação espiritual de todas as nações da terra, após a vitória sobre o reino da besta. Os registros bíblicos mostram que após a guerra do Armagedon, a direção espiritual da terra sairá de Jerusalém.
      O profeta Daniel dá algumas informações sobre o filho varão referido em Apocalipse 12: 5. Ele descreve sua visão nos seguintes termos: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a limpa lã; ........ “ ( Dn. 7:13).
      E, logo mais adiante, completa Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem: o seu domínio é eterno, e não passará, e o seu reino o único que não será destruído” (Dn. 7: 13-14).
      Quando diz que: vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-se ao ancião de dias, Daniel está mostrando que o Senhor Jesus – como Filho do homem – desce à terra para proferir o grande julgamento (Mt. 24: 30; e 25: 31 a 46). A parte mais importante nessa descrição, entretanto, é a declaração do profeta, de que o Filho do homem se dirige ao ancião de dias, quando este já está num trono estabelecido.
      Esta afirmação de Daniel, indica que o julgamento será feito pelo Senhor Jesus, mas a nova direção espiritual do mundo, que aí se inicia, é dada ao ancião de dias. Eis aí a razão pela qual o dragão, persegue a mulher que representa a igreja do povo de Deus. Entretanto, para honra e glória do Senhor Jesus, satanás será derrotado, como veremos mais adiante.

A grande perseguição


       A unificação da igreja despertará a ira dos inimigos do Senhor. Olhando para o início do cristianismo, vemos que a igreja primitiva cresceu, multiplicou, superou as perseguições do império romano, e espalhou pelo mundo. Esse crescimento não foi oriundo da capacidade humana, mas fruto da determinação de Deus, como já comentamos em Apocalipse 6:2. Por isso, ninguém conseguiu deter o desenvolvimento do evangelho, mas também por essa razão a palavra do Senhor sofre perseguições.
       A história mostra que nos primeiros 320 anos da Era cristã, a igreja de Jesus era pura e unificada (Veja em Atos 4: 32-33). Essa condição lhe conferia grande poder para resistir às perseguições e vencer os obstáculos.
       Por isso, os inimigos da igreja de Cristo nos dias atuais – milhares deles disfarçados de ovelha dentro da própria igreja – sabem que uma vez unificados em um só objetivo, os cristãos evangélicos somarão forças significativas para dominarem a terra, mediante modernos métodos de tecnologia desenvolvidos no mundo atual, dispondo de muito mais facilidades que no passado. Desse modo, em razão do avivamento da fé e do fortalecimento da igreja, irão surgir grandes perseguições, cumprindo assim as palavras do Senhor, registradas no livro de Mateus 24: 7 a 12. Muitos que hoje se dizem cristãos (e não o são), declararão guerra contra a pura e legítima igreja do Senhor.
       Eles são cópia fiel dos escribas e fariseus, a respeito dos quais o Senhor descreve em Mateus 23: 13 a 36. Essa época também vai se caracterizar por uma outra representação figurativa, conforme vamos ver na transcrição do texto abaixo:
       “Viu-se também outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre suas cabeças sete diademas. A sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. O dragão parou diante da mulher que estava prestes a dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro. A mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap.12:3-4-5-6).
       Como se pode observar, os dois sinais tratados no capítulo 12 do Apocalipse, prefiguram algo importante a respeito dos grandes eventos que irão transtornar a vida na terra. O primeiro – a mulher vestida de sol – significa a unificação da igreja cristã, fortalecida e fiel no cumprimento da palavra de Deus. O segundo - o dragão vermelho - diz respeito à revelação de satanás, tentando impedir a unificação da Igreja.
       O alvo principal do diabo, conforme está mostrado acima, é o filho da mulher. E satanás tem seus motivos para isso. A missão desse varão é reger todas as nações, com vara de ferro. Isto demonstra, mais uma vez, que a mulher é a igreja, e que o nascimento do filho que ela espera, é a conversão de alguém que assumirá a liderança da igreja na terra, levando os cristãos à vitória contra o regime da besta.
       Esse varão levará também o povo de Deus a vencer a guerra do Armagedon, e preparará o trono de julgamento para a chegada de Jesus aqui na terra. Ele será ainda o líder espiritual de todas as nações, no tempo do milênio bíblico. A seu respeito, profetizou Daniel, no ano 555 a.C. (Dn. 7: 9 e 13).
Depois do julgamento no final da guerra do Armagedon, o Senhor voltará ao Seu trono de glória no alto dos céus. A terra é a herança dos cristãos fiéis e vencedores (Veja Mt. 5: 5). Observe o que o Senhor prometeu ao anjo da igreja de Tiatira:
       “O que tende, retende-o até que eu venha. Ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro, assim como também recebi autoridade de meu Pai” (Ap. 2: 25 a 27).
       O fato de o varão ser arrebatado para Deus e para o seu trono, não significa que ele vai subir para os céus. Arrebatar, no sentido literal da palavra, quer dizer tomar para si. Nesse caso, o arrebatamento significa o fato de Deus predeterminar o ministério desse homem, exclusivamente para a missão que ele desempenhará, isto é, a liderança da igreja unificada.
       O evento em que o dragão arrasta um terço das estrelas, pode ser interpretado literalmente. Jesus predisse que isto vai acontecer. Veja: “... as estrelas cairão do firmamento e os corpos celestes serão abalados” (Mt. 24: 29).
Outro aspecto importante na interpretação desse versículo é a fuga da mulher para o deserto, onde já tem lugar preparado por Deus, para que ali seja alimentada durante quase três anos e meio.
       A inimizade entre a mulher e a serpente – atual dragão – vem do princípio do mundo, quando houve o primeiro pecado, conforme se registra em Gênesis 3: 14-15. Por isso, a perseguição do diabo contra os humanos atravessa toda a existência da humanidade, e só vai terminar com a prisão dele nas vésperas do milênio (Ap. 20:1-2-3).
       Nessa perseguição o alvo de satanás é o filho da mulher. O objetivo é impedir a existência de um homem ungido de Deus que possa liderar a igreja unificada. Satanás está repetindo o que já fez por ocasião da primeira vinda do Senhor. No passado, ele sabia também que Jesus era o Filho da mulher, que viria para o ferir na cabeça. Essa expressão ferir na cabeça significa passar pela vida na terra sem pecar. Aquele que conseguisse fizer isso estaria derrotando satanás. E somente Jesus o fez (Veja em Ap. 5: 2 a 5). Foi por esse motivo, que usando a Herodes, satanás mandou perseguir o Filho de Maria para matá-lo (Mt. 2: 13).
       Ele sabe também que já está julgado (Jo. 16: 11), e que sua sentença é a tormenta eterna, no lago de fogo com enxofre (Ap. 20:10). Por essa razão, vai tentar impedir a existência de um servo de Deus, que surgirá na terra, com a determinação divina de liderar uma batalha para porá fim ao seu reinado.
       Observe agora, no caráter do diabo, um detalhe que poderá servir de informação para se lutar contra suas obras. Não há inovação em nada que ele faz. Desde sua existência, a base principal de suas ações é o engano. Saber enganar é a qualidade que Deus deu à serpente no princípio da criação (Gn. 3: 1). Qualquer inteligência criativa que advenha da obra de nosso inimigo, não foi gerada por ele, mas pelos seus escravos humanos, vivos ou mortos. Seu instinto tem apenas o que ele herdou da serpente.
       Assim, do mesmo modo que perseguiu Jesus, após Seu nascimento, também vai perseguir o homem ungido de Deus, que surgirá para dirigir a igreja do Senhor nos tempos futuros.
       A fuga da mulher para o deserto indica que a igreja universalizada terá a direção central a partir de um país onde a besta não poderá entrar. Conforme está escrito, esse lugar foi preparado por Deus, para esse fim, e o tempo do refúgio terá a duração de três anos e meio. A Bíblia chama esse lugar de “deserto”
       A História dos povos e a observação do mundo atual, leva a concluir que o refúgio da grande congregação será os Estados Unidos. Quando o pequeno barco “May Flower” se perdeu na costa americana há centenas de anos atrás, e ali desembarcaram os religiosos “Quakers”, já era o propósito de Deus preparar aquele lugar para apoiar Sua igreja em tempo futuro.
       Observe agora. Esse país é a única potência mundial de raiz evangélica, que possui um poderio bélico capaz de barrar os dez países que comporão o regime a ser levantado por satanás, chamado espiritualmente de “besta”.

A guerra espiritual


       Não conseguindo devorar o filho da mulher, o diabo se sentirá intensamente irado. A partir daí, ele desfechará um esforço muito mais intenso para derrotar os cristãos. A Bíblia relata:
       “Houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. Foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, que engana todo o mundo. Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap.12:7-8-9).
       Essa guerra vai acontecer no mundo espiritual, fora de nossa visão física. Uma batalha travada nas alturas celestes, entre o nosso defensor e o inimigo.
       O arcanjo Miguel, citado no versículo, é nosso defensor no mundo espiritual. Ele tem a missão de defender o povo de Israel, e conseqüentemente o povo cristão (Veja Dn. 10: 13 e 12: 1).
       Quando estivermos na eminência do grande ataque de satanás, ele intervirá em nosso favor. Essa intervenção só ocorre em situações especiais, e previstas nos planos de Deus. Na vida diária quem nos guia é o Espírito Santo, quando aceitamos a Jesus como nosso único Salvador.
       Um outro detalhe que merece atenção especial, é a declaração bíblica de que satanás está nos céus. Muitos pensam que as forças espirituais do mal atuam apenas na superfície da terra.
       A Bíblia mostra que há uma classificação de posições na existência espiritual de quem morre. Observe essa passagem. Os discípulos de Jesus não puderam expulsar o demônio que manifestava em um menino epilético. Intrigados por não terem podido libertar aquele menino, perguntaram ao Senhor: “Porque não pudemos expulsá-lo? Respondeu-lhes Jesus: Esta casta só pode sair por meio de oração e jejum” (Mc. 9: 28-29).
       A expressão “casta” induz à existência de uma classificação, ficando assim entendido que os espíritos referidos nessa passagem bíblica tinham mais poderes que aqueles que os discípulos costumavam expulsar.
       Podemos ainda considerar as declarações do apóstolo Paulo, quando diz que nossa luta é contra os principados, potestades, e forças espirituais da maldade nas regiões celestiais (Ef. 6:12).
       Podemos também considerar as declarações contidas no livro de Judas, dizendo que os anjos (homem e mulher antes do pecado) que não guardaram o seu principado, e desobedeceram a Deus, estão reservados para o dia do juízo, na escuridão e em prisões eternas (Judas 6).
       Diante dessas revelações, é possível concluir que após a morte, mesmo antes do Juízo Final, Deus dá o lugar a cada um, segundo suas obras praticadas durante a vida (Veja Jr. 17: 10).É óbvio que aqueles que morreram sem salvação habitam desde o mundo inferior, isto é, das prisões espirituais nas entranhas da terra, até o alto celestial nos limites do terceiro céu.
       Em II Coríntios 12: 2 a 4 nos foi ensinado que o terceiro céu é o paraíso. Portanto, não é difícil entender que depois da morte, cada ser humano se encontra numa dimensão mais alta ou mais baixa, segundo os atos que praticou. Caso contrário, não teríamos castas, e nem potestades nas regiões celestiais.
       Tudo muda, entretanto, quando se trata da morada de Deus. No paraíso, ou terceiro céu, só entra aquele em cujo espírito houve arrependimento, e por isso, foi lavado no sangue do Cordeiro (Veja Lc. 23: 39 a 43).
       Somos obrigados a fazer essas considerações, um pouco longas, para alertar que satanás possui espíritos sob seu comando, em quase todas as alturas, ou seja, desde as entranhas da terra até o alto dos céus. Mesmo as pessoas que foram boas, fizeram caridades, mas morreram sem se arrepender de seus pecados, podem até achar que estão bem, mas estão sob os domínios dos principados do diabo. Todos aqueles que não atingiram o terceiro céu, são irremediavelmente escravos de satanás.
       Mas, nosso tema central aqui é mostrar porque a Bíblia diz que satanás está nos céus, e que é de lá que ele vai cair. Em Gênesis 1: 24 vemos que os animais foram criados por Deus, mas produzidos pela terra. Isto faz uma grande diferença entre o destino espiritual do animal e o do homem. Enquanto o espírito do animal volta à terra que o produziu, o do homem terá que voltar para Deus lá nas alturas, porque foi lá a sua origem. Ele é a imagem e semelhança de seu criador (Veja em Ecl. 3: 21).
       Ora! A antiga serpente, que deu origem a satanás (Ap. 12:9 e 20:2), como animal que é, deveria ter seu descendente (espírito) retornado ao interior da terra. Isso no entanto, não aconteceu, porque Adão e Eva trocaram a obediência da palavra de Deus, pela sua palavra. A partir daí, o espírito da serpente – que é o diabo – tomou o lugar que pertencia ao espírito do homem, pouco abaixo do paraíso de Deus. Satanás declarou isso, quando tentou Jesus no deserto (Lc. 4:6). Assim, enquanto o espírito de milhões de pessoas está no mundo inferior, o espírito da cobra está nas alturas celestiais, ou seja, do segundo céu para baixo. Ele vai ficar lá até o arcanjo Miguel derrubá-lo.
       Em Apocalipse 12: 9 e 20: 2, a Bíblia revela literalmente que o diabo é a antiga serpente. Ela não diz que ele entrou na serpente; mas que ele é a serpente. Assim, se o nosso propósito é respeitar as palavras do Senhor Jesus, não há como entender a origem de satanás de outra forma, já que essa revelação veio do próprio Senhor, em visão dada ao apóstolo João.
       É lamentável ver inúmeras pessoas afirmarem que satanás foi um ser angélico diante de Deus. Essa afirmativa não tem respaldo bíblico, uma vez que em Ezequiel 28, a Bíblia fala é do rei de Tiro, comparando-o a um homem desobediente, que esteve diante de Deus, no jardim do Éden. Ora! Segundo o que se lê em Gênesis 2: 7 a 17, esse jardim foi plantado na terra, e não no céu. Portanto, é claro que o anjo decaído a respeito do qual a Bíblia faz comparações em Ezequiel 28, é Adão e mais ninguém. Na verdade, o diabo nunca teve no paraíso, e jamais chegará lá.
       O perfil de suas ações mostra que ele tem apenas a astúcia. Assim, repetimos, qualquer tipo de criatividade nas obras satânicas foi arquitetado por algum espírito humano, servo do diabo, mas nunca por ele próprio.



A vitória do anjo Miguel


       “Então ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Pois já o acusador de nossos irmãos foi lançado fora, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho; não amaram as suas vidas até a morte” (Ap. 12: 10-11).
       A expressão grande voz significa a alegria de muitos?que já habitam no céu. Eles festejam a derrubada do diabo. Satanás é o acusador, tentando bloquear nossas orações para que elas não cheguem a Deus. Possivelmente, foi por esse motivo que Jesus nos advertiu sobre a necessidade da perseverança (Veja Lc. 21: 19).
       Desde o princípio da criação, nosso inimigo tem a missão de perseguir o ser humano, e isso ele fará enquanto estiver nas esferas celestiais.
       Mas, por outro lado também, Deus determinou que o descendente da mulher haveria de lhe ferir na cabeça (Gn. 3: 15). No tempo atual, a cabeça dele já foi ferida pelo Senhor Jesus. O sangue do Senhor foi derramado para a remissão de nossos pecados, e por isso Jesus tem o domínio de todas as coisas, para nos conduzir à salvação (Ap. 1:18).
       Dessa forma, é bom não esquecer de que somente através do Senhor Jesus nossas súplicas chegam ao Criador. Lembremos que Ele próprio nos adverte, quando diz: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo. 14: 6).
       O último versículo acima transcrito – Ap. 12:11- declara que o povo de Deus venceu pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu testemunho. Essa expressão mostra que para se chegar à vitória ali anunciada, houve perseverança e lutas.
       Muitos interpretam o capítulo 12 do Apocalipse como fatos acontecidos na primeira vinda de Jesus. É necessário prestar bastante atenção no sentido desse versículo. Quando é dito que “eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”, fica evidente que se trata de um evento novo e não algo que já passou. Portanto, não podemos aceitar que o sinal da mulher resplandecente se refira a Maria, mãe de Jesus, e nem que o seu filho varão seja a pessoa do nosso Salvador.
       Esse evento tem características semelhantes ao ocorrido por ocasião da primeira vinda do Senhor. Entretanto, há de se considerar o caráter repetitivo do diabo em todas as suas obras. Esse perfil de quem age por instinto e não por inteligência, é a razão pela qual em vários acontecimentos no mundo a história se repete. Essa não é a primeira vez que o diabo apresenta sinais de herança da serpente. Nem será a última. Logo depois haverá outro, onde os membros da besta tentarão ressuscitar o modelo de perseguição usados no tempo do falido império romano (Veja Ap. 17:7 a 14).
       Note que os salvos se regozijam pela vitória de não ter mais o diabo nos altos celestiais, mas eles sentem também profundo pesar pelas pessoas que ainda estão vivendo na terra. Eis a transcrição:
       “Ai dos que habitam sobre a terra e o mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta (Ap. 12:12)”.
       O Senhor Jesus nos alertou disso quando declarou: “Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais. Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mt. 14: 21-22).
       É evidente que o Senhor se refere ao tempo em que satanás estará presente sobre a face da terra.



A decadência do diabo


       A maioria dos cristãos tem um conceito obscuro em relação à verdadeira situação de satanás. Alguns até acham que ele não existe, e outros não tiveram a oportunidade de meditar mais profundamente sobre a situação de nosso inimigo, verificando os registros bíblicos. Por isso, fazemos aqui algumas considerações, baseadas estritamente no que consta da Bíblia.
       Em Gênesis 3:1 e 3:15, a Bíblia mostra que ele é o descendente da serpente, criada por Deus, entre os répteis, com a qualidade de animal mais astuto da terra, e que por causa da desobediência dos seres humanos, Deus determinou que ele haveria de persegui-los. Assim, o que ocorre com a humanidade desde o princípio da criação, é o cumprimento da Palavra do Criador sobre o relacionamento entre o homem e a serpente (Veja II Co. 11:3)
       Considerando que através do livro de Gênesis Deus revelou o princípio de todas as coisas, podemos afirmar, sem nenhuma dúvida, que o diabo jamais existiu no mundo espiritual antes da serpente. A serpente é sua matriz, e ele é o descendente dela (Veja Gn. 3:15). Isso foi confirmado por Jesus através das revelações em Apocalipse 12:9 e 20:2.
       Muitas pessoas pensam que satanás é um espírito que se localiza na face da terra. Não é bem assim. Ele habita num plano elevado dos céus, e de lá para baixo comanda todos os seres humanos que fazem a sua vontade. Ele não manda para cima de onde está, porque lá é o terceiro céu, a morada de Deus, conforme disse o apóstolo Paulo em II Co. 12: 1 a 4.
       Essa posição que o diabo ocupa no alto do céu foi dada inicialmente ao homem. Observe em Gn. 2:19 que antes do pecado o homem era o intermediário entre Deus e o resto da criação. A partir do Éden o homem falava com Deus sem nenhum entrave. Assim, apesar de estar na terra, o espírito do homem tinha perfeita comunhão com Deus, e uma vez cumprido o tempo determinado aqui, ele voltaria para o Criador lá nas alturas celestiais.
       Portanto, a queda do homem foi a perca da sua comunhão com Deus. O pecado cegou o espírito humano. E por ter ele trocado a palavra de Deus pela palavra da serpente, foi trocada também sua posição nos céus, onde exercia o privilégio de ser intermediário do Criador. Quem assumiu essa posição foi o espírito da serpente. Em Lucas 4:6 satanás disse para o Senhor Jesus que essa posição lhe foi dada.
       Por essa razão, ele não é um espírito que entrou na serpente, mas sim o espírito da própria serpente.
O apóstolo Paulo tinha consciência desse fato. Veja sua maneira de expressar, em II Co. 11:3: “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos, ...” .
       O apóstolo tinha razão. Muitos cristãos hoje estão com o entendimento corrompido a respeito do inimigo. A partir da vitória de Jesus, a sentença de satanás foi traçada. Por isso, podemos analisar sua decadência através de sucessivas derrotas, conforme o fazemos a seguir.
                                                                             A Primeira derrota:
       Conforme já mostramos, sua ascensão se deu quando o homem cometeu o primeiro pecado. Deus determinou que ele haveria de perseguir o filho da mulher (Gn. 3:l5), e isso lhe conferiu domínio sobre os seres humanos pecadores, representando a chave do poder espiritual em suas mãos por milhares de anos.
       Entretanto, com a vitória de Jesus, ele perdeu a primazia de dominar sobre os seres humanos fiéis ao Senhor, e por isso não tem mais a chave do poder no reino espiritual da terra. Essa chave passou a pertencer a Jesus, que, no tempo determinado, assumirá totalmente esse reino. Vemos, assim, sua primeira derrota. Essa foi a principal, já que a partir dela outras derrotas foram predeterminadas.
                                                                             A Segunda derrota:
       A segunda ainda não aconteceu, mas está prevista nas Escrituras. É a perca na batalha que ele travará com o arcanjo Miguel. Satanás vai ser jogado para a superfície da terra, não tendo mais domínios nas alturas celestiais.(Ap. 12: 9). Nessa batalha ele vai arrastar consigo todos aqueles que, por terem afinidades com ele, se tornaram seus anjos. A Bíblia mostra que muitos seres ficarão nos céus, e se alegrarão com a caída do diabo (Veja Ap. 12:12). Isto indica que além dos anjos que o seguem espontaneamente, satanás ainda tem domínios sobre outros seres, que não tem afinidade com ele, mas que são obrigados a obedecê-lo.
       O aspecto da existência dessas almas que não comungam com o diabo, mas estão obrigatoriamente dominadas por ele, é notado na parábola de Jesus, contida em Lucas 16: 23 a 28. Esse registro trata do destino de dois homens após a morte, sendo um obediente e outro incrédulo. O relato deixa transparecer que o incrédulo ficou obrigatoriamente escravizado pelo diabo. Portanto, é de se admitir que dos que morrem sem salvação, muitos acompanham o diabo porque se identificam com ele. Mas outros ficam sob seus domínios porque são obrigados. Não conseguiram perfazer totalmente o caminho para Cristo. Esses regozijarão com a sua caída.
                                                                             A Terceira derrota
       No fim da guerra do Armagedon, depois da grande tribulação, quando Jesus reunir e julgar todas as nações, satanás será preso por mil anos (Veja Ap. 20:1-2).
       Desde a ascensão de Jesus o diabo está em decadência. Ele teve sua autoridade dividida, pois as pessoas que vão sendo seladas pelo Espírito Santo não mais lhe pertencem. As profecias prevêem que após sua terceira queda existirá uma sociedade mundialmente justa e pacífica, onde não haverá guerra, fome, peste, nem outros tormentos. Essa observação nos faz entender que o diabo é o causador de quase todos os males deste mundo.
       Sua última tentativa se dará quando sair da prisão depois dos mil anos. Ele irá fazer guerra novamente, mas Deus não o permitirá.
                                                                             A Quarta derrota:
       A derrota final se dará quando ele for solto da prisão, depois de passados os mil anos. Nossa natureza humana é muito fraca. A Bíblia mostra que quando satanás for solto, no final dos mil anos, ainda encontrará pessoas que compactuarão com ele. Entretanto, Deus não permitirá mais sua atuação no mundo.
       Ele será queimado no lago de fogo com enxofre, e passará a ser atormentado dia e noite eternamente (Veja Ap. 20:7 a 10). A partir daí, o mal não terá mais o seu agente, e voltará a ser um elemento inativo como era no princípio da criação (Gn. 2: 9). Os homens terão a mesma comunhão com Deus, como era também no princípio (Veja Gn. 2: 15-17 e Ap. 21: 3-4).
       Estas são as quatro quedas do domínio satânico, registradas na Bíblia. Lembremos que até agora, ele sofreu apenas a primeira. Desde quando foi estabelecido, no princípio da criação, ele reinou quase que totalmente, e sem muito incômodo, até a primeira vinda do Senhor Jesus. O Senhor foi o filho da mulher que o feriu na cabeça, determinando assim a sua primeira grande queda. As outras, como vimos acima, haverão de acontecer, porque estão determinadas por Deus.




A perseguição continua!
       A Bíblia registra: “Quando o dragão se viu lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão”(Ap.12:13).
       Em apocalipse 12: 1 apenas o sinal da mulher vista no céu é abordado. Esse sinal indica que Deus estará aprovando a intenção do Seu povo, que planeja para estabelecer aqui na terra a união de todas as igrejas cristãs fiéis à observação do Evangelho.
       Estará se cumprindo nessa época a palavra do Senhor dada ao apóstolo Pedro, que diz: “........ tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus. ...” (Mt. 16: 19).
       No versículo acima reproduzido, (Ap.12:13), a igreja já está unificada aqui na terra, e não é mais apenas um sinal nos céus. A partir daí, estará se cumprindo também outra palavra do Senhor, declarada nos seguintes termos: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. A mim convém congregá-las também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor” (Jo. 10: 16).
       Diante da grande perseguição, a igreja globalizada procurará lugar seguro para sua direção central.
       Veja o que diz o próximo versículo abaixo transcrito:
       “E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora das vistas da serpente” (Ap.12:14).
       Diante dessa perseguição, que virá de um certo ramo religioso, grande e forte, a igreja dos cristãos fiéis deverá se sediar nos Estados Unidos. O tempo da perseguição mais intensa terá uma duração não superior a três anos e meio.
       Se analisarmos as condições atuais, veremos que já existe hoje determinado ramo religioso anticristão, que cresce assustadoramente, tomando espaço cada vez maior no mundo. Ele adota o fanatismo ao invés da obediência a Deus, e a guerra ao invés da fé, matando sem piedade, e destruindo o cristianismo em qualquer lugar de seus domínios.
       Esse ramo religioso deverá ser um dos dois chifres da besta que vai se levantar da terra. Apoiado por uma corrente de cristãos cumpridores de tradições, mas não do Evangelho, perseguirão implacavelmente os cristãos fiéis. Veja o versículo a seguir:
       “Então a serpente lançou da sua boca atrás da mulher, água como um rio a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pela corrente” (Ap.12:15).
       Essa água lançada atrás da mulher, querendo arrebatá-la, significa a influência diabólica e política que os inimigos de Cristo espalharão sobre muitas nações, estabelecendo sanções econômicas, cortes de relações diplomáticas, e outras punições contra o país que abrigar a sede da igreja cristã universalizada.
       Eles não conseguirão êxito. Aquele país (USA) foi preparado por Deus essa finalidade. Acrescenta-se a isso, a força da fé que estará cada vez mais intensa no povo evangélico. É sabido que a tribulação fortalece aqueles que vivem pela fé em Cristo (II Co. 12:10)
       Contra nossos inimigos estará a justiça de Deus, que sempre deu e continuará dando vitória aos filhos fiéis e perseverantes. Veja o versículo seguinte:
       “Mas a terra ajudou a mulher, abrindo a sua boca e engolindo o rio que o dragão lançara da sua boca” (Ap.12:16).
       Tudo faz crer, que as pessoas usadas pelos grupos perseguidores na campanha contra a nação refúgio da igreja, terão um fim trágico, ocasionado por algum terremoto ou coisa parecida.
       Olhando para a história da Bíblia, vemos que o Senhor já fez acontecer, as mais diversas formas de eventos estranhos para proporcionar vitórias àqueles que O pertencem (Examine II Re. 7: 6-7; II Re. 19: 35-36; Jz . 7: 12 a 22 e Js. 6: 20).
       Uma vez derrotado nessa etapa, satanás irá buscar outros meios de perseguição. Veja abaixo:
       “Então o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus. E o dragão parou sobre a areia domar” (Ap.12:17- Ap.12:18).
       Ao dizer que o dragão foi fazer guerra aos demais filhos da mulher, fica claro que a mulher é a igreja cristã. Ao ser revelado na figura de um dragão, satanás confirma sua origem.
       Veja que ele tem como alvo apenas as pessoas que guardam os mandamentos de Deus, e mantém o testemunho de Jesus. Aqueles que não tem essas características estão fora. Guardar os mandamentos de Deus e testemunhar a Cristo, sempre foi razão de perseguição aos cristãos. Assim, não são e nem serão perseguidas as pessoas que apenas vão à igreja, ouvem a Palavra de Deus e não a guarda. Elas não incomodam o diabo. Entretanto, a qualquer tempo o diabo faz deles o que muito bem entende.
       O Senhor Jesus fala sobre eles em Mateus 7:26-27, e mostra como eles são inúteis. Verifica a advertência abaixo:
       “Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e pisado pelos homens” (Mt. 5: 13).
       Nos dias atuais, não se sabe ao certo quem é de Jesus, e quem não é, já que as pessoas dizem ser cristã, mas não assumem um compromisso com Cristo. Torna-se então muito difícil discernir quem tem Deus no coração.
       Na época do cumprimento dessa profecia (Ap 12: 17-18), vai estar bem claro quem é de Cristo e quem não é, pois aqueles que não O pertencem, irão nega-Lo quando se acharem apertados pelo poder satânico.
       Os falsos cristãos irão vender sua fé por qualquer pedaço de pão. Esses não serão perseguidos, pois não são filhos da mulher resplandecente, isto é, não fazem parte da legítima igreja de Jesus.
       A Bíblia diz que o dragão parou sobre a areia do mar (Ap. 12: 18). Satanás sempre quis imitar a Deus. Lembra, no princípio da criação o Espírito de Deus pairava por sobre as águas (Gn.1: 2). É de lá – das águas – que o diabo vai manipular a mente de vários líderes de nações, políticos e religiosos importantes, para fazer surgir o mais astucioso sistema de perseguição ao povo cristão: a besta.



O anticristo


      A vinda do Senhor Jesus ao mundo, foi prometida desde o tempo de Moisés, no ano 1.450 a.C.. Deus prometeu ao povo de Israel, através de Moisés: “Eu lhes suscitarei um profeta do meio de teus irmãos, semelhante a ti; porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt. 18: 18).
      A partir daí, a maioria dos profetas falaram da vinda do Messias que deveria vir. O último foi Malaquias que afirmou: “.... De repente virá a seu templo o Senhor, a quem buscais, o mensageiro da aliança, a quem desejais; ele vem, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml. 3: 1).
      O espírito do anticristo surgiu no mundo antes da primeira vinda do Senhor Jesus. Ele apareceu no ano 170 a. C., na pessoa do rei Antíoco Epifânio, e chegou a impedir o culto a Deus por algum tempo, conforme consta da profecia, em Daniel 8: 9 a 11.
      Por ocasião do nascimento do Senhor, o anticristo se manifestou através de Herodes, ordenando a morte de muitas crianças por causa de Jesus (Mt. 2: 1 a 12).
      Falando a respeito do anticristo, o apóstolo João declarou: “mas todo o espírito que não confessa a Jesus não é de Deus. Este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e agora já está no mundo” (I Jo. 4: 3).
      Também a esse respeito, disse o apóstolo Paulo: “Ele se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou é objeto de culto, de sorte se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. Pois já o ministério da injustiça opera. Somente há um que agora o detém até que seja afastado” (II Ts. 2: 4 a 7).
      Assim, quando satanás for jogado aqui na terra pelo arcanjo Miguel, o espírito anticristo – que vem dele – conseguirá formar as bases de seu grande comando para dominar o mundo, através do sistema político-religioso a que se dará o nome de “besta”.




O reinado da besta

          Satanás tentará todos os meios para não perder a batalha definitivamente, quando se encontrar jogado na terra. Nesse esforço de sobrevivência, que nada mais é do que o instinto característico de todos os animais, nascerá o plano para dominar a inteligência de alguns líderes influentes na terra.
          Surgirá, então a aliança política entre vários países, à qual a profecia deu o nome espiritual de “besta”. Na visão do apóstolo João, a Bíblia registra:
          “E eu vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfema” (Ap.13:1).
          Esta visão é simbólica. A besta será uma organização satânica que influenciará os governos de muitos países, e afetará profundamente a vida de milhões de pessoas.
          O símbolo animal diz respeito à sua origem, indicando que ela vem do diabo. Observando o perfil das ações de satanás, nota-se que sua influência tende a subjugar o homem ao animal. Isso mostra que ele é a antiga serpente (Ap. 12:9).
          Os detalhes desse símbolo estão relacionados com o comportamento das pessoas que participarão desse comando satânico.
          Os chifres com diademas representam liderança de nações que detêm o poder de mando sobre as pessoas. As sete cabeças indicam a localização da cidade sede da organização, e o ressurgimento de um poder herdado do antigo império romano (Veja Ap. 17:9 a 12).
          O perfil das ações da organização, está relacionado com o instinto de animais ferozes, e formando uma visão sutil, porém, determinada; discreta, mas conhecedora de seus inimigos. Eles não hesitarão em matar qualquer pessoa que recusar se submeter ao seu jugo.
          A besta tem tudo a ver com o perfil de ação dos líderes do mundo anticristão dos dias atuais. Esse caráter pode ser sentido nas entrelinhas do versículo abaixo:
          “A besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de um leão. O dragão deu-lhe o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Ap.13:2).
          Diz ainda o registro sagrado:
          “Então vi uma de suas cabeças como que golpeada de morte, mas a sua chaga mortal foi curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta, e adoraram o dragão que deu à besta a sua autoridade, e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap.13:3-4).
          Já vimos que as sete cabeças além de representarem a cidade sede do poder da besta, representam também sete reis do império romano, sendo que seis já passaram e um ainda não veio (Ap. 17:9-10).
          Esse, quando vier, será o dirigente humano da besta. Ele será um homem da atualidade, porém, com uma maneira de agir igual à dos Césares romanos.
          A estratégia de satanás para enganar multidões de pessoas, é a aparente cura de uma enfermidade no líder da besta. O próprio diabo colocará, e ele mesmo tirará a doença, para dar a impressão de um milagre.
          Por esse motivo, o povo adorará a besta. Essa cura que o diabo fará no dirigente da besta, vai confundir as pessoas a respeito do que diz a Palavra de Deus. Em Gênesis 3: 14-15 Deus determinou que o filho da mulher haveria de ferir na cabeça, o descendente da serpente; e que este deveria ferir no calcanhar o filho da mulher.
          Isto significa que o diabo haveria de perseguir os seres humanos, e que um dia, o filho da mulher haveria de ferir-lhe a cabeça. A expressão ferir a cabeça, representa passar pela vida nesse mundo, sem haver pecado. O Senhor Jesus fez isto (Veja Ap. 5: 3 a 8).
          Na realidade dos dias atuais, o filho da mulher já feriu a cabeça do filho da serpente, e esse já foi julgado.
          Mostrando a cabeça da besta ferida, e depois curada, satanás passará a impressão de ser igual a Deus. Assim, ele conseguirá fazer com que muitas pessoas incrédulas, e até mesmo religiosas, acreditem no seu “poder”.
          Isso acontecerá, porque a maioria das pessoas não tem conhecimento do Evangelho, e só acredita no poder de Deus quando vê milagres. Em João 7: 24, o Senhor Jesus advertiu contra esse tipo de atitude, mas ao longo dos tempos muitos tem praticado a fé nessa maneira errada, e por isso, serão enganados pelo diabo.
          Na verdade, a chaga mortal que a besta trará na cabeça e que será curada, é um mero engano satânico, que não convencerá aqueles que de fato forem fiéis aos mandamentos de Deus e testemunharem da palavra de Jesus. Para quem só acredita nas forças materiais, a besta parecerá ter vitória. Entretanto, aqueles que conhecem a Palavra de Deus, saberão de antemão que o Senhor Jesus vai voltar e vencer todos os Seus inimigos.
          Esse será mais um engodo de satanás, que converterá muitos aos seus domínios, levando-os a desacreditarem nas verdades eternas traçadas por Deus. Ele tentará desmentir as verdades bíblicas, e todos aqueles que não tiverem uma fé bem alicerçada, cairão no laço. Observe os versículos seguintes:
          “Foi-lhe dada uma boca para proferir arrogância e blasfema, e deu-se-lhe autoridade para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a boca em blasfema contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. Também lhe foi permitido fazer guerra contra os santos e vencê-los. E deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, língua e nação” (Ap.13:5-6-7).
          Quando começar acontecer esses eventos, as pessoas mal alicerçadas na fé cristã, irão se escandalizar. Por falta de um conhecimento mais sólido da Palavra de Deus, elas acabarão dando crédito aos “milagres” e blasfema dos componentes da besta. Passarão a ter atitudes contrárias à palavra de Deus.
          Esses enganos não conseguirão encobrir a visão espiritual de quem for selado pelo poder de Deus (Ef. 1:13). Examine o próximo versículo:
          “E todos os que habitam na terra a adorarão, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”(Ap.13:8).
          Está bem explícito. Aqueles que estão inscritos no livro do Cordeiro, não cairão na cilada da besta. Isto significa estar convertido, ou seja, ter nascido de novo, conforme ensinou o Senhor Jesus em João 3: 3.
          A grande maioria dos crentes atualmente ainda não recebeu um novo nascimento, que só acontece quando há uma verdadeira conversão. A conversão é a estrutura espiritual adquirida por aqueles que tiveram um encontro com Jesus, por terem arrependido de seus pecados. O efeito imediato dela é uma nova visão das coisas, levando a pessoa ao discernimento do que é certo ou errado perante a Palavra de Deus.
          Esforçar no aprendizado da Palavra de Deus é a obrigação de todo aquele que foi escolhido pelo Espírito de Deus. Em Filipenses 3: 13-14, a Bíblia nos adverte a não parar de buscar o alvo para o qual Deus nos chamou. Portanto, todos aqueles foram chamados e se acomodaram, com certeza, serão enganados.
          Em I João 2: 27, a Bíblia declara que o Espírito Santo nos ensina todas as coisas. Por isso, se fomos chamados para servos de Deus, não dependemos de outras pessoas, mas apenas de nossa dedicação.
          Muitos detalhes da Palavra de Deus estão embutidos nas entrelinhas da Bíblia, e não devemos deixar eles passem despercebidos, para não corrermos o risco de ser enganados. Examinemos os detalhes importantes na transcrição abaixo, referente à primeira besta, onde o Senhor diz o seguinte: “Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém deve ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém deve ser morto à espada, necessário é que seja morto. Nisto repousa a perseverança e a fidelidade dos santos” (Ap.13:9 –10).
          Esse versículo faz uma advertência importante para os cristãos que estiverem vivendo no tempo da grande tribulação.
          Ter ouvido para ouvir, significa procurar entender a Palavra de Deus. Nos últimos três anos e meio desse tempo, o mundo vai estar entregue ao domínio das hostes satânicas (Veja Ap. 13:5). Por isso muitas vezes as perseguições impostas terão que ser sujeitadas pelo cristão.
          Sabemos que mesmo indo para o cativeiro ou morrendo pela espada por causa do nome do Senhor, estaremos conquistando a salvação através de nossa fidelidade. É necessário que não venhamos a esquecer das palavras do Senhor, que adverte: “É na vossa perseverança que ganhareis as vossas almas” (Lc. 21: 19). Essa foi a atitude dos primeiros cristãos. Eles não abandonaram a palavra do Senhor nem diante da morte.
          Esse versículo – Ap.13:10 - diz respeito apenas aos cristãos que estiverem vivendo no tempo da grande tribulação. Nós que vivemos nos dias atuais, ainda estamos em batalha junto ao Espírito Santo para ganhar as almas para Jesus.
          Como sabemos, os dez chifres da besta representam homens que lideram países em determinadas áreas territoriais, com autonomia de Estado, não importando o tamanho das nações a que pertençam. Na composição do sistema, satanás levará em conta o grau de liderança de cada um de seus escolhidos, não importando o tamanho da área territorial do país a que pertença. O que vai pesar na balança é a visão política e o grau de influência que o líder estiver exercendo sobre o povo.
          Para atingir o objetivo de influenciar o mundo inteiro, estará surgindo um outro sistema paralelo, que também tem o nome de besta, conforme vemos na transcrição abaixo:
          “Então vi subir da terra outra besta, que tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão” (Ap.13:11).
          A primeira besta tem dez chifres. A segunda, que se levanta da terra, tem apenas dois chifres, que corresponderão a dois líderes. O perfil de suas ações será aparentemente de benfeitores, se assemelhando a um cordeiro, mas portadores de influência que se estende por muitos povos. isto quer dizer que eles falarão como um dragão. Esse sistema é auxiliar do primeiro. Em princípio, a diferença está em suas origens. A primeira surge do mar, a segunda da terra.
          Se considerarmos que no início da criação a parte seca da terra foi tirada das águas que cobriam o planeta, vemos que há uma concordância de origens entre as duas bestas.
          Assim, de forma natural, a primeira besta exercerá o comando sobre a segunda. Mas esta se tornará extremamente necessária à realização dos objetivos da primeira, já que ela vai influenciar pessoas em todas as nações, num sistema de domínio sem fronteiras.
          Portanto, ela exercerá o comando religioso, enquanto a primeira terá o comando político.
          Assim, a segunda besta será um hábil instrumento da primeira para expandir rapidamente os ideais do diabo. É a massificação dos domínios enganosos que vai ser colocada em prática no dia a dia de cada cidadão, nos países que firmarem acordo com o sistema.
          O ”acordo” terá o falso sentido de excelentes idéias, incluindo disponibilidades de recursos financeiros para acabar com a fome, a peste e a guerra no planeta. O diabo usará dessa astúcia aparentemente piedosa, para enganar milhões de pessoas, e sua mentira só será percebida por aqueles que tiverem profunda visão da Palavra de Deus, já que, conforme se vê em Apocalipse 6:8, é o próprio satanás quem comanda a fome, a peste e a guerra no planeta.
          Assim, o governo do país que aceitar o “acordo”, terá que se comprometer em cumprir uma exigência imposta a cada cidadão. Ela consistirá na obrigação de cada pessoa declarar sua opção pelo regime da besta, aceitando suas idéias, tácita e publicamente. Embutida nessa exigência está a negação da fé no Senhor Jesus, como nosso único e exclusivo Salvador.
          Isso quer dizer que a pessoa aceitará as condições do diabo, sob a promessa de uma vida abundante, mas automaticamente estará desistindo da vida eterna. A segunda besta influenciará milhões de cristãos mal alicerçados na fé, a aceitarem essas condições. Veja no versículo a seguir:
          “Exercia toda a autoridade da primeira besta na sua presença, e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” (Ap.13:12).
          Como já comentamos, a cura da chaga mortal na primeira besta, é apenas mais uma artimanha para enganar o povo que não conhece a Palavra de Deus. A segunda besta cuidará em levar seus fiéis a simpatizar com os ideais da primeira. Por isso, ela é o que se chama de “Falso profeta”.
          Tudo indica que os seus chifres referem-se à união de dois grandes grupos religiosos, sendo um cristão e outro não cristão. O diabo os usará de tal maneira, que esses líderes espirituais ficarão possuídos de grande força para realizar verdadeiras magias. Veja os versículos seguintes:
          “E fez grandes sinais, de maneira que até fogo fazia descer do céu à terra, à vista dos homens. Por causa dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da besta, enganava os que habitavam na terra, e dizia-lhes que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia” (Ap.13:13-14).
          Que significa fazer uma imagem a alguém? Qual o segmento cristão que faz imagens aos heróis nos dias atuais?
Desde a antiguidade, as pessoas têm tendência a só crerem se houver sinais. Isso foi uma das coisas que desagradou ao Senhor Jesus.
          Tomé, discípulo de Jesus, havia dito que só acreditava que o Senhor havia ressuscitado se pudesse ver o sinal dos pregos em Suas mãos. Ao aparecer no meio dos discípulos, Jesus mandou que Tomé apalpasse suas feridas, e repreendeu-o dizendo que bem-aventurados são aqueles que não viram e creram (Jo. 20: 29).
          Sabiamente o Senhor condenou a incredulidade daqueles que só acreditam por meio de sinais. Esses sinais de fogo, que os líderes da segunda besta vão fazer, não estão incluídos naqueles que o Senhor ordenou para nós. Em Marcos 16: 17 Jesus nos avisou do seguinte: “Esses hão de seguir os que crerem: Em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes, e quando beberem alguma coisa mortífera não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão”.
          Como se vê, entre os sinais que o Senhor se referiu, não está o de fazer descer fogo do céu. Portanto, o cristão atento não acreditará nele.
          Quando não somos prudentes, erramos.E um erro leva a outro erro. Aqueles que aceitarem nos sinais de fogo da besta poderão também adorar a imagem que será erguida em homenagem a ela. Nos dias atuais, milhões de pessoas são ensinadas a adorarem imagens, mesmo sabendo que Deus condena essa prática. Pode-se prever que as pessoas acostumadas a observarem com rigor os mandamentos da Palavra de Deus, logo descobrirão os enganos arquitetados pelo diabo através da besta. No passado, em casos semelhantes, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram jogados vivos na fornalha de fogo, por serem fiéis aos mandamentos da Lei de Deus. Mas Deus honrou a fé deles, não deixando queimar um só fio de cabelo de suas cabeças. Eles negaram adorar a imagem construída pelo rei de Babilônia (Veja Dn. 3: 1 a 30). O Senhor Jesus garante o mesmo livramento a cada cristão fiel. Observe as suas palavras:
          “De todos sereis odiados por causa do meu nome. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça” (Lc 21:17-18)
          O mesmo intento que satanás colocou em Nabucodonosor, voltará a ser colocado no líder da besta. As barbaridades irão além de uma fornalha de fogo, pois na época atual temos uma tecnologia moderna.
          A Bíblia registra um aperfeiçoamento – ainda inédito – como vemos no versículo abaixo:
          “Foi-lhe concedido também que desse fôlego à imagem da besta, para que ela falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap.13:15).
          A fornalha de fogo do tempo antigo será substituída por um robô, diante do qual a pessoa confessará sua convicção religiosa, confirmando ou negando sua fidelidade aos ensinos de Jesus. A fornalha do tempo antigo tinha algumas imperfeições. Os homens que dela se aproximaram para jogar os judeus, morreram ao chegar perto do fogo (Dn. 3: 22). No moderno robô instalado pela besta, os carrascos não correrão riscos.
          As vítimas sairão vivas ou mortas, dependendo de sua opção. Se fizer a vontade do diabo, sairão identificadas com o código de barras. Se negar será morta. Diz as Escrituras:
          “E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na testa, para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (Ap 13:16- 17).
          Milhões de pessoas aceitarão essa condição sem se preocupar como verdadeiro objetivo que ela visa. Os motivos são:
a) O mundo estará sendo assolado (Mt. 24: 15 e Dn. 9: 27);
b) Grandes lideranças religiosas adulteraram a Palavra de Deus, gerando cristãos fracos e mal estruturados;
c) A terra vai estar em precárias condições de suprimentos, devido à sucessão de calamidades que deixará a sociedade em verdadeira miséria.
          Haverá uma grande escassez de alimentação, devido aos eventos danosos que ocorrerão no meio ambiente.
          A sociedade vai estar em adiantado estágio de desenvolvimento científico, mas isso não adiantará muita coisa para amenizar os sofrimentos nesse tempo, visto que nos planos de Deus, esse desenvolvimento se destina a formar a base para a estrutura social do tempo do milênio bíblico que se aproxima.
          A esperança de encontrar soluções através desse desenvolvimento é quem levará os países pobres a aceitar os acordos de ajuda da besta.
          Assim, monitorados pela besta, esses países imporão leis e mecanismos para controlar a vida dos seus cidadãos, em nome de um falso plano de bem-estar social.
          O mundo, dominado por religiões que distorcem as verdades ensinadas pelo Senhor Jesus, imporá sacrifícios às pessoas, no sentido de negarem a fé, para adquirir bens materiais.
          O esboço do sistema político da besta já existe. Todos nós sabemos que nos dias atuais as nações ricas impõem condições penosas aos países pobres em troca de ajuda financeira. No tempo da besta, esse sistema simplesmente se ampliará, incluindo nas suas imposições a negação da convicção religiosa dos cristãos.
          A incredulidade e falta de conhecimento bíblico garantirão o sucesso do diabo sobre muitas pessoas. O povo será destruído por falta de conhecimento (Os. 4: 6). No mundo atual a maioria dos cristãos não tem a raiz espiritual necessária para suportar provações “mais pesadas”. Muitos não têm coragem sequer de assumir a fé, quando se defrontam com os mínimos obstáculos.
          Dessa forma, a responsabilidade de líderes e pregadores do Evangelho, é mais expressiva do que se supõe, pois eles têm o encargo de fortalecer os membros de suas igrejas. O apóstolo Paulo advertiu a esse respeito, como se vê em I Co. 3: 10 a 15.
          Em termos de fé, a situação atual dos cristãos não difere muito daquela que Deus encontrou nos homens de Gideão, quando foram chamados a livrar o povo da opressão dos medianitas. Há uma grande porcentagem de medrosos e covardes, outra de imprudentes, e poucos valentes e precavidos que têm condições reais de enfrentar a guerra. (Veja Jz. 7: 3 a 7).
          Se as instituições cristãs de hoje não se empenhar mais no ensino do Evangelho, certamente aquele quadro que Deus encontrou nos homens de Gideão deverá se repetir. Os covardes e medrosos vão preferir abandonar a Palavra de Deus, para não aborrecer seus líderes, e aceitarem as imposições da besta.
          Como veremos, a Bíblia exige sabedoria para discernir a respeito da besta. Veja o versículo:
          “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é o número de um homem. O seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap.13:18).
          Como já se sabe, a besta será uma organização que em pouco tempo influenciará o mundo, levando os governantes a adotar certos princípios. Ela será comandada por um homem.
          Esse homem será um alguém de peso político no cenário mundial, e admirado por muitos. O número seiscentos e sessenta e seis será a sua marca, funcionando como um slogan. Por ser usado pelo dirigente da besta, esse número passará a ter fama, e será adotado por muitas pessoas que, por ignorarem a Palavra de Deus, o admirarão como líder.
          O diabo já tem preparado esse terreno. Observe que quando um artista famoso lança qualquer tipo de coisa, ainda que seja de péssimo gosto, rapidamente se torna moda. Assim será o número da besta.
          Por esta razão, o líder satânico disfarçado de grande homem de poder, usará esse número para marcar seus adeptos. Por ser bem aceito pela maioria dos cidadãos, ele será imposto a todos, quando os governantes ou líderes espirituais entrarem em acordo com a besta. Esse número se relaciona com a criação do mundo.
          Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Por ser o descanso de Deus, o sete é considerado o número da perfeição.
          Atentando agora para o que Deus fez nos dias de trabalho, vemos que no dia sexto foram criados - além dos seres humanos três classes de animais, produzidos pela terra, como sendo:
1) Os animais domésticos, que são amigos do homem;
2) Os animais répteis, que se arrastam sobre a terra;
3) Os animais selvagens, cuja natureza não reconhecem o homem como seu amigo.
          Portanto, na ordem da criação o dia seis está ligado a esses três tipos de seres viventes, sendo que o homem, o último a ser criado, é considerado um caso a parte. Ele é a coroa da criação, e o intermediário entre Deus e tudo o que foi criado.
          Observem que o diabo, sendo o dragão, a antiga serpente, tem sua origem na classe dos animais répteis, e foi para ele que o homem perdeu sua hegemonia espiritual, quando lhe deu ouvidos, desobedecendo a Deus.
          Não menos importante também é a revelação contida em Apocalipse 13:2, de que a personalidade do dirigente da besta estará representada no instinto de três animais selvagens, ou seja, à do leopardo, à do urso e à do leão.
          Assim, o número seiscentos e sessenta e seis significando sinal de uma aliança entre o homem e a besta, representará o instinto desses três animais. Cada algarismo seis representa um animal selvagem criado por Deus no sexto dia.
          O perfil das ações da besta será como o instinto desses três animais. Rápido como o leopardo, falso como o urso, e forte como o leão.
          Da mesma forma que Deus sela no Espírito, e separa aqueles que foram convertidos, conforme se registra em Efésios 1:13, também satanás vai separar para ele aqueles que adorarem a besta.
          Nos dias atuais, satanás ainda não identificou quem é dele e não é. Por isso, muitos passam dos domínios dele para os domínios de Jesus, e vice-versa. Mas no fim dos tempos, quando ele se instalar na terra através da besta, vai haver uma nítida separação entre quem é de Cristo, e quem é do diabo.




O Arrebatamento


      O arrebatamento é o maior sonho de todos aqueles que passam a conhecer as promessas do Senhor Jesus.
      Muitos possuem uma visão superficial desse evento, pensando que ele será feito de uma só vez. Respeitamos a opinião de todos, mas queremos fazer uma análise mais completa sobre essa promessa.
      Somos vistos por Jesus como uma seara. Portanto, se dermos um sentido profundo às palavras do Senhor, podemos admitir que uma seara é plantada e depois colhida.
      Em Joel 3:13, falando do juízo que será executado sobre as nações, Deus determina: “Lançai a foice, porque já está madura a seara...”. Em Mateus 9:37, Jesus diz para os discípulos: “A seara é realmente grande, mas os ceifeiros são poucos”.
      Em Mateus 13: 24 a 30, na parábola do joio e do trigo, o Senhor nos compara como uma plantação de Deus. Existem ainda vários outros registros bíblicos que dão o mesmo sentido; entre eles a comparação que o Senhor Jesus faz em Marcos 4: 26-27-28-29, dizendo:
      “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois a espiga e por fim o grão?cheio na espiga.??E quando o fruto já está maduro?logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa”
      Observe a descrição registrada em Apocalipse 14: 15. Um anjo recebe uma ordem de Deus nos seguintes termos: “Lança a foice e ceifa,? porque é chegada a hora de ceifar, pois a seara da terra já está madura”
      Em Hebreus 10:1, Paulo diz que a lei é a sombra dos bens futuros. Por isso cremos que a comparação que Jesus fez, várias vezes, entre os humanos e a plantação, tem algum sentido no arrebatamento. Ela indica a maneira pela qual o Senhor vai resgatar os cristãos fiéis no tempo da grande tribulação. Portanto, o arrebatamento deverá seguir as mesmas etapas estabelecidas para a colheita das plantações contidas em Levítico 23: 9 a 25.
      Jesus mostrou ao apóstolo João que ele começará o arrebatamento pelos judeus. O apóstolo descreve:
      “Então olhei, e vi o Cordeiro em pé sobre o monte de Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai” (Ap.14:1).
      Esses são os judeus que foram selados no começo da grande tribulação (Ap. 7: 1 a 8), e pertencem exclusivamente às doze tribos de Israel, sobre as quais Deus estabeleceu o ponto de partida do plano de salvação (Veja Gn.12: 2-3; 29: 32 a 35; e 30: 1 a 24). A remissão desses judeus do primeiro arrebatamento é comemorada com grande júbilo. Veja a transcrição abaixo:
      “E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão. A voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam com suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. Ninguém poderia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que tinham sido comprados da terra” (Ap. 14:2–3).
      Ao se referir à voz de muitas águas, de harpistas, e de grande trovão, a Bíblia indica o sentido de festa, reunindo todos aqueles que habitam nos céus. Eles cantam diante do trono de Deus, e da santa assembléia, entoando um cântico que ninguém pode aprender, senão somente eles. Eles serão os primeiros arrebatados. Foram escolhidos especialmente para Deus. Essa é pela a vitória deles. Foram separados para servir a Jesus, como vemos abaixo:
      “Estes são os que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro, por onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis” (Ap. 14:4–5).
      Aqui, a Bíblia compara esses judeus ao primeiro molho da colheita que tinha de ser oferecido a Deus através do sacerdote (Veja Lv. 23: 10).
      Deus mandava também oferecer ao sacerdote por ocasião da colheita os dois pães cozidos. Igualmente, em Apocalipse 11: 6 a 12, a Bíblia registra a vinda de dois profetas que vão ser mortos pela besta, ressuscitar e subir aos céus. Essas primícias formarão o primeiro arrebatamento.
      Como diz o texto, esses 144.000 judeus foram comprados para Deus e para o Cordeiro, e eles serão virgens, por não ter se contaminado com mulheres (Ap. 14:4).
      O Senhor Jesus considerada a contaminação em caráter espiritual e não físico. Veja:
      “....O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca ...Pois do coração procedem maus pensamentos, assassínios, adultérios, prostituição, furtos, falso testemunho, blasfema. São estas coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não contamina o homem”(Mt. 15: 11-19-20).
      Ele considera a contaminação do espírito e não da carne. Por outro lado, biblicamente, a igreja do Senhor é prefigurada como a mulher. (Veja em Apocalipse 12 e 17).
      Assim, os judeus escolhidos como primícias do arrebatamento, são pessoas que vão ser separadas para Deus, e viverão em estrita obediência aos mandamentos de Jesus, sem se submeter a nenhum tipo de sistema religioso. A Bíblia diz ainda que eles serão irrepreensíveis, e na sua boca não se achará engano (Ap. 14:5).
      Com efeito, o fator principal que Deus considera em nós, não é o tipo de igreja a que pertencemos, mas a obediência à Sua Palavra. Um exemplo do caráter de Deus a esse respeito é aquela passagem onde o profeta Samuel diz para o rei Saul, que obedecer é melhor do que sacrificar; e atender é melhor do que a gordura de carneiros (I. Sm. 15: 22).
      Também em Mateus 7:21, o Senhor Jesus adverte de que os que entram no reino dos céus nem sempre são aqueles que dizem Senhor, Senhor, mas com certeza aqueles que fazem a vontade de Deus.
      Portanto, é aceitável admitir que esses 144.000 judeus considerados como primícias do Senhor, vão ser pessoas sem nenhum vínculo religioso, mas altamente obedientes aos ensinos de Jesus.
      Eles seguirão ao Cordeiro por onde quer que Ele vá. Isso mostra que eles foram entregues ao Senhor da mesma forma que o primeiro molho da colheita era entregue ao sacerdote.
      Temos então os 144.000 judeus escolhidos, mais os dois profetas que surgirão no tempo da grande tribulação, formando as primícias da ceifa, previstas em Levítico 23: 9-10-11.
      Falta ainda a maior parte da colheita, que não irá para o altar, mas para o celeiro do dono da seara.
      Essa parte representa o arrebatamento dos cristãos do mundo inteiro, considerados no princípio do cristianismo como gentios. Eles serão a parte maior e amadurecida da colheita, e se destinam ao celeiro dono da seara. Essa parte amadurecerá porque será colhida mais tarde. Isto quer dizer que o arrebatamento dos cristãos não judeus virá bem depois do primeiro arrebatamento.
      No tempo antigo, o celeiro era o lugar onde o produtor guardava a colheita, e ficava localizado entre o templo e o local da seara. Assim também, os cristãos comuns do segundo arrebatamento, serão levados às nuvens dos céus, com Senhor Jesus, como se afirma em I. Ts. 4:17.
      Esse arrebatamento está simbolizado em Apocalipse 14: 14 a 16, onde o Senhor lança Sua foice e colhe a seara madura da terra.
      Sobrarão vivos no mundo, depois do grande julgamento, todas as pessoas que, de alguma forma ajudaram os cristãos na época da perseguição da besta.
      O Senhor os deixará viver por causa de suas obras, e eles iniciarão o tempo do milênio bíblico (Veja Mt. 25: 31 a 40). Eles representam os resíduos da colheita deixados no campo, como determina a Lei em Levítico 23: 22.
      Eles serão a santa semente para reflorescer a terra, e formar um reino de justiça e paz, conforme está registrado em Isaías 6:8 a 13.
      Obs: Na página denominada “A grande ceifa humana” será descrito o arrebatamento dos cristãos não judeus.




A ressurreição


      O arrebatamento abrangerá os cristãos vivos, e os que forem mortos nos últimos dias.
      A ressurreição refere-se apenas às pessoas que forem mortas pelo testemunho de Jesus. Ao morrerem sem negar a fé, elas completarão o número dos que devem morrer pelo testemunho de Cristo (Veja Ap. 6:11).
      Na verdade, aqueles que foram mortos pelo testemunho de Jesus estão no trono de Deus. Suas almas subiram na condição de testemunhos de Cristo. É bom lembrar que não se trata de cristãos mortos em condições normais, mas daqueles que morreram por causa da fé.
      Os cristãos que morrem em tempos e condições normais não se incluem nessa ressurreição. Eles são resgatados pelo sangue do Cordeiro (Veja Mt. 18: 23 a 35).
      Os cristãos mortos na grande tribulação ressurgirão primeiro, e depois os vivos que forem escolhidos serão arrebatados juntamente com eles para o encontro com o Senhor nos ares (Veja I Ts. 4: 15 a 17).
      Tanto dos ressurretos como dos que estiverem vivos, subirão em corpos transformados e imortais (Veja I. Co. 15: 52 a 54).
      O Senhor ressuscitará ainda um outro grupo de cristãos, que não seguirá para o arrebatamento. São aqueles que negaram fé perante o poder da besta, mas logo após, morreram por algum motivo. Eles ressuscitarão para verificar com os seus próprios olhos que o Senhor cumpriu a promessa de buscar Seus escolhidos, da qual eles desistiram diante da tentação. A respeito desses, diz o profeta Daniel: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressurgirão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e desprezo eterno” (Dn. 12: 2).
      Essa é a primeira ressurreição. Os outros mortos, aqueles cujos corpos já se desfez no pó da terra, não ressuscitarão nessa época (Ap.20:5).
      Sobre esses se cumpre a determinação de Deus, registrada em Gênesis 3: 19, onde declara que somos pó, e ao pó retornaremos. Assim, a ressurreição dos mortos, cujos corpos a terra já tiver comido, só se fará no Juízo Final, que acontecerá após o milênio bíblico, quando todos terão que ressurgir, para prestar contas a Deus (Dt. 18: 19 e Ap. 20:11 a 15).
      Não aceitamos a idéia de que os corpos carnais já diluídos pela terra voltarão a existir na ressurreição.
      Há um texto bíblico, onde Deus manda Ezequiel profetizar sobre um vale de ossos secos, e estes revivem. Mas, como mostra o próprio texto, em Ezequiel 37: 11 essa visão teve o objetivo de comparar a situação espiritual do povo judeu naquela época. Eles estavam afastados de Deus, e por isso o Senhor os comparou a um vale de ossos sem vida.
      Na ressurreição que se aproxima não haverá mais nem os ossos daqueles que já morreram há muito tempo. Sobre esses mortos de muitos anos, já se cumpriu a ordem de Deus, que determina: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; pois és pó, e ao pó tornarás” (Gn. 3: 19).




O Evangelho Eterno


      Pouco antes do arrebatamento dos cristãos não judeus, começará a ser mudado o fundamento do evangelho que hoje é pregado. Veja na descrição do apóstolo:
      “Vi outro anjo voando pelo meio dos céus, tendo um Evangelho Eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda a nação, e tribo e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dê-lhe glória, porque é chegada a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas” (Ap.14:6-7).
      É o anúncio de um novo evangelho. Nesse tempo, os recursos naturais necessários à sobrevivência, estarão muito escassos, tendo como causa as catástrofes que estarão acontecendo. As águas e a vegetação estarão devastadas.
      Assim, o anjo que anunciará o novo evangelho, estará mostrando que temer a Deus e glorificá-lo é o único meio capaz de recuperar as condições de sobrevivência no planeta.
      No tempo do velho testamento a obediência à lei dada por Deus através de Moisés era o fundamento principal do evangelho. Com a primeira vinda de Jesus, o fundamento do evangelho tem como base o arrependimento dos pecados.
      Na era vindoura, ele terá como princípio fundamental o temor e a adoração a Deus.
      Os povos do futuro relacionarão com Deus através da adoração e glorificação. Veja a revelação feita por Jesus à samaritana no poço de Jacó: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. (Jo. 4:23).
      Profetizando sobre o comportamento dos povos em tempos futuros, diz o profeta Zacarias: “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos,... Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva”. (Zc. 14: 16-17).
      O evangelho atual, fundamentado no arrependimento para perdão de pecados, tem um tempo limitado. A Bíblia registra as seguintes palavras de Jesus:
      “Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e do lado de fora começardes a bater, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos, ele vos responderá: Não sei donde sois” (Lc. 13: 25).
      Isso quer dizer que um dia, a porta da salvação através do Evangelho da Graça vai ser fechada. É a partir daí que vai começar o Evangelho Eterno. O fundamento será baseado no temor e glorificação a Deus.
      Ele não terá fim, e será proclamado antes da segunda vinda do Senhor Jesus. Muitos que não se converteram através do arrependimento, na vigência do Evangelho da Graça, poderão faze-lo pelo temor de Deus, tendo em vista os eventos que estarão acontecendo na época.
      Após o julgamento que o Senhor Jesus levará a efeito no término da grande tribulação, o Evangelho eterno será um regulamento de vida para os povos que estarão iniciando uma nova sociedade.
      Nesse tempo, a igreja do Senhor Jesus estará unificada, e não haverá mais diversidade de denominações nascidas de um mesmo evangelho.
      A terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar (Veja Is.11:9). Deus estará atendendo a oração do Senhor Jesus, feita antes de Sua ascensão, nas seguintes palavras: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti. Que eles também sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo. 17: 17 a 21).
      Após surgir o Evangelho Eterno, começará ser anunciada a queda das instituições que adulteraram a Palavra de Deus ao longo do tempo do cristianismo.
      O apóstolo amado de Jesus vê um outro anjo despontando nos céus, trazendo a seguinte mensagem:
      “Caiu, caiu a grande babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição” (Ap. 14:8).
      A expressão babilônia encontrada nos textos bíblicos indica um sentido negativo. No passado, o povo de Deus foi escravizado por um reino com esse nome. Matou muitos deles, desrespeitando a sua fé, e usando objetos consagrados ao serviço de Deus, para se servirem em farras e orgias. (Veja Dn. 5:2).
      Babilônia localizava-se onde hoje é o Iraque, e foi um reino de poder, porém adoradores de deuses estranhos.
      Ela subjugou o povo de Israel mais ou menos no ano 587 a.C., impondo-lhe um cativeiro de mais de setenta anos, como, aliás, estava profetizado. (Jr. 25: 11-12).
Por causa desse passado negro e sofredor que o reino de Babilônia impôs ao povo judeu, o nome babilônia, na visão bíblica, está associado a algo ruim, dominador, abusador das coisas de Deus, escravizando os homens pela imposição de suas forças.
      Assim, quando o anjo anuncia que caiu a grande babilônia, podemos interpretar que houve uma decisão de Deus para a destruição de algo existente com as características daquele reino.
      O anjo declara ainda que esse reino influenciou a todas as nações, dando a beber o vinha da ira de sua prostituição.
      Conforme se afirma em Efésios 5:18, o ensino vicioso da Palavra de Deus é como o vinho, ou seja, algo que se bebe e embriaga, impedindo-nos de raciocinar corretamente a respeito das coisas.
      Podemos, agora, imaginar que o brado desse anjo refere-se às igrejas que se declaram cristãs, mas distorcem o verdadeiro sentido da Palavra de Deus. Nesse tempo, Deus estará separando os fiéis dos infiéis. O Senhor Jesus disse que:
      “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação dos séculos. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa pecado, e todos os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes” (Mt. 13: 40-41-42).
      Essa parábola se refere a joio tirado do meio do trigo. Portanto, é válida a visão de que se trata do cristão infiel, com o joio; e do fiel como trigo. Esse é o processo de separação onde se distinguirá quem está certo e quem está errado, com respeito à palavra de Deus.
      O império babilônico existiu, e se fez célebre por seus costumes dissolutos, como a capital opressora de muitas civilizações. Não reconheciam o único e verdadeiro Deus. Adoravam a vários deuses, praticando a orgia e a prostituição. Entrou em decadência e transmitiu influência ao império romano, que por sua vez introduziu legiões dominadoras em quase todo o mundo, levando a prostituição religiosa, e a idolatria, por onde passava.
      Primavam pela sede de dominar sobre todos os povos, e não excitavam em condenar à morte todos aqueles, cujos ideais divergiam dos seus. Daí a condenação à morte de milhares de cristãos. No contexto das profecias bíblicas, encontramos a interpretação razoavelmente clara de que essa herança de idolatria e adulteração da palavra de Deus haveria de surgir na igreja de Cristo.. Nos últimos dias de sua vida terrena, o apóstolo Paulo, despedindo dos cristãos da igreja de Éfeso, profetizou o início da adulteração da Igreja, advertindo aos efésios, dizendo:
      “Olhai por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com seu próprio sangue. Sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho” (At. 20: 28-29).
      A História mostra que a igreja do Senhor foi invadida por essa herança maligna, mais ou menos no ano 325 d.C., quando os cristãos admitiram a prática de costumes semelhantes aos dos antigos impérios babilônico e romano, mesmo sendo algo condenado pelas Sagradas Escrituras.
      Por isso, somos forçados a acreditar que, quando o anjo de Deus (Ap.14:8) declara a caída da grande babilônia, faz aí uma referência direta a todas as instituições cristãs que misturaram a pureza do Evangelho de Jesus com os costumes babilônicos e romanos.
      Na verdade, nada passa despercebido aos olhos do Criador. Ele adverte de que conhece os nossos corações, e dá o pago a cada um, segundo as nossas obras (Jr. 17: 9-10). Não obstante as explicações claras contidas nos registros bíblicos, milhões de criaturas têm enganado a si mesmas, tentando inverter o sentido da palavra escrita.
      Muitos assim procedem porque não conhecem a verdade, ou porque honram mais aos homens do que a Deus.
      A unificação da igreja é profetizada em João 10: 16, onde o Senhor Jesus declara que haverá um só rebanho e um só pastor. Isso quer dizer que não haverá mais diversidade de doutrinas a respeito da palavra de Deus. O Evangelho Eterno surgirá em substituição ao cristianismo, e a partir daí estarão sendo eliminadas as distorções.
      A visão bíblica mostra que o rebanho do Senhor será resumido em duas igrejas, como sendo: Uma de caráter universal e fiel aos princípios cristãos. Ela é anunciada em Apocalipse 12:1; e outra adulterada, com ritos se enquadra na herança babilônica. Ela é mostrada em Apocalipse 17: 3-4-5.
      A proclamação do anjo vista em Apocalipse 14:4, é o prenúncio da condenação e do banimento da parte adulterada da igreja. Como veremos mais adiante, essa condenação será executada a nível institucional, ou seja, sobre a pessoa jurídica do sistema, dando-se ainda a oportunidade de salvação aos membros que nela existir (Veja Ap. 18:4-5).
      Nessa época, o Senhor Jesus estará terminando o arrebatamento dos fiéis, e a porta da salvação – através do arrependimento para perdão de pecados – estará fechada (Veja Lc. 13:25). Portanto, os que não foram arrebatados por terem se arrependido tardiamente, estarão aguardando o julgamento que será levado a efeito logo após a guerra do Armagedon.
      Muitos ainda poderão ser salvos, se temerem a Deus, pois estará se cumprindo a promessa, que diz: “E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, porque no monte de Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor disse, entre os restantes que o Senhor chamar” (Joel 2: 32).
      Vemos aí, então, que apesar de já haver terminado o tempo da graça, o novo e único Evangelho poderá dar livramento aos cristãos tardios. A Bíblia diz que o Evangelho Eterno advertirá o povo de Deus contra os enganos da besta. Está escrito o seguinte:
      “Segui-o ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, preparado, sem mistura, no cálice de sua ira. E será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. Não tem repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome” (Ap. 14:9-10-11).
      Como já dissemos, muitas revelações registradas no Apocalipse mostram os eventos a partir de suas origens, ou seja, a partir da ordem de Deus para o acontecimento dos fatos aqui na terra. Por isso, quem estiver vivendo na época desses eventos, não irá vê-los literalmente, mas se conhecer os registros revelados por Deus, poderá observar que os atos estarão acontecendo, e que eles correspondem ao que está escrito na Palavra de Deus.
      Assim, a pregação desses anjos que trazem o Evangelho Eterno, não estará sendo vista aos nossos olhos, mas estará sendo executada pela igreja unificada, que Deus criará na terra,.(Ap.12:1).
      Deus tem colocado diante dos seres humanos o direito de optar pela benção ou pela maldição. Portanto, todos aqueles que aceitarem as imposições da besta, deverão estar conscientes de que estão optando pelo diabo, e que serão condenados juntamente com ele.
      Por essa razão, a propagação do Evangelho de Cristo, é de extrema importância, a fim de que as pessoas tenham plena consciência do caminho que escolheu. É necessário sabermos ainda, que seguir os passos de Jesus requer sacrifício e perseverança. A primeira condição é permanecer no Evangelho e adquirir conhecimento de tudo o que ele ensina (Veja Hb. 5:13-14).
      Qualquer pessoa que almeja chegar à presença do Senhor, terá que ser determinada e muitas vezes abandonar seu ponto de vista, em obediência àquilo que Deus manda. Veja o que está escrito no versículo a seguir: “Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap. 14:12)
      Os sacrifícios feitos por causa da Palavra de Jesus, não passarão despercebidos aos olhos de Deus. A recompensa daquilo que fizermos ou deixarmos de fazer, por causa do Senhor, caminha com nós pela eternidade. Observe a revelação do apóstolo:
      “Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanharão” (Ap. 14:13).
      Assim, se não temos coragem para exercer o mandamento do Senhor, devemos orar e pedir ao Espírito Santo que nos dê essa condição, pois aquele que confia em Jesus, de fato e de verdade, jamais se deixará amedrontar pelas ameaças, ainda que elas sejam de morte.
      O Senhor nunca deixará de cumprir as promessas que nos fez. Não devemos esquecer de suas advertências. Ele disse:
      “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”.
      “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai que está nos céus” (Mt. 10: 28-32-33).
      Algumas pessoas poderão estranhar o fato de termos que enfrentar a morte, mesmo sendo cristãos convertidos e fiéis ao Senhor. Mas a Bíblia mostra que estaremos perdendo a batalha para a besta, temporariamente (Dn. 7:21).
      Essa perca é temporária, conforme está escrito: “... e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn. 7:22).
      Um outro fato importante a considerar, é que, para o cristão bem estruturado na fé, a morte deixa de ser um fantasma. Ele tem a certeza de que irá para algo melhor, conforme vemos das declarações do apóstolo Paulo aos Filipenses, abaixo transcrita:
      “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor...” (Fp. 1: 21-23).

A grande ceifa humana


      O Senhor Jesus comparou a situação futura dos seres humanos, como à plantação em um campo. Ele disse que a boa semente do trigo seria plantada, mas no meio dela o inimigo haveria de colocar o joio. Ambas deveriam crescer juntas, para que, ao se arrancar o joio, não danificasse o trigo.
      Assim, no tempo da colheita, o joio seria queimado, e o trigo recolhido ao seleiro do plantador.
      Considerando o trigo como os filhos de Deus; e o joio como os filhos do maligno, estabeleceu que na grande ceifa humana, Deus haveria de recolher para si os fiéis e perseverantes, e de banir da face da terra aqueles que rejeitaram a Sua Palavra (Mt. 13: 24 a 30).
      Assim, revelando o futuro dos seres humanos através do Apocalipse, Jesus mostra de maneira bem detalhada quando e como deverá ocorrer a grande colheita de Deus. Nos versículos que dispõem sobre a vídima da terra, o apóstolo relata:
      “Olhei e vi uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada. Então outro saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a sua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois a seara da terra está madura” (Ap. 14:14-15)
      Esse registro diz respeito ao cumprimento da promessa do Senhor, quando declarou:
      “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”(Mt. 24: 30).
      O versículo seguinte, do Apocalipse, declara que:
      “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada” (Ap.14:16).
      De maneira bem resumida, a Bíblia está dizendo que nesse momento, do alto das nuvens, o Senhor Jesus, colhe para Ele os seres humanos que tinham a qualidade espiritual do trigo. Esses versículos dizem respeito ao arrebatamento dos cristãos do mundo inteiro, que forem tidos por dignos de serem arrebatados.
      A vídima da terra está dividida em duas partes, bem diferentes. No que diz respeito ao trigo, ela se subdivide em duas partes: os cristãos que se tornaram dignos de serem arrebatados; e os cristãos que, apesar de serem fiéis, não tiveram condições de serem arrebatados. Podemos chamar de cristãos vencedores, os que foram escolhidos no arrebatamento; e de cristãos comuns, os que não foram escolhidos.
      Os cristãos vencedores são colhidos pelo próprio Senhor Jesus, através do arrebatamento, quando Ele recebe uma ordem vinda do templo de Deus. Os cristãos comuns são colhidos por um
      anjo, que também recebe ordens do templo de Deus, porém de maneira diferente.
      Apesar de serem trigo, eles são também considerados na vídima como uvas. Nesse sentido, é preciso levar em conta que podemos ser trigo ou joio no espírito, mas somos também como uvas, porque retemos, em nosso corpo, o sangue que representa o vinho. Observe a transcrição do versículo que diz respeito a eles. O apóstolo descreve a visão como vai abaixo:
      “Outro anjo também saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada. Ainda outro anjo saiu do altar, o qual tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lançai a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à terra e colheu as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até o freio dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”(Ap.14:17-18-19-20)
      Note que agora não é mais o Senhor Jesus quem maneja a foice. É um anjo comum, que recebe ordem através de outro, que tem poder sobre o fogo.
      A expressão de poder sobre o fogo indica a maneira pela qual os cristãos comuns irão morrer, ou seja, através de instrumentos de guerra. Na verdade, eles foram fiéis, mais de alguma forma deixaram algo a desejar.
      A esse respeito disse o apóstolo Paulo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica sobre ele. Pois ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E se alguém sobre este fundamento levantar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará, porque o dia a demonstrará. Pelo fogo será revelada, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou sobre ele permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (I Co. 3: 10 a 15).
      É mostrado aqui, que a partir do versículo 17 – capítulo 14 – do Apocalipse, a Bíblia trata da ceifa dos cristãos comuns, ou seja, aqueles que não foram escolhidos para o arrebatamento.
      Os incrédulos e os adeptos da besta são a parte considerada como joio, e serão colhidos depois, de maneira diferente. Eles terão um outro destino, como veremos.
      Os versículos 17-18-19-20, acima descritos, se referem àqueles que aceitaram o Senhor Jesus como seu salvador, e não fizeram a Sua vontade. Incluem também os que usaram o nome do Senhor para fins diferentes, os que foram imprudentes, apesar de terem conhecido a verdade, e os que dela se desviaram por causa das tentações do mundo.
      A respeito desses, o Senhor Jesus advertiu de maneira bem clara, quando disse:
      “Nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome ? e em teu nome não expulsamos demônios ? e em teu nome não fizemos muitos milagres ? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt. 7: 21-22-23).
      O anjo se refere a cachos de uvas que serão vindimados (Ap.14:18). Essa referência refere a frutos agregados simbolizando pessoas que congregam em várias denominações, em torno do nome do Senhor, porém, sem deixar de praticar iniqüidade. São pessoas que foram chamadas ao Evangelho, aceitaram, mas seus frutos não atingiram o nível exigido por Deus, para serem escolhidas na hora do arrebatamento.
      Quando a Bíblia diz que saiu sangue até aos freios dos cavalos, fica evidenciado que as pessoas vindimadas morreram na mão da besta. Os mil e seiscentos estádios por onde correrá o sangue dá uma idéia da multidão de pessoas que morrerão.
      Sabemos agora, que a vindima da terra será o arrebatamento dos cristãos fiéis; e o recolhimento para Deus, mediante a morte, dos cristãos que não aceitaram a besta, mas não foram arrebatados.

O cântico da vitória


      O Senhor Jesus comparou a situação futura dos seres humanos, como à plantação em um campo. Ele disse que a boa semente do trigo seria plantada, mas no meio dela o inimigo haveria de colocar o joio. Ambas deveriam crescer juntas, para que, ao se arrancar o joio, não danificasse o trigo.
      Assim, no tempo da colheita, o joio seria queimado, e o trigo recolhido ao seleiro do plantador.
      Considerando o trigo como os filhos de Deus; e o joio como os filhos do maligno, estabeleceu que na grande ceifa humana, Deus haveria de recolher para si os fiéis e perseverantes, e de banir da face da terra aqueles que rejeitaram a Sua Palavra (Mt. 13: 24 a 30).
      Assim, revelando o futuro dos seres humanos através do Apocalipse, Jesus mostra de maneira bem detalhada quando e como deverá ocorrer a grande colheita de Deus. Nos versículos que dispõem sobre a vídima da terra, o apóstolo relata:
      “Olhei e vi uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada. Então outro saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a sua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois a seara da terra está madura” (Ap. 14:14-15)
      Esse registro diz respeito ao cumprimento da promessa do Senhor, quando declarou:
      “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”(Mt. 24: 30).
      O versículo seguinte, do Apocalipse, declara que:
      “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada” (Ap.14:16).
      De maneira bem resumida, a Bíblia está dizendo que nesse momento, do alto das nuvens, o Senhor Jesus, colhe para Ele os seres humanos que tinham a qualidade espiritual do trigo. Esses versículos dizem respeito ao arrebatamento dos cristãos do mundo inteiro, que forem tidos por dignos de serem arrebatados.
      A vídima da terra está dividida em duas partes, bem diferentes. No que diz respeito ao trigo, ela se subdivide em duas partes: os cristãos que se tornaram dignos de serem arrebatados; e os cristãos que, apesar de serem fiéis, não tiveram condições de serem arrebatados. Podemos chamar de cristãos vencedores, os que foram escolhidos no arrebatamento; e de cristãos comuns, os que não foram escolhidos.
      Os cristãos vencedores são colhidos pelo próprio Senhor Jesus, através do arrebatamento, quando Ele recebe uma ordem vinda do templo de Deus. Os cristãos comuns são colhidos por um
      anjo, que também recebe ordens do templo de Deus, porém de maneira diferente.
      Apesar de serem trigo, eles são também considerados na vídima como uvas. Nesse sentido, é preciso levar em conta que podemos ser trigo ou joio no espírito, mas somos também como uvas, porque retemos, em nosso corpo, o sangue que representa o vinho. Observe a transcrição do versículo que diz respeito a eles. O apóstolo descreve a visão como vai abaixo:
      “Outro anjo também saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada. Ainda outro anjo saiu do altar, o qual tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lançai a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à terra e colheu as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até o freio dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”(Ap.14:17-18-19-20)
      Note que agora não é mais o Senhor Jesus quem maneja a foice. É um anjo comum, que recebe ordem através de outro, que tem poder sobre o fogo.
      A expressão de poder sobre o fogo indica a maneira pela qual os cristãos comuns irão morrer, ou seja, através de instrumentos de guerra. Na verdade, eles foram fiéis, mais de alguma forma deixaram algo a desejar.
      A esse respeito disse o apóstolo Paulo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica sobre ele. Pois ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E se alguém sobre este fundamento levantar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará, porque o dia a demonstrará. Pelo fogo será revelada, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou sobre ele permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (I Co. 3: 10 a 15).
      É mostrado aqui, que a partir do versículo 17 – capítulo 14 – do Apocalipse, a Bíblia trata da ceifa dos cristãos comuns, ou seja, aqueles que não foram escolhidos para o arrebatamento.
      Os incrédulos e os adeptos da besta são a parte considerada como joio, e serão colhidos depois, de maneira diferente. Eles terão um outro destino, como veremos.
      Os versículos 17-18-19-20, acima descritos, se referem àqueles que aceitaram o Senhor Jesus como seu salvador, e não fizeram a Sua vontade. Incluem também os que usaram o nome do Senhor para fins diferentes, os que foram imprudentes, apesar de terem conhecido a verdade, e os que dela se desviaram por causa das tentações do mundo.
      A respeito desses, o Senhor Jesus advertiu de maneira bem clara, quando disse:
      “Nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome ? e em teu nome não expulsamos demônios ? e em teu nome não fizemos muitos milagres ? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt. 7: 21-22-23).
      O anjo se refere a cachos de uvas que serão vindimados (Ap.14:18). Essa referência refere a frutos agregados simbolizando pessoas que congregam em várias denominações, em torno do nome do Senhor, porém, sem deixar de praticar iniqüidade. São pessoas que foram chamadas ao Evangelho, aceitaram, mas seus frutos não atingiram o nível exigido por Deus, para serem escolhidas na hora do arrebatamento.
      Quando a Bíblia diz que saiu sangue até aos freios dos cavalos, fica evidenciado que as pessoas vindimadas morreram na mão da besta. Os mil e seiscentos estádios por onde correrá o sangue dá uma idéia da multidão de pessoas que morrerão.
      Sabemos agora, que a vindima da terra será o arrebatamento dos cristãos fiéis; e o recolhimento para Deus, mediante a morte, dos cristãos que não aceitaram a besta, mas não foram arrebatados.

A visão do tabernáculo


      “Depois disto olhei, e abriu no céu o santuário do tabernáculo do testemunho, e os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos à altura do peito com cintos de ouro” (Ap. 15: 5- 6)
      Como veremos adiante, esses sete anjos têm a tarefa de executar boa parte da purificação dos povos da terra, já no final da grande tribulação. Nessa época, o povo já foi avisado de qual será o destino daquele que adorar a besta e aliar-se a ela (Ap. 14:6 a 13). Assim, os sete anjos que agora são vistos saindo do tabernáculo, simplesmente executarão o mandado de Deus. Mediante sete tipos de ação diferentes, eles determinarão o que acontecerá com os simpatizantes e aliados da besta.
      Esse trabalho de limpeza no plano físico da terra, que envolve a matança do povo anticristão, está dividido em duas partes.
      A primeira consiste nas sete pragas que esses anjos derramarão. A segunda diz respeito à queda das instituições que adulteram a palavra de Deus.
      Biblicamente, adulterar significa impor ao povo a prática de costumes reprovados pelo Evangelho. Assim, as sete pragas atingirão as pessoas físicas, e a queda da babilônia, a pessoa jurídica, das instituições envolvidas.
      A ordem para executar esses juízos sai diretamente do tabernáculo, isto é, do trono de Deus. O tabernáculo é o lugar onde está o testemunho, ou seja, a arca da aliança (Ap. 11:9). É onde se guardam os mandamentos dados a Moisés no monte Sinai. Tudo o que Deus mandou Moisés construir para o templo, quando eles estavam no deserto, representa uma réplica daquilo que aparece no céu nas visões contidas no livro do Apocalipse. A Bíblia registra:
      “Um dos quatro seres viventes (Ap. 4:6-7) deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que vive para todo o sempre. E o templo se encheu de fumaça, procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia entrar no templo, enquanto não se consumasse as sete pragas dos sete anjos” (Ap.15:7-8).
      Quando fala nos seres viventes, refere-se a um dos componentes vistos no trono de Deus. Eles representam os animais vivos da criação de Deus, e O adoram dia e noite, numa demonstração de que fomos criados para glorificar a Deus.
      É um deles, possivelmente o que representa o homem, que faz a entrega das taças cheias da ira de Deus.
       A fumaça do trono provém das orações do povo de Deus. Em Apocalipse 5: 8 está escrito que os componentes do trono de Deus tinham as taças cheias de incenso, que são as orações dos santos. Em 8:4 diz que da mão do anjo, subiu a Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.
      Desde os tempos antigos, todas as vezes que havia eventos importantes na congregação, Deus se fazia presente, sempre em meio a uma nuvem. Assim também foi no dia em que Moisés levantou o primeiro tabernáculo, conforme se verifica em Êxodo 40: 34 a 38. Vê-se ainda a mesma coisa no dia em que Salomão dedicou o templo ao Senhor, como se registra em II Crônicas 7: 1-2.
      Não há mudanças no caráter de Deus. Tudo o que Ele fez no passado, faz no presente e fará no futuro. Por isso, vemos aqui que os mesmos sinais da época de Moisés e Salomão se repetirão no futuro.

Começa a derrota da besta


COMEÇA A DERROTA DA BESTA

      “Então ouvi, vinda do templo, uma grande voz que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus” (Ap. 16:1).
      A ordem de Deus é para que as taças sejam derramadas sobre a terra como um todo. Todos os povos da terra sofrerão os seus efeitos. Começa então ai, a derrota da besta.

A Primeira Taça

      “O primeiro saiu e derramou a sua taça sobre a terra, e apareceu uma chaga feia e dolorosa nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem” (Ap. 16:2).
      Sobre essa praga, profetizou Zacarias: “Esta é a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando eles ainda em pé, e lhes apodrecerá a língua na sua boca” (Zc. 14:12).
      Trata-se de uma epidemia incurável, afetando as pessoas que tiverem o sinal da besta, e que adorarem a sua imagem. O diabo sempre quis fazer o homem pecar, usando a imagem. Em Daniel 3: 1 a 30, a Bíblia registra que na antiga Babilônia, Sadraque, Mesaque a Abede-Nego foram jogados na fornalha de fogo, depois de se negarem a adorar uma imagem feita por Nabucodonosor. Mas Deus não deixou que nenhum dano lhes fosse causado (Dn. 3:27).
      Da mesma forma, Jesus nos promete a vitória quando formos fiéis. Ele nos advertiu a esse respeito: Eis o texto: “De todos sereis odiados por causa do meu nome. Mas não perecerá um único fio de cabelo da vossa cabeça. Na vossa perseverança ganhareis as vossas almas” (Lc. 21: 17-18-19).
      Nossa vitória vai depender da perseverança, e da fé. As sete últimas pragas virão apenas para completar a assolação que começará com o toque das sete trombetas.

A Segunda Taça

      “O segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreram todos os seres viventes que estavam no mar” (Ap. 16:3).???????
      Observe que o toque da segunda trombeta (em Ap. 8: 8-9), provocou o mesmo tipo de dano, afetando apenas um terço dos seres viventes do mar. A destruição total dos seres marinhos se completa agora, quando esse anjo derrama a segunda taça de maldição, matando todos os seres produzidos pelo mar.
      Isso se explica, porque os toques das trombetas representam um apelo de Deus, mostrando Seu poder, para que os homens se convertam. Já por meio das taças de maldição, Ele estará consumando a assolação da terra, a fim de destruir aqueles que não deram ouvidos à Sua Palavra.

A Terceira Taça

      “O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, ó Senhor, que és e que eras, o Santo, porque julgaste estas coisas; porquanto derramaram o sangue de santos e de profetas, também tu lhes deste sangue a beber, são merecedores disto. E ouvi uma voz do altar responder: Na verdade, o Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos” (Ap.16:4-5-6-7).
      Aqui, há uma acentuada diferença entre a maldição das trombetas e das taças. No primeiro caso, as águas dos rios se tornaram amargas. No segundo elas se tornaram em sangue.
      No entanto, é mostrado neste último texto, que Deus traz aqui a vingança do sangue derramado pelos profetas e pelo Seu povo.
      A partir dessa praga, as águas não estarão mais em condições de ser usada.
      A fé e o conhecimento das Escrituras se tornará, cada vez mais, um elemento vital para a sobrevivência. A Bíblia mostra que através da fé os povos do passado sobreviveram a várias situações difíceis e semelhantes às que virão no futuro.
      Em uma delas o profeta Eliseu tornou saudável um poço de águas contaminadas, com apenas uma tigela de sal (II Re. 2:19 a22). Em Êxodo 17: 1 a 6 se registra que Deus mandou o povo de Israel acampar em Refidim, mas lá não havia água. Ele então mandou que Moisés ordenasse a rocha para dar água. Em assim fazendo, brotou água para todo o ser vivente que ali se encontrava.
      Assim, o povo que estiver vivendo no tempo das grandes pragas, se tiver a mesma fé, poderá obter os mesmos milagres que Deus operou no passado.
      Jesus promete a vitória sobre qualquer obstáculo. Veja a promessa: “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (Jo. 15: 7).

A Quarta Taça


      “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. Os homens foram abrasados com grande calor, e blasfemaram contra o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas, mas não se arrependeram para lhe darem glória” (Ap.16:8- 9).
      Aqui também Deus completará o que já havia começado. Pela quarta trombeta, uma terça parte do sol ficou prejudicada. Agora na quarta taça, o sol se tornará extremamente aquecido, transformando a terra numa fornalha de fogo. Será muito difícil sobreviver num planeta que não tem água e o calor é insuportável.
      Mas, ainda assim, os homens não se curvarão diante de Deus. Aqueles que aceitarem a besta terão o entendimento bloqueado contra as coisas de Deus. Para eles a semente do Evangelho caiu à beira do caminho e foi comida pelas aves. O diabo vai bloquear o entendimento deles para que não venham a ser salvos (Veja Lc. 8: 5 a 12).
      Talvez por questão de estar de posse de muitas riquezas, o trono da besta será o último alvo a ser atingido. A taça seguinte fala a seu respeito.

A Quinta Taça

      “O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso. Os homens mordiam as suas línguas de dor, e por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram contra o Deus dos céus, e não se arrependeram das suas obras” (Ap.16:10-11).
      Essa epidemia de chagas dolorosas foi derramada primeiramente sobre os simpatizantes da besta, como vemos na descrição da primeira taça. Agora o próprio trono da besta é atingido por ela. A expressão tenebroso indica escuridão, ou trevas.
      Essa praga vai ser semelhante à nona praga que Deus mandou sobre o Egito, para libertar do povo de Israel (Ex.19:21-22). No trono da besta, ela vai provocar trevas espirituais, e seus componentes vão ficar desorientados e cegos de entendimento na condução de seus objetivos.
      No passado, como está descrito em II Reis 6:8 a 23, quando Eliseu se viu cercado por soldados do rei da Síria, orou pedindo a Deus que cegasse seus inimigos, e assim aconteceu, ocasionando o livramento. Esses registros bíblicos nos levam a concluir que cada cristão deve se empenhar para adquirir o mesmo nível de fé dos homens do passado, pois o caráter de Deus não muda. O mesmo livramento que Ele deu no passado, também poderá dar no futuro, em situações semelhantes. Satanás vai reagir quando seus servos começarem a ser atingidos. Mas Deus vai derrubá-lo.

A Sexta Taça

      “O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente” (Ap.16:12).
      Em Apocalipse 9: 13 a 21, a Bíblia registra que junto a esse rio existem quatro inimigos do povo judeu, e que eles estarão preparados para provocar uma guerra envolvendo duzentos milhões de pessoas.
Isso acontecerá por ocasião do toque da sexta trombeta. Portanto, no tempo da sexta taça essa guerra já terá produzido os seus efeitos.
      O rio Eufrates corre por onde era a antiga cidade de Babilônia. Em 539 a. C., ele foi desviado a mando do rei Ciro, do império persa, e serviu de caminho para a invasão que derrotou Nabucodonosor.
      É de se supor que no futuro Deus usará também essa mesma via para tomar a herdeira da civilização pagã, isto é, a cidade que abrigará o berço do império anticristão.
      Como sabemos, a partir da vigência do milênio bíblico, a Palavra de Deus não será mais ministrada – oficialmente – a partir de Roma, mas de Jerusalém (Veja Mq. 4:2).
      Em Apocalipse 21: 24, a Bíblia diz que as nações andarão a luz da nova Jerusalém, e que os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. Assim, quando o sexto anjo derramar a sua taça sobre o rio Eufrates, e secar as suas águas, o caminho para os reis do Oriente adorarem em Jerusalém, estará começando a ser preparado.
      É bom lembrar, que os magos do Oriente foram os primeiros a visitarem o Senhor Jesus, por ocasião de Seu nascimento em Belém da Judéia. Portanto, Deus em Sua infinita perfeição estará honrando aqueles que honraram Seu Filho.

A preparação para a guerra


      Satanás vai reagir dentro de suas já minguadas possibilidades. Eis a visão do apóstolo:
      “Então vi três espíritos imundos semelhantes a rãs, saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta. São espíritos de demônios, que operam sinais, e vão ao encontro dos reis de todo o mundo, a fim de congregá-los para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso” (Ap.16:13-14).
      Lembremos que antes desse tempo, a besta vai firmar acordo com as nações, oferecendo-lhes ajuda financeira, na disfarçada intenção de combater a fome e a miséria, que, aliás, foram provocadas pelo próprio satanás (Veja Ap. 6:6-7-8).
      Esta é a maneira pela qual o diabo firmará seu reino para batalha. Sua popularidade vai começar com sinais feitos através da besta, e com uma falsa oferta de ajuda para liquidar as dívidas dos países pobres com os países ricos.
       A besta usará com sucesso o instinto do leopardo, para convencer os governos. Isto será feito em tempo recorde, uma vez que ela tem apenas três anos e meio de duração. Agindo com rapidez ela demonstrará a qualidade de urso, caminhando com pés ligeiros. Quando muitos governos estiverem comprometidos com o sistema, ela dará as ordens como um dominador, usando o instinto do leão. (Veja Ap. 13:2).
       No rol dos admiradores da besta estarão os dois maiores líderes religiosos do mundo. Aproveitando a influência que eles exercem sobre os povos, a besta os colocará num sistema de comando à parte.
       Assim, fazendo tudo o que ela mandar, eles exercerão o domínio sobre a parte espiritual dos cidadãos, formando o comando religioso do sistema.
       Esse sistema é a segunda besta, que se levanta da terra, chamada de falso profeta.
       A besta enviará espíritos imundos, em forma de rãs, sobre líderes mundiais a fim de congregá-los para a batalha (Ap. 16:14). Isso será uma tentativa de imitar a segunda praga que Deus mandou sobre o Egito (Veja Ex.: 2 a 13).
       O Senhor Jesus adverte aqui, mais uma vez, sobre a necessidade da perseverança diante das aflições. Eis a transcrição:
      “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha” (Ap.16:15).
      O Senhor está avisando que não devemos temer as opressões que o mundo estará nos impondo, pois Ele está a caminho para nos dar o livramento.
      A guerra virá. As nações comprometidas com a besta se unirão. Como comandante espiritual do sistema, satanás vai sentir o efeito das orações dos santos, pois Deus enviará pragas em respostas a elas. Por isso, o diabo não terá outro meio a não ser tentar acabar com o povo santo. Em meio a esse clima místico, começará a penúltima guerra do planeta. A Bíblia registra:
      “Então congregaram os reis no lugar que em hebraico se chama Armagedon” (Ap.16: 16).
      Os espíritos imundos enviados aos líderes das nações os convencerão a participarem da guerra contra os que rejeitarem os princípios da besta. Isso quer dizer que todos os que conhecem as Escrituras e sabem que se trata de um domínio satânico, serão perseguidos.
      A respeito desse evento, diz a profecia: “Vem o dia do Senhor, no qual os teus despojos se repartirão no meio de ti. Eu ajuntarei todas as nações contra Jerusalém, a cidade será tomada, as casas saqueadas, e as mulheres forçadas” (Zc. 14: 1-2).
Essa guerra acontecerá em Israel. Jesus declarou que: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos deles se completem. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra as nações ficarão angustiadas e perplexas pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo, pois os corpos celestes serão abalados. Então verão o Filho do homem vindo sobre a nuvem com poder e grande glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc. 21: 24 a 28).
      A partir daí Deus não vai esperar mais pela conversão dos homens. Começará então a grande vingança do Todo-Poderoso sobre os inimigos, e sobre aqueles que não guardaram a santa Palavra. Aqui, Deus já estará acertando as contas com o joio. O texto seguinte descreve a última das sete pragas.

A Sétima Taça

      “O sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito” (Ap.16:17).
      É bom lembrar que nos ares da terra estão as potestades espirituais malignas que dominam sobre as pessoas desobedientes à palavra de Deus, e é contra elas que nós lutamos (Ef.6: 2 e12). Essas potestades têm poder para lançar toda sorte de injustiça sobre a terra, e para matar através da espada (guerra), da peste (enfermidades), da fome e dos homicídios (Examine Ap. 6:5-6-7-8). Elas são identificadas como o inferno e a morte, mas não podem, entretanto, predominar sobre aqueles que são guiados pelo Espírito Santo, e que mantém aliança no sangue de Jesus.
      Ao derramar a sétima taça de Sua ira, Deus estará começando a varredura final do universo. A partir daí, não só os inimigos que estiverem em guerra contra o Senhor, mas também todos que abominaram a Sua Palavra, estarão sendo castigados. A Bíblia registra:
      “Houve relâmpagos, vozes, trovões, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra, tal foi o terremoto, forte e grande” (Ap.16:18).
      A grande tribulação terá uma duração de sete anos (Dn. 9:27), e os eventos mais dramáticos devem acontecer com maior gravidade à medida que for se aproximando o fim desse tempo. Esse terremoto será o último, e a Bíblia relata alguns detalhes de seus efeitos. Veja a seguir:
      “A grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho da indignação de sua ira. Todas as ilhas fugiram e os montes não mais se acharam” (Ap.16:19-20).
      A expressão “grande cidade” dá a idéia de uma cidade capital das outras, isto é, que detém algum tipo de poder ou domínio sobre outras cidades. O registro declara que quando essa cidade é atingida e se fende em três partes, as cidades de várias outras nações caem. Esse “cair” de outras cidades significa que elas não estão mais sob o domínio da cidade principal.
      A rigor não existe nenhuma cidade que tem domínio sobre as nações, uma vez que cada nação tem sua soberania e independência. Portanto, o domínio que é exercido por essa grande cidade só pode ser um domínio espiritual.
      Veja que Deus chama essa cidade de Babilônia, e cobra sua iniqüidade, mandando sobre ela a destruição através de um terremoto.
      Fisicamente o reino da Babilônia não existe mais. Isto leva a deduzir que Deus trata aqui, de uma Babilônia espiritual, ou seja, uma instituição de caráter espiritual, que domina sobre outras nações, e que usa os antigos costumes da extinta Babilônia.       O castigo dessa cidade será incalculável, como vemos a seguir:
      “E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, de pedras que pesavam cerca de um talento. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga da chuva de pedras, porque a sua praga era muito grande” (Ap.16:21).
      Pode ser uma chuva de granizo. Mas o que impressiona é o tamanho das pedras, já que um talento corresponde, em nossas medidas de hoje, a 12,5 quilos. É difícil imaginar o estrago que pode fazer uma chuva de granizo com pedras nesse tamanho. Entretanto, é a palavra de Deus que registra, e dela não podemos duvidar.
      Esse tipo de evento também já aconteceu no passado, quando Josué guerreava para tomar a cidade de Gibeon. Deus mandou uma saraiva de pedras sobre os inimigos de Israel, matando mais do que o próprio exército de Josué (Veja Js. 10:11).

A identificação da babilônia


           Os mistérios começam a ser desvendados. Veja na transcrição abaixo:
     “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e me disse: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas. Com ela se prostituíram os reis da terra, e os  que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição” (Ap.17:1-2).
      O anjo inicia dizendo que Babilônia é uma grande prostituta,  assentada sobre muitas águas, e que  será condenada.
      Na linguagem bíblica, a vida espiritual fora dos parâmetros das Escrituras,  é considerada prostituição. Não se trata de uma prostituição apenas do corpo físico, mas  da vida espiritual. No sentido mais preciso da palavra, uma adulteração dos ensinos do Senhor.
       Considerando-a  na prefiguração de uma mulher, o anjo diz que com  ela se prostituiu com os reis da terra, e os que habitam sobre a terra embebedaram com o seu vinho.
      O vinho aqui é citado em sentido doutrinário. Em Efésios 5:18, o apóstolo Paulo nos advertiu para que não embriagássemos com vinho em que há devassidão.  Ele falava  de  doutrinas  diferentes  daquela   que  o  cristianismo trouxe ao mundo.  A prefiguração de mulher, por sua vez, indica que se trata de uma igreja. Em II Co. 11: 2, e em Apocalipse 21: 2 e 9,  a igreja é comparada à mulher. 
       Portanto, quando o anjo compara o que ele chama de Babilônia à uma mulher prostituta, pode-se concluir que se trata de uma igreja que adulterou a Palavra de Deus, e se espalhou pelo mundo inteiro, já que ela está assentada sobre muitas águas.
      Assim,  a igreja ou instituição cujo perfil  se encaixa nestes dados, é a que será tida como prostituta, ou seja, a Babilônia espiritual.
      Nosso objetivo é  mostrar que, a partir desses registros sagrados, cada pessoa pode tirar suas próprias conclusões, na busca da verdade.
      Declara ainda o apóstolo João: “Então o anjo me levou em espírito a um deserto, e vi uma mulher montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfema, e que tinha sete cabeças e dez chifres”  (Ap.17:3).
      Como se vê, ela é vista montada na besta. A besta por sua vez, é um sistema formado por dez países, que se unirão mascarados de bondade, mas com o  objetivo de massacrar o povo cristão. Assim, ao mostrar a mulher montada na besta, o anjo está indicando que a igreja prostituída estará sendo aliada dos inimigos do povo de Deus. 
      Essa igreja vai ser parte integrante da besta, na qualidade de líder mundial do sistema  religioso,  e por isso será vista como um dos componentes do anticristo.
      Em Apocalipse 13:12, está escrito que ela exercerá toda a autoridade da primeira besta, em sua presença, e fará com que a terra e todos os que nela habitam adorem a primeira besta. Assim, na apuração da verdade, que estará  sendo levada a efeito nessa época, ficará  revelado que essa igreja pregou a Palavra de Deus de maneira falsificada, sustentando o que se chama de falsa profecia.  Ela será considerada, então, como componente do falso profeta.  
       Os apóstolos de Jesus previram o aparecimento da falsa profecia. Em sua segunda carta a Timóteo,  Paulo adverte:  “... prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta com toda a longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fábulas” (II Tm. 4: 2-3-4).
       No mesmo sentido falou também o apóstolo Pedro:  “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou,   e   trazendo   sobre si   mesmo   repentina destruição. E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade” (II Pe. 2: 1-2).

 

    
      Prosseguindo na descrição do perfil da igreja prostituída, a Bíblia descreve:
      “A mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia de sua prostituição. Em sua testa estava escrito: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra” (Ap. 17:4-5).                                                                                                      
       Como já dissemos, a Bíblia prevê dois tipos de igrejas, que haverão de se revelar no fim dos tempos. A igreja pura, fiel, imaculada e forte (Ap.12:1),  mostrada na figura de uma mulher, vestida de sol, com os pés sobre a lua, e trazendo na cabeça uma coroa de doze estrelas. Essa  vencerá com Cristo. É a esposa do Cordeiro.
      A igreja adulterada, apresentada na figura de outra mulher, vista como uma prostituta rica, cheias de pedras preciosas, e carregada por uma besta satânica (Ap.17).
         Nos símbolos representativos da igreja fiel (Ap.12:1), o sol indica o Novo Testamento; a lua representa  o    tempo  da
lei,  e as  estrelas da coroa, as doze tribos de Israel. A segunda   igreja,   representada     pela     mulher     prostituta, apresenta como sendo dona de grandes riquezas como ouro, pedras preciosas e pérolas.
      Enquanto a primeira mostra a riqueza espiritual, a segunda mostra a riqueza terrena. Isso demonstra que uma busca as coisas do céu, a outra as coisas da terra.
      O Senhor Jesus advertiu a esse respeito, dizendo: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem  e onde os ladrões arrombam e roubam. Mas buscai tesouros no céu, onde nem a traça e nem a ferrugem destroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam. Pois onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração” (Mt.6: 19-20-21).
       Acreditamos que o mistério da igreja prostituída está no alvo de se buscar riquezas terrenas. Isso a identifica com o antigo império da Babilônia. Ela é tida como a Babilônia espiritual porque herdou ainda os costumes prostituídos daquele reino, e os espalhou pela terra.   Relata a seguir o apóstolo João:
      “Vi que a mulher estava embriagada com sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, admirei-me com grande espanto. Então o anjo me disse: Porque te admiras?   Eu te darei o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres” (Ap.17: 6-7).
      Referindo-se  à igreja prostituída, o anjo  diz que a mulher está embriagada com o sangue dos santos. Isso indica que ela estará aliada à besta  e guerreará contra os cristãos verdadeiros.
      Jesus define com  clareza o comportamento do cristão verdadeiro, quando diz:  “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”. (Jo. 10: 27).
      Portanto, o verdadeiro cristão é aquele que comporta com fidelidade aos ensinos de Jesus. Assim, aquele que se diz cristão mas não cumpre os mandamentos do Senhor, não se enquadra  na posição definida por Cristo.
       Na época da grande tribulação, essa diferença ficará muito clara. Vamos ter que assumir nossa convicção religiosa. Quando isso começar acontecer, a igreja prostituída, como aliada da besta, irá perseguir os verdadeiros cristãos, e os matará. Essa é a razão pela qual o anjo diz que ela está embriagada com o sangue dos santos.
      Observe que o apóstolo admira com grande espanto quando vê a mulher embriaga.  Essa admiração representa a surpresa de muitos cristãos que, inocentemente,  vão estar ligados à igreja prostituída, quando verem que ela mata  e  coopera  na  morte de seus fiéis. Nos dias atuais milhões de pessoas a admiram, na inocente expectativa de estarem seguindo fielmente a Cristo.
      Nem tudo, porém, está perdido.  Não seremos escolhidos pela a igreja  mas pelo que Deus encontrar em nossos corações. O Senhor dá a cada um segundo as suas obras. Portanto, independente da igreja, a pessoa  poderá ser salva, se Deus encontrar  temor no seu coração.
      É claro que essa pessoa terá  muito mais decepção e sofrimento, mas isso não quer dizer que ela não possa ser salva. Vai depender de Deus achar que ela não teve chances de conhecer a verdade.


O mistério da igreja prostituída


          A explicação desse mistério está ligada à História dos povos. Há necessidade de se conhecer algo que não está registrado na Bíblia.O anjo inicia dizendo ao apóstolo, que:
       “A besta que viste era e já não é, e subirá do abismo, e irá à sua destruição. Os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo), se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá” (Ap.17:8).
       O fato da besta já ter sido e não ser mais se refere a um reino que existiu e acabou. Subir do abismo e ir à destruição significa que ele vai voltar e ser destruído.
      A História mostra esse reino que acabou como sendo o império romano. Ele se esmerou em perseguir os primeiros cristãos. Mas qual a instituição que fará o império romano subir do abismo? A igreja adulterada, é claro !. O registro  declara que a besta irá à destruição.
      Ora! se a igreja é vista montada na besta, é evidente que ela também será destruída. Mais adiante vamos ver que a própria besta a destrói. O versículo seguinte traz mais revelações. Veja: “Aqui é necessário a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada” (Ap.17: 9). 
      A exigência de sabedoria para interpretar esse versículo, demonstra que devemos recorrer à História. 
      A expressão “assentada” aqui, é entendida no sentido de estar colocada. Assim, a igreja vista como mulher prostituta está localizada em uma cidade que foi construída sobre sete montes. Portanto, há uma cidade, construída sobre sete montes, que é a sede da besta, com o apoio da Igreja prostituída. As revelações ainda aproximam mais. A bíblia diz:
      “As sete cabeças são também sete reis. Cinco já caíram, um existe, e o outro ainda não é chegado. Quando vier, convém que dure por pouco tempo. A besta que era e já não é, é o oitavo rei. Pertence aos sete, e vai à sua destruição” (Ap.17:10-11).
      A profecia inclui apenas seis reis do império romano, sendo que cinco já haviam morrido quando o apóstolo João recebeu a revelação, e um ainda estava reinando naquela época. Portanto, o rei que ainda não é chegado é o sétimo, e será o chefe do sistema da besta.
       Quando a Bíblia diz que a besta é o oitavo rei, e que pertence aos sete, entendemos que um dos sete reis do império  romano,  já   morto,  ressurgirá    em   espírito   e   se manifestará na pessoa do sétimo rei, ou seja, do chefe da besta.
.     Então a besta será dirigida por um chefe que vai fazer com os cristãos, tudo aquilo que o império romano já fez no passado. No tempo atual ele está no abismo, e de lá ressurgirá para ajudar satanás, seu chefe, a administrar a besta.
      É essa manifestação demoníaca que ocasionará a cura milagrosa no chefe da besta, e que deixará os incrédulos e os crentes mal alicerçados maravilhados com o seu “poder”.
      O anjo revela ainda a João, que:
      “Os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão a autoridade como reis, por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o  poder e autoridade à besta” (Ap.17:12-13).
      A profecia fala de tempos futuros, e por isso eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o anticristo por uma  hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir  em perseguição ao povo de Deus. Os dez formarão um acordo.  Essa reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta. A Bíblia diz que:
      “Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos  senhores,  e  o  Rei  dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos e fiéis” (Ap.17:14).
      A vitória só é prometida aos cristãos que forem fiéis, para serem eleitos (Veja Jo.8: 31-32). Portanto, aqueles que se julgam cristãos mas não assumem um compromisso com Jesus,  não serão  acolhidos.
      Na verdade, o que leva Deus a acolher uma pessoa é o fruto de suas ações. Acreditamos que Deus se agrada daqueles que não se comprazem com o mal, e são íntegros e retos de coração. E por ter esse perfil, são colocados nas mãos de Jesus (Veja Jó 1:8 + Jo. 6:65).
      Quando alguém é confirmada na aliança de Jesus com o selo do Espírito Santo, esse alguém passa a ter fé, e vence o mundo.
      Aqueles que de dizem ser de Cristo mas não cumprem os Seus mandamentos, não são eleitos de Deus.  Há ainda uma outra exigência importante que temos de cumprir. É a perseverança nos mandamentos do Senhor. É necessário que conheçamos a verdade, mas é preciso permanecer nela (Veja Jo.15:7).  Aqueles que forem chamados e retroagir, terão amargos arrependimentos. Continuando a revelar o perfil da igreja prostituída, o anjo declara: “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas” (Ap. 17:15).
      Fica claro aqui, que a prostituta não é uma seita sem expressão ou uma igrejinha qualquer. É uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões.
      Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o anticristo. Por isso, ele a colocará para cumprir suas decisões. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do anticristo, é o ministério religioso. 
.     A besta que levanta da terra tem dois chifres (Ap. 13:11 a 18). A igreja cristã prostituída será um dos chifres que ela apresenta. O outro chifre é uma liderança religiosa anticristã, que proporá um falso acordo de adesão com a igreja prostituída, sabendo que o anticristo a enganará.
       A imprudência levará a igreja prostituída a aceitar o acordo. O apóstolo Paulo advertiu a esse respeito, dizendo  que a vinda do iníquo seria segundo a eficácia de satanás, com todo o engano da injustiça para os que perecem (II Ts. 2: 7 a 10). E acrescenta: “.. Perecem porque não receberam o amor  da  verdade  para  se  salvarem.    Por isso,  Deus  lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira ...”(II Ts. 2: 10-11).
     A igreja vai acreditar na mentira dos inimigos de Cristo. Ela não estará aderindo ao acordo  por concordar com   o inimigo mas por não conseguir perceber a verdade, que acabará levando-a ao engano arquitetado pelo diabo.
      Tudo indica que quando ela perceber que caiu no laço, já será muito tarde. A Bíblia diz que na metade do tempo previsto, o acordo será rompido, e o sacrifício será tirado (Dn. 9: 27).

 

      Entende-se por sacrifício o direito de expressar a fé cristã.   Ao romper esse acordo, a besta destruirá a igreja.  O registro bíblico declara:
       “A besta e os dez chifres que viste são os que odiarão a prostituta, e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo. Pois Deus lhes propôs no coração o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus” (Ap.17:16-17).
      Tornar nua, queimar a fogo, comer suas carnes, significa destruir a pessoa jurídica da instituição e seu respectivo sistema. De uma hora para outra, milhões de pessoas se sentirão abandonadas espiritualmente. Essa dor será ainda maior, se as pessoas amarem mais a instituição do que a palavra de Cristo. Ao terminar sua revelação nesse capítulo, o anjo declara:
       “A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Ap.17:18).
      Voltamos a observar, que no sentido político não existe no mundo nenhuma cidade que reine ou que tenha domínio total sobre os reis da terra, mesmo porque, em princípio, a terra é dividida em nações independentes. Por isso, fica evidente que a Bíblia fala de um reino no sentido religioso.


A destruição da igreja


          “Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada com o seu esplendor. Ele clamou com poderosa voz: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo o espírito imundo, e esconderijo de toda a ave imunda e detestável” (Ap:18:1-2).      
      Vimos  que antes do derramamento das sete pragas – ou taças – já havia no trono de Deus, a determinação de destruir a igreja prostituída (Ap. 14:8). Possivelmente essa decisão vai ser  tomada no momento em que a igreja firmar o acordo com a besta. Observe que na seqüência desse anúncio, feito por um anjo, vem outro anjo logo após, advertindo que aquele que adorar a besta e sua imagem, terá que beber no cálice da ira de Deus (Ap. 14:9-10).
       Agora, em Apocalipse 18:1-2, outro anjo de maior poder anuncia a destruição já consumada, e mostra que a propriedade da grande instituição se tornou morada de espíritos imundos. Assim, vê-se que o fato da igreja ser chamada pelo nome de Babilônia, demonstra não só a prática de coisas herdadas daquele reino, mas também serve para indicar que  sua destruição recairá sobre a pessoa jurídica da instituição, e não sobre o seu povo.
      O anjo confirma o motivo pelo qual a Babilônia está sendo destruída. Veja a transcrição:
      “Pois todas as nações beberam do vinho da ira de sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância da sua luxúria” (Ap.18:3).
      Como já sabemos, o conceito de prostituição aqui,  refere-se à adulteração consciente das Escrituras. A Bíblia não aponta especificamente para um determinado tipo de prostituição. Por isso, pode se afirmar que essa prostituição diz respeito ao desvio consciente dos preceitos contidos nas Escrituras. 
       Observando os versículos 3 e 7 do capítulo 18, podemos ver que a Bíblia deixa bem claro o motivo pelo qual a igreja será considerada adúltera. Os sinais de seu perfil que mais se destacam são os seguintes:
1) Abandono consciente das verdades contidas na Palavra de Deus:
       A respeito desse sinal, profetizou o apóstolo Paulo: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina” (II Tm 4: 3).
2) Adulterou a Palavra de Deus, criando doutrina de homens:
      Ainda o apóstolo Paulo previu que isso iria acontecer na igreja de Jesus, quando declarou: “... cercar-se-ão de mestres, segundo suas próprias cobiças, e recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fábulas” (II Tm. 4: 3-4).
3) Espalhou sua doutrina pelo mundo inteiro:
      O Senhor Jesus nos advertiu de que muitos só aceitariam doutrinas que agradassem a sua própria concupiscência. Ele disse que: “... Larga é a porta, e espaçoso é o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mt.7:13).
4) Os poderosos se aliaram a ela:
    O Senhor Jesus nos declara que a palavra de Deus é revelada, não aos poderosos, mas aos pequeninos (Mt. 13: 25).
5) Muitos mercadores se enriqueceram com ela:
       O Senhor Jesus não permitiu que os vendilhões do templo fizessem comércio na casa de Deus (Lc. 19: 45-46).
6) Ela adquiriu para si, riqueza e luxo:
       Jesus condenou o acúmulo de tesouros. Veja: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu onde nem a traça e nem a ferrugem destroem e onde os ladrões  não    arrombam   nem   roubam.Pois onde estiver o vosso   tesouro, aí estará o vosso coração” (Mt.6: 19-20-21)
7) Ela acha que nunca será derrotada, e que jamais verá o pranto:
       Esse sinal do seu perfil se assemelha aos pensamentos do  rei de Tiro. Eis o que Deus disse para ele:
      “Pela extensão de tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. ....no teu comércio aumentaste o teu poder; por causa do teu poder eleva-se o teu coração, como se fora o coração de Deus, eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor. À cova, te farão descer e morrerás de morte dos feridos no meio dos mares” (Ez.28:4 a 8).
       Não temos o objetivo de apontar para essa ou aquela instituição.  Mas, reservamo-nos o direito de advertir sobre os sinais das Escrituras, já que eles fornecem condições de avaliação, para que saibamos se estamos ou não no caminho certo. Jesus nos advertiu de que pelos frutos conheceremos a arvore. As Escrituras foram divinamente inspiradas, e não falham. Milhões de pessoas irão estar na igreja prostituída quando chegar a época de cumprimento dessa profecia.
      Resta-nos um consolo. Nem todo o povo que vai estar nela, será condenado, visto que muitos a seguem por desconhecimento da verdade.
       Na cobrança de nossos pecados é levado em consideração o fato de os cometemos por inocência. Por essa razão, Deus dará oportunidade de salvação àqueles que, sem terem conhecido a verdade, estiverem participando da igreja prostituída. Veja na visão do apóstolo:
      “Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante de seus pecados, para que não incorras nas suas pragas, pois os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou da iniqüidade dela” (Ap.18:4-5).
      Há aqui, uma nítida revelação de que, em princípio, Deus não condenará o povo que nela estiver, desde que este seja inocente de seus pecados. O Senhor nos ensina que o pecado só passa a existir, quando tomamos conhecimento da verdade, e a recusamos (Veja Jo. 9: 39 a 41).
      Assim, a maior responsabilidade recairá sobre aqueles que, conhecendo a verdade, a esconde ou distorce, alterando o sentido real das Sagradas Escrituras. A Bíblia diz que Deus dá a cada um segundo as suas obras (Jr. 17: 10). 
       Ouvindo ainda sobre a voz que vem do céu, o apóstolo registra a seguinte ordem:
      “Tornai a dar-lhe como ela vos tem dado, retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras. No cálice que vos deu a beber, dai-lhe a ela em dobro” (Ap.18:6).
      Esse versículo sugere o pensamento de que a igreja tenha enganado e perseguido a muitos. E não podia ser de outra forma, já que antes da condenação estava como auxiliar da besta, como parte do falso profeta (Veja Ap. 13: 11 a 18).
Agora caída, Deus manda que suas vítimas vinguem aquilo que sofreram por sua causa.
      Quando a ordem vem de Deus, temos que executar exatamente como foi determinado. Ele não aceita obediência pela metade. Os exemplos do caráter de Deus nesse sentido estão nas seguintes passagens bíblicas: I Sm. 15: 1 a 26;  Dt. 31: 48 a 52; I Re. 11: 5 a 13, e outros. 
      Portanto, aqueles sobre quem recair essa ordem, terão que proceder conforme Deus  determinou, devolvendo em dobro aquilo que recebeu da igreja  em termo de perseguições e afrontas. 
       Um dos muitos motivos que provocará a ira de Deus  sobre a igreja prostituída é descrito no versículo abaixo:
       “Quanto ela se glorificou! E em luxúria esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto. Diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva , e de modo algum verei o pranto” (Ap. 18:7).
      Aqui Deus mostra que esta igreja se julga senhora absoluta de todas as coisas, e enganadamente acredita jamais ser derrotada. Por isso, participará da revelação do iníquo. 
    A esse respeito, disse o apóstolo Paulo: “Então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo sopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor  de sua vinda. A vinda desse iníquo  é segundo a eficácia de satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem. Perecem porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira, e para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”(II Ts. 2: 8 a 12).
       O amor da verdade aqui, significa receber o novo nascimento espiritual. O Senhor Jesus disse que aquele que não nascer do espírito, não pode ver o reino de Deus(Jo.3:3).  Existem muitas igrejas abrigando milhões de criaturas que não foram convertidas. Não tiveram um novo nascimento. Estão apenas seguindo a tradição de seus pais.    Com toda a certeza, são esses os casos em que o apóstolo Paulo avisou, advertindo que Deus lhes enviaria a operação do erro, para crerem na mentira. É claro que com essa visão, eles irão crer também na mentira da besta, e logo depois serão destruídos. Veja o que consta a respeito deles no registro:
      “Portanto, num mesmo dia virão as suas pragas, e morte, e o pranto e a fome. Será queimada a fogo, pois forte é o Senhor Deus que a julga. Os reis da terra que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, sobre ela chorarão e prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio. E estando de longe pelo temor do tormento dela, dirão: Ai! Ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! Numa só hora veio o teu juízo”  (Ap.18:8-9-10).
      Essa destruição, faz parte do juízo de Deus a ser executado sobre os povos da terra, para que se possa iniciar um novo tempo de justiça e paz.
      Há mais ou menos 2.500 anos, Deus revelou a Daniel que haveria de vir uma época em que as transgressões e os pecados seriam extintos, a justiça eterna estaria na terra, mas para isto seria expiada a iniqüidade (Dn. 9: 24). 
      Expiar a iniqüidade significa pagar pelos erros cometidos. A profecia  indica que a terra é condenada a pagar pelos erros que cometeu. É fácil compreender que os eventos danosos   previstos para o tempo da grande tribulação, nada mais são do que um acerto de contas. Deus adverte sobre esse acontecimento. Ele purificará o planeta para implantar um mundo melhor. (Is. 24: 1 a 5)
      Na verdade, existe o perdão que nos poupa da expiação. Mas ele só é concedido individualmente, àqueles que se arrependem de seus erros. A iniqüidade quando praticada por uma sociedade como um todo, só pode ser extinta mediante a expiação, isto é, ela tem que pagar pelo que praticou.
      Dentro desse princípio encontramos o dilúvio (Gn. 6: 1 a 7); a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn. 19: 1 a 28), e muitos outros eventos onde Deus cobrou o pecado coletivo de grandes sociedades ou países.
      Pelo que consta dos registros proféticos, assim também será com o planeta terra, e com a igreja prostituída.
        Em Lucas 8: 4 a 15, o Senhor Jesus classificou o comportamento das pessoas, perante a Palavra de Deus, em quatro características diferentes:

  1. Aqueles que ouvem o Evangelho, mas não aceitam. O diabo os impede, para que eles não sejam salvos;
  2. Aqueles que recebem a palavra da verdade, e gostam dela, mas desistem quando encontram a provação;

c)  Aqueles  que querem  guardar  a Palavra   de    Deus,
      mas os  deleites da vida os atrapalham;
       d) Aqueles que retêm  a Palavra  num   coração  honesto,
           e  dão bons frutos.
      A maioria das pessoas tende a aceitar o Evangelho quando as exigências de mudança do comportamento são mais brandas. Por isso, pode-se prever que uma igreja adulterada, e que se aproxima das coisas mundanas, congrega muito mais pessoas que aquela que proclama a verdade.
      Olhando para o passado histórico do cristianismo, vemos que isso aconteceu por volta do ano 325 d.C., quando o rei Constantino, poderoso e influente imperador da época, inundou a igreja do Senhor com inúmeras pessoas não convertidas e de costumes estranhos ao verdadeiro e puro ensino cristão.  Isso contribuiu  em muito para o que milhões de cristãos, a partir dali, passassem a adotar práticas estranhas dentro do cristianismo.
      Hoje, pode se notar pelo testemunho de muitos que se dizem cristãos, que a grande maioria não tem uma verdadeira conversão como tinham aqueles que iniciaram a igreja do Senhor Jesus. Todos os acontecimentos atuais, rastejam em cima das previsões do Senhor.  O comportamento das pessoas que dizem ter aceitado o Senhor, enquadram perfeitamente nos ensinos contidos em Lucas 8: 4 a 15.
      A  maioria quer se salvar, mas não quer suportar provações, ou não aceita colocar as riquezas e os deleites humanos em segundo plano. Poucos são os que guardam a Palavra em um coração bom e dão bons frutos. Poucos são os que nasceram de novo. Por isso, muitos preferirão a igreja que lhe agrada, mesmo  não mostrando a verdade.
      Os versículos  apontam para o que acontecerá com a igreja que for considerada a Babilônia, e com as pessoas que nela estiverem.  Eis o registro:
      “E, sobre ela, choraram e lamentaram os mercadores da terra, porque ninguém mais compra a sua mercadoria; mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura, de seda e de escarlate; todo o tipo de madeira odorífica, e todo o objeto de marfim, de madeira preciosíssima,de bronze, de ferro e de mármore; e canela, especiarias, perfume, mirra e incenso; e vinho azeite, flor de farinha e trigo; e gado, ovelhas, cavalos e carros; e escravos, e até almas de homens. O fruto que a tua alma cobiçava foi-se de ti. Todas as coisas delicadas e suntuosa foram-se de ti, e não mais as acharás. Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, ficarão de longe, pelo temor do tormento dela, chorando e lamentando: Ai, da grande cidade, que estava vestida de linho fino, de   púrpura,   deescarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas! Numa só hora foram assoladas tantas riquezas! Todo o piloto, e   todo   aquele que   navega  de  navio, os marinheiros, e quantos negociam no mar, se puseram de longe. E, contemplando a fumaça do seu incêndio, clamavam: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? E lançavam pó sobre as suas cabeças, e clamavam, chorando e lamentando: Ai, ai da grande cidade! Na qual todos os que tinham navios no mar se enriqueceram à custa da sua opulência! Numa hora só foi assolada!” (Ap.18:11-12-13-14-15-16-17-18-19). 
      Essa profecia foi revelada há, mais ou menos, 1.900 anos. Naquele tempo, a igreja não possuía as riquezas relacionadas nesses versículos. Entretanto, a Bíblia tem claras advertências a respeito daqueles querem possuir muitas riquezas. Eis o que disse o apóstolo Paulo: “Mas os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscência loucas e nocivas, as quais submergem os homens em ruína e perdição” (I Tm. 6: 9).
O Senhor Jesus também advertiu a esse respeito, como aliás, já comentamos antes. Eis o versículo contendo Suas palavras: “Não ajunteis tesouros na terra ....... Mas ajuntai tesouros no céu ....... Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt. 6: 19 a 21).
       Esses tesouros foram descritos na linguagem da época, mas significam a riqueza e  opulência de algumas igrejas de hoje, em patrimônios de especificação atualizada.
      É claro que ao se enriquecer em exagero, houve desobediência aos mandamentos do Senhor.
      Podemos imaginar que muitas instituições que hoje se dizem cristãs, não levam a sério os princípios ensinados pelo Senhor. Isso deixa evidente que o coração dessas instituições estão mais na terra do que no reino dos céus.
       A riqueza  adquirida com o uso do nome de Jesus, jamais será bem vista aos olhos de Deus. Esse é um dos motivos pelos quais a igreja adulterada é  comparada ao  império da Babilônia.  
      O  mais   triste,  é    que  ela   será destruída da mesma forma  que  o reino da Babilônia, ou seja, desaparecerá no tempo determinado por Deus. Os mercadores que prantearão a Babilônia são os seus dirigentes e todos aqueles que, tendo consciência da verdade, não temeram ao Senhor para obedecê-la.
       povo  que estiver nela, sem ter tido conhecimento da verdade, não será incluído no seu castigo. Isso é mostrado em Apocalipse 18:4.   Esses fatos causam tristeza na medida em que levamos a sério a Palavra de Deus. Um detalhe,  porém, que faz doer um pouco mais o coração. É aquele onde a Bíblia declara que até a alma de homens é vendida como mercadoria (Ap. 18:3).
      Isso quer dizer que o dinheiro para a babilônia é considerado mais importante que a salvação. Indica também a razão pela qual ela vai compartilhar com o sistema da besta, levando os fiéis a  concordarem com o plano do diabo.
      Muitas coisas que irão acontecer no final da era da graça foram preditas por  Jesus quando enviou os doze apóstolos a pregar o Evangelho. Em uma delas, Ele declarou:
       “......Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto alma como o corpo” (Mt. 10: 26 a 28).  
      A Bíblia mostra que na queda da Babilônia todos os feitos da igreja prostituída serão postos a nu. Veja agora o último versículo mostrando uma voz que, vinda do céu, narra os efeitos da Babilônia. Ela proclama:
  “Exulta sobre ela, ó céu! E vós, santos e apóstolos e profetas! Deus vindicou a vossa causa” (Ap.18:20).
      Esse versículo deixa claro que nesse tempo a igreja  estará lutando contra os santos, contra os apóstolos e contra os profetas. Em outras palavras, ela estará lutando contra as Escrituras Sagradas. Mas, é bom lembrar que em todos os tempos quando  os  servos  fiéis não  tiveram  condições  de vencer as batalhas justas, o próprio Deus venceu para eles.  Assim foi no passado, é no presente e será no futuro. 
       A destruição da igreja que Deus considera infiel, a fará desaparecer da terra, para nunca mais existir. Os últimos registros do capítulo 18, falam a esse respeito. Veja o relato:
      “Então um forte anjo levantou uma pedra qual uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será achada. E em ti não  se ouvirá mais a voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins, nem artífice de arte alguma se achará em ti. Em ti não mais se ouvirá ruído de mó. A luz da candeia não mais brilhará em ti. A voz do noivo e da noiva não mais em ti se ouvirá. Os teus mercadores eram os grandes da terra. Todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos e de todos os que foram mortos na terra” (Ap.18:21-22-23-24)
      Como já dissemos, a grande tribulação levará o cristianismo a se resumir em duas igrejas. Uma fiel, purificada e fortalecida, que será a igreja do tempo do milênio bíblico. Outra infiel, adulterada e rica, que deverá desaparecer.
      O capítulo que aqui findamos, narra o destino da igreja infiel.
      Reafirmamos – mais uma vez –  que nosso objetivo  não é apontar essa ou aquela instituição como Babilônia, mesmo porque biblicamente o conceito de igreja não se restringe a denominações específicas, mas a grupos de pessoas que praticam determinado tipo de doutrinas. Portanto, o conceito de Babilônia  pode recair sobre uma ou mais instituições existentes, desde que tenham as características negativas observadas nos registros bíblicos.


Glória a Deus pela Sua justiça

          Uma coisa bem vista aos olhos de Deus, é a nossa gratidão quando recebemos uma benção. A Bíblia mostra que o trono de Deus é provido de seres espirituais, representando todas as criaturas viventes, e que louvam ao Senhor continuamente, (Ap.4: 6 a 11).  Nota-se também que no final de cada grande vitória, é levantado um louvor a Deus (Ap. 7:11-12 e 15:3-4).
        Da  mesma forma, após a queda da Babilônia Deus é glorificado, como vemos na transcrição abaixo:
      “Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de numerosa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e a honra e o poder pertence ao nosso Deus, pois justos e verdadeiros são os seus juízos. Julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos” (Ap.19:1-:2).
      Essa voz testifica mais uma vez que a igreja infiel sacrificou muitos servos verdadeiros do Senhor. Observe a advertência de Jesus:  “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar estará sujeito a julgamento” (Mt. 5:21).
      Esse era o mandamento de Deus, no tempo da Lei. Deveria ser exercido pelos escribas e fariseus. Mas o Senhor nos ensina que se a nossa justiça não exceder à dos escribas e fariseus, de maneira nenhuma poderemos entrar no reino dos céus (Mt. 5:120). E a seguir declara:
      “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, estará sujeito a julgamento, e qualquer que disser a seu irmão: Raca, estará sujeito ao Sinédrio. Mas quem disser: Tolo! Estará sujeito ao fogo do inferno” (Mt. 5:22).
       Como se vê, o que vai acontecer é o cumprimento da palavra de Jesus. A verdade é que, do fundo do coração, cada servo de Deus gostaria que as coisas fossem diferentes. Mas o que está  determinado jamais deixará de ser cumprido. O Senhor  afirmou isso, quando disse que: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” .
       Descrevendo o louvor que será levantado por causa da vingança de Deus sobre a Babilônia, registram as Escrituras: 
      “E outra vez clamaram: Aleluia! E a fumaça dela sobre para todo o sempre. Os vinte e quatro anciãos, e os quatro seres viventes, prostraram-se e adoraram a Deus, que está assentado no trono, dizendo: Amém, Aleluia!” (Ap.19:3- 4).
      Esses anciãos fazem parte do trono, e são citados sempre que os seres celestiais glorificam a Deus. É possível que eles signifiquem   as   doze   tribos   de Israel e  os   doze apóstolos, representando a obra da salvação, no antigo e no novo testamento.
      Os quatro seres viventes, em forma de um leão, um touro, o rosto de um homem. e uma águia (Ap.4:7), representam a aliança que Deus firmou com Noé, conforme se registra em Gênesis 9: 8 a 12.
      “Então saiu do trono uma voz, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós todos os seus servos, e vós que o temais, assim pequenos como grandes. Também ouvi uma voz, como de uma grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões, que dizia: Pois já reina o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso”(Ap. 19: 5- 6). 
       Observe que uma voz comanda, e uma multidão de vozes responde com louvores, por que Deus está reinando. Uma grande festa no céu celebra o fim da igreja prostituída. Pela extensão da festa, podemos imaginar o tamanho do mal que Babilônia representa.
      Essa expressão de júbilo, leva a concluir que a queda da Babilônia só acontecerá nos últimos dias do domínio da besta. Quando é dito que: ...já reina o Senhor nosso Deus o Todo-Poderoso, admitimos  que  já venceu o tempo da besta. O retorno aos domínios de Deus, ocasionará   essas expressões de louvor.  Veja o  versículo seguinte:
      “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos glória! Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou” (Ap. 19:7).
      A noiva do Cordeiro é a igreja fiel. Ela é simbolizada numa mulher  resplandecente, e descrita como o grande sinal que irá aparecer no céu. Por causa do seu filho, satanás entrará em guerra com o anjo de Deus e será derrubado (Veja Ap. 12)
       Uma vez extinta a igreja adulterada,  o Cordeiro entra em bodas com a mulher fiel, ou seja, com a igreja que cumpriu os Seus mandamentos.  O preparo da noiva se destaca pela sua vestimenta, que é representada pela atitude e retidão dos membros que a compõem.  Veja o  versículo seguinte:
      “Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, resplandecente e puro. O linho fino são os atos de justiça dos santos” (Ap. 19: 8).
      Só será considerado vestido com linho fino, como parte da noiva do Cordeiro, aquele cujo comportamento foi fiel ao Senhor.  Jesus nos advertiu disso. Eis a íntegra de Suas palavras: “...Qualquer que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos   céus;   aquele, porém,   que    cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que  se   a   vossa   justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt. 5: 17 a 20). 

       Essa advertência  mostra que somente fará parte da  noiva do Cordeiro aquele obedecer as palavras de Jesus.


Os santos aproximam da vitória

         Apesar da Babilônia  ter caído, e o Cordeiro  estar preparando para as bodas, a batalha  na terra continua.
      A guerra do Armagedon estará em plena atividade, mesmo  a vitória dos santos sendo    fato consumado no trono de Deus.
      Vemos a seguir, uma referência àqueles que são chamados a festejar a ceia das bodas do Cordeiro. Eis a transcrição:
      “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap.19:9).
      São chamados à ceia aqueles que, não sendo judeu, aceitaram a aliança com o Jesus para salvação.
      No entanto, nem todos os que foram chamados serão escolhidos, pois quem não se vestiu de linho fino, será rejeitado. (Veja Mt. 22:1 a 14).
      O apóstolo João está transmitindo o que vem de um mesmo anjo, desde o Capítulo 18, versículo 21. Ele diz agora, que quando o anjo ia encerrando a visão, ele João, quis adorá-lo. Por favor, leia com atenção. Eis ai:
       “Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não faças isso! Sou conservo teu e de teus irmãos, que tem o testemunho de Jesus. Adora a Deus! Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”(Ap.19:10).
      Em Mateus 18:28, temos a explicação de que a expressão conservo representa ser servo de outro servo. É impressionante ver  um anjo de grande poder (Ap.18: 21) dizendo humildemente para o apóstolo que é seu conservo. E não só dele, diz a palavra, mas de todos aqueles que tem o testemunho do Senhor Jesus.
       Quando o anjo diz que o testemunho de Jesus é o espírito da profecia, faz aí uma referência  à atitude de fé e de coragem daqueles que sustentam a convicção nas palavras do Senhor.
      Em João 6: 63, o Senhor  ensinou que Suas palavras são espírito e vida. Também, a humildade que o anjo apresenta, foi ensinada pelo Senhor. Quando os discípulos disputavam a melhor posição junto a Jesus, Ele disse:
      “Sabeis que os que são considerados governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Entre vós, porém, não será assim. Antes,  qualquer  que   entre  vós   quiser   ser  grande,   será o que vos sirva, e quem entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos” (Mc. 10: 42-43-44).
      Foi essa atitude que o anjo tomou diante de  João. Ele se colocou como servo de outro servo.    O ensino da humildade foi repetido várias vezes pelo Senhor Jesus. Ele chegou a lavar os pés dos discípulos, para dar o entender que devemos  deixar a humildade falar mais alto (Veja Jo. 13: 5 a 17).  Advertiu claramente que a ostentação do orgulho não pode prevalecer quando tratamos da obra  de  Deus (Veja Mc. 10: 42 a 44).
       A humildade é uma condição que Deus exige para entrar no Seu reino. Veja o exemplo abaixo:
      “Naquela mesma hora os discípulos se aproximaram de Jesus, perguntando: Quem é o maior no reino dos céus? Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus”(Mt. 18: 1 a 4).

             É bom não esquecer  que o dom da humildade é a  grande arma do cristão para ser grande no reino dos céus.


A visão de nossa defesa

      Mesmo depois da extinção da igreja infiel, os domínios da besta permanecem na luta contra o povo de Deus. O fim de nossos inimigos, entretanto, está próximo. A Bíblia registra o Exército de Deus batalhando no mundo espiritual. Veja:
      “Vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O seu cavaleiro chama-se fiel e Verdadeiro, e julga a peleja com justiça. Seus olhos eram como chamas de fogo, e sobre a sua cabeça havia muitos diademas. Ele tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. Estava vestido com um manto salpicado de sangue, e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus. Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações. Ele as regerá com vara de ferro. Ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. No manto, sobre a coxa, tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap.19:11-12-13-14-15-16). 
      O cavalo branco simboliza os domínios de  Jesus. Ele vem do trono de Deus, tem a predeterminação de vencer, traz um arco, e Lhe é dada uma coroa (Ap. 6: 1-2).
      O arco é a aliança de salvação, e a coroa  o reinado do Senhor. A predeterminação de vitória mostra que Ele jamais  perderá a batalha.  
      Afirmamos portanto, que tanto o cavalo branco do primeiro selo (Ap. 6:1-2), como o que aparece agora em no  capítulo 19, representam o Senhor Jesus.          
      Esta visão  confirma que no final da era da graça o Senhor vem nos ajudar a vencer as hostes satânicas. O relato mostra que, apesar da guerra não ter acabado,  Jesus está determinando nossa vitória, a partir do mundo espiritual.
      Ele conquistou o poder, e  regerá o futuro de todas as nações.
      O manto salpicado de sangue mostra a maneira pela qual Ele pagou por nossos pecados. Sem ter cometido um só pecado, derramou Seu sangue na cruz por nós (Veja Is. 53: 5). É chamado de Verbo de Deus, porque foi gerado pela primeira palavra de Deus Pai (Veja Gn. 1:3)
       O exército do céu é composto pelos anjos e por aqueles que foram remidos pelo Senhor (Ap. 14: 1 a 5). A espada afiada é Sua palavra que haverá de julgar a todos (Veja Hb. 4: 12 e Jo. 12: 48).  A expressão pisar o lagar do vinho do furor da ira  de Deus,  refere-se  à extensão  da  mortandade daqueles que serão ceifados  por  causa  da  incredulidade.
      Esta passagem fala da concretização da ceifa do joio.   Ceifado é o sentido  preciso do que acontecerá com aqueles que não se converteram. Em Mateus 13: 38, o Senhor considera como filhos do maligno todos aqueles que fazem a vontade do diabo. No
mesmo livro, em 15: 3, Ele declara que toda a planta que Deus não plantou, será arrancada.
      Portanto, o lagar da ira de Deus refere-se ao efetivo cumprimento do que Deus tem  em plano para fazer com aqueles que não se voltarem para Ele. Eles serão tirados da vida terrena, como o joio  é arrancado  do meio do trigo.
       O registro bíblico, de Apocalipse 19:11 a 16,  é uma visão do que estará ocorrendo no mundo espiritual. Esta visão nos informa que, nesse tempo, quando a besta estiver lutando contra o povo de Deus, na guerra do Armagedon, o Senhor estará em nosso favor lá nos céus.
      Apesar de nossa aparente desvantagem, a vitória está assegurada. Ele vencerá para nós. Lembra que essa  vitória foi predeterminada por Deus, como foi mostrado na abertura do primeiro selo (Ap. 6:1-2).
      Deus sempre venceu as batalhas para o seu povo, quando este não teve condições da faze-lo. Isso foi demonstrado  no tempo da Lei, e  será assim até o fim. O mesmo Deus que deu vitória a Moisés,  Josué,  e outros mais, estará conosco para nos fazer vitoriosos.
      É necessário que não esqueçamos de uma coisa: “Mais são os que estão conosco do que os que estão com eles” (Veja II Re. 6:16).
          Antes da besta entrar em rápido declínio, haverá ainda o brado de um outro anjo. Veja abaixo:
       “Então vi um anjo em pé no sol, o qual clamou com grande voz a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos para a ceia do grande Deus, para comerdes as carnes de reis, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes” (Ap.19:17-18).
      Esse convite é feito antes do desfecho da guerra, dando o entender que  já entramos vitoriosos na batalha. Por isso, aquele que for verdadeiramente servo de Deus, jamais terá dúvidas se vai ser ou não vencedor.  A guerra do Armagedon para o cristão, vai ser algo semelhante ao que já aconteceu na guerra entre o rei da Síria e o povo de Israel (Veja II Re. 6: 8 a 10), ou na tomada de Jericó (Josué 6:1 a 21).
      Quem tiver conhecimento da Palavra de Deus, já sabe o que irá acontecer,  nessa guerra, na medida que os seus planos  for postos em prática. Tudo está profetizado nas palavras aqui registradas. Eis a evolução das ações da besta, segundo a visão do apóstolo:
      “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para guerrearem contra aquele que estava montado no cavalo, e o seu exército”(Ap.19:19).
      Quando a Bíblia diz que a besta faz guerra contra o que vem montado no cavalo, refere-se ao povo cristão.  Para Jesus, quem persegue um cristão, está perseguindo a Ele próprio (Veja At. 9: 4-5).
      Pode-se concluir que a besta tem por objetivo por fim à vida de todos os cristãos do planeta. Entretanto, não realizará esse intento. Veja abaixo, como o Senhor nos adverte sobre esse tempo
       “Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias” (Mt.24: 21-22).
      A providência de Deus se fará presente, antes que ela possa massacrar todos os cristãos.
      A transcrição a seguir mostra o que vai acontecer com os nossos inimigos:     “Esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: a sua carne se apodrecerá, estando eles ainda em pé; apodrecer-lhes-ão os olhos nas órbitas; e lhes apodrecerá língua na boca .   Naquele  dia  também  haverá  da   parte do Senhor grande confusão entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo” (Zc. 14: 12-13).

              Essa praga  virá em forma de algum vírus mortal, aniquilando todo aquele que pertencer ao exército do anticristo. Eles haverão de ficar transformados numa verdadeira ossada humana, mas não terão o direito de morte imediata. Não lhes restarão condições físicas nem para  matar um mosquito. Eles terão que aguardar meio vivos e meio mortos, até a chegada do Senhor Jesus, em pessoa.  Quem vai lhes conceder o direito de morrer será o Senhor, como vamos ver mais adiante.       


A segunda vinda de Jesus

       Essa reunião da besta para guerrear contra a igreja de Jesus, será a sua última façanha. O Senhor descerá: Veja a profecia:
      “Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha. Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido ao meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade para o sul..... Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos com ele”(Zc. 14: 3-4-5)
      A segunda vinda de Jesus é uma promessa garantida, e está registrada em vários textos bíblicos. Em João 14: 3, Ele prometeu aos discípulos:
      “Se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo. ....”.
      Atos 1:11 relata que, quando Jesus subiu aos céus, os judeus ficaram olhando enquanto Ele subia. Apareceram dois anjos e lhes disseram:
      “Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus que dentre vós foi recebido em cima nos céus, há de vir, assim como para o céu o vistes ir”.
      Portanto, é inegável que Ele vai voltar a terra e cumprir a promessa.
      Ao chegar na terra, em pessoa, a primeira providência do Senhor será a prisão dos inimigos. Seus inimigos são todos os que são inimigos dos cristãos. Essas primeiras providências estão descritas no versículo abaixo:
      “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que diante dela fazia os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta, e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Os demais foram mortos pela espada que saía da boca do cavaleiro, e todas as aves se fartaram de suas carnes” (Ap.19:20-21).
      O Senhor determinará castigos diferentes para aqueles que enganaram, e para os que aceitaram ser enganados. Os primeiros, que são o chefe da besta e o falso profeta, serão jogados vivos no lago de fogo. Serão mortos física e espiritualmente. Este tipo de castigo ainda não foi aplicado a ninguém. O chefe da besta e o falso profeta serão os primeiros a provar essa morte dupla, pois ao serem jogados ainda vivos no lago de fogo, morrerão de corpo e de espírito ao mesmo tempo.
      As demais pessoas que aceitarem a marca da besta terão apenas a morte do corpo físico.
Seus espíritos serão julgados depois do milênio bíblico, no Juízo Final. A morte física deles se dará pelo sopro da boca do Senhor, conforme está escrito.
      “.....Ele julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra. Ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Is. 11: 4).
      A próxima providência ocorrerá no mundo espiritual. É a prisão do diabo. Veja o relato:
      “Então vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e satanás, e o amarrou por mil anos” (Ap.20:1-:2).
Sem demonstrar qualquer sombra de dúvida, o apóstolo afirma que satanás – o dragão – é a antiga serpente. Sua declaração é precisa e categórica de que o inimigo espiritual dos seres humanos é apenas e tão somente a serpente que Deus criou, com o instinto de astúcia (Gn. 3: 1).
      A partir daí, o mundo não terá mais a presença do agente do mal por um período de mil anos.
      As profecias registram que esse tempo transcorrerá em justiça, paz e prosperidade. Isso confirma que o diabo é a raiz de todos os sofrimentos. A Bíblia diz que o anjo de Deus:

      “Lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações, até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que seja solto, por um pouco de tempo” (Ap.20:3).
      Satanás não será jogado no lago de fogo de imediato. Será preservado vivo por mil anos, trancafiado em prisões espirituais invioláveis, a que se dá o nome de abismo.
      Em Gênesis 1: 2, a Bíblia diz que: A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
      É mostrada aí a existência de duas faces. A face das águas, onde pairava o Espírito de Deus; e a face do abismo. Observe no primeiro capítulo de Gênesis, que Deus desenvolveu toda a criação usando a face das águas, e não se falou mais na face do abismo. Portanto, ela existe no universo.
      Deus o tem reservado para a prisão de Seus inimigos. Sabemos também que para lá são mandados os seres espirituais mais perigosos.
      Em II de Pedro 2: 4 e em Judas 6, verificamos que os grandes espíritos malfeitores ficam fora da terra, e só sairão de lá, no dia do Juízo final.
      Note que princípio da criação os anjos de Deus – Adão e Eva – se deixaram enganar pela serpente, e por isso foram mandados para essas prisões. Agora, no fim dos tempos, a própria serpente que os enganou irá também para lá. É a perfeição da justiça divina.
      Vários motivos justificam a prisão e não a morte do diabo no início do milênio. Um deles, é o fato de que, deixando-o vivo e preso, Jesus estará mostrando aos anjos decaídos que lá se encontram que a justiça de Deus não tem falha.
      Ela estará sendo feita com os enganados e com o enganador. Podemos também imaginar, que as gerações que viverem no final da era do milênio bíblico, quase não conhecerão o mal. Mas elas ainda são descendentes de Adão e Eva. Por isso, Deus haverá de mostrá-las a face maligna do mundo, ainda que seja por pouco tempo.

O Senhor julga os povos

       O apóstolo relata: “Vi também tronos, e aos que se assentaram sobre eles foi-lhes dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos. Reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap.20: 4).
      Esse versículo apresenta três aspectos diferentes e importantes, como sendo:
                  1) O trono de julgamento
                  2) A Ressurreição dos Justos
                  3) O Reinado dos Ressurretos

      1) O Trono de Julgamento: Como já comentamos na parte que fala sobre a unificação da igreja (Grande Tribulação I ), quando o Senhor Jesus chegar à terra, receberá o trono, já preparado, das mãos do grande líder que Deus irá levantar para dirigir a igreja globalizada. Esse líder é o filho da mulher resplandecente tratada em Apocalipse 12: 5. O recebimento do trono está registrado em Daniel 7: 9 a 14. Nesse trono de julgamento, tomarão parte os doze apóstolos, que serão ressuscitados para reinar com Cristo (Mt. 19:28 + Ap. 20:4).
      Esse julgamento faz parte da restauração que acontecerá no tempo do milênio. Por isso, o Senhor considerará como as doze tribos de Israel, todas as nações do mundo, que ali estarão diante Dele, mesmo porque as tribos de Israel se misturaram aos gentios desde à época em que Jacó desceu ao Egito.
      No julgamento não entrarão os cristãos vencedores. Serão consideradas as pessoas que não se converteram, mas também não se entregaram à besta. Serão também incluídas as pessoas que foram cristãs, e não perseveraram nos caminhos de Cristo. Esses se tiverem morrido recentemente, ressuscitarão para serem julgados, conforme consta em Daniel 12: 2.
      O Senhor poderá não levar em conta os fatores fé e perseverança, tendo em vista que a aprovação ali não os conduzirá à salvação imediata, mas apenas ao direito de continuar vivendo como cidadãos comuns. O que será levado em conta é a mansidão. Essa qualidade os levará a herdar a terra (Veja Mt. 5:5). Também se considerará a ajuda que essas pessoas prestaram, em termos de caridade, assistência social, e outros atos de bondade para com os cristãos que foram perseguidos pela besta, e não podiam exercer seus direitos de cidadania (Veja Mt. 25: 31 a 46). Deus recompensa a cada um, segundo suas obras. Observem que na tomada de Jericó, Raabe era prostituta e pertencia aos inimigos do povo de Israel.
      Entretanto, por ter praticado uma boa ação, escondendo os dois espias mandados por Josué, foi poupada de ser morta, juntamente com sua família (Veja Js.7:17). Muitos terão considerações semelhantes no julgamento que o Senhor fará em sua segunda vinda.
      A partir desse julgamento o mundo estará assentado em novas bases, para o inicio de uma era de justiça e paz, conforme revelação contida em Daniel 9:24.
      Uma sociedade mundial, detentora de alto padrão científico, surgirá no planeta. A ela estará assegurado o despojo de toda a riqueza, em termos de conhecimento científico, e também o patrimônio das nações ricas que foram banidas da terra por terem perdido a guerra ao lado da besta. A terra terá, basicamente, três grandes classes sociais, como sendo:
      - Os Sacerdotes, que será uma função exclusiva dos judeus. Isto está escrito em Miquéias 4: 2-3, e em I. de Pedro 2:9;
      - Os reis, que será um privilégio de todos os cristãos perseverantes e vencedores. Isso está escrito em Apocalipse 20:4;
      - As pessoas comuns do povo, aquelas que foram aprovadas no grande julgamento levado a efeito pelo Senhor Jesus, e obtiveram as promessas contidas em Mateus 5: 5-6-7.

      2) A Ressurreição dos Justos: Já tratamos da ressurreição em capítulo anterior (A Grande Tribulação II). Há, porém, alguns detalhes que precisamos esclarecer.
      Como já dissemos, os apóstolos ressurgirão e assentarão com o Senhor no trono para julgar o povo. Em Mateus 25:31 o Senhor declara que virá em glória, e com Ele todos os santos anjos, para assentarem no trono de julgamento.
      Em Marcos 12: 25, Ele afirma que os ressurretos serão como os anjos do céu. Portanto, podemos concluir que os doze apóstolos assentarão no trono com o Senhor, na qualidade de anjos. Podemos ainda deduzir, que todos os cristãos mortos por causa da Palavra do Senhor, ressuscitarão nessa condição (Veja I Co. 15: 42-43-44).

      3) O Reinado dos Ressurretos: Reinar é uma das promessas que Deus fez desde a Antigüidade para aqueles que guardam os Seus mandamentos.
      No Sinai o Senhor chamou a Moisés e mandou transmitir ao povo a seguinte promessa:
      “Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Embora toda a terra seja minha, vós me sereis reino sacerdotal e nação santa” (Ex. 19: 5-6).
      Em Apocalipse 7:4 e 14:4-5, é mostrado que os judeus terão um certo privilégio concedido pelo Senhor. Eles foram os primeiros chamados a proclamar a Palavra de Deus ao mundo.
      Por isso, através da profecia de Miquéias, os vemos como Sacerdotes. Veja o texto: “Irão muitas nações, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas. De Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor de Jerusalém” (Mq. 4:2)
      A confiança na justiça de Deus, nos leva à conclusão de que também nós, não judeus, desfrutaremos de nosso galardão junto ao Senhor.
      Na parábola dos dois servos, o Senhor Jesus declarou:
      “Quem é, pois, o servo fiel e prudente a quem o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele a quem o Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens” (Mt. 24: 45-46-47).
      Podemos crer que na segunda vinda do Senhor, reinarão com Ele não só os ressurretos, mas todos os cristãos que forem considerados servos fiéis e prudentes. A posição de reis virá para aqueles que o Senhor determinar por terem sido considerados servos prudentes. Após descrever a ressurreição dos mártires (Ap. 20:4), a Bíblia registra:
      “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição. Sobre estes, não tem poder a Segunda morte, mas serão Sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos” (Ap.20:5-6).
      Essa primeira ressurreição será para cristãos que foram sacrificados pelo testemunho de Jesus. Eles gozarão da promessa do Senhor, que diz: “Em verdade, em verdade vos digo que, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5: 24).
      Os outros mortos serão chamados no dia do Juízo Final. Eles serão julgados por Deus, e correrá o risco de ir para a segunda morte. Deus trouxe o homem à existência, em duas etapas. Na primeira (Gn. 1: 26), foi criado o espírito do homem e da mulher. Na Segunda, (Gn. 2:7), o Criador concedeu ao homem - espírito já existente – um corpo carnal tirado do pó da terra.
      Assim, da mesma forma que Deus trouxe o homem à existência em duas etapas, também o tirará em dois eventos, se isso for necessário. É bom notar, entretanto, que nosso Pai celestial prefere que permaneçamos com Ele na eternidade.

 

O milênio bíblico

      Chamamos de milênio bíblico, o período de mil anos em que satanás ficará preso, a partir do final da grande tribulação. Essa prisão não será vista aos nossos olhos, apesar de acontecer aqui na terra. Entretanto vamos sentir a diferença entre o mundo de hoje e um mundo onde não existe mais a perseguição do inimigo.
      A era do milênio é o cumprimento da profecia contida em Daniel 9:24. Nela um anjo de Deus diz que no fim de determinado tempo haveria de cessar as transgressões do povo, os pecados teriam fim, a iniqüidade seria expiada, e a justiça eterna seria estabelecida.
      O mundo vai descansar da guerra, da fome, da peste, e das crescentes ondas de homicídios. As nações não se levantarão mais uma contra a outra.
      Depois de ceifados os inimigos do Senhor, pela expiação de suas iniqüidades, a sociedade mundial reiniciará sua caminhada, assentando suas bases no respeito à Palavra de Deus, e na solidariedade entre os povos. A ajuda aos que sofrem, dando comida a quem tem fome, vestindo a quem estiver nu, e outras atitudes calcadas no amor ao próximo, será um fator preponderante para que as pessoas tenham direito de viver no novo céu e nova terra que se estabelecerá daí para frente. (Veja Mt. 25: 31 a 46)
      Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, será o grande mandamento. O Senhor ensinou que o nosso próximo é aquele que usa de misericórdia para com nós independente de religião. (Lc. 10: 25 a 37).
      Com base nesse princípio, Jesus escolherá a grande massa do povo para viver no tempo dos mil anos de paz.
      Numa ligeira visão da maneira pela qual a sociedade viverá no tempo do milênio, a Bíblia registra:
      “Vede, eu crio novos céus e nova terra. Não haverá lembranças das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio, pois crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo gozo.....nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá nela crianças que viva poucos dias, nem velhos que não cumpram os seus dias; aquele que morrer com cem anos, será tido por jovem; o pecador que não conseguir alcançar cem anos, será considerado amaldiçoado. Edificarão casas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros nela habitem, nem plantarão para que outros comam. Pois os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras de suas mãos até a velhice. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade; pois serão um povo bendito do Senhor, eles e seus descendentes com eles. Antes que clamem, responderei, estando eles ainda falando, os ouvirei. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi, mas pó será a comida da serpente. Não se farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor (Is. 65:17 a 25).
      Como se vê, apesar de continuar existindo o mesmo céu e a mesma terra, Deus considerará tudo como novo. E será mesmo novo, porque nessa época o Senhor já completou a limpeza física e espiritual do universo. Limpeza física, porque os Seus inimigos já se definiram. Aqueles que não se converteram já foram mortos (Ap. 19: 21). Limpeza espiritual, porque satanás estará preso, seus servos que fizeram parte do sistema “besta” já foram jogados no lago de fogo, e os quatro maus juízos de Deus, referidos em Ezequiel 14: 21, já não estão mais sobre o ar da terra. Esses quatro maus juízos, que levarão a terra à assolação, estão hoje em atividade, em forma de potestades espirituais, desde o princípio da era cristã, como está indicado em Apocalipse 6, na abertura do 3o. e do 4o selos do livro de Deus.
      Suas atividades tiveram início com o cristianismo, e só cessarão com o término da grande tribulação. Conforme vemos em Isaías 24:5-6, elas foram enviadas por causa das transgressões dos povos da terra.
      Após a expiação, o Senhor não mais se lembrará das coisas passadas. Portanto, aqueles que sobreviverem, não terão heranças pecaminosas. Por isso, haverá alegria, gozo e paz entre as nações, e prosperidade no trabalho dos homens.
      Deus restaurará tudo o que Ele criou, e que os homens tentaram destruir. Até mesmo entre os animais haverá uma natureza pacífica. Não haverá, porém, modificação quanto ao castigo da serpente, tendo em vista que ela é a origem de satanás (Ap.12:9; e II Co.11:3). A duração da vida humana no planeta será aumentada, e se tornará idêntica à dos homens que existiram no princípio da criação (Veja Gn. 5: 3 a 32), porém, com muito mais conforto e tecnologia.
      Sem a presença de satanás e sem herança de pecados, a comunhão com Deus será muito mais intensa. Em Isaías 10:10 se registra que:
      “Naquele dia, as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por estandarte dos povos, e o lugar do seu repouso será glorioso”
      Observe aqui uma importante declaração. Ela revela que o Senhor Jesus estará em Seu repouso, e será como um estandarte dos povos. Isso indica que, uma vez terminado o julgamento aqui na terra, o Senhor voltará para o lugar onde hoje se encontra, ou seja, junto a Deus.
       Ser estandarte dos povos, significa que Ele estará nos céus, e todos aqui, sem distinção de credo religioso, estarão seguindo Seus mandamentos. Em Isaías 11:9, a Bíblia diz que:
      “a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”.
      Em João 10: 27, o Senhor declara que:

       “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem”.
      Nesse tempo só existirão as ovelhas, pois os bodes não estarão mais aqui !!!.
      Podemos reafirmar que na era do milênio as nações estarão sendo coordenadas por um servo de grande unção, levantado por Deus para esse fim. Ao que tudo indica, trata-se do ancião ao qual refere Daniel 7:22. Existem ainda outros registros indicando que o reino da terra será dirigido materialmente por servos obedientes do Senhor. Um deles é aquele onde o Senhor Jesus responde à pergunta de Pilatos. A Bíblia relata o seguinte diálogo:
      “Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou a Jesus, e lhe perguntou: Es tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Dizes isto de ti mesmo ou outros disseram isto de mim? Replicou Pilatos: Sou eu judeu? A tua nação, e os principais sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se fosse, os meus súditos combateriam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu reino não é aqui”(Jo. 18: 33 a 36).
       Observe que apesar de ser Rei no mundo espiritual, de onde partem todas as decisões, o Senhor descarta a condição de reinar no mundo material.
      Isto se explica, porque, uma vez reinando no mundo espiritual, tudo o que existe aqui na terra, está subjugado às Suas ordens.
      Outro versículo que confirma essa idéia está entre as cartas que o Senhor escreve às sete igrejas. Ao líder da igreja de Tiatira, Ele faz a seguinte declaração:
      “Ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerás, quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro, assim como também recebi autoridade de meu Pai” (Ap. 6:26-27)
      Esses registros demonstram que o Senhor não vai ficar aqui na terra durante os mil anos, depois de Sua segunda vinda. Ele voltará aos céus, assim como fez por ocasião da primeira vinda.


 

A última queda do diabo

      A vitória de Jesus na Sua primeira vinda determinou a derrota de satanás. Assim, apesar de nosso inimigo ainda continuar nas esferas celestiais, sua derrota total está determinada, através de mais três quedas sucessivas, conforme está profetizado em Apocalipse 12:9 – 20:2 e 20:10.
      A próxima, prevista em Apocalipse 12:9, vai ocorrer quando ele perder a batalha para o anjo Miguel. Vem logo depois terceira, quando será preso por mil anos, como está escrito em Apocalipse 20:2. A quarta e última, é a que vamos reproduzir agora. A Bíblia registra:
      “Quando se completarem os mil anos, satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-los para a batalha” (Ap.20:7- 8).
      Observe que mesmo depois de mil anos de prisão, ele sairá buscando condições para batalhar contra o povo de Deus. Não haverá modificação no seu caráter, tendo em vista que ele traz em si mesmo a maldição eterna de perseguir os seres humanos. Veja na parte final do versículo 15, capítulo 3 de Gênesis.
      O que mais chama a atenção, é que no final dos mil anos, quando ele sair, ainda vai encontrar pessoas imprudentes que aceitarão ser corrompidas.
      Quando a Bíblia diz que ele “sai a enganar Gogue e Magogue”, faz aí uma afirmação de que mesmo com todas as bênçãos que Deus vai proporcionar durante o milênio, ainda assim, no final desse tempo haverá muitas pessoas com a vida espiritual corrompida.
      Gogue e Magogue são mostrados na Bíblia como povos pagãos que lutavam contra o povo de Israel seis séculos antes de Cristo (Ez. 38: 39).
      Portanto, se Deus compara a muitos como Gogue e Magogue, certamente é porque eles serão também incrédulos e desobedientes, da mesma forma que foi o povo antigo. Veja que o diabo não sai a enganar o povo de Deus, mas a Gogue e Magogue, ou seja, as nações que não estiverem buscando o poder de Deus no monte do Senhor. O monte do Senhor é Jerusalém, de onde sairá a lei de Deus.
      A Bíblia registra que muitas nações não cumprirão a lei de Deus nesse tempo, apesar das evidências de bênçãos para aqueles que o fizerem. Eis a transcrição:
      “Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e celebrar a festa dos tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva” (Zc. 14: 16-17).
      Observe que o profeta aventa aqui a possibilidade de algumas famílias ou povos não cumprirem a lei de Deus, no tempo do milênio e consequentemente não receberem as bênçãos prometidas.
      Tudo leva a crer que serão esses, os povos a que Deus chama de Gogue e Magogue. Eles serão enganados por satanás, quando for solto no final da era do milênio. Isso mostra a corrupção e a maldade       da natureza humana como está escrito em Gênesis 6:5.
Ao ser solto, satanás conseguirá ainda arrebanhar muitas pessoas para batalhar contra o povo de Deus. Eis a transcrição:
      “Subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida. Mas desceu fogo do céu, e os consumiu” (Ap. 20:9).
      A profecia de Ezequiel dá uma perfeita descrição de como será essa investida do diabo, congregando o povo para uma guerra. Diz o relato:
      “Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virá à terra que se recuperou da espada, ao povo que se congregou dentre muitos povos sobre os montes d e Israel, que sempre estavam desolados. Aquela terra foi tirada dentre os povos, e todos eles habitarão seguramente. Então subirás todas as suas tropas, e muitos povos contigo, virás como uma tempestade; far-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra. Assim diz o Senhor Deus: Naquele dia idéias virão ao teu coração, e conceberás um mau desígnio. Mas naquele dia, no dia em que vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação será despertada”(Ez.38: 8 a 10; e 38: 18).
      É gratificante ver que mais uma vez Deus honrará o seu povo, e essa guerra não será deflagrada. Assim como Elias orou e fogo desceu (I Re.18:38), também descerá o fogo do céu e consumirá os rebeldes do final da era do milênio. Esta será a última investida do inimigo. Deus fará cessar suas atividades. Veja o que está escrito:
      “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap. 20: 10).
      Muitas pessoas imaginam como será a situação daqueles que forem lançados no lago de fogo. A morte não representa a total extinção daquilo que Deus criou. Ela é apenas a cessação da atividade.
      Com referência ao corpo físico, os restos mortais da matéria voltam a fazer parte dos elementos da natureza. Observe a ordem de Deus: Ele disse: Veio do pó, e para o pó retornará (Gn. 3:19).
      Assim também será a morte do espírito. Ela é a cessação da atividade do espírito. Da mesma forma que existe a vida eterna para aquele que conseguiu a salvação, também existirá a tormenta eterna para aquele que rebelou contra o Criador. Sua atividade cessará, e ele sofrerá eternamente as conseqüências do caminho que escolheu.

O lago de fogo com enxofre

       Ao lançar o espírito do homem fora do paraíso, Deus criou algo ligado ao fogo para impedir que os desobedientes invadissem aquele lugar. Eis o texto:
      “Havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada flamejante que se revolvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn. 3:24)
      O fato de ter sido lançado fora, bloqueou o espírito humano na comunhão que ele tinha com Deus anteriormente. A colocação de querubins no jardim, não quer dizer que estes substituíram o homem, pois a palavra querubim significa escultura de crianças. Os querubins foram postos ali apenas para mostrar que somente os seres sem pecados podem habitar aquele lugar. Daí o ensinamento de Jesus, em Mateus 18:3, dizendo que se não tornarmos como uma criança, de modo algum entraremos no reino dos céus.
      O trabalho de guardar o jardim, que agora tinha como de maior importância a árvore da vida, foi exercido pela espada flamejante. Ora! Espada significa batalha; e flamejante significa fogo. Temos então, que a árvore da vida, destinada à cura espiritual das nações num tempo futuro (Ap. 22:2), é guardada por uma espada flamejante, que, por sua vez, é o fogo eterno para a defesa do plano de salvação.
      Sabemos que esse fogo existe realmente no mundo espiritual, porque Deus já fez ele manifestar no mundo físico algumas vezes.
      Quando Moisés caminhava com o povo de Israel pelo deserto, esse fogo os protegia durante a noite, em forma de uma coluna (Ex.40:38).
      Quando Elias orou contra os profetas de baal, ele desceu do céu e devorou o holocausto, queimando lenha, pedra, pó e até a água, que estava próximo ao altar, contrariando todas as regras da natureza (I Re.18:38).
      Portanto, o fogo do céu, é diferente do que conhecemos na terra. Teve origem no jardim do Éden, no formato de uma espada, e certamente é o mesmo que Deus tem reservado para atormentar o diabo e seus anjos.
      O lago de fogo com enxofre onde Deus lançará o espírito satânico e os que o seguem, é mais terrível que o abismo. O abismo é uma prisão temporária, onde os maus aguardam o dia do julgamento (II Pe. 2:4). O lago de fogo é um destino definitivo e eterno, de onde ninguém jamais sairá.
      Não será somente satanás que irá para o lago de fogo. Após o juízo Final, todos aqueles que forem condenados por Deus, seguirão o mesmo destino.


O Juízo Final

       O Juizo Final é a última etapa do acerto de contas que Deus fará com os seres humanos, e foi revelado desde as primeiras instruções que o Senhor deu a Moisés. Veja na transcrição abaixo:
      “Eu lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti; porei as minhas palavras na sua boca , e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. Eu mesmo pedirei contas de todo aquele que não ouvir as minhas palavras que ele falar em meu nome” (Dt. 18: 18-19).
      Deus anunciou aqui duas coisas de grande importância para a humanidade. Em primeiro lugar, a vinda do Senhor Jesus para ensinar tudo aquilo que o Criador quer que obedeçamos. Em segundo, a promessa de que Ele haverá de pedir contas de tudo o que Jesus nos ensinou.
      A primeira parte já foi cumprida. Jesus veio e deu conhecimento aos homens de tudo o que Deus quer que façamos. A Segunda parte será o Juízo final. Ele pedirá contas individualmente, a cada pessoa que passou pela vida neste planeta. Essa prestação de contas, com certeza, considerará a época em que cada ser humano viveu neste mundo, e o conhecimento que cada um tomou da vontade soberana de Deus. O julgamento será executado diretamente pelo trono de Deus. Veja a transcrição a seguir:
      “Então vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele. Da presença dele fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar mais para eles” (Ap. 20:11).
      Os seres humanos perderam a comunhão com Deus, quando aconteceu o primeiro pecado no mundo.
      Conforme está escrito em Isaías 59:2, o pecado separa o espírito do homem da presença de Deus. O homem decaiu, porque deixou de obedecer a palavra de Deus, para dar crédito à palavra da serpente, a qual, por causa disso, deu origem ao diabo.
      Por ter errado, o espírito humano perdeu o privilégio de estar diante Dele, e satanás, o descendente da serpente, assumiu o reino espiritual do mundo, que, na verdade, pertence ao homem (Veja Lc.4:6).
      Assim, a partir do primeiro pecado, a natureza humana passou a ser terrena e maligna. A contínua prática do pecado por todas as nações, ao longo dos séculos, tem acumulado abominações diante de Deus.
      Por isso, chegará o tempo em que Deus há de fazer um acerto com aqueles que viveram errados. Esse acerto é chamado de Juízo Final.
      Como já vimos, durante a grande tribulação Deus entrará em Juízo com o povo através de muitos eventos catastróficos, que dizimarão todos os incrédulos e rebeldes. Mas, os Juízos desse tempo afetarão somente quem estiver vivendo fisicamente.
      O Juízo Final, como o próprio nome indica, será o último, e será aplicado sobre o espírito de todos aqueles que aqui viveram. Ele completará a limpeza do planeta, e limpará o mundo de todas as forças espirituais que, desde o princípio da criação, desobedecem a Deus.
      Ele é o caminho pelo qual, todos os que obedeceram a Deus, devem retornar aos objetivos para os quais Deus os criou. O apóstolo João assim relata a execução desse Juízo:
      “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. Abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o além deram os mortos que neles havia, e foi julgado cada um segundo assuas obras” (Ap.20:12-13).
      Ele incluirá todos os mortos, quer estes tenham ou não acreditado em Deus. Observe que há um livro diferente. É o que foi chamado de livro da vida. Quando ele diz que abriram os livros (no plural), temos aí uma indicação de que constam neles os pensamentos, as palavras e as obras de todos os que viveram na terra. Não obstante, ele destaca ainda um outro livro, que é o livro da vida.
      Muitas coisas contidas nas Escrituras, que nos deixam sem entender o seu verdadeiro sentido, estarão se cumprindo por ocasião desse julgamento. Uma delas consta do Salmo 91:1 e 8, onde o Senhor promete – através de Davi – que, aquele que faz do altíssimo o seu esconderijo, com os seus olhos haverá de contemplar a recompensa dos ímpios.
      Nesse julgamento, vão estar carrascos diante de suas vítimas; injustos diante daqueles que morreram sem ver a justiça; ricos diante dos pobres que foram por eles oprimidos, e assim por diante.
      Aquilo que as pessoas praticaram, com a consciência de que era injusto, cruel e abominável, estará sendo revelado sem subterfúgios diante do Supremo Juiz. Estará sendo cumprida a declaração de Jesus, de que nada há em oculto que não seja revelado (Lc. 12:2). Estará também sendo literalmente cumprida a palavra do Senhor, nos declarando que “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt. 5: 4).
      Acreditamos que a maioria das pessoas tem dificuldade para praticar os ensinos do Senhor, que nos manda “não resistir aos maus; se alguém nos bater em uma face, oferecer também a outra; perdoar aos nossos inimigos e orar por quem nos perseguem”.
      Ali diante de Deus, estará o que foi perdoado, e o que perdoou! O Juízo Final se caracterizará pela expressão da verdade. Através dele vamos compreender claramente o significado de muita coisa que o Senhor Jesus nos ensinou e que temos dificuldade para praticá-las, especialmente o perdão.
      Nossa dificuldade em compreender boa parte dos ensinamentos do Senhor, está na maneira pela qual conceituamos a vida. A vida para Deus tem um conceito diferente do que estamos acostumados a considerar.
      Para Ele, nossa vida inclui o tempo em que passamos no plano físico e no plano espiritual. Antes e depois da morte. Portanto, quando aquele livro é considerado como livro da vida, é porque nele consta o registro dos que foram aprovados para a vida eterna.
      Desde os tempos antigos a Bíblia faz referência ao livro da vida. Êxodo 32: 31-32-33 relata Moisés intercedendo junto a Deus pelo pecado do povo, com as seguintes palavras:
      “Assim, tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! Este povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora te peço, perdoa o seu pecado, ou, se não, risca-me do livro que escreveste. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro.”
      Veja que Deus não só confirma a existência do livro para os Seus escolhidos, como também afirma que dele serão riscados os pecadores.
      Os discípulos do Senhor Jesus, quando saíram para evangelizar, retornaram cheios de alegria porque os demônios se submetiam a eles. O Senhor lhes advertiu com as seguintes palavras:
      “Não vos alegreis porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc. 10:20).
      Portanto, não há dúvidas de que nos livros de Deus está o nome de cada um de nós. O importante é saber se estamos nos livros comuns, ou no livro da vida. Os livros comuns têm os nomes daqueles que ainda não foram salvos, e terão que entrar em julgamento. O livro da vida registra aqueles que estão salvos. Muitos dos que estão nele, poderão ter o nome riscado se não vigiarem. Também muitos que morreram e estão nos livros comuns, poderão passar para o livro da vida no dia do julgamento (Veja Ez.18:24 a 28).
      Vamos ver mais adiante, que após o Juízo Final só prevalecerão os que estiverem no livro da vida. A Bíblia leva a admitir que a variedade de livros comuns no trono de Deus está relacionada ao tempo em que a pessoa viveu.
      Como já comentamos, de tempos em tempos Deus tem mudado a base de nosso relacionamento com Ele. Nesse sentido, o mundo passa por quatro períodos diferentes, a que chamamos de ERA.
      A primeira, a era adâmica, em que os homens não tinham quase nenhum conhecimento da vontade de Deus. Veio depois a era da lei, quando Deus traçou planos para o retorno dos seres humanos ao paraíso, e começou a colocá-lo em prática, a partir da chamada de Abraão, dando conhecimento de Sua vontade ao povo de Israel, através do velho testamento. O tempo seguinte foi a era cristã, a que estamos vivendo. Nessa era o conhecimento da vontade Deus foi revelado em grau muito maior, pelo Senhor Jesus. A ultima etapa dessa escalada, será a era do milênio. Ela vai começar depois da segunda vinda de Jesus, isto é, depois da expiação dos pecados da humanidade (Dn. 9:24).
      Nessa era, a comunhão com Deus será muito maior. Em Isaías 11:9 está profetizado que: “a terra encherá do conhecimento do Senhor”.
      Em Lucas 12:47-48, o Senhor Jesus nos ensina que:
      “O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se
aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que não a soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá”.
      Ele mostra, através dessas palavras, que nós somos julgados de acordo com o grau de conhecimento da verdade que nos foi dado.
      No Juízo final entrarão os espíritos dos mortos em todos os tempos, e cada um será julgado de acordo com a revelação de Deus no tempo em que ele viveu. A transgressão será considerada em razão do que a pessoa poderia cumprir a respeito da vontade de Deus, e o que efetivamente ela tenha cumprido. Em João 12:48, o Senhor Jesus demonstra o caráter de Deus a esse respeito.
      Assim, os vários livros comuns, que foram vistos por João no trono de Deus, devem se referir às épocas em que as pessoas viveram.
      O texto focalizado (Ap. 20:13), diz ainda que o mar, a morte e o além entregaram os mortos que neles estavam.
      Essas expressões (mar, morte e além) aqui colocadas não têm a intenção de assinalar espaços geográficos. Elas dizem respeito às posições em que se encontram atualmente os espíritos dos que morreram, sem conseguir se salvar.
      Assim, a expressão MAR abrange toda a superfície da terra, onde se encontram os espíritos daqueles que viveram buscando apenas as coisas terrenas. O apóstolo Paulo nos ensinou, dizendo:
      “Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também ceifará. O que semeia na carne, da carne ceifará a corrupção; o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6: 7-8).
      Em Jeremias 17:10, Deus declara que Ele dá a cada um, segundo o fruto de suas ações.
      Acreditamos que, indiscutivelmente, as pessoas que passaram pela vida sem se curvar aos mandamentos de Deus, não saíram da terra depois de mortas. Mas, no dia do Juízo elas serão chamadas de onde estiverem para assistir a leitura do que consta de sua conduta no registro de Deus.
      A dimensão citada como morte (ou HADES) refere-se à situação daqueles que morreram em grande rebeldia. Eles estão guardados em “prisões de segurança máxima”, devido ao perigo que representam, mesmo estando no mundo espiritual. O texto abaixo reproduzido diz respeito a esse tipo de situação.
      “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservados em prisões eternas, na escuridão, para o juízo do grande dia” (Jd. 6).
      Não se trata aqui, da fábula de um anjo que caiu do céu e virou satanás; mas de pessoas que decaíram definitivamente da presença de Deus. A Bíblia mostra que os homens consagrados a Deus, são vistos pelo Senhor como anjos (Veja Ap.2:1-8-12-18 e 3:1-7-14). Portanto, esse versículo se refere às pessoas que, apesar de terem sido criadas à imagem e semelhança de Deus, não honraram a posição que lhes fora concedida.
      Assim, quando a Bíblia diz que a morte (ou hades) deu os seus mortos, ela se refere àqueles que estão nas prisões espirituais. Essas prisões pode ser o mesmo lugar onde satanás vai ficar durante mil anos.
      O texto focalizado – Apocalipse 20:13 – diz ainda que o além deu os seus mortos. A dimensão chamada de além, se refere a uma posição mais alta nos céus. Não é o paraíso, pois este é o terceiro céu (II Co.12:3-4). Mas é algo mais abaixo.
      Essa referência bíblica deixa uma clara indicação de que existem muitas pessoas que morreram, não foram salvos, mas estão num plano superior ao da superfície terrena. Estão num lugar melhor do que aqueles que se acham nas prisões eternas ou no mar. Mas, como já observamos, mesmo assim estão sub domínio satânico. Por isso, serão chamados para o Juízo final.
      É bom lembrar que no tempo da Lei a salvação era muito mais difícil de ser atingida. A pessoa tinha de cumprir rigorosamente os dez mandamentos, sem transgredir nenhum. Por essa razão, muitos que cumpriram boa parte deles, mas tropeçou em algum, podem estar numa posição razoável, mas não está salvo.
      Em Mateus 19:30, o Senhor Jesus disse que: “.....muitos dos primeiros serão os últimos, e muito dos últimos, primeiros”.
      No tempo atual é muito mais fácil atingir a salvação. A base do nosso êxito está no arrependimento. O Senhor Jesus já pagou por nós na cruz do calvário, e quando arrependemos de coração, somos salvos (Veja Lc. 23: 39 a 43).
      Em ambos os tempos, no entanto, existiram muitas pessoas que fizeram boas obras durante suas vidas, mas que por alguma convicção errada, ou outro motivo semelhante, não conseguiram a plenitude da salvação.
      Portanto, o além deve abrigar muitas almas que fizeram boas obras nesse mundo, mas não puderam chegar a Cristo após a morte.
      Voltando ao caráter de Deus, revelado em Jeremias 17: 9-10, onde o Criador declara que dá a cada um segundo os seus caminhos, e segundo o fruto de suas ações, podemos admitir que as pessoas praticantes de boas obras – sem levar em conta a fé – estão nos lugares celestiais aguardando o juízo, e devem ter boas chances de serem salvas no dia do Juízo Final.
      O lado triste da dimensão em que se encontram, é o fato de que mesmo estando nos altos celestiais, elas não estão salvas no paraíso – ou no terceiro céu – e por isso estão subjugadas pelo diabo.
      Isto perdurará até o dia em que o arcanjo Miguel derrubar o nosso inimigo (Ap. 12:7). Elas estão mais próximas do trono do Salvador, e se verão livres do inimigo antes daqueles que estão nas proximidades da terra e nas prisões eternas.
      Observe o louvor que elas levantam, ao se verem livres da presença do diabo. Em Apocalipse 12: 9, é dito que o diabo foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. A seguir, em Apocalipse 12:10-11-12, é registrado o seguinte louvor:
      “Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Pois já o acusador de nossos irmãos foi lançado fora, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. Eles venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; não amaram as suas vidas até a morte. Pelo que, alegrai-vos ó céus, e vós que nele habitais......”
      Essas declarações não partiram do trono de Deus, nem dos remidos que estão com o Cordeiro. Elas são daquelas almas que estão nos céus, porém ainda não salvas.
      Conforme explicação do apóstolo, esse louvor vem de uma grande voz no céu. É uma expressão de júbilo, indicando que esses seres humanos entoam um cântico de liberdade pelo fato de não estarem mais subjugados a satanás.
      Esse louvor dá ao entender que essas almas de seres humanos esperavam a salvação, mesmo estando no alto dos céus.
      Tudo faz crer que mesmo elas não tendo afinidade com o diabo, – ainda assim – são aprisionadas por ele até o momento de sua caída. Elas se sentem salvas, apesar de lamentarem pelos que ainda se encontram na superfície da terra, onde satanás cairá.
      Ainda no final do versículo 13, capítulo 20, de Apocalipse, temos a declaração de que “foram julgados cada um segundo as suas obras”.
      Uma vez julgados, Deus dará o destino a cada um, ou seja, estará decidido quem irá para a vida eterna, e quem não irá. A partir daí, terão fim os tormentos da humanidade. O universo estará limpo no plano físico e no plano espiritual. Veja os versículos seguintes:
      “Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo” (Ap. 20:14-15).
      No livro da vida estará sendo inscrita até a última alma que for aprovada para a vida eterna.
      Entretanto, os condenados não terão mais vida, nem no plano físico, nem no espiritual. A segunda morte representa a descaracterização do espírito. Ele passará a ser um mal sem nenhuma atividade.
      Convém lembrar, que a morte, tanto física como espiritual, não representa a extinção total de suas vítimas. Ela apenas faz cessar as atividades daqueles a quem ela atinge.
      Em Apocalipse 20:10, no final do versículo, vemos que aqueles que forem lançados no lago de fogo, não deixarão de existir. Simplesmente eles não terão mais acesso ao universo que Deus criou, e serão “atormentados para todo o sempre”. Através do profeta Isaías, Deus revelou a sorte dos rebeldes com as seguintes palavras:
      “E sairão, e verão os cadáveres dos homens que se rebelaram contra mim; o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará, e serão um horror para toda a humanidade” (Is. 64: 34).
      Isto quer dizer que eles sofrerão as conseqüências de terem optado pelo caminho do mal. Esses versículos indicam que o espírito dos rebeldes, será transformado em um pequenino verme, sem nenhuma expressão de vida, e colocado no fogo eterno.
      É bom observar que um dos princípios ativos de satanás é degradar o espírito do homem, subordinando-o aos bichos. Ele faz isso porque ele próprio teve origem na serpente, que é um réptil.
      Um exemplo desse princípio aconteceu com o rei da Babilônia. Por se estimar maior do que Deus, recebeu o castigo de pastar junto com os animais durante sete tempos. Virou bicho e viveu junto com os animais durante o tempo determinado (Veja Dn. 4: 25 a 34).
      Também o Senhor Jesus confirmou esse destino para os rebeldes, quando falou daqueles que escandalizam o povo de Deus. Eis o texto:
      “E se o teu olho te escandalizar, lança-o fora. Melhor é entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno, onde o seu verme não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc. 9: 47-48).
      Portanto, o ser humano pode optar por ser anjo diante de Deus, como foi criado no princípio, ou por ser um verme queimando eternamente no fogo eterno.


A renovação da terra

       “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap.21: 1).
       Também em Isaías 65: 17 a 25, a Bíblia faz referência a novo céu e nova terra; mas, se atentarmos para o versículo 20 daquele capítulo, vemos que a morte ainda continuará a ceifar vidas, mesmo sendo de maneira mais branda.
       Por isso, entendemos que a declaração de novo céu e nova terra contida naquele livro, refere-se à restauração que Deus estará efetuando no tempo do milênio.
       Aqui em Apocalipse, entretanto, as coisas se mostram de maneira diferente, Nesse tempo a morte não mais estará existindo.
       Assim, a expressão novo céu e nova terra citada no versículo acima transcrito, significa uma total renovação, onde os seres humanos recomeçarão uma vida sem pecados, semelhante à que foi oferecida a Adão e Eva no princípio da criação.
       A expressão “o mar já não existe” deve ser interpretada como uma terra livre de espíritos imundos. Na visão de Deus, o mar abrange toda a superfície do planeta, onde estão muitos mortos que não alcançaram a salvação.
       Não dispomos de muitas informações sobre a vida a partir daí, mas pelas poucas que temos, dá para sentir que será um mundo infinitamente diferente do que vemos hoje. Observe o que diz o apóstolo:
       “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, ataviada como uma noiva para o seu noivo. E ouvi também uma grande voz vinda do trono, que dizia: Agora o tabernáculo de Deus está com os homens. Deus habitará com eles, e eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles, e será o seu Deus. Deus enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas” (Ap.21:2-3-4).
       Os relatos a respeito da Nova Jerusalém parecem mostrar que ela corresponde ao jardim do Éden, onde Deus colocou o homem para viver em riqueza e abundância.
       Há, porém, algumas diferenças a considerar. A nova Jerusalém não será apenas mais uma nação na terra. Ela será a santa congregação de todos os fiéis que venceram pela Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus, quer judeus quer gentios.
       Ela substituirá a Igreja unificada universalmente, vencedora da besta nos tempos do anticristo, que, nessa época, já é coisa do passado.
       O tabernáculo de Deus junto aos homens, sela o cumprimento das palavras de Jesus, que nos ensinou a orar, dizendo: “assim na terra, como nos céus” (Mt. 6:10). A inexistência da morte identifica o caráter da vida eterna que o Senhor prometeu aos que forem fiéis (Jo. 8:51).
       Portanto, a Nova Jerusalém, que reinará no novo mundo, é o cumprimento das promessas do Senhor àqueles que creram e perseveraram na Sua palavra.
       Nesse tempo, estará se encerrando uma etapa na caminhada dessa humanidade que fez tudo o que era abominável aos olhos de Deus, tentando evoluir com sua própria sabedoria, sem no entanto conseguir êxito.
       Iniciará aí um novo tempo. Deus terá acertado as contas com os rebeldes. Satanás, que teve origem em um animal, para mostrar aos homens quanto custa desobedecer a Deus, simplesmente não existe mais, visto que já cumpriu a sua tarefa (Veja Gn. 3: 15), e o Criador já o tirou de cena.
       A natureza da terra não estará mais amaldiçoada por causa do homem. (Gn. 3: 17). Jesus confirma que essas coisas acontecerão. Veja a visão do apóstolo João:
       “E o que estava assentado no trono disse: Faço novas todas as coisas. E disse-me; Escreve, pois estas palavras são verdadeiras e fiéis. Disse-me ainda: Está cumprido. Eu sou o Alfa e Omega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho” (Ap.21:5-6-7).
       Para que ninguém duvide, e nem possa distorcer o sentido das palavras que aqui se registra, o Senhor confirma a João que estas palavras são fiéis e verdadeiras. Isto quer dizer que nada no mundo poderá impedir o seu curso.
       A declaração de que “está cumprido”, pressupõe a existência de um plano pré-estabelecido. Ela refere-se, na verdade, ao plano da salvação que Deus colocou em prática desde a chamada de Abraão (Gn. 12: 1-2-3).
       A inclusão nesse plano depende de ser chamado pelo Senhor, e da prática de Seus ensinos. O plano de salvação foi confirmado por muitas vezes nas palavras de Deus Pai e de Seu Filho Jesus, como podemos ver em Joel 2:32, Marcos 16:16, e em outros registros.
       Por isso, em Apocalipse 21: 6, o Senhor mostra o encerramento dele, para com aqueles que se fizeram filhos de Deus.
       No final do versículo 6 (Ap. 21), é mostrado mais uma vez que Deus é a fonte da vida. Vemos desde o princípio da criação, que independente de acreditarmos ou não, a vida do ser humano vem do poder de Deus, posto que ela teve origem no sopro do Criador. Portanto, se Deus recolher o Seu sopro, a carne humana perece e volta ao pó (Jó 34:14-15). Por isso, sendo Jesus o filho a quem o Pai entregou todas as coisas, tem Ele o poder para alimentar a vida humana por toda a eternidade.
       Essa é a razão do Senhor declarar em João 6: 38 que “Quem crê em mim, como diz as Escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva”. Agora aqui em Apocalipse Ele reafirma esse poder, quando diz: “A quem tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida”. E completa no versículo 7, dizendo: “Quem vencer herdará todas as coisas”.
       Um detalhe, porém, devemos lembrar: No reino de Deus nada é prometido aos derrotados. Todas as promessas dizem respeito aos vencedores, e isto se explica, porque a vitória predeterminada é um princípio no Evangelho de Jesus (Ap. 6:2).
       O Evangelho mostra claramente que o destino dos derrotados é muito triste. Observe o que o Senhor declara em um dos versículos finais de suas promessas:
       “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todo os mentirosos, a sua parte será no lago de fogo e enxofre, que é Segunda morte” (Ap. 21:8).
       Esses defeitos aqui listados, e que irão impedir os seres humanos de entrarem no reino de Deus, são tipos de comportamentos da maioria das pessoas. A sociedade em que vivemos não os condena.
       Na verdade, o diabo trabalha para que a sociedade em geral não dê importância a essas “pequenas” coisas. Ele sabe que se as pessoas não forem alertadas da verdade, fatalmente cairão em suas mãos e irão com ele para o lago de fogo.


O destino final da igreja

       Como já vimos anteriormente, os cristãos fiéis reinarão com Cristo durante mil anos, tempo em que satanás estará preso (Ap.20:4). Resta saber como ficará a Igreja do Senhor após o reinado dos mil anos, ou seja, no tempo em que o diabo não mais existir.
      A igreja também não existirá mais. Ela é a noiva do Cordeiro, e nesse tempo as bodas já foram realizadas, e ela estará unida ao noivo que é Cristo (Veja Ap. 19:7-8-9). Por isso, ela estará sendo substituída pelo tabernáculo de Deus na terra, a Nova Jerusalém.
      A partir daí o Noivo e a noiva viverá em perfeita comunhão, pois todos aqueles que foram fiéis ao Senhor, integrarão esse Tabernáculo. O grande templo de Deus substituirá todas as religiões e do mundo.
      Eis aí o motivo porque não devemos nos apegar à igreja, mas sim à Palavra de Deus. Os cristãos do tempo atual são ainda discípulos de Jesus (Veja Jo.8:31-32). A igreja é apenas a grande escola onde aprendemos o caminho para chegar a Cristo.
      Veja a seguir a descrição do apóstolo, o relato sobre a visão do grande templo de Deus:
      “Então veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e me disse: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus” (Ap.21:9-10).
      A atual cidade de Jerusalém figura na história bíblica desde os primeiros registros da existência do povo de Deus. Seu nome era Salém, no tempo da chamada de Abraão, cujo rei era Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, a quem Abraão deu o dízimo de tudo o que havia adquirido, na vitória contra os reis de Sodoma e Gomorra (Gn. 14: 18 a 20).
      Já com o nome de Jerusalém, foi habitada pelos jebuseus, e depois de Josué, os filhos de Judá a conquistaram parcialmente (Js.15:63), vindo a conquistá-la mais tarde, em sua totalidade (Jz.1:8). A respeito dela, profetizou Isaías: “Como adejam as aves, assim o Senhor dos Exércitos amparará a Jerusalém; ele a amparará e a livrará e, passando, a salvará” (Is.31: 5).
      Jesus reclamou de seus pecados, conforme vemos abaixo: “Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedreja os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintainhos debaixo das asas, e tu não quiseste! Agora a vossa casa ficará deserta. Pois eu vos digo que desde agora não me vereis mais, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor” (Mt. 23: 37 a 39).
      No ano 70 d. C., Jerusalém foi totalmente destruída, e nos dias atuais é objeto de polêmica entre judeus e palestinos. Na grande tribulação ela será tomada pelos inimigos, e ficará em poder deles durante três anos e meio, retornando ao povo de Deus quando o Senhor descer e julgar seus dominadores.
      A partir de Jerusalém, será ministrada a Palavra de Deus ao mundo, mediante sucessão sacerdotal, conforme se verifica em Êxodo 19: 6. Após o Juízo Final, Deus descerá sobre ela o Seu tabernáculo.
      O apóstolo João descreve a Nova Jerusalém descendo do céu glorificada, como vemos abaixo:
      “Ela brilhava com a glória de Deus, e o seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como o jaspe cristalino. Tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre eles, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do oriente tinha três portas, do lado do norte três portas, do lado do sul três portas, do lado do poente três portas” (Ap.21:11-12-13).
      O acesso ao tabernáculo de Deus na terra, é promessa do Senhor para todas as pessoas salvas.
      Como vemos em Lucas 3: 1 a 17, a chamada para o reino de Deus começou com João Batista. Mas ela por si só não garante o sucesso. É necessário que o cristão, além de ser chamado, pratique os mandamentos do Senhor, para que seja escolhido e entre no reino da glória.
A visão relatada em Apocalipse 12:1, marca o tempo em que a igreja do Senhor Jesus começará a ser purificada, e unificada em um só rebanho e um só Pastor.
      A partir desse tempo, até a descida da Nova Jerusalém, decorrerão mais de mil anos. Mas as bases da igreja de Jesus se manterão fiéis aos princípios estabelecidos. Veja a transcrição a seguir:
      “O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap.21:14).
      Observem que as tribos de Israel, em número de doze, fazem parte das portas de entrada, indicando que através delas a Palavra de Deus entrou no mundo.
      Os doze apóstolos firmam os fundamentos, mostrando que sobre eles se assenta o plano de salvação. Em Mateus 16: 18, o Senhor profetizou essa situação, quando declarou a Pedro: “E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”
      Isso mostra que a igreja do Senhor não está fundamentada apenas sobre a pessoa do apóstolo Pedro, mas sobre a fé e a fidelidade dos primeiros cristãos, que foram os doze apóstolos.
      A pedra a que o Senhor se refere, diz respeito à fé daqueles apóstolos, com a qual apagaram todos os dardos inflamados do maligno (Veja Ef. 6:10 e 16).
      O Senhor fez questão de revelar a medida da cidade e do muro, tornando evidente a perfeição de Sua obra. Eis o relato:
      “Aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade e as suas portas e o seu muro. A cidade era quadrangular, o seu cumprimento era igual à sua largura. Mediu a cidade com a cana e tinha ela doze mil estádios de cumprimento, e a largura e altura eram iguais.” (Ap.21:15- 16).
      Esse tabernáculo, em forma de uma grande e riquíssima cidade, descerá dos céus após o último estágio de aperfeiçoamento espiritual dos humanos. Ele foi criado por Deus desde o princípio: Eis a transcrição: “Então dirá o Rei aos que tiverem à sua direita: Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt. 25:34).
      Ela será a morada de Deus e de todos os salvos, em vida espiritual. Eis a transcrição da promessa:
      “Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E se eu for e vos preparar lugar,virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo. 14: 1-2-3).
      É bem verdade que nesse tempo, a vida material ainda continuará existindo. Porém, será uma sociedade muito diferente da de hoje, pois todos os povos viverão em estrita obediência à vontade de Deus, e o conhecimento espiritual será altamente desenvolvido.
      A humanidade estará purificada, e os homens terão a consciência de que sem Deus não tem vida.
      A Nova Jerusalém foi medida em estádios. O estádio representa uma unidade equivalente a 0,18 Km. Ele mede 180 metros. A Bíblia registra que a cidade é quadrangular, tendo uma mesma medida de altura. Assim, se considerarmos que o estádio era usado como medida de itinerário, podemos concluir que para encontrar doze mil estádios, o anjo percorreu duas vertentes de comprimento, duas de largura, e uma de altura, ou seja, cinco vertentes medindo o mesmo itinerário. Multiplicando os 12.000 estádios por 0,18 Km, encontraremos 2.160 Km percorridos.
      Dividindo esses 2.160 Km por 5 vertentes, acharemos 432 Km em cada uma delas. Se ainda elevarmos ao quadrado esses 432 Km, encontraremos uma superfície de 186.624 quilômetros quadrados. Esse cálculo mostra que a Nova Jerusalém não terá seus limites restritos à área da Jerusalém atual. Ela abrangerá não só todo o território israelense, mas também alguns países que hoje fazem parte da região do Oriente, entre os quais boa parte do Iraque, já que ali estão localizados os rios Tigre (Gion), e Eufrates, citados no princípio da criação como rios do jardim do Éden (Examine Is. 54:1-2-3).
      O relato declara que o muro da cidade mediu 144 côvados, ou 65 metros, sendo construído de pedras preciosas, e a cidade de ouro puro e límpido. Os fundamentos, ou colunas, do muro compõem-se de doze tipos diferentes de pedras preciosas, confirmando assim que Deus é o dono do ouro e da prata, como diz a santa Palavra em Ageu 2:8. Eis o registro na íntegra:
      “Ele mediu o muro, e era de cento e quarenta e quatro côvados, segundo a medida de homem, que o anjo estava usando. O muro era construído de jaspe, e a cidade era de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento era de jaspe, o segundo de safira; o terceiro de calcedônia; o quarto de esmeralda; o quinto de sardônica; o sexto de sárdio; o sétimo de crisólito; o oitavo de berilo; o nono de topázio; o décimo de crisóprazo; o décimo primeiro de jacinto; e o décimo segundo de ametista”(Ap.21:17-18-19-20)
      Nesse tempo, se cumprirá a profecia de Isaías sobre a futura glória de Sião, onde Deus declarou:
      “... Eu te construirei com pedras de turquesa, e te fundarei sobre safiras. Farei os teus baluartes de rubis, as tuas portas de jóias brilhantes, e todos os teus muros de pedras preciosas” (Is. 54: 11-12).
      Essa promessa foi feita, mais ou menos no ano 712 a. C.. Como ela está prevista para ser cumprida depois do milênio, podemos observar que o Senhor demorará, no mínimo, 3.712 anos para cumpri-la. Isso é mais uma prova de que a Palavra de Deus não volta vazia. Veja ainda mais detalhes sobre a futura santa cidade. Diz o apóstolo João:
      “As doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma só pérola. A praça da cidade era de ouro puro, como vidro transparente. Nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap.21:21- 22).
      A construção da cidade em ouro e pedras preciosas, é uma confirmação de que Deus é o Senhor de todas as riquezas. A Ele pertencem todas as coisas, e é por isso que quando ofertamos a Deus, devemos dar o melhor. Deus abomina aquele que tem algo bom, e faz oferta do que é desprezível (Veja Ml. 1: 6 a 9).
      Como vimos no versículo 22, não haverá mais templo, ou igrejas. A igreja começou a existir, quando o homem caiu da presença de Deus, e logo sentiu a necessidade de voltar ao seu Criador.
      Isso aconteceu na família de Adão, quando Sete começou a invocar o nome do Senhor (Gn. 4:26). Assim, ela tem por finalidade informar às pessoas sobre a vontade de Deus, e levá-las a invocar o nome do Senhor.
      Antes do pecado Adão não tinha essa necessidade, pois seu diálogo com Deus era como a conversa entre dois homens.
      A Nova Jerusalém restaurará essa condição das pessoas poderem falar com Deus, da mesma forma que Adão falava. Por isso não haverá necessidade de templo.
      A iluminação não será de luz física, mas de luz espiritual. No princípio da criação é mostrado que a verdadeira luz do mundo é a luz espiritual.
      A primeira providência de Deus ao criar os céus e a terra, foi a criação da luz (Veja Gn. 1:3). Ela não é vista por nós, porque estamos em pecado. Mas os remidos do Senhor terão condições, não só de vê-la, mas também de viver dirigidos pelo Espírito, que é a luz de Deus.
      Em João 8: 12, o Senhor declarou:Eu sou a luz do mundo .Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
      Na sociedade do futuro, essa palavra do Senhor estará se cumprindo literalmente. Veja a íntegra do registro:
      “A cidade não necessita de sol, nem da luz, para que nela resplandeçam, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada. As nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. As suas portas não se fecharão de dia, e noite ali não haverá” (Ap.21:23-24-25).
      Em Gênesis 1:5, é mostrado que a noite representa as trevas, e o dia a luz. Na verdade, o mundo anda em luz e trevas, já que vivemos entre o bem e o mal. No tempo vindouro, não haverá mais o mal. Assim serão excluídas as trevas, que é a representação da noite. Portanto, a luz que o Senhor criou desde o princípio, prevalecerá.
      As nações andarão na luz da Nova Jerusalém, porque todas elas haverão de vir adorar a Deus no Seu tabernáculo.
      Elas terão que obedecer a direção de Deus, já que foi a desobediência que fez prevalecer as trevas espirituais no mundo (Gn. 3: 1 a 19). No futuro, o homem não estará separado de Deus como hoje. O obstáculo do pecado, será coisa do passado. Referindo-se ainda à Nova Jerusalém, a Bíblia diz que:
      “E a ela trarão a glória e a honra das nações” (Ap.21:26).
Todos terão pleno conhecimento da soberania de Deus e de Seu Filho Jesus. Não haverá intermediários, nem castas de diferentes espíritos.
      Em nossos dias existem muitos rebanhos e muitos pastores, cada um andando pelos caminhos que julgam certos. Nova Jerusalém isso não existirá. Em cumprimento da palavra de Jesus, haverá apenas um rebanho e um pastor. Por isso, todos glorificarão a Deus, cumprindo a finalidade para a qual fomos criados. A Bíblia registra ainda:
      “E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira, mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap. 21:27)
      Em Mateus 15:11 a 20, o Senhor Jesus nos ensina que a contaminação do espírito nos torna impuros. Ela decorre das atitudes erradas e abomináveis. Esse versículo adverte de que os impuros de coração não terão acesso à Nova Jerusalém. Nesse tempo, será quase impossível haver alguém de espírito impuro, posto que satanás não existirá mais para induzir o ser humano à prática da impureza.
      Enquanto hoje a nossa natureza é animal e terrena, no tempo vindouro ela estará voltada para a natureza divina, já que estará em evidência a nossa semelhança com Deus. Graças à fidelidade de Deus, essa herança bendita prevalecerá mais cedo ou mais tarde.



A nascente da vida

       Na Nova Jerusalém haverá duas fontes para alimentar da vida: O rio, e a árvore da vida. Eis o registro:
      “Então me mostrou o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, em ambas as margens do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês. E as folhas da árvore são para a cura das nações” (Ap.22:1- 2).
      O rio procede do trono de Deus e do Cordeiro. A árvore que está às suas margens.
      Em Ezequiel 47:1 a 12, eles são descritos como transformadores das águas do mar, que proporcionarão grande fonte de fartura para o mundo inteiro.
      A árvore da vida servirá de remédio para todos os povos.
As fontes principais de alimentação dos seres humanos serão as mesmas de hoje, porém, mais aperfeiçoadas pelo Criador.
      O Senhor Jesus comparou a unção do Espírito Santo com a fonte das águas da vida. Falando à samaritana no poço de Jacó, Ele o declarou:
      “Se conheceras o Dom de Deus, e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva ...aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Deveras, a água que eu lhe der, se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna” (Jo. 3: 10 e 14).
      Também na festa dos tabernáculos, Ele declarou:
      “se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim como diz as Escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo. 7: 37-38).
      Ele falava a respeito do Espírito Santo, que, guiando-nos proporciona condições para chegarmos à vida eterna e usufruir as fontes da água da vida no tempo da Nova Jerusalém.
      A Bíblia mostra também que esses dois mananciais de vida foram preparados para nós desde o princípio da criação. Examine o texto:
      “...o Senhor fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim” (Gn. 2: 9). A respeito do rio, diz a palavra: “Saia um rio do Éden para regar o jardim ...” (Gn. 2: 10).
      Assim, se considerarmos que o jardim do Éden se localizava onde hoje é o Iraque, e que, pela medida bíblica, boa parte daquele território será ocupada no futuro pela Nova Jerusalém, podemos então concluir que as fontes de alimentação da vida, previstas para o futuro, já foram oferecidas ao homem desde o princípio da criação. Não desfrutamos delas por causa da nossa desobediência a Deus.
      Na Nova Jerusalém os humanos já estarão purificados (Dn.12:10), e já serão obedientes a Deus, tendo assim o direito de gozar a grande benção da vida abundante e eterna (Veja Is. 6:13).
      Esse direito só será dado àqueles que temem a Deus, e coloca em prática a integridade de atitude para que não venha mais a pecar. Analise o registro:
      “Ali nunca mais haverá maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face, e na sua testa estará o seu nome” (Ap.22:3-4)
      Assim como Adão tinha contato com Deus, quando possuía a condição de anjo, antes do pecado, também os salvos o terão com o Senhor e Seu filho Jesus. Nesse tempo, estará sendo cumprida a palavra de Jesus, onde se declara que:
      “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mt. 5: 8).
      Ver a face de Deus representa a realização do amor puro, sem contaminação. O Senhor Jesus nos deu dois grandes mandamentos para atingir esse alvo. Eles são: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt. 22: 37-39).
      Esses mandamentos representam a cruz de Cristo, como sendo: O amor a Deus, em sentido vertical; e o amor ao próximo, em sentido horizontal.
Veja que a cruz do cristão para chegar lá é traduzida pelo exercício dessas duas atitudes, que englobam as seguintes características: paciência e benignidade; não ter inveja, nem vanglória: não ser soberbo, nem se portar inconvenientemente; não buscar apenas os nossos próprios interesses; não se irritar, e procurar evitar suspeitas. Não se alegrar com a injustiça, mas regozijar na verdade. O amor crê, sofre, espera e suporta (I. Co. 13: 4 a 7).
      Praticar esses preceitos de amor não é fácil. Eles exigem muita renúncia e sacrifício. Entretanto, quando somos chamados por Deus, e nos dispomos a viver os ensinamentos do Senhor, não é impossível prosperar no caminho dessa busca. Tudo é possível àquele que crê.
      A Bíblia mostra que os vencedores se alimentarão da fonte eterna, e irão viver na cidade santa, de maneira diferente de tudo o que conhecemos na face desta terra. Ela registra:
      “Ali não haverá mais noite. Não necessitarão de luz de lâmpada, nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará. E reinarão para todo o sempre” (Ap. 22:5).
      Nas condições do mundo atual parece uma utopia falar de um mundo onde só tem benção e não tem maldições. É natural aos olhos daqueles que só se preocupam com as coisas terrenas, não dar crédito às promessas de Deus. No entanto, é bom lembrar da advertência de Jesus:
      “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão”(Mt. 24: 35).
      Por isso, já quase terminando as revelações dadas ao apóstolo João, transcrevemos as advertências a seguem no próximo capítulo.



Advertências finais

       Quase ao término das revelações, o anjo disse ao apóstolo João:
      “Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer” (Ap.22:6).
      Ao afirmar que estas palavras são verdadeiras e fiéis, Deus estava prevendo que, ao longo do tempo, muitos iriam lançar dúvidas sobre o acontecimento dos eventos aqui previstos. Isso se deve à tendência que temos de acomodar com os fatos rotineiros, e duvidar de que um dia tudo pode mudar de rumo.
      Jesus nos chamou a atenção para esse fato. Veja:
      “Como foi no tempo de Noé, assim também será nos dias de antes da vinda do Filho do Homem. Todos comiam e bebiam, e os homens e as mulheres casavam, até o dia em que Noé entrou na barca. Depois veio o dilúvio e matou todos” (Lc. 17: 26-27).
      Lamentavelmente, estamos vendo isto acontecer nos dias atuais. Existe um grande número de pessoas que, mesmo se dizendo evangélicas, evitam aprofundar conhecimentos nas profecias do Apocalipse, simplesmente porque têm medo da verdade. Cabe-nos lembrar que Jó também era servo de Deus, e aconteceu com ele exatamente o que ele temia (Veja Jó 3:25).
      No final do versículo que estamos considerando (Ap. 22:6), Deus declara que enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.
      Isso indica que àqueles que não são servos, não é dado compreender as maravilhas contidas neste livro. Mas aqueles que o são, não devem evitar do conhecimento da verdade, posto que, é conhecendo a verdade que somos libertos (Veja Jo. 8: 32).
      O Senhor Jesus foi bastante claro em afirmar a necessidade do cristão tomar conhecimento dessas profecias. Veja o que Ele disse:
      “Eis que cedo venho! Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap.22:7).
      Assim, se o servo de Deus procura evitar a leitura das profecias desse livro, certamente não será bem-aventurado, já que se esquivou de conhecer importantes verdades que ele contém.
      O medo é uma das ferramentas de satanás. Portanto, se alguém se considera servo e tem medo de examinar as profecias, deve procurar se libertar enquanto há tempo.
      Imagine se o apóstolo João alimentasse o medo de revelar a verdade. Ninguém poderia saber hoje o destino do mundo. Veja no versículo a seguir, como o fiel apóstolo testifica de tudo o que lhe foi mostrado.
      “Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava essas coisas, para adorá-lo. Então ele me disse: Olha, não faças isto! Sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. Disse-me ainda: Não seles as profecias deste livro, porque próximo está o tempo. Quem
é justo, faça justiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; e quem é santo, santifique-se ainda” (Ap.22:8-9-10-11).

      É impressionante a demonstração de humildade desse anjo! Ele é um dos sete anjos que tem as taças das últimas pragas a serem derramadas sobre a terra no tempo do juízo (Veja em Ap.21:9). Em outras palavras, é alguém importante diante de Deus no reino dos céus.
      Mesmo assim não aceitou que o apóstolo o adorasse. E ainda foi mais longe, declarando ele é conservo, não só do apóstolo, mas também dos profetas e de todos os que guardam a profecia deste livro.
      Portanto, aquele se furta a conhecer as verdades descritas no livro do Apocalipse, não é conservo desse anjo, ainda que se considere cristão.
      Para esses, gostaríamos de lembrar as advertências que o Senhor enviou ao líder da Igreja de Laodicéia. Veja a transcrição:
      “Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap. 3:14-15-16).
      Observem agora que o anjo recomenda a João para não selar as palavras da profecia. Isto significa que ela ficou em aberto, esperando ainda mais alguma coisa.
      A Bíblia mostra que geralmente quando a profecia se completa, a revelação final manda que ela seja selada (Veja Dn. 12: 9). A do Apocalipse ficou em aberto, indicando que mais coisas serão reveladas.
      Em Apocalipse 10:11, vemos que ainda haverá profecias, quando estiver se cumprindo a última semana de sete anos, prevista em Daniel 9: 24 a 27, e que a profecia do fim dos tempos só será selada quando ungir o Santo dos Santos, ou seja, quando o Senhor Jesus voltar, prender satanás e tomar posse integral do reino da terra.
      É, possível que por esse motivo o anjo ordenou que não selasse a profecia do Apocalipse. Quando ele fala dos injustos, dos sujos, dos justos e dos que são santos, dá o entender de que o tempo continuará correndo, e a batalha entre o bem e o mal seguirá o seu ritmo, até que venha o acerto definitivo da parte de Deus.
      Veja agora as palavras do Senhor Jesus, no versículo seguinte:
      “Eis que cedo venho ! A minha recompensa está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Omega, o primeiro e o último, o princípio e o fim” (Ap. 22:12-13)
      O Senhor reafirma Sua volta, quando chegar o momento exato, conforme determinado por Deus. Esse momento, somente o Pai o conhece e a ninguém é revelado (At. 1: 7). No entanto, todos aqueles que forem chamados à salvação, se perseverarem, serão vencedores. Receberão poder através da assistência do Espírito Santo.
      Na primeira vinda, o Senhor foi, e continua sendo, misericordioso para com nós. Porém, quando Ele voltar, será diferente. Vai pedir contas de nossos atos. Quem se empenhar em obedecê-lo terá recompensa, e quem negligenciar, após ter conhecimento de suas palavras, será considerado em grau menor.
      Quem se empenhar em obedecê-lo terá recompensa, e quem negligenciar, após ter conhecimento de suas palavras, será considerado em grau menor. Esse é o significado da palavra que promete dar a cada um segundo as suas obras. Ninguém escapará do julgamento. Ele tem poder e autoridade tanto nos céus como na terra (Mt. 28: 18).
      Ele é o princípio da criação, e foi criado pela primeira palavra pronunciada por Deus. (Veja Gn. 1: 3 e Ap. 3: 14).
      Ele é também o último, porque será a lâmpada de iluminação da cidade eterna. Ele foi, é, e sempre será a luz do mundo (Jo. 8:12).
      Por isso, Ele diz no versículo acima, que é o princípio e o fim de todas as coisas. Esses são os motivos que levaram João a declarar no versículo abaixo:
      “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes (no sangue do Cordeiro), para que tenham o direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap.22:14).
      A árvore da vida foi preservada desde o princípio da criação. Para não tocar nela Deus lançou fora de Sua presença, o espírito do homem desobediente (Veja Gn. 3: 22-23).
      Por isso, para dela se alimentar, o homem terá de conquistar esse direito, mediante fidelidade e perseverança nas determinações de Deus.
Quem não lutar pela vida eterna, jamais poderá alcançá-la. Seu espírito será morto no lago de fogo. A bíblia destaca
      alguns tipos de comportamentos que certeiramente impedirão o direito à vida eterna. Ela registra:
      “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira”(Ap. 22:15).
      Aqueles que sustentam essas práticas até a morte, estão previamente condenados mesmo passando pelo Juízo Final.
      É por isso que satanás tem dado preferência a esses tipos de sentimentos e atitudes colocando-os na grande maioria de pessoas. Ele sabe que através dessas ferramentas, os seres humanos irão fazer companhia para ele no lago de fogo.
      É provável que mais da metade dos cristãos, mesmo se julgando salvos, praticam algum tipo desses sentimentos condenáveis. Vamos fazer algumas considerações sobre as práticas dessas atitudes.
      São considerados cães, as pessoas, cujos pensamentos maquinam o mal continuamente. Não estamos considerando aqueles que praticam o mal, mediante ações físicas, mas aqueles que alimentam pensamentos malignos. Deus abomina esse tipo de pessoas, desde a criação do mundo. Por causa deles o Senhor determinou o dilúvio. Veja o que diz o registro:
      “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má continuamente” (Gn. 6: 5).
      Também a respeito deles, diz o profeta Isaías :
      “Todas as armas do fraudulento são más, ele maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando a petição do pobre é justa” (Is. 32: 7).
      Davi orou contra essas pessoas da seguinte forma:
      “Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; protege-me dos homens violentos que maquinam a maldade no coração e vivem
projetando guerras. Aguçam a língua como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios” (Salmo 140: 1 a 3).

      - O feiticeiro é semelhante ao cão, com uma diferença. Ele maquina o mal, e o pratica na dimensão do espírito. Atinge suas vítimas, pagando entidades escravizadas por satanás para causar-lhes danos. Há muitas pessoas que, desconhecendo a Palavra de Deus, entram para a feitiçaria até com boas intenções. Porém, acabam prejudicadas, pois o diabo facilmente as engana.
      Os adúlteros formam a grande massa da sociedade. São aqueles que falsificam a ordem natural das coisas, não só perante a sociedade, mas também perante a Deus. Pode ser num ato físico, e até num desejo. Jesus declarou que até quando se olha para uma mulher com intenção impura, se está adulterando (Mt. 5: 27-28).
      Os homicidas são aqueles que matam ou mandam matar, mesmo estando investidos de autoridade. Matar alguém é contestado desde os primeiros mandamentos que Deus passou para o povo judeu (Veja Ex. 20:13).
      Jesus não só confirmou o mandamento, como estabeleceu mais rigor a respeito daquele que mata. Ele declarou:
      “Ouviste o que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo, que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, estará sujeito a julgamento ...”( Mt. 5: 21-22).
      E logo a seguir, completa dizendo: “.... e a qualquer que disser a seu irmão: Raca, estará sujeito ao Sinédrio. Mas quem disser: Tolo ! Estará sujeito ao fogo do inferno” (Mt. 5: 22).
      Observe que o Senhor condenou não só o ato de matar, como também, o de magoar alguém.
      Vem, a seguir, na descrição de nossas atitudes condenáveis, a idolatria. Ela compreende o ato de se adorar qualquer coisa que não seja Deus. Nossa adoração é devida exclusivamente a Ele (Mt. 4: 10). Qualquer outra coisa que colocarmos acima de nosso amor a Deus, estaremos idolatrando.
      Hoje a grande maioria do povo é idólatra! Uns põem o coração em objetos, outros em membros da família, outros em imagens de culto, e assim por diante.
      Como já dissemos, a cruz do cristão é formada de dois grandes mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt. 22: 37-39).
      A idolatria fere o cumprimento do primeiro mandamento. O cristão idólatra também deixa de cumprir outro mandamento do Senhor, que determina:
      “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt. 16: 24).
      Falemos agora da última atitude abominável que o Senhor condenou em Apocalipse 22: 15. Ela se refere a todo aquele que ama e pratica a mentira.
      O Senhor foi tolerante ao condenar a mentira nesse versículo. Ele condena quem a ama e pratica. A mentira, é a mais forte ferramenta do diabo. Ela é o carro-chefe no trabalho de satanás.
      Foi através dela que o pecado entrou no mundo. Em muitas ocasiões, até podemos ser obrigados a usar uma pequena mentira. Mas, é preciso, no entanto, observar porque a usamos. Se foi para realizar um bom propósito de Deus, ela pode ser até tolerável, sem contudo se tornar um vicio.
      Observe o que aconteceu com o profeta Samuel. Deus mandou que ele fosse a Jessé, e ungisse um de seus filhos, para rei de Israel. Samuel e questionou ao Senhor “Como irei eu ? Ouvindo-o Saul, me matará”. Em outras palavras, se o rei Saul soubesse que Samuel iria ungir outra pessoa para ser rei em seu lugar, mesmo sendo mandado de Deus, certamente a mataria.
      Deus, então, ordenou a Samuel: “Tome contigo um novilho e diz: Vim para sacrificar ao Senhor”. E instruiu: “Convidarás Jessé para o sacrifício, e eu mostrarei o que há de fazer.       Ungir-me-ás a quem eu te disser” (I. Sm. 16: 1 a 3).
Veja que Deus mandou Samuel anunciar um objetivo diferente para justificar sua ida na casa de Jessé. Assim o profeta procedeu, e deu tudo certo.
      O que queremos mostrar aqui, é que o Senhor Jesus abominou a prática costumeira e o amor à mentira.
      Portanto, fala sobre aqueles que não temem a Deus e faz da mentira uma prática constante em suas vidas. Queríamos ainda, chamar a atenção do leitor para o fato de que as condenações das atitudes alinhadas em Apocalipse 22: 15, só não terão recursos para serem evitadas, quando o ser humano morrer sem arrependimento.
      É bem verdade que a maioria das pessoas praticam algum tipo dessas atitudes. Mas se elas se arrependerem antes da morte poderão adquirir a plenitude da salvação através do perdão de Deus.
      Um exemplo típico dessa situação, foi o ladrão que o Senhor Jesus perdoou na cruz, pouco antes de sua morte. Todos os seus pecados foram lavados, e ele foi para o paraíso no momento em que morreu arrependido (Lc. 23: 39 a 43).

 

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