“Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda ao redor de vós, como leão rugindo, buscando a quem possa devorar; ” (I Pe. 5: 8).
Às vezes sentimos totalmente seguros de nossas convicções e não admitimos a possibilidade de retroagir de uma hora para outra (Mt. 26: 35). Mas as ciladas armadas pelo inimigo podem nos enganar, já que elas veem do mundo invisível onde nossos olhos naturais não alcançam. Entretanto, podemos evita-las se adotarmos a prática de alguns princípios que as Escrituras Sagradas recomendam, tais como vigiar e orar (Mt. 26: 41); fugir da aparência do mal (I Ts. 5: 22), e outras formas preventivas que visam impedir a atitude enganosa, poupando-nos de desviar dos caminhos do Senhor.
O versículo que acima reproduzimos relata a advertência do apóstolo Pedro, mostrando que o inimigo de nossas almas está sempre de prontidão, esperando algum momento de descuido para atacar. Por isso não devemos esquecer de que, mesmo sendo servos do Senhor, estamos sujeitos a sofrer as influências do mal enquanto viver nesse mundo. Jesus não só nos avisou disso (Jo. 16: 33), mas também ensinou a forma pela qual devemos combater o mal quando ele aparecer.
No monte para aonde foi após o batismo nas águas, mesmo depois de jejuar por quarenta dias, ele foi tentado a pecar (Mt. 4: 1). O recurso usado para vencer o tentador, foi a resposta baseada literalmente nas Sagradas Escrituras, mostrando ao inimigo onde ele estava transgredindo a vontade de Deus. Mas mesmo assim satanás persistiu no seu intento, usando as Escrituras de forma distorcida (Mt. 4: 6). Isso deixou evidente que, para não sermos enganados, precisamos buscar o sentido exato da vontade do Senhor, e manter em nosso coração a visão correta da santa Palavra como uma espada afiada.
Portanto, ao recomendar sobriedade e vigilância, Pedro está nos advertindo sobre a necessidade ter uma consciência perfeita do verdadeiro sentido da Palavra de Deus, e de se precaver para evitar às astúcias do inimigo. A atitude prudente na vida espiritual tem o mesmo efeito de uma espada nas batalhas do mundo físico (Mt. 10: 16 e Ef. 6: 17). Por isso, da mesma forma que a espada mal afiada coloca em risco a vida do lutador, o entendimento distorcido da Palavra do Senhor coloca também em risco a salvação de nossas almas.
Ao tomamos as atitudes de Jesus como modelo, verificamos que a prudência é um dos princípios que ele não só usou, como também deixou recomendo para nós (Mt. 7: 24-25). Como a indicação do melhor caminho para a vitória, a atitude de prudência consiste em seguir a Jesus de perto, ou seja, observar suas atitudes em tudo o que tivermos de fazer, cientes de que quando afastamos dessa perspectiva estamos abrindo brecha de entrada para o inimigo. Um exemplo disso aconteceu na vida do próprio apóstolo Pedro, na noite em que prenderam Jesus. Veja esse texto:
“E os que prenderam Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim.” (Mt. 26: 57-58).
O espírito satânico estava aguardando um momento de fraqueza para entrar em Pedro, e a imprudência em seguir Jesus de longe foi exatamente a oportunidade que ele esperava. Fez Pedro negar por três vezes que era discípulo do Senhor (Lc. 22: 31 e Mc. 14: 66 a 71).
Nos dias atuais somos guiados pelo Espírito Santo, que nos conduz em toda a verdade (Jo. 16: 13). Por isso, aquele que não quer ser enganado com as interpretações distorcidas da vontade de Deus, deve ser prudente em buscar o conhecimento da santa Palavra, crendo que é Ele quem coloca a verdade em nosso coração (Ver em I Jo. 2: 27).
Amigo, seja prudente. Coloque a Palavra do Senhor em prática na sua vida diária, e não desvie dela por nenhuma razão. Deus conhece as profundezas do nosso coração, e dá a recompensa segundo os frutos de nossas ações (Jr. 17: 9-10).