Mensagem

PRISÃO ESPIRITUAL

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“E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo.” (Lc. 8: 30-31).

       Quando nos referimos ao inferno, é comum termos a imagem de um lugar de castigo, para onde vão as almas dos pecadores. Mas analisando os registros bíblicos chegamos à conclusão de que o inferno é a face da terra, onde se localizam os espíritos mais atrasados das pessoas que morrem sem salvação, ficam vagando sem destino e se tornam escravos do diabo. A Bíblia mostra que o espírito da morte, como uma das forças de satanás, ronda nos ares da terra procurando a quem possa tragar (I Pd. 5: 8 e Ap. 6: 8). Entretanto, a face da terra não é a pior instância dos domínios satânicos, já que, por ela, os demônios transitam livremente. O pior lugar do inferno é a prisão do abismo, de onde os espíritos só sairão no dia do juízo final, quando Deus chamar (Ap. 20: 13). Jesus, em espírito, levou o evangelho àqueles que lá estão, conforme declarou o apóstolo Pedro  (I Pd. 3: 18-19-20). O texto declara que, em vida espiritual, Jesus foi e pregou para os espíritos daqueles que rejeitaram a Deus no tempo de Noé. Isso deixa claro que o espírito de quem rejeita a Deus, não fica na face da terra quando a pessoa morre. Ele é recolhido em prisão eterna. Veja o que disse o apóstolo Judas, ao se referir à recompensa de Deus sobre nossos atos. Eis o texto.

      “...quero lembrar-vos, ... que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;” (Jd. 1: 6).

       Judas mostra claramente que o abismo é a prisão eterna, onde os espíritos rebeldes são recolhidos, até o dia do juízo final, por terem rejeitado o Senhor. Essa é a razão pela qual os demônios que estavam no homem da terra dos gadarenos tiveram medo de Jesus os mandar para o abismo. Eles estavam na face da terra, nos domínios satânicos, mas não estavam presos, ou seja, tinham a liberdade de fazer o que queriam. No abismo, além das trevas, eles teriam de aguardar centenas de anos até serem chamados por Deus, para irem direto para a segunda morte (Ap. 20: 15). Isso deixa claro que quem rejeita a Deus, já está condenado à morte do corpo e do espírito, ou seja, deixa de ser a imagem e semelhança de seu Criador, e, como a morte não extingue a matéria, o rebelde passa a ser um verme, queimando em fogo eterno (Mc. 9: 43-44). Certamente, os espíritos que Jesus visitou na prisão do abismo ficaram sabendo disso. Essa é a hipótese em que o espírito apenas toma conhecimento do resultado de sua decisão, sem poder fazer nada. Mas, no juízo final, nem tudo está perdido, pois aqueles que caíram espiritualmente, mas não rejeitaram o Senhor, irão ser julgados segundo suas obras, e podem alcançar a vida eterna (Ap. 20: 12). Portanto, aqueles que não foram salvos pela graça, ainda poderão ser salvos no último juízo. O prejuízo que eles levam é ter que aguardar por centenas de anos sob os domínios do inimigo. Mas os que estão presos no abismo não têm mais chances. O mesmo acontece com aqueles que blasfemam contra o Espírito Santo. É pecado sem perdão, tanto agora como no futuro (Mt. 12: 31-32). Isso mostra que a rebeldia contra Deus é decidida agora, mas o rebelde vai esperar preso centenas de anos nas trevas do abismo. Isso quer dizer que ela é a pior decisão que alguém pode tomar na vida.

       Que o Senhor a quem servimos possa falar melhor ao seu coração.
 
                                            Natanael de Souza