“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é aporta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. ” (Mt. 7: 13-14).
Algumas divergências são encontradas quando se trata de explicar se devemos ou não fazer sacrifícios para pôr em prática a Palavra do Senhor. Isso acontece porque o conceito de sacrifício é muito amplo, quando interpretado à luz da Bíblia. Muitos cristãos acham que Jesus já fez o sacrifício por todos nós, visto que na cruz do calvário ele se deu pelos pecados de todos os homens. Portanto, numa primeira abordagem algumas pessoas têm a ideia de que na nova aliança o Senhor aboliu qualquer tipo de sacrifício. Mas Jesus fez a parte dele e nós temos que fazer a nossa, pois na verdade aquele que se converte jamais poderá matar o velho homem que tinha dentro de si, sem abandonar a vontade da carne. Isso é um tipo de sacrifício que compete a nós fazer (Gl. 5: 16).
Os versículos acima reproduzidos relatam as recomendações de Jesus, advertindo sobre um aspecto importante da situação que seus seguidores deveriam encontrar. Uma é a que ele chamou de porta larga e caminho espaçoso; e outra é a que foi denominada de porta estreita com caminhos apertados. Evidentemente que ao falar da porta estreita o Senhor prefigurou as situações em que temos de sacrificar nossas vontades e desejos para ajustar a vida na prática do evangelho. Isso quer dizer que uma vez consumando seu objetivo na terra, Jesus abriu a porta que dá o direito à salvação, coisa que antes não existia. Mas a entrada por essa porta exige sacrifícios de nossa parte, pois depende da decisão e esforço individual de cada um.
Nos dias atuais essas situações estão postas claramente diante de nossos olhos. Inúmeras pessoas consideram que pelo simples fato de frequentarem as igrejas já estão no evangelho, são novas criaturas, e não precisam se sacrificar (2 Co. 5: 17). Essas, com certeza, desfrutam da zona de conforto e estão entrando pela porta larga. Elas não se sacrificam, sob a alegação de que Cristo já pagou por elas. Mas veja o que Jesus disse:
“.. Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt. 16: 24).
Aqui ele deixou claro que nós também temos uma cruz a levar. Essa cruz representa sacrifício de nossa parte. Ele significa abrir mão de várias coisas. Abandonar os deleites mundanos que glorificam ao diabo; colocar nosso coração diante do Espírito Santo e pedir a Ele que mude em nós aquilo não conseguimos mudar; perdoar aos que nos ofendem, orar pelos nos perseguem e assim por diante. O esforço para levar a vida de acordo com os princípios do evangelho é o sacrifício que devemos fazer para entrar pela porta estreita. Portanto, os cristãos que se consideram isentos de sacrifícios, são os que esperam entrar no reino da glória pela porta larga. Eles não cumprem os mandamentos de Jesus. Conscientes ou não estão entrando pelo caminho espaçoso, porque conhecem a vontade do Senhor e não vivem de acordo com ela. Para esses também Jesus deixou um aviso. Veja o texto:
“Aquele servo, que soube a vontade do seu senhor, e não se preparou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; aquele, porém, que não a soube, e fez coisas que mereciam castigos, será punido com poucos açoites ... ” (Lc. 12: 47).
Aqui fica evidente: Os cristãos da porta larga pagarão mais caro que as pessoas que morreram sem conhecer a vontade de Deus. Aqueles que conhecem a vontade divina e não cumprem, são vistos por Deus como praticantes de iniquidade. São atitudes semelhantes às de Adão e Eva, que introduziram o pecado no mundo, e por isso não serão reconhecidos por Jesus (Mt. 7: 22-23).
Amigo, busque entrar pela porta estreita. Negue a si mesmo e faça o sacrifício necessário para isso, todas as vezes que precisar. O sacrifício que nós fazemos para abandonar as ofertas do mundo por causa da Palavra de Jesus, é o que nos identifica como ovelhas do rebanho do Senhor. Veja o que ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. ” (Jo. 10: 27-28).