Riscos da Riqueza

       “Pai, eu te imploro que mande Lázaro à minha casa paterna,  porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.”(Lc. 16: 27-28). 

       
       Normalmente, a situação em que vamos ficar depois da morte, é a última coisa que lembramos na vida; mesmo quando já cremos na Palavra de Deus. A busca de uma situação próspera e confortável é o que mais preocupa a maioria das pessoas. Em nossos dias existem até grandes grupos religiosos que orientam a buscar as riquezas materiais, e tudo mais de bom que a vida oferece. Com efeito, é da vontade de Deus dar boas dádivas a seus filhos (Lc. 11: 13). Mas é de extrema importância que estes sejam atentos em observar a maneira pela qual recebem as riquezas materiais, a fim de que não entrem pelo caminho do engano sem perceber (Ver I Tm. 6: 9-10).

       A riqueza material deve fluir como uma consequência de nossa busca ao reino e à justiça de Deus. Antes da vinda de Jesus, ela se apresentava como destaque das bênçãos de Deus; mas ainda assim o Senhor pedia a obediência em primeiro lugar (Ver Jr. 7: 22-23).

      O versículo tomado como base e acima reproduzido mostra o resultado de uma riqueza mal vivida, e é parte da parábola formada por Jesus, para mostrar o destino que as pessoas tomam após a morte. É bom enfatizar que essa revelação do Senhor é uma advertência do que acontece com todas as pessoas quando morrem.

      O texto mostra o apelo do espírito de um homem que viveu num apogeu de grandes riquezas, e não buscou os caminhos da salvação, certamente por julgar não ter nenhuma necessidade. Ele implora para que Abraão, prefigurado como Jesus, mande a Lázaro – o ex-mendigo salvo – avisar sua família sobre os perigos de passar pela vida como rico sem Deus. 

       É o exemplo típico das pessoas que se acham bem de vida, e se acomodam deixando de cumprir os mandamentos do evangelho. Facilmente se percebe o arrependimento tardio do homem que foi rico na vida material e depois da morte se tornou um simples escravo do diabo em vida espiritual. Com certeza, ele viveu de maneira errada – apesar de rico – e tinha uma nítida consciência disso depois da morte. Por isso, se lembrava de sua família e, preso nos limites do inferno, pedia para que seus entes queridos fossem avisados sobre a realidade da justiça divina que nos espera do outro lado da vida. O teor de sua súplica demonstra que, em vida terrena, ele jamais se interessou em viver nos caminhos que conduzem ao reino da glória,

       Nos versículos seguintes (Lc. 16: 25-26), ele obtém a resposta de Abraão: Viver de acordo com a lei de Deus era a única indicação para que seus familiares se desviassem daquele caminho de sofrimento (Lc. 16: 29). O exame desse texto deixa claro que, tendo bens materiais ou não, é de extrema importância aprender o caminho para Jesus através de seus ensinamentos enquanto estamos aqui (Ver Is. 55: 6).

       Ainda que tentem nos convencer ao contrário, nos dias atuais, a riqueza não deve ser considerada nosso maior objetivo. Ela é uma das bênçãos que Deus nos concede, mas deve ser alcançada através da obediência aos mandamentos sagrados. Veja o texto:

      “Como a perdiz que choca ovos que não pôs, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias, as deixará e no seu fim será insensato.” (Jr. 17: 11). 
 

      O diabo sabe que o maior fator de sedução para atrair qualquer pessoa é abundancia financeira e posição social destacada. Esse desejo faz parte da natureza humana desde o princípio da criação, e foi a causa de Adão ter perdido o reino espiritual que Deus concedeu quando nos criou (Ez. 28: 14-15). 

       Portanto amigos meditem bem. A vinda de Jesus Cristo ao mundo mudou a história, mostrando que a partir de sua vitória no calvário, a humanidade passou a ter opção de viver num estágio incomparavelmente mais adiantado que antes. Assim, a busca da revelação de Sua Palavra em nosso coração, nos permitindo praticar a vontade divina, passou a ser a verdadeira prioridade. Através dela podemos adquirir riqueza na terra e posição destacada nos céus quando sairmos daqui. Foi por esse motivo que Jesus nos recomendou, a respeito do reino de Deus. Veja o texto: 

      “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt. 6: 33).

  
       Que o Senhor, a Quem servimos, fale melhor ao seu coração.