Raiz espiritual

MSG 824/2021

Apontando para a chegada do reino de Deus na terra, João Batista comparou as pessoas a uma plantação. Ele disse que a partir daquele tempo, o machado estava posto à raiz das árvores, para cortar e lançar ao fogo aquela que não desse frutos (Mt. 3: 10). Ele se referia à nova aliança que, firmada no sangue de Jesus, nos leva à salvação. Jesus confirmou isso, na parábola que relata sobre a chamada de cada pessoa, declarando que o Senhor concede uma unção diferenciada para cada um, segundo a capacidade encontrada em seus escolhidos (Mt. 25: 15-24-30). Isso leva a entender que João Batista, apontava para o exame das condições espirituais que o Senhor faz, na hora de escolher cada pessoa a ser chamada. As Escrituras mostram que cada pessoa traz condições espirituais diferentes, podendo ser mais abençoadas ou menos abençoadas, dependendo do legado de seus ancestrais. Assim, para ser um escolhido do Senhor, é levado em conta a raiz espiritual que Deus vê na pessoa, dependendo do relacionamento que seus ancestrais tiveram com Deus. Jesus mostrou que a Palavra dá bons frutos quando lançada num coração equiparado a um terreno fértil (Mt. 13: 23). Mas que também existem pessoas, cujos corações são comparados a terrenos pedregosos, onde a fé morre e a Palavra não frutifica. (Mt. 13:20-21). Essa diferença na raiz espiritual de cada pessoa tem origem no legado de pecados deixados pelos seus antepassados. Veja o que Deus disse, ao exigir fidelidade ao povo de Israel. Eis o texto:

“... eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Ex. 20:5-6).

Quase sempre não lembramos que trazemos a herança espiritual de nossos ancestrais. Há quem acredite que nos libertamos dela, quando nos tornamos nova criatura (2 Co. 5: 17). Mas devemos considerar que antes de nos chamar para ser tocados pelo Espírito Santo e receber uma nova unção, o Senhor examina nossa raiz espiritual, e dá a cada um segundo sua capacidade, ou seja, segundo aquilo que herdamos de nossos ancestrais (Jr. 17: 10). Com certeza, essa é a razão da diferença entre quantidade de talentos – intensidade de unção - concedidos a cada um, que Jesus mostrou na parábola dos talentos (Mt. 25: 15). Em nossos dias isso tem feito a diferença para o destino de muitas almas. Muitos daqueles que receberam menor grau de unção, tem se proposto a ensinar a santa Palavra, e isso tem resultado no desvio de muita gente. É também o cumprimento daquilo que o apóstolo Paulo profetizou, quando instruía a Timóteo. Veja o texto:

“Pois virá tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, mas desejosos de ouvir coisas agradáveis, cercar-se-ão de mestres segundo os seus desejos, e desviarão os ouvidos da verdade e se aplicarão às fábulas.” (2 Tm. 4: 3-4).

É de se levar em conta que quem recebe uma unção menor (2 talentos), por causa de sua raiz espiritual, vai ser vulnerável às astucias das potestades enganosas, e jamais vai entender alguns textos bíblicos. Postos em posição de liderança, eles se tornam um perigo para as ovelhas do Senhor. Foi por isso que Jesus recomendou a examinar a árvore por seus frutos (Mt. 7: 15 a 18).

Que o Senhor nos conceda a força e o poder para vencer todas as coisas.

Natanael de Souza