“Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? ” (Rm. 6: 16).
O engano é tipo de ação mais usado para afastar o homem da presença de Deus. As Escrituras mostram que o diabo tem grande habilidade para enganar, já que ele é a antiga serpente, o animal mais astuto da face da terra (Gn. 3: 1 e Ap. 12: 9). Nenhum homem conseguiu vencê-lo para restaurar o reino espiritual da terra, usurpado de Adão. Esse é o motivo pelo qual Deus enviou Jesus, que, por não ser herdeiro do pecado, venceu em nosso lugar, e tem todo o poder sobre o reino espiritual da terra restaurado dos domínios satânicos (Mt. 28: 18 e Ap. 1: 18).
O versículo reproduzido acima mostra uma das formas através da qual os cristãos têm sido enganados. Ele declara que somos servos daquele a quem obedecemos. É comum ver pessoas aceitar conviver com algo que surgiu no mundo pela ação de satanás, e acabar por obedecê-lo e se tornar servas dele sem perceber. Essa é a razão pela qual precisamos ser discípulos de Jesus para adquirir o perfeito conhecimento da vontade de Deus e não cair nas ciladas do inimigo. De outra forma seremos destruídos (Os. 4: 6). É por esse motivo que o apóstolo Paulo nos recomendou a renovar nossa mente para saber qual é a boa agradável e perfeita vontade de Deus (Rm. 12: 2).
Jesus deu uma perfeita demonstração da maneira pela qual devemos agir para evitar o engano. Mesmo estando ungido pelo poder do Espírito Santo ao sair do batismo no rio Jordão, ele jejuou quarenta dias no deserto antes de ser tentado (Mt. 3: 16-17 e 4: 2). É óbvio que depois disso estava em grande consagração. Mas ainda assim se baseou na Palavra do Senhor e através dela rejeitou todas as propostas tentadoras do inimigo, mostrando que nada que vem dele está de acordo com a vontade de Deus (Lc. 4: 3 a 12). Cremos que Jesus não tinha necessidade de se submeter a um confronto com o diabo. Mas ele o fez para nos ensinar a maneira pela qual devemos proceder quando realmente servimos a Deus, ou seja, para deixar claro que quem serve a Deus vive na prática de Sua Palavra, e cumpre todas as recomendações do Senhor (Dt. 5: 32-33).
Em nossos dias é quase impossível saber a quem as pessoas servem. Muitas se declaram servir a Deus, mas na prática da vida tomam atitudes condenáveis perante as Escrituras, demonstrando que praticam mais o que vem do mundo do que o que vem de Deus. Essas pessoas foram vistas por Jesus como o joio no meio do trigo, e serão condenadas no fim dos tempos (Mt. 13: 40-41-42-43).
Por isso, não basta apenas frequentar as igrejas. É necessário examinar as Escrituras e meditar na Palavra de Deus, dando espaço para que o Espírito Santo venha falar ao nosso coração. Essa é uma advertência de Deus desde os tempos de Josué. Veja o texto:
“Não se apartará da tua boca este livro da lei, mas meditarás nele de dia e de noite, para que cuides de fazer tudo o que nele está escrito. Então farás próspero o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Js. 1:8).
O comportamento que Jesus adotou ao ser tentado depois do batismo, norteou esse princípio dado a Josué centenas de anos antes, mostrando que ele tinha em seu coração o conhecimento detalhado da vontade de Deus, e usou-o como a poderosa arma que não nos deixa cair em tentação.
Portanto, aquele que almeja chegar ao reino da glória deve tomar a atitude de Jesus como modelo, confrontando se suas atitudes no dia a dia estão pautadas nos princípios do evangelho. Certamente ao fazer isso, o Espírito Santo mostrará o que está certo e o que não está, pois é Ele quem nos guia em toda a verdade (Jo. 16: 13).