“Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt. 23: 13).
A pregação do evangelho é focada no mandado de Jesus, mediante o qual devemos fazer discípulos, em todas as tribos, línguas e nações, ensinando-os a guardar os seus mandamentos (Mt. 28: 19). É maravilhoso ver que ao longo de mais de dois mil anos a Palavra da verdade tem alcançado milhares de corações, e que muitas pessoas querem ser usadas como instrumentos para realização dessa santa tarefa. Mas aqueles que se propõem a fazer isso devem atentar para a responsabilidade a que estão assumindo. Ela tem o objetivo mais nobre de todas as atividades na face da terra, e jamais deve ser usada por interesse financeiro, posição social, ou qualquer tipo de vaidade.
O versículo que reproduzimos acima relata sobre as advertências de Jesus aos escribas e fariseus, como instrutores da Lei de Moisés em sua época. Jesus mostrou que com o decorrer do tempo o ensino da Palavra foi modificando aos poucos, ao ponto de se tornar como obstáculo para a entrada no reino de Deus. Devemos atentar para o fato de que isso estava acontecendo naquela época, e está acontecendo hoje com nós, em relação ao ensino do evangelho de Jesus. Muitos são os que não entram verdadeiramente no reino de Deus e ainda impedem aqueles que foram chamados pelo Espírito Santo, porque desviam o verdadeiro foco da Palavra, qual seja fazer discípulos para conhecerem a verdade e se libertarem da vida de mentiras implantada no mundo pelo espírito satânico (Jo. 8: 31-32).
Para isso, é importante considerar que, diferente da sabedoria mundana, o entendimento da Palavra de Deus vem através da revelação divina, e só é concedido àqueles que foram chamados (Jo. 6: 65). A Bíblia mostra isso quando relata um fato que ocorreu entre Jesus e os discípulos. Veja: Jesus perguntou quem eles achavam que ele era. Alguns disseram que era Elias, outros que era João Batista, outros que ele era um grande profeta, e assim por diante. Mas Pedro respondeu que ele era o Cristo, Filho do Deus vivo (Mt. 16: 14-15-16). Respondendo apenas a Pedro, Jesus disse as seguintes Palavras:
“.... Bem-aventurado és, Simão Bar-Jonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela. ” (Mt. 16: 17-18).
O Senhor desprezou todas as outras respostas e destacou a de Pedro, numa autêntica indicação de que a revelação divina viria a ser o caminho certo para que se edificasse sua igreja. Por outro lado, ele declarou que o Espírito Santo, haveria de vir, para nos guiar em toda a verdade, não falando de si mesmo, mas anunciando tudo o que teria ouvido (Jo. 16: 13). Isso nos deixa convictos de que a autêntica pregação do evangelho vem da divina revelação trazida pelo Espírito Santo, Veja o que disse o apóstolo João:
“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. ” (I Jo. 2: 27).
Quando falamos em pregar por divina revelação, não estamos nos referindo a algo extra bíblico, mas à indicação inspirada pelo Espírito de Deus, mostrando o profundo sentido do que já está escrito. No exemplo de Pedro, o Espírito trouxe a revelação daquilo que já estava escrito a mais de mil e quatrocentos anos, e foi dada apenas a ele e não aos outros discípulos. Semelhantemente acontece com nós hoje. Através do Seu Espírito, Deus revela para o escolhido o sentido exato do que já está escrito na Sua Palavra, e esse tem o compromisso de passar aos outros aquilo que recebeu. Veja uma das advertências de Jesus quando os primeiros discípulos foram anunciar o evangelho. Eis o texto:
“Pondo-vos a caminho, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; de graça recebestes, de graça daí. ” (Mt. 10: 7-8)
Amigos, não julguemos para não sermos julgados (Mt. 7: 1). Mas a pregação do evangelho não deve visar lucros, honras pessoais, ou ambições de indivíduos. Os recursos que angariamos através dela devem ser usados tão somente para cobrir os gastos gerados com a edificação da Igreja do Senhor, firmada na fé de cada pessoa.