... morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca... ” (I Pe. 3: 18-19-20)
Muitas vezes o preconceito se coloca como pedra de tropeço, e acaba nos impedindo de perceber a verdade à luz da Palavra revelada por Deus. Cremos que, por uma questão de discordância, entre as religiões muitos pregadores evitam discorrer sobre o texto acima reproduzido, pelo fato dele declarar que, em Espírito, Jesus pregou aos espíritos daqueles que morreram no tempo do dilúvio (Gn. 7: 21-22). Mas isso mostra que a vida não está restrita à existência do corpo, e que ela continua quando o corpo perece. O que acontece, na maioria das vezes é a mudança para uma posição mais confortável ou menos confortável, já que, ao perdermos o corpo, passamos a colher os frutos do que plantamos no tempo em que vivemos aqui (Jr. 17: 10). Assim, se cremos que a revelação contida nas Escrituras é a expressão da verdade, devemos considerar todos os detalhes que ela apresenta, pois a Palavra do Senhor está acima da discordância de pontos de vistas religiosos.
Nos versículos acima reproduzidos o apostolo Pedro declara que, mesmo vivendo como espíritos prisioneiros, isto é, não salvos, as pessoas que desprezaram a advertência de Deus no tempo de Noé, tiveram conhecimento das revelações do reino dos céus, através da visitação de Jesus em corpo espiritual. Esse detalhe bíblico indica que no Juízo Final ainda haverá oportunidade de salvação para aqueles que - já em vida espiritual - se arrependeram de seus atos errados praticados aqui. Na verdade, devemos considerar que, se todos os mortos já tivessem condenados eternamente, não haveria necessidade de um último julgamento. Observe o que vai acontecer. Eis o texto:
“Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros.... “ (Ap. 20: 11-12).
Esse texto faz referencia a um julgamento de mortos. Isso indica que poderá ainda haver salvação; e se há salvação é porque houve arrependimento. Através de parábola Jesus exemplificou o comportamento do espírito de um homem que morreu sem salvação, e mostrou arrependimento ao descobrir a realidade de nossa existência (Lc. 16: 23 a 30). Não podemos reproduzir o texto aqui, por causa de sua extensão, mas ele deixa claro que a justiça divina é perfeita, e a longanimidade de Deus para nos salvar é muito maior do que imaginamos.
Nos dias de Noé, Deus aguardou por muito tempo esperando que as pessoas se arrependessem. Mas elas não reconheceram a bondade do Senhor, morreram e são prisioneiras do inferno até hoje. Fato semelhante está na eminência de acontecer com milhares de pessoas que, nos dias atuais, sabem da vontade de Deus, revelada por Jesus, e se negam a obedecê-la. Veja o que ele disse:
“Como foi no tempo de Noé, assim também será nos dias de antes da vinda do Filho do Homem.Todos comiam e bebiam, e os homens e as mulheres casavam, até o dia em que Noé entrou na barca. Depois veio o dilúvio e matou todos. (Lc. 17: 26-27).
No tempo vindouro Deus não usará mais um dilúvio para nos apanhar de surpresa (Gn. 8: 21). Mas haverá grande tribulação para expiar os pecados dos desobedientes (Dn. 9: 24 e Mt. 24: 21). Assim, da mesma forma que no passado, os que hoje rejeitam a Palavra de Deus irão viver como espíritos em prisão.
Amigos pensem nisso: aqueles que viveram no tempo de Noé poderão, no futuro, encontrar o perdão de Deus. Eles têm a justificativa de que não tiveram a oportunidade de ouvir o Filho de Deus quando viviam. Mas nós de hoje não poderemos alegar a mesma coisa, uma vez que o evangelho de Jesus será pregado a todas as pessoas. Veja o texto:
“Será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. ” (Mt. 24: 14 e Mc. 16:16).