“Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. ” (Sl. 2: 8).
Muitas são as vezes em que entregamos nossa necessidade nas mãos de Deus, passamos a esperar pela resposta em forma de bênçãos, e ela não chega. Frequentemente surge a pergunta: PORQUE DEUS NÃO ME ATENDE? Devemos levar em conta que nosso relacionamento com Deus, obrigatoriamente, tem de ser diferente da maneira pela qual tratamos com as pessoas. É necessário termos a consciência de que o tratamento com o Senhor tem caráter especial.
No versículo que acima transcrevemos, Deus demonstrou a disposição de conceder grandes bênçãos a Davi, deixando claro que esta era a Sua vontade. Mas para que essas bênçãos se tornassem realidade, Davi teria que pedir. Esse é um detalhe que faz parte do caráter de Deus. Ele sabe de tudo o que precisamos, mas espera que venhamos a pedir. Isso nos leva a estar sempre em comunhão com Ele e lembrar que dependemos Dele em todas as coisas (Veja Dt. 8: 3).
Várias passagem relatando os milagres realizados pelo Senhor Jesus demonstram esse caráter de Deus. Uma delas ocorreu por ocasião da cura do cego Bartimeu. À beira do caminho, Bartimeu clamava por misericórdia, e Jesus o atendeu. Sendo ele cego, é óbvio que sua necessidade mais imperiosa era a restauração das vistas. Mas ao aproximar-se dele Jesus fez a seguinte pergunta:
“... Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.” (Mc. 10: 51).
Mesmo sendo evidente que esse era o seu maior desejo, Jesus o levou a formalizar um pedido e definir o que queria. Na verdade, Jesus repetiu várias vezes a necessidade que temos de formalizar nossos pedidos diante de Deus. A mais clara está nos ensinos variados, contidos no princípio do livro de Mateus. Veja o texto:
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt, 7: 7-8).
A exigência de definição do que queremos, mostra que Deus respeita profundamente o direito de livre arbítrio que nos concedeu quando fomos criados. O caráter dessa definição considera o que está no íntimo do nosso sentimento.
Nos dias atuais muitas pessoas buscam as bênçãos de Deus de maneira deficiente, porque não o fazem do íntimo de sua alma, desprezando assim um detalhe importante da Palavra, onde Ele adverte:
“Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. ” (Jr. 29: 13).
A promessa de nos atender está condicionada à maneira pela qual nos dirigimos a Ele, ou seja, tem de ser de maneira íntima, exclusiva e profunda. Da mesma forma que Ele passou a nos considerar como propriedade exclusiva, a partir do momento em que nos chamou das trevas para a luz (Veja I Pe. 2: 9), também nós devemos considerá-Lo acima de tudo e de todos. Nunca devemos esquecer de que Deus só tem compromisso de fazer a nossa vontade quando procedemos estritamente de acordo com o que conhecemos de Sua Palavra. Muitos de nós colocamos dúvidas em alguns detalhes do que diz as Escrituras. Mesmo que isso esteja somente em nosso coração, não está escondido de Deus, e se torna em pedra de tropeço impedindo que sejamos atendidos.
Portanto, amigo meu, creia que a vontade de Deus para com nós é de bênçãos ilimitadas. Fomos chamados para dar bons frutos, e quando assim o fazemos Deus nos atende em todas as coisas. Veja o que Jesus disse:
“Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.”(Jo. 15: 16).