Ouvir a Jesus

         “Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus. A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.” (Mc. 9: 4 e 7).

       Na medida em que as gerações se sucedem somos envolvidos com costumes modernos, e a tendência é deixar as coisas antigas se perderem no tempo. Isso acaba nos levando a esquecer de detalhes importantes contidos na Palavra de Deus, afastando-nos de Seus mandamentos.  Com certeza, essa foi a razão pela qual Moisés recomendou ao povo de Israel a se esforçar para que seus filhos passassem os mandamentos do Senhor de geração em geração (Dt. 6: 7-8-9). Nos dias atuais, ao longo de dois mil anos da primeira vinda de Jesus, boa parte dos princípios básicos que ele nos recomendou tem sido deixada de lado e corremos o sério risco de passar a vida inteira enganando a nós mesmos.

       O texto que transcrevemos acima relata sobre uma dessas situações. Ele diz respeito à advertência de Deus, em voz audível, para que demos ouvidos aos sábios ensinamentos de Jesus. Vinda diretamente de Deus, essa advertência testificou sobre o cumprimento do que foi prometido quase mil e quinhentos anos atrás, no monte Horebe, quando o povo de Israel estava a caminho da terra prometida. Veja a transcrição do texto das palavras de Moisés:

      “Então, o SENHOR me disse: … Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas.” (Dt. 18: 17-18-19).

       Quando disse isso, Deus se referiu à vinda de Jesus com o propósito de ensinar a maneira pela qual devemos viver para alcançar a salvação. Assim, a voz que saiu da nuvem e foi ouvida pelos discípulos, confirmou o cumprimento da promessa com respeito ao envio do grande profeta. Jesus transmitiu então as Palavras que Deus colocou em sua boca, cumpriu rigorosamente o propósito do Pai, e retornou aos céus (At. 1: 9).  Mas é importante observar que no bojo dessa promessa de Deus está também a recomendação para darmos ouvidos ao que Jesus disse, pois Ele vai nos pedir contas.

       Portanto, a partir da ascensão de Jesus, Deus está aguardando que venhamos a cumprir o que Ele recomendou através de Seu Filho. Nossa geração está no meio desse processo. Mas muitas pessoas que conhecem o evangelho e sabem o que Deus tem preparados para elas, não se empenham em viver de acordo com a vontade do Senhor. Deixam-se envolver pelos deleites transitórios, apesar das advertências de Jesus (Lc. 21: 34-35). Elas se contaminam pela ação traiçoeira e sutil do inimigo, que leva a trocar as ricas bênçãos de Deus, pelas migalhas que o mundo lhes oferece, e não percebem que estão entrando numa armadilha. Cai no mesmo engano que Esaú caiu, a milhares de anos, trocando a benção de Deus pelas coisas mundanas (Gn. 25: 31 a 34).

       Por isso cada cristão consciente de sua responsabilidade deve procurar alertá-las enquanto é tempo, tomando como exemplo as atitudes do apóstolo Paulo. Veja o que ele disse:

       “Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos.” (I Ts. 5: 14-15).

       Amigo, há um memorial diante de Deus para tudo o que fazemos (Ml. 3: 16); sem dúvida alguma ele será exibido diante de cada um na hora em que o Senhor for pedir contas de nossos atos. Portanto, propague a santa Palavra, procure levantar os fracos, aponta os erros que o Espírito Santo te mostrar, pois há uma recompensa para aqueles que são fiéis a Cristo (Mc. 9: 41).

       Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.