“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; ” (Gn. 4: 3-4).
Desde o princípio do mundo Deus exige que O tratemos de maneira especial. Um ligeiro exame nas Escrituras indica que nosso relacionamento com Ele deve estar acima de todas as coisas, demonstrando, antes de tudo, respeito, confiança e fidelidade. Entretanto, a tendência natural do homem em descrer naquilo que está oculto aos seus olhos, leva-o a encontrar dificuldades para assumir essa postura, e isso desagrada Deus (Tg. 4: 4). Tomé, um dos discípulos de Jesus, declarou para os outros que só acreditaria na ressurreição do Senhor se visse e o tocasse. Por essa atitude Jesus o repreendeu. Veja o texto:
“Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. ” (Jo. 20: 29)
Essa exigência de Deus deixa claro que para ser alcançado pela Sua bênção não basta conhecer as Escrituras como uma história, e descrer na existência do mundo espiritual. É necessário considerar a superioridade e o poder onisciente do Senhor (Mt. 22: 29). A partir daí, tem de existir em nós uma vontade pura e desinteressada em agradá-Lo, para que possamos ver a Sua glória. Ele considera como oferta tudo o que fazemos por amor. Assim, já estamos ofertando quando deixamos de fazer algo gerador de deleites humanos, para dedicar a alguma coisa agradável a Deus. Porém, para que essa oferta seja bem aceita é necessário que estejamos vivendo em obediência aos Seus mandamentos. A obediência é a lei maior que rege as relações entre o Criador e toda a criação, e como tal considerada o maior sacrifício que se pode ofertar (Jr. 7: 21-22-23).
O primeiro versículo reproduzido acima relata sobre as primeiras ofertas recebidas dos dois filhos de Adão, mostrando que Caim fez uma oferta comum, sem nenhuma conotação especial, como se tivesse agradando a um ser humano. Colocando em destaque a oferta de Abel, diz o texto sagrado, que esse ofertou das primícias e da gordura de seu rebanho, levando Deus a se agradar mais de sua oferta, apesar de não ter rejeitado a de Caim.
Esse texto nos dá a convicção de que não basta ofertar para agradar a Deus. É necessário oferecer o que de melhor possuímos, demonstrando assim um tratamento especial para com Ele. Analisando, de maneira mais profunda, as circunstancias que cercaram os fatos contidos nesses versículos, podemos ver que o diabo agiu antecipadamente no coração de Caim, impedindo-o de dar um tratamento distinto a Deus. Conseguiu realizar seu objetivo, pois o ciúme que se acendeu nele a partir daí, levou-o a matar Abel, surgindo assim o primeiro homicídio.
Veja que satanás aproveitou a intenção de Caim em agradar a Deus para realizar o primeiro homicídio ocorrido no mundo. Isso significa que estamos sujeitos a ser tentados pelo diabo até mesmo quando nos achamos envolvidos com as coisas do Senhor. Por isso, não basta simplesmente ofertar. É necessário, antes de tudo, obedecer. O rei Saul, foi alertado disso quando desobedeceu às ordens de Deus, trocando a obediência por oferta de holocaustos. Veja o texto da resposta do profeta Samuel:
“...O que é que o SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas. ” (I Sm, 15: 22).
Amigo, medite nisso. As ofertas foram feitas tanto por Abel como por Caim. Mas somente a de Abel despertou o agrado do Senhor, porque Deus viu a consideração espontânea por parte dele. Os fatos que sucederam a essas duas ofertas mostraram que Caim estava influenciado pelo diabo, apesar de ter feito ofertas a Deus. Isso deixa evidente que o caminho que nos conduz à salvação não está na simples oferta, mas no amor a Deus acima de todas as coisas (Mc. 12: 33).