O Engano de Pedro

            “… Senhor estou pronto a ir contigo não só para a prisão, mas também para a morte.”
(Lc. 22: 33).

       Muitas vezes diante da firme convicção daquilo que o coração quer, achamos que nada pode demolir nossa legítima vontade. Porém, devemos lembrar que existe um inimigo oculto aos nossos olhos, que nunca descuida de nos perseguir, e sem que possamos perceber ele nos espreita vinte e quatro horas por dia, procurando uma brecha para entrar em nosso coração e mudar o sentimento.  Por isso aquele que pensa estar de pé, cuide para que não caia. Surge daí a necessidade constante de vigiar e orar para não ser enganado (I Co. 10: 12 e I Ts. 5
: 17).

       O versículo acima reproduzido descreve a resposta de Pedro no momento em que Jesus o advertiu de que satanás estava por perto e tinha a intenção de tentá-lo (Lc. 22: 31-32). Cremos que sua resposta foi sincera.  Naquele momento, Pedro se sentia absolutamente SEGURO de si mesmo, em relação ao amor que tinha por Jesus. Mas,apesar de estar ao lado do Senhor, ainda não era revestido com o poder do alto, e por isso passível de se tornar presa fácil para o espírito satânico. Mesmo sendo admirador e companheiro fiel de Jesus, Pedro ainda não tinha sido recriado pela ação do Espírito Santo, e caiu no engano. Jesus não deixou que satanás o derrubasse (Lc. 22: 32). Mas sem a interferência do Senhor, certamente Pedro teria se desviado do caminho da salvação naquele momento que negou conhecer a Jesus (Mc. 14: 68). Ele se arrependeu e foi justificado. Mas o diabo o teria mantido preso se não fosse a intercessão do Senhor.

          Um aspecto importante na análise desse fato foi a brecha que o espírito imundo aproveitou para entrar no coração de Pedro. As escrituras relatam que ao ver Jesus sendo levado, Pedro o seguia de longe (Lc. 22: 54). Isso indica que num primeiro momento da prisão de Jesus Pedro teve medo de segui-lo de perto. Essa pequena falha foi suficiente para o diabo passar a dominar seu sentimento, e continua sendo a maneira pela qual ele entra no coração das pessoas ainda hoje, ou seja, quando elas afastam da comunhão com Deus, ou de alguma forma deixam de confessar a Jesus como seu único e exclusivo Salvador. Mas tarde Pedro reconheceu a verdade e testificou com uma séria advertência. Veja o texto:

        “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;  resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (I Pe. 5: 8-9).

        Podemos aprender muito com a experiência desse discípulo do Senhor. Um importante detalhe foi o fato de ele haver deixado o medo dominar, e se distanciar de Jesus. O medo traz a dúvida, isso já havia acontecido com ele, e Jesus já o tinha advertido dessa falha (Mt. 14: 30-31). Isso indica que devemos nos corrigir quando tomamos consciência de nossa falha no relacionamento com o Senhor através de suas Palavras contidas no evangelho. Se Pedro tivesse se corrigido diante de Jesus, com certeza não tinha aberto a brecha para o diabo dominar seu sentimento. Essa é a razão pela qual ele nos aconselha, nesse último texto reproduzido, a resistir firmes na fé (I Pe. 5: 9). Está escrito que a resistência é a postura certa para fazer o inimigo fugir de nós, desde que sujeitemos a Deus (Tg. 4:7). Entretanto, para resistir necessitamos de conhecer a santa Palavra, pois nas batalhas que cristão tem de travar no mundo espiritual, ela equivale à espada do guerreiro no mundo físico (Ef. 6: 17).

        Assim, mesmo tendo sido chamado pelo Senhor, aquele que não cuida em manter a Palavra no coração como uma espada bem afiada, mais cedo ou mais tarde sofre a destruição do inimigo (Os. 4: 6). Ao ser tentado, depois de quarenta dias de jejum, Jesus deu um perfeito exemplo da forma pela qual vencemos as investidas do maligno. Ele usou a Palavra de Deus, literalmente transcrita, para rebater todas as propostas de acordo feitas pelo diabo (Lc. 4: 3 a 12). Todos sabem que o Senhor não precisava disso. Bastava uma ordem sua e o inimigo teria de se afastar. Mas ele agiu dessa maneira para provar que é com a Palavra de Deus – na forma como está escrita – que vencemos as artimanhas do inimigo (II Co. 10: 3-4-5).

        Amigo, o que nos liberta das investidas do maligno é o conhecimento e prática da Palavra de Deus (Jo. 8: 31-32). Portanto, busque nas Escrituras Sagradas o verdadeiro sentido da vontade do Senhor, e põe ele em prática na sua vida. Considere a santa Palavra como a espada que você deve usar quando o mal te aparecer. Não tenha medo de usá-la para ferir o espírito maligno, pois você é um seguidor de Jesus Cristo, e foi isso que el
e fez.

        Que o Senhor te abençoe abundantemente,