“ ... Morrerás no monte, ao qual tu hás de subir, ... porque pecastes contra mim no meio dos filhos de Israel junto as águas de Meribá ... , no deserto de Zim, e porque não me santificastes no meio dos filhos de Israel” (Dt. 32: 50-51).
Somos cheios de imperfeições em nosso relacionamento com as pessoas, e nunca conseguimos ser completamente íntegros. Sabemos que elas nos vêem apenas pela aparência, e não podem conhecer o que guardamos no íntimo de nossos sentimentos. Mas a Bíblia mostra que no relacionamento com Deus isso é diferente. Ele vê e considera o que está em nosso coração (I Sm. 16: 7). Por isso, Ele nos avalia através do perfil de nosso comportamento, a partir do que pensamos, ou seja, da raiz de nossas ações. Porém, mesmo conhecendo a vontade de Deus, todos nós temos a tendência de negligenciar no cumprimento de Suas determinações. Essa nossa imperfeição se transforma numa porta de entrada para o inimigo de nossas almas, que, aproveitando cada detalhe de nossas falhas, busca provocar acontecimentos apropriados para que venhamos a cometê-las perante Deus (I Pe; 5: 8). Jesus advertiu contra isso, mandando vigiar e orar para evitar a tentação (Mt. 26: 41). Na verdade, Deus perdoa muitas de nossas ações erradas; mas existem algumas que fatalmente são punidas (I Jo. 5: 16). São aquelas que permitimos acontecer quando recebemos as ordens de Deus claramente em nosso coração, e não dedicamos atenção especial em executá-las exatamente como Ele mandou. Isso quer dizer que qualquer imprudência no cumprimento de uma ordem do Senhor, é considerada como negligência e não é tolerada. Foi nesse ponto vulnerável que Moisés e outros homens de Deus deixaram a desejar e foram punidos. As conseqüências obviamente foram castigos que resultaram em profundas modificações no destino dos infratores.
O versículo reproduzido no inicio desta mensagem relata o aviso de Deus a Moisés, declarando que era chegado o dia de sua morte, e mostrando o motivo pelo qual ele não entraria na terra prometida (Dt. 32: 52). Moisés havia cometido muitas ações que poderiam ter sido consideradas como pecado, e cobradas por Deus. Ele matou um egípcio e enterrou na areia (Ex. 2: 12); discutiu com Deus exigindo o perdão para o pecado de seu povo (Ex. 32: 31 a 33); duvidou de que Deus poderia mandar carne no deserto para o povo comer durante um mês inteiro (Nu. 11: 21-22). Com toda certeza, praticou ainda outras falhas que aqui não enumeramos. Mas a falha que Deus puniu foi o descuido no cumprimento de Suas ordens com exatidão no episódio das água de Meribá.
Essa falha foi representada por um pequeno deslize, quase imperceptível. Diante da reclamação de Moisés sobre o levante do povo por falta de água no lugar onde acamparam, Deus determinou que ele ferisse a rocha com a vara, e as águas haveriam de brotar, avisando que Ele estaria ali naquele momento (Ex. 17: 5-6). Mas os termos dessa ordem foram mudados, mandando que Moisés falasse à rocha (Nu. 20: 8). Entretanto, ele executou a ordem com uma diferença aparentemente pequena para nós, porém importante para Deus. Veja o texto:
“Moisés e Arão reuniram a assembléia diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi, pois, rebeldes; havemos de fazer sair água desta rocha para vós? Moisés levantou a mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara; saíram águas copiosamente, e bebeu a congregação, e os seus animais. ” (Nu. 20: 10-11).
Ele sabia que Deus estava presente e deveria ser glorificado. No entanto, deu ao entender, por suas palavras, que ele iria fazer a água brotar da rocha, omitindo assim a presença do Senhor, em Espírito, naquele lugar. Além do mais feriu a rocha com a vara, quando na verdade deveria apenas ordenar para que ela desse agua. Essa falha não foi perdoada por Deus. Moisés recebeu o castigo de morrer sem entrar na terra prometida.
Amigo, na maioria das vezes podemos obter o perdão pelo erro de nossas atitudes pouco transparente com nossos irmãos. Mas quando tratamos com Deus, temos de agir de maneira especial. Por uma pequena desatenção Deus puniu Moisés que teve o privilégio de falar com Ele face a face (Ex. 33: 11). Portanto, é necessário agirmos com prudência, para que não venhamos a ser impedidos de entrar na pátria espiritual, ou seja, no reino da glória. Veja o aviso de Jesus:
“Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes, e simples como as pombas. ” (Mt. 10: 16).