“Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos nem hão de casar, nem ser dados em casamento;” (Lc. 20: 35).
Existe uma perfeita semelhança entre nossa trajetória espiritual e a caminhada que Deus traçou para libertar o Seu povo da escravidão do Egito. No Egito, no tempo de José, os judeus eram livres, e tinham inteiro apoio daquele reino. Mas, morrendo Faraó, de quem José gozava de inteira confiança, o povo de Deus se tornou escravo, e o Senhor traçou um plano, para libertá-lo, prometendo dar-lhe uma terra abençoada. Os detalhes ocorridos na viagem para chegar a essa terra, tiveram uma semelhança perfeita com o que acontece hoje aos cristãos chamados para a salvação. A diferença é o fato de que eles tiveram de vencer obstáculos na vida material, e nós temos de vencer na vida espiritual. Na realidade o que aquele povo passou para alcançar a terra prometida, foi uma figura perfeita do que os cristãos passam hoje no caminho para a vida eterna. O apóstolo Paulo, ao falar sobre os costumes dos judeus de sua época, confirmou essa realidade (Col. 2: 16-17). Por isso, podemos observar o caráter de Deus, em relação ao que ocorreu naquele tempo, e tirar lições proveitosas.
O versículo acima reproduzido mostra detalhes, deixando claro que nós caminhamos para um mundo vindouro, e que lá só chega quem for considerado digno de alcançar a promessa de salvação. O texto diz respeito à resposta do Senhor sobre um questionamento, onde os saduceus tentavam avaliar o que vai ocorrer no futuro, considerando as limitações humanas do tempo em que vivemos. Ao respondê-los, Jesus mostra que os fiéis e perseverantes continuam sua existência em vida espiritual, sem os entraves impostos pelo mundo. Mas para chegar a esse estágio, ou seja, para alcançar a vida eterna, precisamos conquista-la a partir daqui, através de uma vida espiritual digna.
Olhando para a história do povo hebreu vemos que só atravessou o rio Jordão, e chegou à terra prometida quem creu nas promessas do Senhor, tomou atitudes em cima delas, e perseverou (Nu. 14: 38). Essa travessia foi o último obstáculo que o povo teve de vencer, mas antes foi necessário que derrubassem as muralhas de Jericó, cuja cidade estava fortificada e habitada por homens gigantes. Mas, todos os que cumpriram rigorosamente as ordens de Deus, tiveram êxito, e apenas Acã com sua família sofreu a derrota, porque tentou esconder o pecado.
Nós hoje estamos em situação muito semelhante. Temos a promessa de salvação, e caminhamos para a vida eterna (Joel 2: 32). Mas para chegar lá precisamos vencer as potestades espirituais que representam verdadeiras muralhas em nossa trajetória. Veja o texto abaixo:
“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef. 6: 12).
Existe então uma autêntica semelhança entre o obstáculo que temos de transpor, e as muralhas de Jericó que os judeus tiveram de derrubar no passado. Assim, só serão considerados dignos de herdar a vida eterna os que transpuserem o obstáculo de nosso tempo. Em ambos os casos Deus deu a fórmula que precisamos usar para vencer. No passado Ele mandou o exército de Israel rodear as muralhas por sete dias (Js. 6: 3-4-5). Hoje Ele nos manda revestir das armaduras espirituais, tomando por base a prática da verdade e justiça, a preparação no evangelho, o uso da fé, e a santa Palavra como espada, vigiando e orando em todo tempo (Ef. 6: 14 a 18).
O exemplo já foi dado. No tempo antigo as muralhas da cidade de Jericó pareciam intransponíveis às vistas humanas. Mas cumpridas as determinações de Deus, elas ruíram ao grito dos guerreiros, e vieram abaixo (Js. 6: 20). No tempo atual defrontamos com as potestades malignas que se interpõem em nosso caminho para a vida eterna. Portanto, tudo o que temos de fazer é cumprir as determinações de Deus contidas nas Escrituras, e certamente as forças do mal não poderão nos deter.
Amigo, viver na prática das determinações de Deus é o princípio que nos conduz no caminho da salvação. Por isso, devemos obedecer tudo o que a Bíblia recomenda como certo, ainda que momentaneamente não estejamos entendendo. Essa é a única maneira de sermos considerados dignos de alcançar o mundo vindouro.