Nossas Fraquesas

         “E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim. ” (Mt. 26:58). 

        O homem conhecia a verdade, pois foi criado com perfeita capacidade espiritual e física, podendo dialogar com Deus de maneira franca e direta (Gn. 3: 8). Porém, perdeu parte de seus privilégios por causa da desobediência. Assim, apesar de continuar sendo a imagem e semelhança do Criador, o ser humano vê o que ocorre diante dos olhos físicos, mas não percebe os fatos que acontecem no mundo espiritual. Por isso a maioria das pessoas não alcança o pleno conhecimento da verdade e até nega a existência desse mundo que elas não veem. Essa cegueira do espírito tem feito muitas pessoas crerem na mentira, e não são raras as vezes em que elas só descobrem isso depois da morte, quando não podem mais recuperar a oportunidade perdida (Ver Lc. 16:19 a26). Como discípulo de Jesus, Pedro teve a sorte de descobrir a verdade ainda em vida, quando o inimigo tentou fazer com que ele negasse ao Senhor. Sua verdadeira vontade foi dominada pela inspiração de satanás, fazendo-o sentir na carne as consequências da cegueira espiritual humana (Mt. 26: 75). 

       O versículo que acima reproduzimos mostra o erro que Pedro começou a cometer antes de retornar à consciência da verdade. Mesmo tendo sido advertido por Jesus naquela noite, para que se mantivesse em vigília e oração, Pedro deixou a brecha em seu modo de comportar. Ele permitiu que o medo invadisse seus sentimentos, e se distanciou de Jesus, seguindo-o de longe. Esse erro foi suficiente para que o diabo invadisse seu coração e o levasse a entrar na roda dos escarnecedores, onde por três vezes negou que conhecia o Senhor (Lc. 22: 55 a 60).

       Fatos semelhantes a esse continuam sendo muito comum acontecer entre nós nos dias atuais. O diabo sabe quando estamos espiritualmente vulneráveis, e dando oportunidade para ele entrar, inverter nossa vontade e colocar a dele. O próprio apóstolo Pedro, mais tarde revelou isso e nos ensinou como fazer para impedir que a sugestão enganosa tenha domínio sobre nós. Veja o texto:

      “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda ao redor de vós, como leão rugindo, buscando a quem possa devorar;”(I Pe.5: 8).

        Ele nos recomenda a usar de prudência, não permitindo que medo ou dúvidas tenham domínio sobre nossa maneira de agir. Pedro já havia apresentado esses dois tipos de falhas quando Jesus permitiu que ele andasse sobre as águas (Mt. 14: 30-31). Portanto, o cristão que almeja vencer a batalha da vida deve confiar nos ensinos de Jesus, e lutar contra as fraquezas que muitas vezes são verdadeiras pedras de tropeço em nossa caminhada para o reino da glória. Elas, em geral, provêm de várias situações adversas, e deixam marcas que podem acabar impedindo nossa vitória até mesmo no que refere aos destinos de nosso espírito. Mas quando somos inflexíveis na obediência a Deus, a boa mão do Senhor entra com providencias e nos faz superar. Veja como Ele agiu com Josué. Josué estava abalado não só pela morte de Moisés, mas também temeroso de assumir uma liderança de peso e responsabilidade como a de conduzir o povo de Israel para entrar na terra prometida. Mas por ser fiel e obediente Deus o fez superar com o poderoso recurso de Sua Palavra. Veja o texto:

    “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” (Js. 1: 9).

      Com toda a certeza, essa Palavra o curou de seus temores, pois a partir daí ele venceu todas as batalhas, teve a honra de introduzir o povo na terra prometida, e morreu em ditosa velhice (Js. 24: 29-30).

        Amigo, para Deus não importa o tipo de fraqueza que poderemos ter. É Ele quem nos capacita (2 Co. 3: 5). Na fraqueza de Pedro aprendemos que nunca devemos nos distanciar de Jesus; na de Josué ficou claro que quando confiamos no Senhor nos tornamos fortes e corajosos para vencer as barreiras que se interpõem em nossa frente.

        Que o Senhor te abençoe e te guarde.