“... Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. ” (Lc. 16: 27-28).
Muitas pessoas querem entender a Palavra de Deus sem abrir mão do apego à parte carnal do ser humano. Isso as impede de admitir que Jesus veio para trazer a revelação de muitas coisas do mundo espiritual, que antes eram apenas suposições sobre algo ainda não revelado. Elas não consideram Jesus como o único homem que feriu a cabeça da serpente, e tomou os domínios do reino do mundo que estava nas mãos do diabo (Gn. 3: 15b e Lc. 4: 6). A postura dessas pessoas é inadequada e perigosa, porque pode ser considerada pelo Senhor como uma negação de Jesus na terra, e levar tais pessoas e seus seguidores a perder a salvação (Mt. 10: 32-33). Por isso, é importante considerar que entre aqueles que foram levantados por Deus para nos ensinar o caminho da salvação, a última palavra quem dá é Jesus, e a Palavra dele cessa tudo o que houver em contrário.
Os versículos acima reproduzidos relatam sobre parte de uma parábola de Jesus, revelando detalhes da vida após a morte. O texto diz respeito ao pedido de socorro de um homem que viveu ricamente, mas ao morrer foi escravizado pelo inferno. Nele, Jesus fez questão de mostrar que não perdemos a consciência quando vamos para o outro lado da vida. Antes dessa revelação todos acreditavam que após a morte as pessoas não tinham a menor idéa do que fizeram no decorrer de sua vida. Veja esse texto:
“Pois os vivos sabem que hão de morrer; mas os mortos não sabem coisa alguma, nem tão pouco têm daí em diante recompensa, porque a sua memória fica entregue ao esquecimento. ” (Ecl. 9: 5).
Esse texto de Eclesiastes trata de uma suposição sobre algo que Deus ainda não havia revelado em sua época (Dt. 29: 29). Por isso, ao adotarmos seu ponto de vista, correremos o risco de invalidar as revelações de Jesus, negando-o perante os homens, e depois ser negado por ele diante de Deus (Lc. 12: 9 e Mt. 7: 22-23).
No primeiro texto acima transcrito Jesus mostra não só a perfeita consciência daquele homem em vida espiritual, como também o tom de arrependimento que ele apresenta em seu pedido de socorro. Essa é uma autêntica demonstração do resultado de se rejeitar a Palavra de Deus enquanto estamos aqui (Lc. 16: 29). Entretanto, podemos ter a esperança de que, diante da infinita misericórdia do Senhor nem tudo está perdido. É evidente que o espírito desse homem exemplificado por Jesus nessa parábola, vai sofrer no inferno por muitos séculos. Mas Deus promete que um dia chamará todos ao julgamento final (Ap. 20: 12-13). Dessa forma, se vai haver um julgamento, poderá ainda, mesmo remotamente, ter alguma esperança de salvação. Veja o texto abaixo:
“E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar. ” (Joel 2: 32).
Essa promessa de Deus pode incluir um precioso fio de esperança para milhões de almas que, mesmo já em vida espiritual, demonstram arrependimento dos seus erros cometidos aqui, por não terem conhecido o dom celestial antes da morte (Ver I Pe. 3: 18-19). Através de seu gesto na cruz, diante do ladrão arrependido, Jesus mostrou que Deus dá grande valor ao arrependimento. Essa é a razão de podermos esperar que Sua misericórdia possa se estender e vir a salvar muitos que se encontrarem em situação semelhante ao homem dado como exemplo na parábola proposta por Jesus (Lc. 16: 19 a 31).
Amigo, está escrito que é da vontade de Deus que todos sejam salvos (I Tm. 2: 4). Portanto, não devemos aceitar que os mortos não tenham recompensa, mesmo porque no tempo de Eclesiastes ainda não tínhamos a revelação completa dos planos de Deus. Veja o que Jesus disse: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. ” (Jo. 14:6).