“Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus. ” (Ne. 4: 1).
O mundo se divide entre vencedores e vencidos. Entre aqueles que conquistam seus objetivos, e aqueles que, por inveja, tentam derrubar os outros para obter o que quer. É a herança deixada pelos primeiros filhos de Adão, logo após ter esse caído da comunhão com Deus (Gn. 4: 1 a 8). Esse movimento que acontece entre os conquistadores e os derrotados foi mostrado a Jacó. Cansado de uma viagem, ele dormiu e sonhou, tendo a visão de uma escada, que estava posta à terra, e cujo topo tocava no céu, onde estava Deus. Essa visão indicou que para se chegar a Deus temos de vencer obstáculos. Mas é interessante notar o relato onde Jacó declara que os anjos de Deus subiam e desciam por essa escada (Gn. 28: 12).
Na noite que Jacó teve esse sonho Deus confirmou com ele a aliança de salvação dos povos, já antes firmada com Abraão seu avô. Isso leva a crer que aquela escada representava o plano de Deus para a salvação. Mas o detalhe importante é o fato de Jacó observar que alguns anjos subiam enquanto outros desciam. Através dessa linguagem Deus estava mostrando que muitos haveria vencer os obstáculos e chegar a Ele no topo da escada, mas também muitos haveriam de descer, até mesmo perdendo as posições que já haviam conquistado. É o retrato fiel do comportamento das pessoas. Muitos lutam, perseveram e vencem; mas muitos, por falta de fé e perseverança, despencam de posições já conquistadas. Na parábola dos talentos Jesus profetizou nesse sentido, mostrando como fazemos com a força que Deus concede a cada pessoa no mundo. Veja o texto:
“Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem, ser-lhe-á tirado. ” (Mt. 25: 29).
Os anjos que Jacó viu descendo a escada, são aqueles a quem Deus deu talento para conquistar o reino; mas por suas atitudes de descrença, preferiram voltar, descendo a escada ao invés de perseverar e continuar subindo. É uma atitude semelhante a muitos daqueles que foram liderados por Moisés. Ao invés de enfrentarem as dificuldades apresentadas no deserto, preferiam voltar à escravidão do Egito.
O versículo reproduzido no início dessa mensagem mostra a diferença entre homens que acreditaram no poder de Deus e venceram os obstáculos, como foi o caso de Neemias; e outros que decaíram da posição em que se encontravam, conforme foi a situação de Sambalate. Pela fé, Neemias havia deixado o palácio do rei na Babilônia, e enfrentava a dura tarefa de reconstruir a cidade de Jerusalém. Mas Sambalate, mesmo tendo permanecido naquela terra por anos a fio, desde a invasão de Nabucodonosor, nada fez para sua reconstrução, e ainda por inveja tentou impedir que isso acontecesse.
O mundo de hoje tem poucos Neemias e muitos Sambalate. Poucos que perseveram na fé, e vencem os obstáculos e muitos que dessem a escada por que não têm coragem de se esforçar e conquistar a vitória até o final. Mas se observarmos um pouco mais, descobrimos o segredo do sucesso de Neemias. Ele orava antes de tomar qualquer atitude, e mesmo sabendo que Deus já havia sinalizado a benção, aguardava sem ansiedade o momento certo em que essa o haveria de alcançar (Ne. 1: 4 e 2: 1 a 4). Mas Sambalate era simplesmente um omisso na história, que mesmo não tendo sido levado para a Babilônia, nada fez para a reconstrução da cidade; e o pior: por inveja, pregava derrota tentando impedir que fosse feito o que Deus ordenara.
O mundo cristão de hoje retrata um pouco da história de Neemias e Sambalate, mostrando os conquistadores que vencem pela fé e perseverança, e os que são autênticos pregoeiros da derrota, tentando convencer que os outros estão errados.
Portanto amigo, se você já está no caminho da salvação, lembre-se de que Deus te chamou do meio de uma multidão de incrédulos para que você seja vencedor e não vencido, cabeça e não cauda. Nunca permita que o inimigo te faça retroagir.