“Ouvi, pois, vós a parábola do semeador. Quando alguém ouve a palavra do reino e não a entende, vem o maligno e tira o que tem sido semeado no seu coração: este é o que foi semeado à beira do caminho. ” (Mt. 13: 18-19).
A expressão “beira do caminho” dá a idéa de alguém que está fora da posição que lhe é devida. Nesse texto Jesus a colocou para indicar uma das situações em que as pessoas podem se encontrar no momento em que são alcançadas pelas boas novas do evangelho. Essa que aqui transcrevemos é a primeira de quatro situações diferentes que o Senhor apontou. Um dos detalhes importantes que ela apresenta, está no fato de a pessoa não entender o sentido da Palavra que recebeu.
Os versículos que acima reproduzimos deixam clara a explicação de que a falta de entendimento da palavra recebida é a oportunidade que o diabo encontra para entrar em ação e impedir que a pessoa venha a crer e ser salva. Portanto, aquele que semeia o evangelho deve fazer de forma acessível a todos os níveis de conhecimento, a fim de não deixar brecha para o inimigo no coração de quem vai ser alcançada pela Palavra, pois levando a Palavra de maneira simples podemos dificultar a ação do inimigo. Isso é uma questão de precaução que deve ser adotada por aqueles que colocam os interesses do reino de Deus em primeiro lugar. Veja o que Jesus recomendou aos discípulos:
“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt. 10: 16).
O cristianismo cresceu, tomou o mundo, mas os lobos continuam à espreita de alguém que eles possam devorar (I Pe. 5: 8). Nos dias atuais as coisas ainda são mais difíceis. Além dos lobos do mundo espiritual, contamos também com os lobos do mundo físico, em forma de homens que influenciam as pessoas com falsas interpretações das Escrituras, visando seus próprios interesses. Por isso, é de grande importância voltar o foco de nossa atenção para a simplicidade que há na Palavra do Senhor, e evitar a dificuldade de seu entendimento quando ela for lançada sobre alguém que estiver na situação a que Jesus chamou de “beira do caminho”. Está escrito que é da vontade de Deus que todos se salvem e venham a ter o pleno conhecimento da verdade (I Tm. 2: 3-4) .
Empregar esforços no sentido de facilitar a linguagem para as pessoas mais humildes é um dever de quem se encarrega da divina tarefa de semear a santa Palavra, mesmo porque é do agrado de Deus que o evangelho seja revelado às pessoas simples (Mt. 11: 25-26). Na vivência prática do que ensinou, Jesus demonstrou o quanto é importante dar atenção aos que estão na beira do caminho. Ele atendeu ao clamor do cego Bartimeu, quando todos o repreendiam para que esse se calasse (Mc. 10: 46 a 49).
Entre as quatro situações em que o coração humano pode ser encontrado quando a semente do evangelho é lançada, a que mais necessita de esforço da parte de quem semeia é a daquele que está na beira do caminho. Nessa situação a pessoa está vulnerável aos domínios do inimigo, e a Palavra que recebeu é logo retirada de sua memória pelo espírito satânico, impossibilitando-o de fazer comparações para definir o que é verdade e o que não é. Alcançar esse tipo de pessoas com eficiência, ou seja, com expressões claras e bem definidas é nosso alvo principal, pois isso equivale a tomar a ovelha da boca do urso (I Sm. 17: 34-35).
Amigo, nenhuma sabedoria humana pode ser mais eficaz do que a Palavra de Deus. Ela entra em nós através da revelação divina (Mt. 16: 17); e tem poder para separar alma de espírito e discernir as intenções do coração (Hb. 4: 12). Portanto, depende de nós lançá-la numa linguagem objetiva para que as pessoas mais simples a entendam e não venham a ser tragadas pelo diabo.