A Linguagem de Deus

      “Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando ” (Jo. 1: 28).

       Normalmente só tomamos conhecimento de alguma coisa depois que vemos acontecer ou então quando ouvimos o relato pela transmissão de alguém. Nossa linguagem é característica do mundo físico, e, portanto, limitada aos órgãos do corpo carnal. Mas a linguagem de Deus é diferente. Apesar de poder ser expressa também em voz audível (Mt. 3: 17), a modalidade normal de sua expressão vem através do acontecimento de situações inusitadas, mediante coisas possíveis e impossíveis aos olhos de nosso entendimento. Por isso, é importante conhecer as Escrituras, pois elas mostram o que já passou o que está passando, e o que ainda vai passar, levando-nos a discernir a linguagem do Senhor na maneira pela qual se cumprem as Suas promessas. 

       O versículo acima reproduzido refere-se a acontecimentos ocorridos nas margens do rio Jordão, quando Deus instituiu o batismo nas águas. Mesmo tendo em mãos o relato das Escrituras, constando o que haveria de acontecer para a primeira vinda de Jesus, os judeus levantaram dúvidas, e mandaram perguntar a João porque ele batizava, já que não era o Cristo, nem Elias, nem o profeta (Jo. 1: 25). João representava a linguagem de Deus cumprindo a profecia entregue a algumas centenas de anos atrás (Is. 40: 3-5), e deu a seguinte resposta:

      “Eu batizo com água; no meio de vós está quem vós não conheceis, é aquele que há de vir depois de mim, e ao qual eu não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias. ” (Jo. 1: 26-27).

       Pela profecia os judeus sabiam que Cristo haveria de vir (Is. 9: 6-7). Mas não entenderam a linguagem de Deus, no cumprimento da promessa, mesmo Jesus já estando no meio deles.

       Isso acontece com nós ainda hoje. Às vezes clamamos, a resposta vem, e não tomamos posse dela porque não entendemos a maneira pela qual Deus está respondendo. Precisamos considerar que nem sempre Deus se ajusta ao nosso entendimento. Mas nós é que devemos ajustar ao Dele. Veja o texto: 

      “Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos do que os vossos pensamentos. ” (Is. 55: 9).

       Portanto amigo, nunca despreze qualquer sinal de resposta às suas orações. Fatos acontecidos no passado mostram que, visando nosso próprio interesse, a resposta de Deus pode diferir da expectativa humana, muitas vezes fazendo pessoas mudar de gestos, decisões ou comportamento, para realizar o que pedimos (2 Co, 10: 3 a 6).

       Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.