“Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. ” (Jo. 8: 43).
A linguagem que transmitimos nossos sentimentos pode ser expressa de várias formas. Porém, qualquer que seja a forma usada, é necessário que a pessoa ou pessoas a quem nos dirigimos volte a atenção para nós, a fim de que possam avaliar e decidir se aceitam ou não aquilo que transmitimos. Essa é a natureza que Deus deu aos seres humanos, ou seja, o princípio de livre escolha do que queremos. Mas também é o ponto onde o inimigo atua para demandar nosso destino. Por isso é considerado prudente quem avalia com atenção aquilo que ouve ou que é posto diante de seus olhos (Mt. 7: 24 e At. 13: 7).
Os versículos acima reproduzidos relatam as Palavras de Jesus, quando pregou para um grupo de pessoas a respeito da maneira pela qual poderiam ser libertas da escravidão espiritual (Jo. 8: 31-32). Em princípio elas entenderam alguma coisa e se agradaram. Mas quando o Senhor passou a expor algo mais profundo concernente às coisas espirituais, elas rejeitaram (Jo. 8: 30 e 33). A observação desse fato leva à conclusão de que existe um bloqueio no entendimento das pessoas para impedir que elas venham a crer e ser salvas. Esse tipo de impedimento foi explicado por Jesus, através de uma parábola, como sendo uma ação do inimigo na dimensão espiritual gerando a incapacidade de entendimento da Palavra de Deus. Veja o texto:
“Atendei vós, pois, à parábola do semeador. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração…” (Mt. 13: 18-19).
O diabo sabe que a Palavra de Deus é viva e eficaz, e apta para levar as pessoas a discernir entre a verdade e a mentira (Hb. 4: 12). Por essa razão, procura indispor previamente aqueles que estão detidos no seu cativeiro, já que isso representa perca de almas. Portanto, a indisposição de ouvir a santa Palavra é um tipo de bloqueio destinado a impedir que as pessoas venham a entender a linguagem de Deus.
As formas de bloqueios não atuam somente nos incrédulos. Elas encontram lugar também no coração de pessoas que já são cristãs, através da aceitação e prática de costumes que as Escrituras condenam. Nesse caso, o cristão fiel deve se esforçar para arrancá-las pela raiz, para se tornar pleno cumpridor do evangelho. O processo a adotar é o abandono das coisas que para o mundo parecem banais, mas para Deus é algo condenável. Veja a advertência de Jesus nesse sentido. Eis o texto:
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”(Mt. 7: 13-14).
Entrar pela porta estreita representa uma renovação de nossa mente, no sentido de nos ajustar à vontade de Deus, e assim adquirir melhor percepção daquilo que Ele quer para nós. Muitos são os que não se esforçam para abandonar os costumes do mundo, mas também não recebem as bênçãos do Senhor, e inutilmente clamam sem ter respostas. Por isso, é necessário ser prudente cumpridor da santa Palavra, para que venhamos a perceber os sinais das bênçãos.
Um exemplo disso foi dado pelo profeta Elias. No monte Carmelo, enquanto orava pedindo chuva, mandou que seu moço observasse o sinal de formação de nuvens. O moço foi várias vezes olhou para o lado do mar e nada via senão o azul do céu. Mas Elias manteve a ordem e perseverou em oração. Na sétima vez que o moço olhou viu uma pequena nuvem do tamanho da palma da mão de um homem. Elias identificou como sendo o sinal da benção, e em pouco tempo a chuva desceu (I Re. 18: 42-43-44).
O aprendizado da Palavra de Deus é como o trabalho do garimpeiro na mina de ouro. Se ele ficar apenas na superfície do garimpo, encontra algumas pequenas pepitas. Mas se ele quer alcançar grandes veios do metal precioso, tem de descer nas profundezas da terra. Portanto, vamos imitar o garimpeiro ambicioso, buscando aprender a linguagem de Deus nas entrelinhas das Sagradas Escrituras.