Mensagem

Levar a Cruz

MSG 300 = 25/7/2012

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. (Lc. 9:23).

        Ao falar sobre a cruz de cada um, Jesus não se referiu a um artefato de madeira; mas ao sacrifício que todo o cristão precisa fazer para ser salvo. Deus exige que sacrifiquemos para atingir nossos objetivos desde que o homem praticou o primeiro pecado (Gn. 3: 19). Diante desse princípio o Senhor prefigurou nosso sacrifício como a cruz de cada um. Ela deve ser pautada pela lei do amor, e praticada continuamente pelos seguidores de Cristo, representando assim dois mandamentos principais, que manda: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos (Mt. 22: 36 a 40).

      Estes mandamentos sinalizam duas direções diferentes. O primeiro aponta para cima, indicando a comunhão com Deus como o ponto mais alto de nosso alvo (Gn. 28: 12-13). Ele representa a haste principal da cruz, exigindo que guardemos e pratiquemos o evangelho, e não se limita apenas às palavras que pronunciamos nos momentos de celebração (Jo. 14: 21). 

        O segundo mandamento representa o amor ao próximo como a nós mesmos. É o braço da cruz, e está definido em I aos Coríntios 13: 4 a 8. 

       É necessário, entretanto, que venhamos atentar para a definição bíblica de quem é o próximo. Jesus mostrou que ele não é somente aquele que comunga com nossos ideais, mas a pessoa que, mesmo sendo estranha, usa de misericórdia para com nós. Essa definição do próximo tem um profundo alcance, e está relatada em Lucas 10: 30 a 37. Na visão profética das Escrituras é indicado que em dias vindouros, no auge da grande tribulação, quando o anticristo tiver reinando (Lc. 21: 24 e Dn. 9: 27), a misericórdia dispensada pelas pessoas consideradas como o próximo será valiosa para os cristãos. As pessoas que prestarão ajudam o povo de Deus num tempo de grande sofrimento, vão ser consideradas por Jesus como ovelhas, na hora do grande julgamento (Mt. 25: 31 a 42).

        Nesse tempo, aqueles que forem considerados o próximo dos cristãos serão poupados da morte, e terão direito de continuar vivendo, para formar uma parte da sociedade que vai compor a nova era do milênio, num tempo onde haverá justiça e paz, com alto padrão de visão espiritual e científica (Is. 65: 19 a 25).

       As Escrituras assinalam que desde os tempos antigos Deus tem mostrado a grande necessidade de se amar ao próximo. Um exemplo nítido disso ocorreu na batalha de Jericó, onde a prostituta Raabe foi poupada da morte, junto com sua família, unicamente por ter usado de misericórdia com o povo de Israel (Js. 6: 20 a 23). Ela foi considerada o próximo do povo de Deus, por haver escondido os dois espias mandados por Josué, quando os soldados daquela cidade os perseguiam.

       Portanto, tomar a cruz significa abrir mão da nossa razão humana, e viver com profundidade os mandamentos que Jesus ensinou, ainda que no momento não compreendamos o significado de muitos deles. Se assim o fizermos, certamente um dia, em vida espiritual no reino da glória, vamos olhar para o passado e agradecer ao Senhor por nos ter chamado para discípulos.

       É importante levar em conta que Jesus não extinguiu o sacrifício que representa nossa cruz individual. Entretanto, ele levou a parte maior e mais pesada da cruz que era nossa, e que não tínhamos condições de levar (Ap. 5: 4-5). Ao consumar o sacrifício da cruz com fidelidade até à morte, Jesus cumpriu a exigência para que houvesse grande mudança no mundo espiritual, abrindo para nós a possibilidade de acesso ao reino de Deus, já que a partir daí nossos pecados passaram a ser perdoados mediante o arrependimento (Lc. 3: 3).  

       Assim, a caminhada dos seres humanos foi dividida entre antes de Jesus e depois dele. As bênçãos que antes eram derramadas em cada caso,  dependendo de se fazer ou não o que era reto diante de Deus, passaram a fluir por um caminho muito mais fácil e evoluído. Foram ampliadas, e estão determinadas nos céus para aqueles que praticam os ensinos trazidos pelo Filho de Deus.

       Os domínios das potestades malignas que antes cobria toda a terra (Jo. 1: 7 e Lc. 4:6), entraram em decadência, e vai chegar o dia em que não existirão mais (Is. 25: 6-7-8). 

       Mesmo Jesus tendo levado a parte maior da cruz, que foi o sacrifício necessário para nossa reconciliação com Deus, a maioria dos cristãos ainda não consegue levar a parte menor que ficou para nós. Isto porque levar a cruz exige renuncia de caminhos que julgamos certos, mas que são errados diante de Deus (Pv. 16: 25). Prevendo que isso iria acontecer com muitos cristãos, o Senhor nos fez a seguinte advertência:

      “...no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. ” (Jo. 16: 33).

      Em outras palavras ele mostrou que já fez a sua parte, e que devemos empregar esforços para fazer a nossa (Lc. 16: 16).
 
 
       Que as bênçãos do Senhor te fortaleçam