Mensagem

JUSTIÇA E FÉ

MSG 541 = 03/05/2017

     “Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma” (Hb. 10: 38).   
 
       Quase sempre não examinamos a nós mesmos para verificar se estamos vivendo de acordo com a vontade de Deus. Essa omissão é uma das falhas que devemos corrigir, para ajustar nossas atitudes dentro do que determinam as Escrituras Sagradas (I Co. 11: 28). É importante reconhecer que a Palavra do Senhor está à nossa disposição, e se quisermos alcançar a salvação, devemos viver de acordo com ela, e abandonar os conceitos mundanos.
  
      O versículo que transcrevemos acima relata sobre um importante princípio que deve fazer parte de nossas atitudes. Nele são considerados dois aspectos básicos como sendo: Viver pela fé e tomar atitudes e decisões de acordo com o que manda a justiça divina. Jesus condenou a omissão desses princípios na vida dos fariseus, como pretensos cumpridores da justiça divina em sua época (Mt. 23: 23). Ele deixou claro que a omissão dos preceitos da fé e da justiça, é um ato que desagrada a Deus, e impede nossa entrada no reino da glória. Advertiu ainda de que os cristãos, de maneira nenhuma entrarão no reino da glória, se a justiça deles não exceder à dos fariseus (Mt. 5: 20).
 
       Uma ligeira observação dos mandamentos contidos nos evangelhos, mostra que ainda estamos muito longe de ser considerados como justos aos olhos de Deus. Para muitas pessoas, a prática da justiça divina é vista como coisa impossível, principalmente quando se trata de liberar perdão, de não reagir diante das ofensas, de orar para aqueles que nos perseguem, e de usar outros tipos de tolerância que a razão humana recusa a aceitar. Entretanto, a prática desses princípios é perfeitamente possível quando confiamos nossa vida inteiramente nas mãos de Deus, e passamos a crer que na hora do julgamento entre nós e as pessoas com as quais relacionamos a Palavra do Senhor é o fiel da balança (Jo. 12: 48). 
 
       Isso leva à conclusão de que só seremos considerados justos, se desenvolvermos a fé no íntimo de nosso coração, e adquirirmos uma confiança em Deus de maneira suficientemente forte para sacrificar nossos desejos, em obediência à vontade do Senhor (Mc. 8: 34-35). Colocar isso em prática requer uma mudança radical nos padrões de comportamento sobre aquilo que julgamos certo ou errado, principalmente no que diz respeito ao nosso relacionamento com as outras pessoas. Entretanto, precisamos entender que os padrões da justiça divina são formados de atitudes nobres; de sentimentos que não se restringem apenas aos interesses individuais; de desejos que buscam o bem comum, e o perdão aos ofensores, sem se preocupar se eles estão errados ou certos (1 Co. 13: 1 a 8). Isso significa que nossos conflitos de relacionamentos, por pequenos que sejam, devem ser deixados para o julgamento de Deus. Veja a recomendação do Senhor: 

      “... A mim me pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando resvalar o seu pé... Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu poder se foi, ... ” (Dt. 32: 35-36). 

       Esse texto mostra que quando usamos a fé sacrificando nossos desejos, e às vezes até costumes considerados legais para o mundo, com o intuito de obedecer à vontade de Deus, adquirimos então o privilégio de sermos Seus servos. Nessas condições é Ele quem assume nossas batalhas, dando o pago aos que nos agirem de forma injusta ou perversa (At. 9: 1 a 4). Essa é a razão pela qual somos advertidos a não pagar o mal com mal (I Pe. 3: 9). Por outro lado, também fica claro que o maior desafio do cristão é viver pela fé e ser considerado justo aos olhos de Deus.

      É muito comum nos acharmos justos aos nossos próprios olhos (Jó 32: 1), e dizer que não estamos em pecado porque não traímos a mulher, não casamos duas vezes, etc. Na verdade, os que pensam assim não têm muita visão dos princípios divinos, e se baseiam nos deveres mais elementares de qualquer pessoa com caráter medianamente simples. Dessa forma, deixam de ensinar o que realmente agrada a Deus. Não falam de um coração imbuído de sentimentos limpos e nobres, com capacidade para anular os efeitos das divergências, contendas e guerras que têm origem nas astúcias das potestades malignas (Ef. 6: 12). Os mandamentos de Jesus mais difíceis de serem praticados, são exatamente os que mais atraem os olhos de Deus sobre nós (Mt. 5: 7-8 e II Cr. 16: 9).

       Amigo, não se engane. Seja íntegro e reto, porque ninguém pode escapulir dos olhos de Deus. Está escrito que nada há em oculto que não seja revelado (Mc. 4: 22). Portanto, mostre a verdade, ainda que ela venha a desagradar as pessoas (2 Tm. 4: 2-3).
 
      Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.