Mensagem

A Justiça de Deus

MSG 189 = 26.5.2010

   “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; ” (Mt. 5: 38-39). 

      Pagar na mesma moeda foi o mandamento dado ao povo de Israel, quando Deus os tirou do Egito (Ex. 21: 24). Essa regra ainda não alcançava o caráter divino do Criador, mas educava as pessoas para um relacionamento mais adiantado, apontando para o princípio da justiça humana, mandando ressarcir o dano causado à outra. Através dessa e de outras regras de convivência, os mandamentos ensinavam o princípio natural da lei da vida que infalivelmente nos leva a colher o fruto daquilo que semeamos (Gl. 6:7).

      Como cativos dos egípcios, os judeus estavam acostumados à lei do mais forte, onde prevalecia a força física. Mas escolhidos por Deus para serem libertos, precisavam formar uma nova sociedade, com costumes e regras mais adiantados, já que o plano do Senhor visava uma nova fase de evolução no retorno dos seres humanos ao reino da glória.     Assim, as regras estabeleciam uma lei moral, buscando dar um passo à frente na evolução desse processo. Elas faziam o transgressor sentir em sua própria carne, o peso do dano que havia causado a seu semelhante, e permaneceram por mais de dois mil anos, regulando o relacionamento entre o povo de Deus.

      Entretanto, chegou o tempo em que a humanidade deveria evoluir no alvo de aproximação com o seu Criador, e foi dado mais um passo na escalada de nosso aperfeiçoamento na direção da justiça divina. Por isso, vieram novos ensinamentos revelados por Jesus, objetivando evoluir o ser humano da lei natural da vida para a lei divina, onde o ponto forte é a justiça, acrescida da misericórdia e da fé (Ver Mt. 23: 23). São princípios que visam à santificação para nos aproximar da presença de Deus. Jesus mandou que através deles, devemos tratar com nossos semelhantes, considerando com convicção que acima da lei humana, está a lei divina, diante da qual o comportamento dos homens será submetido. (Ap. 20: 12).

      Nos dias atuais, quando lemos os mandamentos de Jesus, não só o que acima transcrevemos, mas também outros semelhantes, o pensamento que vem é o de que Jesus manda fazer isso porque ele é misericordioso, e nos ensina a ser também assim. Mas na verdade, amoldar nosso comportamento ao do Senhor não é apenas uma opção. Faz parte das atitudes de quem quer ser seguidor de Cristo, pois não existe o direito de ser cristão e praticar um comportamento diferente do que foi ensinado. Ou a pessoa pratica os mandamentos e é reconhecida diante de Cristo, ou não pratica, e vai ser descartada por ele.  Veja o texto:

     “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”(Mt. 7: 22-23).

      Esse texto diz respeito às pessoas que receberam os mandamentos e até praticaram algumas partes, mas conscientemente rejeitaram outras. Devemos considerar que os mandamentos de Jesus expressam uma adiantada faze evolutiva na caminhada que o ser humano deve percorrer para a santificação, tida como condição básica para quem quer se aproximar de Deus (Hb. 12: 14). Portanto, não serão reconhecidos aqueles que tomaram conhecimento da verdade e a rejeitaram, ou só aceitaram numa parte dela.

      Por isso, se não quisermos ser decepcionados, devemos aceitar integralmente todos os mandamentos cristãos, inclusive o do perdão. Com certeza, diante das ofensas que recebemos de pessoas fracas na fé, e usadas pelo inimigo, muitas vezes nosso coração vai recusar a perdoar. Mas quando partimos para praticar o mandamento por obediência e temor a Deus, o Espírito Santo remove o ressentimento, e nós passamos a ver as coisas de maneira diferente. Isso significa que estamos confiando na justiça divina. Além do mais, o perdão é a moeda de troca para cancelar nossos erros que estão guardados na memória de Deus. Veja o texto:

      Pois se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; ” (Mt. 6: 14). 

      O perdão traz vários benefícios, além de ser uma “tapa” na cara de satanás. Através dele demonstramos obediência, confiança na lei divina, e ainda nos libertamos do bloqueio que se estabelece quando cultivamos um sentimento de mágoa. 
 
   
      Que o Senhor fale melhor ao seu coração. .