“Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé;... Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu poder se foi,...” (Dt. 32: 35-36).
Uma das coisas que mais atormenta nosso coração é a sede de vingança. A falta de controle desse tipo de sentimento tem levado muitas pessoas a exagerar na cobrança, muitas vezes causando morte e destruição. A questão começa quando passamos a julgar aquilo que a outra pessoa fez contra nós. Mas ao assumir essa postura, estamos sinalizando para Deus que não confiamos Nele e não queremos entregar nosso causa a Ele. Vamos fazer justiça por nossa conta. A essas alturas já desobedecemos a Palavra de Jesus que ensina a não julgar, pois Deus é o árbitro de nossas questões, quando assumimos a condição de servos (Lc. 6: 37).
Os versículos acima relatam sobre a declaração do Senhor, advertindo que a Ele pertence a recompensa e a vingança. Portanto, se somos Seus servos, mesmo tendo razão devemos esperar a manifestação da lei divina, pois ela é perfeita e o Senhor cobra na justa medida. Entretanto, apesar da certeza da resposta, ela só acontece no tempo Dele e não no nosso (Ecl. 3: 17). A espera do tempo de Deus é o sacrifício que fazemos por obedecê-Lo. Quando assim procedemos, muitas coisas podem mudar inclusive nossa maneira de avaliar os fatos. Podemos até passar a ter compaixão daquele que nos afrontou, pois nada passa despercebido aos olhos do Criador, e nós colhemos conforme plantamos (Gl. 6: 7).
Todos nós sabemos que um coração magoado tem grande dificuldade para esperar o tempo de Deus, e por isso, em condições normais nossa própria força não é suficiente para cumprir alguns de Seus mandamentos. Mas por outro lado a santa Palavra afirma que Deus nã nos impõe provação acima de nossas possibilidades. Veja o que disse o apóstolo Paulo:
“... Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar”(I Co. 10: 13).
Isso significa que o Senhor coloca recursos à nossa disposição para cumprir até mesmo os mandamentos mais difíceis. Realmente se observarmos a Palavra de Deus com profundidade e buscarmos o socorro divino através do Espírito Santo, ele muda nosso sentimento e nos concede condições para por em prática aquilo que não conseguíamos com nossas próprias forças, mesmo porque ele traz poder do alto ao descer sobre nós (At. 1: 8).
Portanto, o cristão que não é batizado com o Espírito Santo pode ter dificuldades de por em prática alguns dos mandamentos que Jesus nos ensinou. Mas aquele que vive em aliança completa com Deus através de Seu Espírito, tem condições de vencer os mais difíceis desafios (Lc. 3: 16). Essa é a razão pela qual Jesus nos aconselhou a não resistir o homem mau. Veja o que ele disse:
“Tendes ouvido que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te dá na face direita, volta-lhe também a outra; ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e quem te obriga a andar mil passos, vai com ele dois mil.” (Mt. 5: 38 a 41).
Jesus sabia que Deus assume nossa causa a partir do momento que, por obediência à justiça divina, deixamos de vingar. A prática desses e outros mandamentos difíceis de ser aceitos pela razão humana caracteriza o viver pela fé, e nos coloca como justos diante de Deus (Gl. 3: 11). Ela é o escudo capaz de apagar todos os dardos inflamados do maligno (Ef. 6: 15-16).
Amigo, no tempo atual ainda somos cegos espirituais e frágeis diante de muitas dificuldades que surgem na vida (2 Re. 6: 15-16-17). Para subir os degraus que levam à salvação, muitas vezes precisamos vencer desafios que só o poder do alto nos capacita a transpor. Por isso, é necessário que busquemos o batismo com o Espírito Santo para nos fortalecer na luta contra as adversidades (Veja Atos 19: 1 a 6).