“SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo.” (Sl. 131: 1-2)
Deus deu ao homem a posição mais importante sobre toda a criação. Ele era o querubim da guarda, ungido para proteger, ou seja, o intermediário entre Deus e tudo mais que existia (Ez. 28: 14). Mas a desobediência o levou à perca da comunhão espiritual com o Criador. Entretanto, como Seus propósitos são irrevogáveis, o Senhor estabeleceu um plano para que todo homem, que quiser e se esforçar, possa restaurar a comunhão perdida, e um dia estar de volta à Sua presença (Veja Ap. 21:3-4).
O ingrediente para desse caminho, a que chamamos de plano da salvação, é o aprendizado espiritual e gradativo para cada pessoa, até chegar ao conhecimento pleno da verdade. Jesus falou dessa vontade de Deus, quando pregou para alguns judeus que creram nele. Veja o texto:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. ” (Jo. 8: 31-32).
As Escrituras mostram que a humildade e o domínio próprio são dois princípios importantes para se conhecer a verdade, ser liberto, e subir os degraus da escada que conduz à salvação.
Nos versículos que transcrevemos inicialmente, Davi chama a atenção de Deus, mostrando esses princípios como parte de suas atitudes. Ele declara grande humildade quando diz que não anda a procura de coisas maravilhosas demais para si. Com certeza, foi por ver nele esse tipo de coração que Deus o honrou poderosamente, dando força e coragem para agarrar leão pela barba, e derrubar gigante a pedradas (I Sm. 17: 35 e 49). Observe no texto do Salmo 131: 2. Davi tinha a mesma natureza de todos nós, diante dos sentimentos humanos. Mas ele fazia a diferença através da prática do autodomínio seus desejos (Gl. 5: 23). Naquele tempo, as coisas consideradas impossíveis aconteciam na dimensão do mundo físico, sem muito conhecimento espiritual.
Nossa caminhada evoluiu, e nos dias atuais temos muito mais conhecimento do mundo espiritual. Por isso, existe também a contrapartida. Os leões e Golias que temos de enfrentar hoje são potestades espirituais, que não vemos, mas que provocam toda sorte de danos físicos e morais na vida das pessoas. Veja o texto:
“...a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef. 6: 12).
O que mudou entre o tempo de Davi e o nosso, foi a maneira de perceber a presença dos inimigos. Mas eles continuam existindo do mesmo jeito, porém, imperceptíveis aos nossos olhos físicos. Assim, para descobri-los temos de conhecer as Escrituras e o poder de Deus (Mt. 22: 29).
Se quisermos vencer os inimigos ocultos que nos atacam hoje, fazendo surgir doenças, infortúnios, vícios ou destruições, a observação da experiência deixada por Davi é de grande importância. Buscar o poder de Deus com humildade, e deixar o medo de lado, usando o autodomínio que o Espírito Santo nos concede, é o caminho certo. Vários relatos das Escrituras mostram que os olhos de Deus são voltados para os humildes. Vejam esse:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt. 5: 3).