Mensagem

HIPOCRISIA

MSG 576 = 02/01/2018

      Jesus nos recomendou a priorizar o reino de Deus e sua justiça (Mt. 6: 33). Ele sabia que o reino e a justiça de Deus passariam a ser nosso bem maior a partir de suas revelações, e tudo aquilo que antes era considerado riqueza, haveria de se tornar penas um acréscimo dado por Deus ao cristão obediente (Mt. 13: 45-46). Portanto, o sacrifício que move a mão de Deus em nosso favor é o esforço que fazemos para viver em obediência à Sua Palavra. Veja o que ele disse aos fariseus que dizimavam corretamente, mas não cumpriam o restante da Lei. Eis o texto:

      “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt. 23:23).   
 
       Ele não dispensou a obrigação de dizimar no tempo da Lei, mesmo porque naquela época o dízimo era o único meio de sustento de uma das doze tribos. Mas censurou o fato de se entregar o dízimo e negligenciar o cumprimento da justiça, a prática da misericórdia e da fé, advertindo de que esses eram mais importantes. De fato, a igreja do Senhor foi edificada sobre esses três pilares: A justiça, ou seja, os princípios do evangelho; a fé, nossa esperança de salvação; e a misericórdia, representada na  assistência aos irmãos que desprendiam os meios de sobrevivência aos que serviam ao Senhor, na divina tarefa de ensinar o evangelho, cumprindo o que Jesus mandou (Mt. 28: 19-20).  O apóstolo Paulo demonstrou isso. Veja sua declaração aos Filipenses. Eis o texto:

      “... quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. ... o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Fp. 4: 15-16-19).  

       Paulo deixou claro a igreja de Jesus era sustentada pelas ofertas daqueles que eram verdadeiramente justos, praticando a misericórdia, e esperando, pela fé, o suprimento vindo de Deus. Essa é uma das razões pelas quais Deus declarou que “o meu justo viverá pela fé, ...” (Hb. 10: 38). Esses foram os pilares de sustentação da igreja primitiva, durante os três primeiros séculos de sua existência. Assentada sobre esses pilares ela cresceu sobreviveu vencendo todas as perseguições dos filhos do diabo, e o poder de Deus era abundante (At. 4: 33).

       Mas, segundo historiadores, ela foi contaminada no ano 325 d.C., quando aceitou a adesão do imperador Constantino, com toda sujeira espiritual que ele trouxe. Hoje temos uma igreja cristã rica e poderosa, mas dividida. Seus líderes principais se discordam entre si, e nem pensam em se unir espiritualmente conforme Jesus pediu em oração nos seus últimos momentos na terra (Jo. 17: 20-21). Isso é uma porta escancarada para as potestades malignas. Não adianta disfarçar a verdade. As potestades apontadas pelo apóstolo Paulo em Efésios 6: 12, estão alcançando até quem está no pináculo do templo, e fazendo o que muito bem entendem na mente de muitos de nossos irmãos (Mt. 4: 5).

       
       É oportuno lembrar que no tempo do apóstolo Pedro, quando um líder era aprisionado, ou estava em dificuldade, a igreja se unia em oração contínua, e o anjo de Deus descia, quebrava as cadeias de bronze, abria os ferrolhos, e o servo do Senhor era solto (At. 12: 5 a 10). Mas na igreja moderna e rica de hoje não se lembram mais disso, e o capeta entra e faz a festa, preparando um “prato cheio” para os incrédulos que nos criticam.

      Vivemos então em uma verdadeira hipocrisia. Falamos que somos cristãos, mas não temos fé para acreditar que Jesus, sendo o Filho de Deus, nasceu aqui numa simples manjedoura, viveu sem riquezas materiais; mas foi o único homem que feriu a cabeça da serpente (Gn. 3: 15). Nossa igreja ajunta tesouro na terra, mas ignora os tesouros dos céus, fazendo vista grossa à Palavra do Senhor (Mt. 6: 19-20).  Mas vai chegar o tempo em que ela terá de se unir – conforme Jesus pediu – para sobreviver ao anticristo. Isso está simbolizado em Apocalipse 12: 1 a 8.

       Amigo, se somos espiritualmente filhos do mesmo Pai, somos todos irmãos. Portanto, devemos orar para que as altas lideranças das igrejas de Jesus se unam, num só espírito, a fim de que ela comece desde agora a ser fortalecida (Jo. 17: 21).

 
       Que Deus nos conceda a força e o poder para vencer todas as coisas.
 
                                                                     Natanael de Souza