“Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete. ” (Mt. 18: 21-22).
O pecado entrou para a história humana a partir da primeira desobediência, levando o homem a perder a comunhão com Deus, e se afastar da natureza divina desde o princípio da criação. Porém, Deus nos criou para ser Sua imagem e semelhança, e Seus planos são irrevogáveis. Por isso o destino do ser humano se transformou numa longa caminhada de volta à sua natureza original. Esse processo de retorno evolui gradualmente, levando-nos a conhecer e aperfeiçoar a prática de nossos atos em relação à vontade divina. Dentro desse princípio de retorno ao Criador, houve o tempo dos patriarcas, onde Deus se manifestava na vida de alguns poucos escolhidos. Passamos então para a segunda etapa de evolução, quando Deus chamou Abraão, e de sua linhagem formou uma família, dando origem às doze tribos de Israel, como base sólida do plano para nos salvar.
A partir daí, através da lei dada a Moisés, Deus revelou maiores detalhes da Sua vontade, trazendo aos homens vários princípios de relacionamento social, mostrando a raiz da justiça divina a ser praticada, em princípio, pelo povo de Israel. Nessa faze evolutiva o povo passou a conhecer a grande diferença entre a natureza humana e a do animal; e entre nossa natureza e a natureza do Criador. O mundo passou então a ter noção do verdadeiro papel do ser humano. No tempo determinado, veio a penúltima faze de evolução trazida por Jesus, revelando a extensão total do plano de Deus. Jesus deixou claro algumas necessidades essenciais para retornarmos da natureza do pecado para a natureza divina; e entre essas necessidades está a prática do perdão. Portanto, a prática de perdoar não é uma opção, mas uma necessidade para o cristão que quer ser salvo.
O versículo acima transcrito relata a resposta dada a Pedro, sobre a atitude que devemos tomar para com as pessoas que nos ofendem. Ele mostra a necessidade de uma mudança radical do costume que ficou imprimido em nossa mente, com respeito à maneira de reagirmos contra nossos opressores. No tempo da lei de Moisés, Deus aprovava a devolução das ofensas na mesma intensidade que havíamos recebido (Mt. 5: 43-44). Mas depois que Deus ofereceu Seu Filho para se sacrificar em nosso favor, Ele cobra uma mudança de nossas práticas antigas, se quisermos chegar à salvação. Veja a declaração do Senhor Jesus:
“... se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. ” (Mt. 5: 20).
Deus mostra que antes, tínhamos o direito de devolver as afrontas na mesma medida; mas agora esse direito foi abolido, e substituído pelo dever de orar por quem nos ofende. Esse mandamento foi dado a mais de dois mil anos, mas até hoje a maioria das pessoas tem dificuldade em praticá-lo, porque continua apegada à atitude de vingança. Entretanto, devemos lembrar que a estratégia do diabo é procurar nos impedir da prática desses pontos mais difíceis. Ele sabe que quando cumprimos os mandamentos, passamos fazer a diferença num mundo que ele ainda tenta dominar (Mt. 5: 14). Assim, toda contenda que nos envolve é fruto de sua ação. Daí sentirmos a grande dificuldade em perdoar e orar para quem nos persegue.
Mas a chave da vitória está em obedecer a Deus, ainda que estejamos contrariando nosso desejo (Mt. 16: 24). Por isso, ainda que nosso coração peça ao contrário, devemos partir para a prática do que o Senhor nos ensinou. Todos os que fizeram isso obtiveram grandes resultados.
Amigo, mesmo quando julgamos ter razão, devemos partir para a atitude de perdoar, por uma questão de obediência a Jesus. Evidentemente, um coração ofendido não deseja essa atitude. Mas se você partir para ela, por obediência, o Espírito Santo vai agir mudando seu sentimento, e você descobre que existe uma diferença entre quem teme a Deus e quem não teme. Não se preocupe quanto ao mal que te fizeram. A justiça divina não falha, e no tempo certo Deus vai julgar. Veja o que Ele disse a respeito de quem nos ofende injustamente. Eis o texto:
“A mim me pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando resvalar o seu pé; porque o dia da sua calamidade está próximo, e o seu destino se apressa em chegar. (Dt. 32:35).