A fé no foco errado

           “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. ” (I Co. 3: 6-7).  

        Colocar nossa fé no foco errado é um comportamento que atrapalha muitos cristãos. A maioria das pessoas tem dificuldade em acreditar naquilo que não vê, dando lugar a uma tendência negativa da natureza humana revelada por Tomé, no início do cristianismo. Jesus reprovou esse tipo de comportamento, pois ele sabia que isso viria a prejudicar a fé de muitos. Ao advertir Tomé, o Senhor disse que bem-aventurados são os que não viram e creram (Jo. 20: 25-29). Mas apesar das advertências, não só de Jesus como dos apóstolos, esse tipo de fraqueza humana prejudica grande parte do povo de Deus. As pessoas limitam apenas ao que é ensinado por suas lideranças religiosas, e deixam de confrontar diretamente nas Escrituras aquilo que ouviram. Se por um lado isso demonstra crédito para com a palavra humana, por outro indica descrédito para com a Palavra de Deus, pois está escrito que o Espírito Santo é quem nos guia em toda a verdade (Jo. 16: 13). Ao que tudo indica essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas estão enfraquecidas na fé, por não ter recebido o batismo com o Espírito Santo (At. 19: 1 a 6).   

       Os versículos acima reproduzem a explicação do apóstolo Paulo sobre uma situação semelhante. Ela ocorreu entre os cristãos da Igreja de Corintos, onde as preferências divergiam na interpretação da Palavra, e por isso uns seguiam a Paulo e outros a Apolo. Paulo declarou que eles estavam andando segundo os homens, e os advertiu mostrando que tanto ele como Apolo eram apenas servos através dos quais aquelas pessoas haviam crido, mas que tudo acontecia conforme o que Deus lhes concedesse (I Co. 3: 3-4-5). Isso deixou bem claro que na função de liderança espiritual, somos apenas auxiliar do Espírito Santo na sagrada tarefa de preparar almas para o reino de Jesus. Portanto, a ligação de cada pessoa deve ser diretamente com o Espírito de Deus, e aqueles que lideram têm o dever de ensinar os discípulos de Jesus a fazer uso correto da Palavra.

      
       O que acontece com nós hoje é bastante diferente da época anterior à vinda de Jesus. Naquele tempo o profeta era posto como intermediário entre Deus e os homens. Mas isso acabou quando Deus enviou Seu Filho para trazer ao mundo a grande evolução na maneira pela qual devemos nos relacionar com Ele. O sinal dessa mudança foi dado no momento em que Jesus consumou sua missão na cruz do calvário, e o véu do santuário, que simbolizava a separação entre nós e Deus, se rasgou do alto a baixo (Mt. 27: 50-51). Isso confirmou a promessa de que todos seriam ensinados por Deus (Jo. 6: 45). Também, é a razão pela qual João declara que é a unção do Espírito Santo quem nos ensina (I Jo. 2: 27).  Por isso, devemos ter precaução no que concerne ao relacionamento com nossos líderes. Eles merecem o nosso respeito, pois são ungidos do Senhor (I Sm. 24: 6). Mas o ensinamento revelado ao nosso coração vem através do Espírito Santo.

       Amigo, nunca devemos esquecer de que o nosso foco principal é Jesus, e somente o Espírito Santo dá o entendimento da verdade (Jo. 16: 13). Ele tem  poder para mudar o senso de julgamento das pessoas, removendo a sujeira gerada pelo pecado. Veja o texto: “E ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia.” (Sl. 37: 6).

       Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.