Mensagem

ESPÍRITO, CORPO E ALMA

MSG

       
       Existe grande diferença entre os efeitos de criar e de formar. Nas Escrituras, quando Deus diz que criou, é porque ele chamou à existência algo que ainda não existia (Rm. 4: 17). Mas quando o Senhor diz que formou, significa que ele estabeleceu um formato a algo já existente, ou seja, já criado. Assim, na composição do ser humano, como espírito, corpo e alma, evidentemente temos de admitir que somente o espírito do homem foi criado. Segundo o que consta da santa Palavra, tanto o corpo como a alma já existiam, e por isso foram apenas formados. Isso muda completamente a maneira de considerar a existência do ser humano, e a importância que corpo e alma têm sobre nossa vida, indicando que o corpo é apenas uma ferramenta para o espírito lidar com a terra; e a alma um recurso terreno para transmitir sentimentos, desejos e necessidades entre os dois. Observe a declaração do Senhor nesse texto que transcrevemos abaixo:

     “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: ...” (Is. 45: 18). 

       Deus mostra que formou a terra para ser habitada. Portanto, ele a preparou com os recursos necessários para receber o espírito, e a alma é um desses recursos. Isso deixa claro que nossa alma não é um ser individual; mas um recurso disposto na terra para receber o espírito que viria a ser nela colocado. Por isso, a alma humana é apenas uma espécie de anfitriã para receber o espírito, e transmitir seus sentimentos ao corpo e vice-versa. A natureza de cada um gera desejos ligados a suas origens. Essa é a razão do apóstolo Paulo declarar que a carne milita contra o espírito, e o espírito contra a carne (Gl. 5: 17 a 22). As Escrituras declaram que, ao ser colocada sobre o corpo e o espírito, ela se tornou alma vivente, ou seja, passou a ter vida (Gn. 2: 7). Assim, Deus vê o homem como alma, porque, cobre os dois ao mesmo tempo. A alma só atua no âmbito da terra, e não vai ao terceiro céu, onde é a verdadeira salvação. Quando a pessoa morre, a alma a leva até o segundo céu, e o espírito volta a Deus como foi criado. Veja o texto:

      “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade,.... Antes que se rompa o cordão de prata, ... E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ecl. 12: 1-6-7).

      Isso quer dizer que no evento da morte, tudo se desfaz, volta ao que era antes, ou seja, o corpo ao pó, a alma aos recursos da terra, e apenas o espírito volta a Deus. Portanto, não há como considerar o corpo e a alma como elementos equivalentes ao espírito. Esta é a razão pela qual devemos viver pela natureza do espírito, e não pela natureza do corpo, que é a carne (Gl. 5: 16). Isso mostra que devemos tratar do espírito, pois ele é o elemento principal de nossa existência, e por isso, Deus nos vê pelo espírito (1 Sm. 16: 7). Fica claro, então, que o homem não é uma trindade de elementos individuais. Ele é um espírito, habita num corpo, e se comunica com esse por uma alma. No evento da morte, quando o corpo volta ao pó, a alma acompanha o espírito até findar os domínios pertencentes à terra. Assim, aqueles que não alcançaram a salvação, continuam sendo vistos como alma em expiação de pecados, até o dia em que Deus chamar para o último julgamento. Mas aqueles, cujo espírito buscou a perfeição ainda em vida, são recebidos diretamente no paraíso, onde têm lugar preparados por Jesus (Jo. 14: 1-2-3).

       Que o Senhor a quem servimos possa falar melhor ao seu coração.
 
                                                             Natanael de Souza