Mensagem

Edificação da Igreja

MSG 529 = 8/2/2017

            O sobrenatural desperta a fé e o temor no coração das pessoas desde os tempos antigos. O milagre em si mesmo não traz a salvação; mas o incrédulo passa a sentir a presença de algo que ele não pode explicar quando vê seu acontecimento. Portanto, o milagre representa uma espécie de cartão de visita para mostrar o poder de Deus, e é por essa razão que Jesus atraía multidões de pessoas. Elas não iam atrás dele porque tinham fé; mas interessadas na cura, na libertação, ou até por curiosidade como foi o caso de Zaqueu (Lc. 19: 5). Mostrar milagres foi a forma que o Senhor usou para firmar a edificação de sua igreja. Mas, o primeiro passo nesse sentido, foi o anuncio da chegada do reino dos céus, feito gratuitamente, já que nada também era cobrado aos discípulos pela unção – ou autoridade espiritual – que recebiam para desempenhar a divina tarefa. Veja o texto sobre as recomendações do Senhor aos discípulos:

      “Pondo-vos a caminho, pregai que está próximo o reino dos céus.  Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; de graça recebestes, de graça daí. “ (Mt. 10: 7-8).   

       Esse aviso desperta para a gravidade do erro que incorre aquele que usa a unção de Deus para obter vantagem financeira (At. 8: 18 a 21). Um exemplo disso, possivelmente o primeiro, aconteceu a cerca de 852 a.C... Eliseu recusou os presentes oferecidos por Naamã, quando esse foi curado de lepra pela unção do profeta. Porém, seu auxiliar Geazi quis receber para si os presentes que Eliseu havia rejeitado, e por essa ganância a lepra que saiu de Naamã apareceu em Geazi (2 Re. 5: 15-16 e 20 a 27).

       Mas os discípulos de Jesus foram obedientes, e deixaram para trás um rastro de bênçãos. Coisas que eles jamais haviam visto passaram a acontecer através de suas ações, e entre elas o poder para expulsar demônios. Isso para eles foi um fato maravilhoso, visto que, até àquele tempo, ninguém podia expulsar os espíritos maus, nem mesmo os anjos de Deus tinham autoridade para isso (Zc. 3: 1-2 e Jd. 1: 9).  Veja o que eles disseram para Jesus. Eis o texto:

      “Voltaram os setenta cheios de alegria, dizendo: Senhor, até os demônios se nos submetem em teu nome. ...” (Lc. 10: 17).

       A unção que Jesus outorgou àqueles homens foi sentida plenamente como autoridade espiritual (Lc. 10: 19). Isso aconteceu porque eles temiam a Deus, e obedeciam com exatidão as instruções do Senhor. Certamente se cobrassem pelos milagres, poderiam ter ganhado muito dinheiro. Mas nesse caso, estariam vendendo a glória de Deus. Portanto, um dos princípios que edifica a verdadeira igreja de Jesus – como a noiva que se prepara para as bodas do Cordeiro – é a correta observância daquilo que ele ordenou.

       No mundo atual, vemos igrejas, de várias formas que se dizem cristãs. As que não cobram pelos milagres, e que geralmente são pobres de recursos humanos, mas ricas na unção do Espírito; e as que disfarçadamente cobram por possíveis bênçãos que Deus pode conceder às pessoas. Indistintamente todas elas estão em processo de edificação, e a verdade só vai vir à tona quando Jesus descer aqui e se manifestar. Veja o que disse o apóstolo Paulo. Eis o texto:

      “Segundo a graça ... que me foi dada, lancei o fundamento ... e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. ” (I Co. 3: 10 a 13).   

      O fundamento de ouro aqui não significa edifícios pomposos; mas a qualidade do  conteúdo ensinado, pois o alvo principal é fazer discípulos conhecedores da verdade (Jo. 8: 31-32). No outro extremo das declarações de Paulo está a edificação sobre um fundamento de palha. Nessa ótica estão as igrejas que passam um ensino de má qualidade, formando cristãos fracos na fé, capaz de negar a Jesus por qualquer tipo de perseguição. 

       Nos dias atuais, a grande maioria não pensa nisso. Tem igreja até que usa o evangelho de Jesus apenas como fachada, mas prefere fundamentar suas ações no Velho Testamento, porque encontram maiores respaldos para angariar fundos e formar tesouros na terra, sem levar em conta as advertências de Jesus (Mt. 6: 19-20-21).

       Amigos, está escrito que muito pode a oração do justo (Tg. 5: 16). Portanto, vamos orar para que o Espírito de Deus venha tocar no coração daqueles que estão edificando igrejas sobre fundamentos fracos, a fim de que eles enxerguem a verdade.
 
       Que o Senhor possa falar melhor ao seu coração.