“E disse Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo, no meio do qual estou; e tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro. Degolar-se-ão para eles ovelhas e vacas que lhes bastem? Ou ajuntar-se-ão para eles todos os peixes do mar que lhes bastem? ” (Nu. 11: 21-22).
Quando chegamos ao limite da capacidade humana, mesmo crendo no poder de Deus, começamos a admitir inconscientemente que Ele não pode fazer acontecer o impossível. Essa nossa falha limita - ou até impede - o poder de Deus de realizar grandes milagres em nosso favor. Ao longo dos tempos o Senhor deu várias demonstrações de Seu poder ilimitado, para nos fazer convictos de que não existe nada impossível para Ele, em todas as Suas promessas (Lc. 1: 37).
Um dos exemplos mais marcantes disso foi a queda das muralhas de Jericó, quando os filhos de Israel caminhavam para a terra prometida. Deus disse a Josué que mandasse os homens de guerra rodear as fortes muralhas da cidade por seis dias, sem nada falar. Porém, no sétimo dia eles deveriam rodear por sete vezes, gritando em altas vozes, e as muralhas cairiam (Js. 6: 3-4-5). Tudo aconteceu rigorosamente conforme Deus havia prometido, bastando para tal que todos cumprissem o mandado do Senhor. Mesmo parecendo que a atitude daqueles homens fosse algum tipo de loucura ou algo sem sentido, as muralhas ruíram e vieram abaixo ao grito do povo, cumprindo assim a Palavra de Deus (Js. 6: 20). Em nossa visão humana isso era algo inimaginável. Mas a conduta de Josué para com Deus foi de total obediência. Ele recebeu a promessa, creu que assim aconteceria, e ordenou ao povo que fizesse como foi mandado. A confiança na Palavra do Senhor provocou o acontecimento daquilo que humanamente parecia impossível.
O versículo transcrito no início dessa mensagem mostra a dúvida que Moisés levantou quando Deus prometeu mandar carne no deserto para o povo comer durante um mês inteiro. Se fizermos uma comparação entre esses eventos e as atitudes que foram adotadas pelos dois líderes, vemos que mesmo vivendo em grande comunhão com Deus, Moisés mostrou uma fé bem menor que a de Josué, pois enquanto o primeiro sempre questionava levantando dúvidas, o segundo se limitava a executar o que foi mandado sem questionamentos (Js. 6: 6-7-8).
O destino dos dois, nós sabemos. Moisés não completou a jornada, apesar de haver sido enviado por Deus para libertar o povo e levá-lo à terra da promessa. Morreu apenas vendo de longe a terra que Deus prometeu, por ter sido imprudente no cumprimento da ordem do Senhor, por ocasião do milagre realizado nas águas de Meribá (Dt. 32: 50-51). Mas Josué, que era servidor de Moisés, obteve êxito total na jornada, tendo substituído seu líder, introduzido o povo na terra, e morrido como vencedor em ditosa velhice. Veja o texto:
“O povo serviu a Jeová todos os dias de Josué, e dos anciãos que sobreviveram a Josué, os quais tinham visto todas as grandes obras que Jeová fizera a favor de Israel. Morreu Josué, filho de Não, servo de Jeová, com a idade de cento e dez anos. ” (Jz. 2: 7-8).
Amigo, se você quer vencer na vida, jamais questione as promessas de Deus contidas nas Escrituras. Creia de todo o seu coração que Ele é capaz de realizar todas elas, mesmo você não tendo a menor ideia da maneira pela qual isso vai acontecer. Lembra da advertência de Jesus diante da dúvida de Marta, quando disse: “se creres, verás a glória de Deus” (Jo. 11: 40). Moisés sempre deixou transparecer sinais de fraqueza, e não chegou ao fim da jornada. Mas Josué, apesar de estar em posição inferior, demonstrou fé e obediência desde as primeiras missões que recebeu de Deus (Nu. 14: 6-7-8), e foi honrado até o fim.