Cegueira Espiritual

    “Tendo-se levantado cedo o servo do homem de Deus, e saído para fora, eis que uma tropa de cavalos e carros estava ao redor da cidade. Disse-lhe o seu servo: Ai, meu senhor! como havemos de fazer? Respondeu ele: Não tenhas medo; pois mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Eliseu e disse: Jeová, abre os seus olhos, para que veja. Abriu Jeová os olhos do moço, que viu o monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu.” (2 Re. 6: 15-16-17).

      Fomos criados em perfeito estado, com espírito, corpo e alma (I Ts. 5: 23). Em seu estado original o homem tinha a clara percepção da dimensão material e espiritual do mundo ao seu redor. Mas a percepção espiritual foi perdida quando Adão rebelou contra Deus, para dar ouvidos à voz da serpente. Sua desobediência provocou a perca da comunhão com o Senhor, e o homem se tornou cego do espírito (Gn. 3: 23). Mas essa cegueira entrou em processo de restauração com a vitória de Jesus, e vai desaparecer na medida em que o homem voltar a temer a Deus e obedecê-Lo. As Escrituras Sagradas mostram que ela vai acabar e os servos fiéis verão a Deus face a face (Ap. 14: 6-7 e 22: 3-4). 

     
       Os versículos que transcrevemos acima relatam sobre o diálogo havido entre o profeta Eliseu e Geazi seu auxiliar. Eles exemplificam de maneira clara a diferença entre alguém que vê na dimensão espiritual, e alguém que é cego do espírito. Mostram ainda que muitas vezes somos tomados pelo medo ou pela dúvida porque não percebemos o que tem no mundo oculto a nosso favor ou contra nós.  Somos vistos por Deus a partir do espírito (Pv. 20: 27), e nossa deficiência espiritual foi gerada e é mantida pela falta de comunhão com Ele. Jesus mostrou isso quando os fariseus se levantaram por ter ele falado sobre a contaminação do espírito (Mt. 15: 12 e 14).

       A visão espiritual é uma capacidade originalmente dada ao homem para perceber o que está no mundo oculto, e no tempo atual é suprida pelo Espírito Santo (Joel 2: 28). Ele nos guia nos caminhos da verdade, dependendo do que Deus vê em nosso coração. Se O buscarmos, Ele se deixará achar e supre nossa cegueira; se O deixarmos Ele também nos deixará (2 Cr. 15: 2).

       É importante levar em conta que o homem se tornou totalmente cego do espírito quando rebelou contra Deus ainda lá no Éden. Mas depois de consumada a missão de Jesus no calvário, Deus colocou diante de todo ser humano a possibilidade de ser liberto das trevas do espírito, e evoluir até alcançar a restauração total da perfeita visão que foi lhe foi dada no princípio. Portanto, hoje não somos mais obrigados a viver na cegueira espiritual, já que o Espírito Santo foi derramado sobre a terra (At. 2: 3-4). Mas em tempo futuro, quem for fiel e perseverante alcançará o privilégio de ser curado totalmente da cegueira do espírito. Veja o que descreve as revelações do apocalipse sobre alguns detalhes da Nova Jerusalém, o tabernáculo de Deus que descerá à terra. Eis o texto:

      “Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele .... Estas palavras são fiéis e verdadeiras...” (Ap. 22: 3-4-6).

       No tempo a que se refere esse texto a cegueira espiritual já é coisa do passado. Todos os seres humanos já terão retornado à condição original que lhes foi concedida no princípio da criação, e não haverá mais cegos espirituais como aqueles fariseus que quiseram reprovar as Palavras de Jesus (Mt. 15: 10 a 14). Estará também provado nesse tempo, que nenhum dos planos de Deus pode ser frustrado (Jó 42: 2).

      Amigo, Jesus venceu o príncipe do mundo que trouxe a cegueira espiritual sobre todos os seres humanos (Gn. 3: 6). Ele restaurou nosso direto de voltar a desfrutar de todo o privilégio que foi dado ao homem, inclusive o de perceber o que está no mundo ao nosso redor, como ficou demonstrado no caso do profeta Elizeu. Para alcançar tudo aquilo que ele reconquistou para nós, basta apenas que nos tornemos fiéis e obedientes aos ensinos do evangelho (Jo. 8: 31-32). 

      

       Que o Senhor te abençoe a cada dia mais.