CASTAS DIFERENTES

MSG 877 = 22/03/2022

Ao descer do monte, Jesus encontrou uma multidão reunida, e no meio dela alguns de seus discípulos tentando expulsar o demônio que incorporara em um menino, e não obedecia a ordens para sair. Isso não era comum acontecer, pois os discípulos do Senhor haviam recebido unção (autoridade espiritual) para os mandar embora, e eles obedeciam rigorosamente (Lc. 10: 17 e 19). É importante lembrar que antes da vinda de Jesus, ninguém ousava expulsar um demônio que estivesse manifestado em alguém (Zc. 3: 1-2). Portanto, a expulsão deles pelos discípulos do Senhor, era um fato novo, que atraía a atenção de muita gente. Por isso, aquele que ali estava, resistindo aos discípulos, despertava a curiosidade das pessoas, por ser diferente dos comuns. Mas, uma vez entregue a Jesus, ele reagiu e teve que obedecer a ordem para abandonar a vida daquele menino. Esse fato suscitou uma dúvida nos discípulos do Senhor, que ao chegarem em casa, foram ao mestre para tirar. Veja o texto:

“... seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsá-lo? Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum.” (Mc. 9:28-29).

Essa revelação de Jesus mostrou que existem situações onde uma ordem, mesmo sendo de pessoas ungidas, não basta para libertar alguém das garras do espirito opressor. Nesse caso, precisamos ir a Jesus, em oração e jejum, e suplicar que ele mande uma Palavra em favor da libertação (Mt. 8: 8 e 13). Isso deixa claro que existem duas situações, nas quais o espírito maligno se apossa das pessoas, ou seja, uma em que ele vai embora com uma simples ordem, dada em nome de Jesus, e outra em que ele só sai pela ordem do próprio Senhor. Jesus nos advertiu disso, ensinando que, quando existir um conflito entre nós e um irmão, devemos entrar em acordo com esse antes do caso ser levado a Deus, ser julgado, e sermos entregues às potestades cobradoras de pecados, pois, se isso acontecer, vamos ser cobrados até o fim da sentença (Mt. 5: 23 a 26). Daí a origem de castas diferentes, ou seja, quando o demônio está cobrando algo que já foi julgado, ele não sai apenas com nossa ordem. A serviço de grandes potestades espirituais, ele entra na mente de sua vítima, e só uma ordem de Jesus pode fazer com que ele afaste. Nesse caso, a luta é diferente (Ef. 6: 12). Foi para evitar esse tipo de prisão espiritual, que pode ocasionar sofrimentos por várias gerações, que o Senhor nos advertiu sobre o bom relacionamento com as pessoas. Veja o texto:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; ... Entra em acordo sem demora com o teu adversário, ... para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.” (Mt. 5: 23 a 26).

Porém, ainda assim, dispomos de um recurso quando somos chamados pelo Senhor. Podemos apelar para que o Senhor conceda-nos o perdão, diante do qual as potestades cobradoras são obrigadas a ceder. Mas para isso, precisamos proceder de modo semelhante com os nossos devedores, ou seja, perdoá-los também (Mt. 18: 24 a 33). Caso contrário, voltamos à condenação.

Que o Senhor nos conceda a força e o poder para vencer todas as coisas.

Natanael de Souza