Aspectos da salvação

MSG 435 DE 4/3/2015

"Eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla da sua veste, porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua veste, ficarei sã. E Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.” (Mt. 9: 20-21-22).

Todos os recursos necessários a uma vida plena de grandezas no mundo físico e espiritual foram preparados para o homem no dia em que ele foi criado (Ez. 28: 13-14). Mas por desobediência a Deus os seres humanos contraíram o pecado no mundo, e por isso perderam a melhor parte dos privilégios que o Senhor os havia concedido (Gn. 3: 23-24). Hoje, através dos mandamentos de Jesus, caminhamos para a restauração daquilo que foi perdido, ou seja, da salvação de nossa alma. A salvação - no sentido de alcançar a vida eterna - foi mostrada a Jacó, simbolizada numa escada, onde os degraus representam os desafios que temos de superar para chegar ao topo, isto é, no reino da glória onde está Deus (Gn. 28: 12). Esse é o perfil do caminho para a salvação da alma. Mas a salvação como providência divina em nosso favor abrange vários aspectos diferentes de nossa vida.

Os versículos acima transcritos relatam sobre a declaração de Jesus à mulher que ficou curada de um fluxo sanguíneo ao tocar em suas vestes. Nesse texto o sentido de salvação representou um livramento através da cura do corpo físico. É menos complexo. A mulher superou alguns desafios imediatos e alcançou o alvo desejado. É o tipo de salvação que Deus concede para nos ajudar a alcançar um objetivo maior, qual seja a salvação de nossa alma. Ele pode ser visto como a subida de um degrau da escada, e deixa ensinamento para que outras pessoas possam tomar atitudes semelhantes.

Por isso, é bom analisar o procedimento daquela mulher, mesmo porque, em alguns casos, podemos tomá-lo como modelo de atitude. A primeira coisa que ela fez foi crer de coração que se tocasse nas vestes de Jesus seria curada (Mc. 5: 28). Se ela não tivesse a certeza de receber a cura, certamente não faria isso. A segunda foi a coragem que ela teve para transgredir as regras sociais. Pela lei religiosa da época, ela era considerada imunda por ter um fluxo continuo de sangue, e não podia tocar em ninguém, muito menos nas vestes de um mestre judeu (Lv. 15: 25). A coragem para quebrar regras quando necessário é um atributo agradável a Deus, e o Senhor escolhe os corajosos quando se trata de lutar contra o inimigo (Jz. 7: 3). A terceira atitude agradável a Deus foi o esforço que ela fez para enfrentar a multidão e chegar até Jesus. Está escrito que o reino de Deus é tomado por esforço (Mt. 11: 12).

Esses tipos de atitudes devem ser observados por nós cristãos dos dias atuais. Eles podem ajudar e chamar a atenção para que os olhos de Deus se voltem para nós na hora da necessidade. Veja o texto:

“Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele;...” (2 Cr. 16: 9).

A frase “a tua fé te salvou” foi dita várias vezes para aqueles que receberam milagres tanto de cura como de libertação. Em nossos dias muitos pensam que isso foi o suficiente para a salvação da alma daqueles para quem Jesus disse isso. Mas não é assim. A salvação da alma é um alvo a ser alcançado, e temos de lutar por ele enquanto estivermos aqui. Veja o que disse o apóstolo Paulo:

“... não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo em direção ao alvo, para obter o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Fil. 3: 13-14).

Mesmo sendo um servo de Deus altamente consagrado, Paulo achava que ainda não havia alcançado o alvo. A razão disso é o fato de estar correndo o risco de pecar enquanto estivermos em vida na terra.

Amigo, é muito importante observar o comportamento daqueles que passaram por experiências aprovadas por Deus. O Senhor está pronto para nos salvar em todas as situações adversas (Is. 59: 1). Na grande maioria das vezes, Ele nos concede o perdão porque sabe de nossa real situação aqui na terra. Mas compete a nós buscar com profundidade o cumprimento de Sua Palavra, não só para ser salvos em situações imediatas, como também visando ao descanso de nossa alma no repouso divino (Hb. 4: 10-11).

Que o Senhor te abençoe e te guarde.