“Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. ” (Lc. 23: 42).
Estava consumado. O reino espiritual do mundo, que o homem havia perdido para o descendente da serpente a milhares de anos, acabava de ser reconquistado por Jesus. O caminho que o levara à vitória foi o fato de ter vivido nessa terra sem desobedecer ao Pai uma só vez. Essa vitória representou o cumprimento da sentença estabelecida por Deus no princípio da criação, na qual o filho da mulher deveria ferir na cabeça a serpente (Gn. 3: 15). Esse era o preço que o homem deveria pagar para restaurar o direito de reinar espiritualmente sobre a terra. Porém, ninguém conseguiu (Ap. 5: 3-4). Mas Jesus havia vencido esse desafio, e por isso, estava pendurado numa cruz, no meio de dois ladrões prestes a morrer (Lc. 23: 33).
As vezes conhecemos as grandezas de Deus, mas deixamos o pecado enegrecer nosso coração, e ofuscar a verdade. É a situação semelhante a uma lâmpada com energia no seu interior, mas enfumaçada por fora. Sua luz não resplandece (Mt. 5: 14). Isso é ocasionado pelas turbulências do mundo que nos impedem de parar para refletir na generosidade de Deus. Essa era a situação de um dos ladrões que fora pendurado na cruz ao lado do Senhor. Só a eminência da morte o levou a refletir sobre as grandezas de Deus, que ele certamente havia desprezado em outras oportunidades. Porém, ele ainda teve a incrível sorte de estar ao lado de Jesus.
O texto reproduzido no inicio dessa mensagem relata seu pedido ao Senhor, minutos antes da morte. Sabendo que estava condenado diante dos homens e diante de Deus, o ladrão sortudo pediu apenas que o Senhor o lembrasse quando entrasse no seu reino. Esse tipo de pedido mostra que ele acreditava na existência do reino da glória, reconhecia seus muitos erros perante Deus, e sabia que Jesus não havia pecado. Por isso, apesar da grande oportunidade, ele pediu apenas que o Senhor o lembrasse. Mas a justiça divina é simplesmente maravilhosa. Deus vê o que está em nosso coração (I Sm. 16: 7). Essa onisciência do Todo-Poderoso levou Jesus a responder àquele ladrão de maneira surpreendente. Veja o texto:
“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. ” (Lc. 23: 43).
É de se considerar que Jesus levou em conta a sinceridade daquele homem, pois o ladrão que estava do outro lado também havia feito um pedido e ficou sem resposta (Lc. 23: 39). Jesus tinha poder para atender tanto um como o outro. Mas respondeu apenas aquele que expressou sinceridade e reconhecimento de seus pecados (Lc. 23: 40-41).
O Senhor nada questionou a respeito de quantos crimes aquele homem havia cometido. Simplesmente perdoou todos os seus erros e o levou para o paraíso. Afinal de contas ele havia conquistado, diante do Pai, o direito de nos perdoar. Veja o texto:
“ ... porque foste morto e compraste para Deus com o teu sangue homens de toda a tribo, e língua, e povo e nação,” (Ap. 5: 9).
Amigo, lembra que sempre há uma esperança. Não importa a gravidade nem a quantidade de seus pecados. A partir do momento em que você reconhece a verdade e o arrependimento entra no seu coração, Jesus pode te salvar. Ele conquistou méritos perante Deus para te lavar de todos os seus delitos, e te conduzir ao paraíso. Porém, não te esqueças de um dado importante: Ter a resposta ou o silencio dele em relação ao seu pedido, depende do que está no seu coração.