Agradar a Deus

       “E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me desta água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. ” (Lc. 7: 44).  

         Os dons e a natureza de Deus são irrevogáveis, e estão impressos de maneira intocável no fundo de nossa alma (Rm. 11: 29). Por isso, cada pessoa conserva as características básicas que foram concedidas aos seres humanos desde sua criação. Essa é a razão pela qual o homem não perde o caráter da natureza divina, mesmo corrompido pelo pecado. É claro que a noção dessa realidade se torna imperceptível, na proporção em que deixamos de obedecer a vontade de Deus. Mas muitas vezes, sem perceber, apresentamos desejos coincidentes com os desejos do Senhor. Essa é uma característica dos humanos, refletindo a afirmativa de que fomos criados à imagem e semelhança do Senhor. Uma das formas dessa herança de Deus em nós é a necessidade de ser considerado - ou agradado - pelas pessoas com as quais nos relacionamos.

      O versículo que transcrevemos acima relata a resposta de Jesus a um fariseu que o convidara para jantar. O texto completo descreve que o Senhor entrou na casa onde fora convidado, e tomou lugar à mesa. Porém, em meio aos nobres religiosos que ali se reuniam, surgiu uma mulher que, segundo o julgamento dos fariseus, não vivia na obediência à lei de Deus, e por isso não devia ter acesso àquela reunião. Mas sem se importar com o que poderiam julgar a seu respeito, ela dobrou-se aos pés de Jesus, e usando um perfume de alto valor o lavava os pés, regando com lágrimas e enxugando com seus próprios cabelos. Isso foi um gesto de humilhação e adoração ao mesmo tempo, expressando empenho em agradar ao Senhor. Mas sem considerar isso, os fariseus a condenavam, porque aos seus olhos ela era pecadora.

      Conhecendo seus pensamentos, Jesus respondeu a Simão, o dono da casa, conforme lemos no versículo acima. Observe que a adoração prestada por aquela mulher moveu o sentimento de Jesus, sem se importar com o que ela fazia na vida. Mas os religiosos a condenavam, não levando em conta o grande gesto de adoração ao Filho de Deus. Eles a olhavam através de seus pecados, e isso os impedia de perceber a realidade de seu coração. Mas Jesus olhou para ela com bons olhos, praticando assim um dos vários princípios que já havia  ensinado. Veja o texto:

     “ ...  se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.  Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. ” (Mt. 6: 22-23). 

          No mundo de hoje, onde a violência aumenta, e o amor esfria cada vez mais, torna-se muito difícil olhar as pessoas com bons olhos. Entretanto, devemos nos esforçar no sentido de praticar esse princípio, pois ele é o caminho para sermos considerados como a luz do mundo diante de Deus e dos homens (Mt. 5: 14). Os que não praticam os ensinamentos do Senhor olham para as pessoas da mesma forma como os fariseus olharam para aquela mulher. Ao fazerem isso são considerados como trevas, e acabam praticando a injustiça. Esse tipo de comportamento é o desejável pelo inimigo, pois ele provoca o julgamento quando não devíamos julgar (Lc. 6: 37), tentando impedir que venhamos a ser vistos como  diferencial no mundo.

     O texto bíblico mostra  que além de condenar a atitude daquela mulher, os fariseus ainda censuraram Jesus por aceitar o que ela estava fazendo (Lc. 7: 39). Esse tipo de erro acontece com muita freqüência. Julgamos as pessoas baseados nos parâmetros daquilo que achamos certo ou errado. Cabe uma pergunta: Será que estamos agradando a Deus? Um dia vamos prestar conta a Ele, e nossas atitudes serão exibidas diante de nós (Ecl. 12: 14).

      Amigo, medite nisso. Deus é o soberano Senhor de todas as coisas, e devemos agradá-Lo de maneira especial. Veja que, para agradar a Deus, Jesus deixou de agradar aos homens influentes da época, mostrando que todos nós pecamos e carecemos da graça do Senhor (Rm. 3: 23). Portanto, não podemos esquecer de que em cada coração humano existem inúmeros desejos que só Deus pode torná-los em realidade, e para que isso aconteça devemos agradar ao Senhor. Veja o texto:

      “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. ” (Sl. 37: 4).  

  

        Que o Senhor te abençoe e te guarde.