“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt. 7: 23-24).
É natural o despertar de nosso coração para aquilo agrada, ou supre nossas necessidades. Essa é a razão de muitas pessoas se ajuntarem onde acontecem milagres, libertações ou curas de maneira aparentemente inexplicável (Jo. 8: 29-30). Mas o caminho para a salvação é mais longo. Ele envolve a continuidade de nosso aprendizado com o objetivo de conhecer a verdadeira vontade de Deus, e nela amoldarmos nosso comportamento (Jo. 8: 31-32). Isso representa mudança na forma de pensar e agir, e é a razão de muitas pessoas se enganarem pensando que vão ser salvas apenas porque foram curadas ou libertas.
Os versículos acima relatam a advertência de Jesus mostrando que muitos dos que fazem a obra de Deus não são reconhecidos por ele. O motivo dessa rejeição é a transgressão de princípios fundamentais do evangelho que as pessoas deixam de observar. Quando Jesus fala de iniquidade, ele se refere a partes importantes do evangelho que as pessoas deixam de praticar, permitindo que isso se torne costume em suas vidas.
Devemos considerar que a essência do evangelho é a mudança de nossa visão e julgamento das coisas. Praticá-la envolve esforço (Mt. 11: 12), dedicação e desprendimento de nosso próprio ego para compreender e aceitar substituir nossa visão errada das coisas pela visão ensinada por Jesus (Mc. 8: 34). O resultado desse esforço é visto na Bíblia como frutos que devem ser produzidos, por aquele que almeja alcançar a salvação. Isso foi avisado desde o princípio da pregação do evangelho (Lc. 3: 9), e são representado pela mudança vista em nosso comportamento, como resultado da ação do Espírito Santo. Veja o texto:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” (Gl. 5: 22-23).
Portanto, se essas expressões não nascem espontaneamente em nosso coração, é um sinal de que não estamos dando frutos na obra do Senhor. Isso representa o não cumprimento de muitos detalhes daquilo que Jesus nos mandou fazer, ou seja, estamos em iniquidade e se não abrirmos os olhos para a verdade contida na Palavra do Senhor, corremos o risco de não sermos reconhecidos por ele.
Muitas pessoas pensam que Jesus se refere apenas ao julgamento que ele fará por ocasião de sua volta. Mas na verdade todos os que morrem antes da volta do Senhor, automaticamente passam por um julgamento individual, pois dependemos de ser aceitos por Deus para que os Seus anjos nos conduza à glória É claro que também nos dias atuais se não formos reconhecidos por Jesus não chegaremos à salvação. Veja o texto dessa parábola de Jesus:
“Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.” (Lc. 16: 22-23).
É nítida aqui a indicação de que o mendigo foi aceito e o rico não. Isso quer dizer que houve um julgamento no momento da morte.
Amigo, ser aplaudido pelo mundo é o que menos nos importa. Nosso alvo é ser reconhecido por Jesus, e para que isso aconteça precisamos ser vistos como ovelhas do seu rebanho. Eis o texto:
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.” (Jo. 10: 27-28).