Mensagem

A Cruz foi um desafio

MSG 328 = 22/1/2013

      ”Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e … desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra…. ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, ….  Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. ”(Ap. 5: 2-3-4-5). 

         O conteúdo do livro tratado nesse texto diz respeito às revelações do Apocalipse, onde contém os planos de Deus para com os seres humanos, estabelecendo tudo o que vai acontecer até o tempo em que os homens haverão de restaurar a santificação, e voltar à plena comunhão com o Criador. Essa revelação estava condicionada ao cumprimento de uma exigência de Deus desde o princípio da criação.  A desobediência do ser humano levou Deus traçar os dolorosos caminhos pelos quais a humanidade tem passado, a fim de que todos os povos da terra conheçam o mal e o distinga do bem, conforme foi o desejo expressado por Adão e Eva em gestos e atitudes. Nos planos estabelecidos, o Senhor incluiu a inimizade entre os descendentes da mulher e da serpente, tendo essa como o personagem animal, que os humanos concordaram em obedecer, transgredindo ordem do Senhor. Deus determinou que o descendente da serpente haveria de perseguir o filho da mulher, e esse deveria ferir-lhe a cabeça (Gn. 3: 15). Colocando o diabo como descendente da serpente (Ap. 12: 9), e o homem como a descendência da mulher, vemos que o inimigo de nossas almas tem cumprido o que lhe foi mandado, perseguindo o homem através da astúcia que lhe é peculiar. Mas, o ser humano não conseguiu cumprir sua parte, que   representava vencer o descendente da serpente.  

      Os versículos reproduzidos acima dizem respeito a essa triste derrota, mostrando que durante milhares de anos o homem não foi capaz de ferir a cabeça do diabo, por não conseguir passar pelo mundo sem pecar e sem ser enganado. Essa condição foi exigida para que o domínio espiritual da terra, perdido por Adão, e entregue ao diabo (Lc. 4: 6), retornasse aos homens. A abertura do livro selado representava então a revelação, não só dos planos do Senhor, mas também do caminho pelo qual os homens devem seguir para derrotar o inimigo, e assumir aquilo que de fato lhes pertence. A razão do choro do apóstolo João naquele momento foi ver a triste condição do ser humano perante  Deus.

      
       Mas ele logo foi consolado, pois Jesus Cristo – o Leão da tribo de Judá – venceu, e tinha a condição exigida para revelar o mistério contido no livro de Deus. Hoje sabemos que nele consta o que acontecerá com o mundo até que o homem chegue de volta à presença de Deus  como foi no princípio.

      Assim, a cruz que Cristo carregou foi o desafio de passar por um mundo dominado pelo diabo sem pecar e sem ser enganado. O artefato de madeira que ele levou pelos caminhos do gólgota representou apenas um símbolo de máximo sofrimento suportado sem cometer pecados. Sua forma de cruz simboliza os dois primeiros mandamentos da lei divina, como sendo: A haste, o mandamento que determina o amor a Deus acima de todas as coisas; e o braço o amor ao próximo como a nós mesmos (Mc. 12: 29-30-31).

       Portanto, o profundo sentido da cruz de Cristo é espiritual e  exclusivo. Sua essência está representada na missão que ele cumpriu para tomar o reino espiritual da terra, mantido sob os domínios satânicos desde o tempo do Éden. Ele venceu o desafio que nenhum outro homem conseguiu, e põe à nossa disposição a participação na posse do reino restaurado. Mas para fazer parte dele é necessário que venhamos também vencer, carregando nossa própria cruz. Veja o texto:

      “Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt. 16: 24).

       Nossa cruz tem um sentido semelhante ao da cruz do Senhor. Mas devemos ter em conta que semelhança não é igualdade. É evidente que ela jamais terá o mesmo peso da cruz carregada pelo Filho de Deus.  Enquanto a dele teve por fim vencer o diabo e tomar as chaves da morte e do inferno (Ap. 1: 18), o sentido da nossa se traduz em apenas ser seus discípulos e cumprir com fidelidade os mandamentos que ele ensinou (Jo. 8: 31-32).

       Amigo a cruz de Cristo representa o maior desafio que um homem já venceu aqui na terra. Ela é o símbolo da derrota do diabo, pois através dela o Senhor consumou a vitória, tomando do inimigo os domínios do reino espiritual da terra. Portanto, vivemos num tempo em que o rei espiritual desse mundo é Jesus Cristo, ainda que os acontecimentos do dia a dia pareçam contrários.  Uma das chaves da nossa vitória está na profecia de Maria sua mãe: “… Fazei tudo quanto ele vos disser.” (Jo. 2: 5).
 
       Que o Senhor te abençoe e te guarde.